~~Pery~~
Mal percebia que estava já dormindo e ainda mais, abraçada na minha namorada. Ainda estava com as mãos em direção ao útero dela e a outra com as mãos em cima da minha. Havia acordado, jurava que ouvi um barulho estranho lá embaixo, mas agora estava silencioso. Novamente ouvia o barulho, me assustando, chegava a apertar um pouco Lazuli, que acordava.
-Hmn? Tudo bem Pery?
Ela perguntava, eu logo me sentava a cama, esticava a mão, no qual meu óculos vinha até ela, colocava o mesmo ao rosto, estava bem escuro.
-Ouvi alguma coisa, fica aí vou lá olhar.
Me levantava da cama, colocando minhas sandálias. Sentia alguém segurar minha mão, vendo Lazuli ao meu lado.
-Vou contigo.
Acenava de maneira positiva com a cabeça. Descia lentamente as escadas, tinha alguém lá embaixo. Era um homem com uma toca na cabeça, ele tinha um saco na mão.
-Um ladrão!
Engolia em seco assim que Lazuli sussurrava aquilo.
-Está armado, veja.
Eu apontava para a arma no cinto dele.
-Papai deve ter esquecido de ativar o alarme quando saiu.
Eu suspirava.
-Fica aí, acabo com isso rápido.
Descia as escadas indo até o bandido. Lazuli sentava na escada me olhando de longe.
-Roubar é feio sabia?
O bandido apontava a arma pra mim, ele era rápido.
-Vou atirar coloca os braços pra cima.
Negava com a cabeça.
-Todo metal fica comigo.
A arma voava da mão dele, flutuando ao meu lado.
-Acho que a única pessoa que vai atirar sou eu.
O cara se assustava, caindo ao chão. Eu dava uma risada. Mas logo ouvia uma voz.
-Pery..
Era Lazuli. Olhava para trás vendo um cara com a arma na cabeça dela.
-Melhor parar com essas coisas ou atiro nela.
Sentia um aperto no coração, a arma caía ao chão. O outro pegava a arma apontando pra mim.
-Vai pra escada.
Eu ficava próximo a escada com as mãos para cima.
-Como fez aquilo?
Dava de ombros. Pensava em uma maneira de se livrar daqueles caras. Acho que tive uma ideia.
-Lazuli, acha que pode se livrar dele? Eu cuido da arma.
Ela segurava o braço dele, estava quase sendo enforcada.
-Creio que sim.
Era um bom sinal. Então meu plano daria certo.
-Vai se livrar dele, e se jogar da escada, cairá perto de mim, o resto eu cuido, só quero te manter a salvo. Vou contar até três.
Assustado o bandido apontava a arma pra minha cabeça.
-CALA A BOCA.
-1..
-EU VOU ATIRAR.
-2..
-TO FALANDO SÉRIO.
-3..
Lazuli fazia lindas asas de água aparecer, no susto o cara soltava ela, a roupa dela ficava toda molhada. A arma bandido perto de Lazuli flutuava. Era onde ouvia um barulho de tiro e Lazuli se jogava. Pulava junto segurando a mesma, bem, o plano foi melhor que o esperado, ela voava em direção ao outro bandido, no qual eu me soltava acertando um chute na cara dele. A arma também flutuava, agora as duas armas se amassavam juntas. Eu dava uns socos na cara dele, estava sentando em cima do mesmo.
-Não deixa o outro fugir.
Lazuli voava atrás dele e o prendia em uma mão de água, onde arrastava ele para próximo do outro. Eu apontava para o armário, onde Lazuli abria, pegava uma corda e me dava, amarrava os dois rapazes.
-Que lixo, ficar roubando. Vou ligar pra polícia.
Usava o telefone fixo pra ligar, a polícia logo chegaria. Via Lazuli parecer assustada.
-P-Pery.. s-sua pele pode ser furada?
Acenava de maneira positiva com a cabeça.
-Depende do impacto, se for uma escopeta posso receber sérios danos. Quanto mais impacto mais chance de furar. Resisti mais a cortes ou perfurações... ahh..
Um dos bandidos havia se soltado, ele fincava uma faca em mim, mas como? Imagino que já estivesse ferido pois sentia algo metálico dentro de mim. O outro bandido jogava uma faca em direção a Lazuli, eu esticava a mão fazendo a faca bater na mesma, sem furar ou cortar ela caía ao chão.
-Que doido, o cara não se corta, só onde está machucado.
O outro acenava de maneira positiva com a cabeça, ele havia entendido. Um deles ia em direção a Lazuli com uma faca, o outro me segurava com a faca no machucado.
-PAREEE....
Lazuli parecia assustada, portanto recuava. Já estava ficando irritada, logo o homem que se aproximava de Lazuli era fincado na perna, pela própria faca.
-Mas que bruxaria é essa?
O cara gritava de dor perguntando. A polícia logo chegava. Zuli gritava por socorro. Os policiais entravam apontando a arma aos bandidos.
-Mãos pra cima.
Assim eles faziam. Até podiam reagir, mas acho que estavam com medo de nós duas, ou apenas de mim.
-Vou chamar uma ambulância.
O policial dizia.
-Não.. minha namorada é médica, ela vai resolver, não precisa.
O policial franzia a testa.
-Tem certeza? Sabe que o hospital dá mais segurança.
Tirava a faca do ferimento e apontava ao guarda.
-Está dizendo que ela não tem capacidade?
O homem engolia em seco.
-Por favor abaixe a faca.
Entregava a mesma a ele. Para que pudesse levar. Eles tiravam várias fotos e não demoravam para sair, levando os homens presos. Tratava de ligar o sistema de alarmes. Tirava minha camisa passando ao sangue do chão, ficava apenas de top, não podia deixar aquilo tudo sujo. A garota dos cabelos azuis se abaixava, levando a mão em meu ombro.
-Por que disse aquilo ao guarda?
Eu olhava para o chão ainda limpado.
-Não posso ir pro hospital. Primeiro que tenho alergia a anestesia e segundo que quando não conseguirem furar minha pele vai ser motivo de notícia. Apenas tire a bala, esterilize e enfaixe, ficarei boa.
Algumas poucas lágrimas pingavam ao chão, ela estava chorando? Logo me abraçava.
-Levei um susto tão grande, ainda mais quando te vi machucada. Me salvou Pery, muito obrigado.
Um sorriso surgia aos meus lábios.
-Fiz tudo isso por que te amo.
A outra sorria, erguia meu queixo tocando seus lábios aos meus. Esse beijo soava mais com um agradecimento e preocupação do que aqueles amorosos e carinhosos beijos que trocávamos. Com um sorriso eu separava o beijo.
-Deixa eu terminar de limpar, depois é só passar um paninho e fica tudo limpo. Minha blusa já tá suja mesmo.
Lazuli negava com a cabeça.
-Vamos cuidar desse ferimento. Depois eu limpo tá?
Até que tinha que concordar com ela. Enquanto subia as escadas ela dizia.
-Já falei que sua barriga lisinha é tão fofinha? Dá vontade de apertar.
Levo a mão na frente da barriga envergonhada, meu rosto estava corado.
-Não disse.
A garota parava de andar, cutucando minha barriga e tornando a andar, hein? Por que ela fez aquilo?
-É fortinha sua barriga, não achei que fosse, já que você tem pouca habilidade física.
Franzia a testa.
-Não tenho força apenas, sou bem rápida tá? Desajeitada mais rápida. Ninguém foge mais rápido que eu.
A garota começava a rir. Eu pegava um kit de primeiros socorros na gaveta da cômoda, entregando a ela. Sentava na cama ficando de costas pra outra.
-Então é uma covarde?
Suspirava, não gostava de admitir aquilo.
-Sim, eu fujo de brigas, tenho resistência mas apanho muito sempre por causa disso, as dores são fortes.
Lazuli passava um líquido para limpar o sangue, o que me fazia morder o lábio inferior de dor, meu corpo estremecia.
-Comigo você é diferente, tem coragem.
Eu ria.
-Se chama amor querida.
Ela também dava uma risada.
-Doritinha, e essa tatuagem aqui no seu ombro que alcança o pescoço, é uma bela fênix.
Acenava de maneira positiva com a cabeça.
-Perdi uma aposta, aí tive que fazer.
Lazuli negava cm a cabeça ela usava uma luva para colocar um dos dedos ao corte, era muito doloroso, mas ela conseguia tirar a bala, segurava o lençol com força.
-Que aposta? Vixi até que foi fundo. Um tiro tão perto assim teria me atravessado.
Me sentia aliviada por ela ter terminado, agora ela só esteriliza.
-Tem algo que consiga costurar sua pele?
Negava com a cabeça.
-Fiz uma aposta com Topaz, perdi e fiz isso. Quando ele perdeu tatuou um coração na bunda. Tem um tipo de isqueiro no kit. Fecha a pele, esquenta a agulha e conseguirá fazer o furo, mas só se a pele estiver queimada. Na verdade minha pele não queima com fogo, mas ela se torna vulnerável quando está quente.
Lazuli estava rindo quando falei da aposta, mas ficava com um aspecto preocupado.
-E dói?
Afirmava com a cabeça.
-Igual como se tivesse queimando.
Ela engolia em seco, assim ela fazia. Procurava não demonstrar nenhuma dor, a não ser segurar o lençol e respirar forte. Assim ela terminava. Colocava gazes ao local e enfaixava. Ela dava um dolorido beijo ao local. Claro que a gaze estava úmida pra não doer muito. Me jogava pra trás deitando ao colo dela. A mesma acaricia meus cabelos.
-Não quer vestir uma camisa, e se deitar na cama comigo? Agora tenho que cuidar de uma dodói e você ainda tem que cuidar de mim, ainda estou no meu período sensível.
Eu dava uma risada. Me levantava, guardava o kit, pego uma camisa no guarda roupa, colocava ela. Lazuli deitava na cama, dessa vez eu deitava entre os braços dela, deitava de lado pois estava com dor. Ela retirava meu óculos o colocando na estante. A mesma beijava minha testa, novamente passando a mão em meu cabelo. Levo a mão até o ombro do braço oposto do qual estava deitado, segurando no mesmo.
-Boa noite amorinha.
Eu sorria fechando meus olhos.
-Bom final de noite.
Já relaxava aos braços dela, estava doendo, mas me sentia tão confortável que aquilo não era mais relevante.
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