História Human Universe (Steven Universe) - Vestir feito garota

~~Pery~~

Era tão bom acordar nos braços de quem eu amava, o cheiro dela era tão bom. Cuidadosamente eu me levantava, fazia meu óculos voar até minha mão. Ia até o banheiro retirando o aparelho móvel, lavando ele e já aproveitando pra escovar os dentes e lavar o rosto. Caminhava para a cozinha, ainda com uma cara de sono. Vendo minha blusa ensanguentada ao chão e algumas marcas de sangue, tratava de limpar e levar a blusa para o tanque, deixando de molho. Olhava o relógio. Como sempre não me enganava, sempre acordava no horário. Acho que vou preparar um omelete de café da manhã. Ótima ideia. Já havia organizado a mesa e estava preparando o omelete, colocava até queijo para dar um gosto extra, sem contar um pouco de bacon e cenoura, cenoura sempre é bom. Sentia alguém me abraçar pelas costas, olhava por cima dos ombros vendo Lazuli sorridente.
-O que vai fazer pro café da manhã querida?
Ela perguntava com voz de sono, o cabelo bagunçado dela era engraçado.
-Omelete, gosto de comer com pão e você?
Zuli ficava um pouco pensativa.
-Poderia comer com pão também.
Terminava o primeiro omelete colocando em um prato, aquela carrapatinha não me soltava, porém nem achei ruim, era ótimo. Com a pequena escada que eu subia, ficava um pouco mais alta que ela, talvez ela gostasse disso. Preparava mais um omelete. Virava o rosto para o lado, olhando novamente pra cara de sono dela.
-Sua linda.
Eu dizia no qual ela abria um gentil sorriso. Aproximava seu rosto do meu, ficando a ponta dos pés para tocar nossos lábios calmamente. Claro que o beijo não duraria muito, pois tinha que olhar a comida. Assim virava o omelete, enquanto ela continuava me abraçando. Ouvia meu pai falando.
-Se importa de fazer um pra mim também? Por sorte cheguei a tempo de levar vocês a escola.
O homem dava uma risada. Eu negava com a cabeça. Lazuli me soltava para se sentar a mesa, meu pai sentava junto com ela.
-Como foi a noite de vocês? Transaram muito?
Nessa hora meu rosto ficava rubro. Colocava mais um omelete para o lado, preparando outro.
-A noite foi ótima, mas não fizemos isso por enquanto. Ao contrário do senhor, com todo respeito.
Lazuli parecia calma ao dizer. Meu pai soltava risadas.
-Como vocês duas são fofinhas, sempre fui um pervertido, nem namorada e já tava transando. As coisas mudaram um pouco quando conheci a mãe de Pery. Me apaixonei e toda aquela vontade virou amor. Claro que transei com ela pra caralho, mas era a única que eu queria. Bem.. tempos depois nasceu Pery.. não era bem esperado, mas foi bem vinda.
Eu franzia a testa, levando os omeletes a mesa.
-Eu sei, fui um acidente.
Cortava um pão, colocava um dentro e o dava a Lazuli, acho que ela percebia meu olhar aborrecido com a situação. Meu pai engolia em seco.
-Ahh Pery, não pense assim. Só não esperava ter filhos, depois que você nasceu foi uma graça. Se não fosse aquele acidente...
Entregava o pão para ele, colocando o mesmo a boca dele, para impedir de falar. Algumas lágrimas se formavam em meus olhos.
-Acidente causado por aquela garota idiota da blusa amarela. Se pudesse dava uns murros naquela estagiária.
Meu pai quase se afogava com o pão.
-Calma, ela não teve culpa. Espera.. como sabe disso?
Ele ainda persistia em falar de boca cheia.
-Vi os videos de segurança. Pode trancar tudo com senha, sou a melhor hacker que pode conhecer. Já consegui hackear até um hacker, incrível não? Eu acho repugnante, se me escondesse menos coisas eu não precisaria fazer isso.
Após isso o silêncio dominava. Era onde meu pai e minha namorada comiam em silêncio. Lazuli leva a mão em meu ombro.
-Esse omelete está delicioso.
Olhava para ela ainda com um olhar melancólico, abraçava a mesma, que o retribuía. Já havíamos terminado de comer.
-Vamos nos trocar e ir pra aula.
Ela comentava, acenava de maneira positiva com a cabeça, saía de mãos dadas com ela, olhando pro meu pai por cima dos ombros, ele também compartilhava aquele olhar melancólico. Ao chegar no quarto Bluezinha estava com um enorme sorriso. Ela puxava minha mão animada. Dei esse apelido por causa do cabelo azul, é claro.
-Não fica com essa cara triste aí não. Hoje vai vestir uma roupa que não faça você parecer um garoto, fique mais menininha ouviu?
Acenava de maneira positiva com a cabeça. Ela segurava minhas duas mãos, tocava a própria testa a minha.
-Fique gatinha pra mim vai amorzinho. Pra esquecer tudo isso vamos sair depois da aula tá? Dar uma volta e namorar um pouquinho.
Agora ela leva as mãos em meu rosto, erguendo o mesmo, onde ela lentamente tocava seus lábios aos meus. Minha mente estava meio atordoada, mas ao sentir minha boca ser tomada daquela maneira, já me sentia melhor. Tinha que retribuir. Confesso que minha pele estremecia com aqueles doces carinhos em meu rosto. Devagarzinho ela descolava nossos lábios abrindo os olhos lentamente, olhando para os meus fixamente.
-Seus olhinhos verdes são encantadores.
Dessa vez eu sorria.
-Vou vestir algo que apareça melhor meus traços femininos, por você.
Ela abria um enorme sorriso.
-Ahh.. não queria pedir isso mas.. acho que se você usar sutiã, seus peitos não parecem tão.. err.. pequenos.. o top eles quase não aparecem.. mas o gosto é seu.
Acenava de maneira positiva com a cabeça, ambas estávamos levemente coradas.
-Meu pai que me vestia quando eu era bebê sabia? Minha mãe teve um problema depois que eu nasci, não sei como mas perdeu os movimentos da cintura pra baixo.
Suspirava. Meu olhar ainda estava meio chateado, mas Bluezinha me olhava tão animada, nem resistia em sorrir também. Ia até o guarda roupas procurando alguma coisa que me servisse. Tinha até algumas roupas da minha mãe ali.
-Vou me trocar também.
Ela dizia pegando a mochila e saindo do meu quarto. Acho que iria seguir a dica dela, não seria má ideia usar sutiã, eu não era muito acostumada por ser mais rápido vestir um top. Mas ainda sabia como colocar. Me olhava no espelho de roupas íntimas, não é que parecia ter mais peito? Vestia meias. Em seguida um short jeans, até metade da canela, onde colocava meu tênis verde clarinho. Adorava aquele tênis. Esse short era mais colado ao corpo, ficava olhando no espelho como ele caía em mim. Até que eu tinha mais curvas do que pensava. Passava a mão pela curva do meu quadril, nem imaginava que tinha.
-Devo ter ficado tanto tempo sendo chamada de garoto que até acreditava nisso, nunca tinha notado meu corpo.
Passava a mão em meu próprio abdome, até que Blue tinha razão, era tão bonitinho. Meu umbigo era tão rasinho, como sou magrela. Fazia uma careta para o espelho. Fechava o zíper do short, ao qual havia esquecido, colocava até um cinto pra não perder. Vestia uma camisa branca. A manga era elegantemente dobrada, onde um pedacinho de tecido segurava ela através de um botão. Essa blusa era mais justa ao corpo, fechava os botões da frente. Ainda me olhava no espelho, um pouco simples de mais. Pegava um colete, com dois bolsos ao peito, ele tem a cor preta, vestia o mesmo fechando também na frente. Até que estava melhor agora. Pegava um relógio digital verde. Agora minha roupa acentuava minha cintura, será que Zuli gostaria? Eu dava de ombros. Penteava meus cabelos tentando arrumar, fica um pequeno topete, mas logo caía sobre a testa, minha tatuagem ainda estava sumida, estranho, mas não ligava pra aquilo agora. Já desisti de arrumar o cabelo, ficou tipo penteado, mas bagunçado, alguns fios estava espalhados na testa, enquanto outros estavam bem ajeitados ao lados e atrás. Blue abria a porta do quarto. Estava com uma blusa branca, um casaco azul escuro bem fino em cima, uma calça jeans, espera a barriga dela ficava de fora, eu franzia a testa.
-Não fique com a barriga de fora.
Ela dava uma risadinha cruzando os braços.
-Por que não?
Acho que ela queria me testar.
-Por que você é minha, não quero avançar em quem olhar pra ti.
Ela dava uma risada, ajeitava a blusa, estava dobrada na barra, dessa vez tampava a barriga.
-Está linda amorzinho.
Ela vinha até mim. Abria meus braços abraçando a outra.
-Bluezinha eu te amo.
Esfregava o rosto nela, que começava a rir.
-Eu também Doritinha.
Nós duas estávamos rindo quando ouvimos meu pai chamar.
-Vamos pra aula, tenho que ir trabalhar.
Eu pegava minha mochila, era a mochila dela, logo corríamos de mãos dadas até ele, que nos recebia com um sorriso.