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História Human Universe (Steven Universe) - Passado de Morgana


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


(Enquanto isso na sorveteria :v )
Preparem os baldes pros arco-íris

Capítulo 68 - Passado de Morgana


~~Amber~~

Jogar videogame com Morgana sempre era tão fantástico. Sentadas ao sofá da sala que demos boas risadas, ela aparecia ainda nem acreditar que eu estava indo melhor que ela. Era um jogo de nave, onde estávamos em um esquadrão e ficamos atirando nos inimigos, destruindo todos. Ela morreu algumas vezes, sempre a salvava. Acho que ela nunca tinha jogado com uma garota tão boa antes. Era acostumada a jogar com meus namorados, eles eram bons, então tive que ser melhor. Confesso que também nunca joguei com uma mulher. E mais uma missão foi concluída. Claro que era louca, portanto ficava comemorando, chegava até a dançar no tapete. Morgana me olhava com aquela cara séria, já entendia o que ela queria dizer, era algo do tipo "você tem demência?". E com um lindo sorriso encarava aquele jeito sério dela. Por que achava ela tão linda? Nunca sentia atração por uma mulher antes. Agora olha pra mim? Uma curiosa, que se entregou naqueles lábios macios. O jeitão dela sempre foi cativante pra mim, éramos opostas, não combinamos nenhum pouco, bem talvez em certos gostos. Enquanto ela preferia evitar falar com todo mundo, queria cumprimentar a todos e ser gentil sempre. Ela sempre séria e eu sorridente. O que mais me encantava era o sorriso raro dela, tão belo, meu coração chegava a se animar quando via aquele magnífico sorriso. Ouvia alguém descer as escadas com pressa. Ia até a cozinha. Eu olhava pra Morgana sem entender. A mesma desliga o videogame e vamos até a cozinha ver quem era. Imagino que ela já sabia, mas eu não conseguia me tocar. Até ver Sapphire lá, estava na cara, só tinha ela em casa, vovó foi no mercado com a dona Sophia.
 A pressa com que a garota comia era suspeita, o que será que ela pretendia.
-Sapphire come devagar, o que houve?
Me sentia até a mãe dela agora. Percebia o sorriso bobo no rosto dela, já entendi o recado. Iria ver sua namorada, estava na cara. Ao termina ela se aproximava de nós.
-Ruby tem algo importante pra contar, vamos até a casa dela, digo.. da amiga dela, fica próximo.
A garota nem me esperava pensar, já estava saindo pela porta. Espera, Morgana estava indo junto, claro que não ficaria para trás, portanto tratava de acompanhar. Após alguns minutos de caminhada, estava cansada, mas pelo visto Sapphire não, ao ver a namorada corria ao seu encontro, era tão fofo a interação dela. Até segurava a mão da Morgana distraidamente. O olhar dela me focava, já entendi, soltava a mão dela, por que ela tinha que ser tão rude? Mesmo depois daqueles beijos, talvez ela pudesse ser mais carinhosa comigo. Assim que chegamos fomos convidadas a participar das Crystal Gens, claro que aceitei, seria tipo um grupo de herois, seria muito legal. Elas iam procurar pistas, mas sinceramente? Acho que preferia tomar um sorvete, não tinha nenhuma informação. Enquanto Pearl e Amethyst foram pro centro, eu, Ruby, Sapphire e Morgana fomos até a sorveteria. Cada um pagou seu sorvete, o meu era de maracujá, da Morgana de pêssego, sério que gosto estranho pra sorvete. Ruby pegava um sorvete azul e Sapphire um vermelho. Elas estavam tão fofinhas sentadas a uma mesa da sorveteria, conversando e trocando lambidas no sorvete uma da outra. Quanta fofura. Ao olhar pra Morgana via ela apoiada a cerquinha metálica da frente da sorveteria, era exatamente da altura do peito dela, onde a mesma apoiava os braços, olhando os carros passando na estrada, ela lambia lentamente seu sorvete. Me aproximo dela também me encostando a grade.
-Está distante. Aconteceu algo?
Perguntava lambendo meu sorvete em seguida. Percebia ela suspirar, agora a mesma olhava para baixo.
-A garota de amarelo. Ela com certeza está por trás disso, sabe alguma coisa. Eles devem ter matado meus pais. Eles foram feitos de experimentos, mas não resistiram, eu tinha apenas quatro anos... aquelas cenas não saem da minha cabeça. Eles me drogavam pra eu não fugir, meu corpo ainda tem limitações físicas por causa disso. Eu tinha quatro anos.. quatro anos.... ninguém ligava pra mim, era um objeto. Conseguia controlar algumas pessoas.. eles tinham medo disso. Sussurrar pras pessoas fazem elas confundirem minhas palavras com pensamentos, muitas até fazem o que eu mando, mas outras resistem um pouco.
Levo a mão ao ombro dela, aquele lance de passado parecia abalar muito ela.
-Como se livrou dessa?
Estava curiosa para ouvir o resto. Como era possível ela ter uma memória tão boa? Com certeza suas habilidades psíquicas eram beeeeeeem aprimoradas.
-Fiquei muito doente, deram doses muito fortes de droga em mim. Os médicos pensaram que eu iria morrer, me deram como caso perdido. Me jogaram na rua, pra morrer como um indigente, fui jogada em um beco. Estava bastante frio, eu tremia. Foi quando ma bondosa mulher me viu. Eu nem conseguia chorar, apenas respirava com dificuldades. Ela tinha uma filha pequena no colo, mas isso não a impediu de me levar pra casa. Uma mulher negra, com uma filha branca.. era estranho, as pessoas nos olhavam de maneira desprezível. Mas qual era o problema de uma mulher negra adotar uma criança branca. Estava toda suja, imunda, fedia a drogas, meu corpo estava muito fraco, era bem magra. Em meu braço tinha algumas tatuagens, desde tais ainda tenho até hoje. Que tipo de pessoa faz isso com uma criança? Nunca esqueço a expressão horrorizada dos cadáveres dos meus pais, claro que os experimentos os mataram. Eu sofri muito nos primeiros dias, até Sophia chorou pensando que teria perdido alguém, ela tomou conta de mim. Após uma semana de cuidados, eu não morria, mas também mal me mexia. Estava acordada todo esse tempo, mas não tinha controle do meu corpo, apenas da minha mente. Ela nunca perdeu as esperanças, fazia quase uma mês que cuidou de mim, eu mal reagia. Até via ela chorar, sua filha havia gostado de mim, não saía do meu lado por um segundo. Foi quando recuperei meu controle, meu corpo respondia, ela ficou tão alegre quanto a filha. Meu corpo tinha várias cicatrizes dos ferimentos. Ela perguntou meu nome, eu soube responder com a voz fraca. Quando ela descobriu que eu tinha habilidades, sabe o que ela fez?- Percebia Morgana dar uma pausa nesse instante, já estava com os olhos cheios de lágrimas, que história horrível.- Ela achou incrível, disse que tinha duas filhas habilidosas. Não quis me estudar, fazer testes ou saber como adquiri, apenas aceitou. Nunca me senti tão feliz quanto naquele dia. Após meses de cuidados, já consegui voltar a andar, conseguia até brincar com a filha dela. demorei bastante pra me recuperar por completo daquelas drogas, foi quase um ano só pra eu conseguir parecer saudável, mas ainda precisa de cuidados, era mais sensível que as crianças normais. Ela procurou qualquer registro de nascimento, pesquisou de tudo, eu não existia. Então ela fez todos meus documentos, me colocando como filha dela, pagou uma nota por um advogado. O marido dela negou tudo, não me queria, ouvia sempre eles brigando por minha causa. Quando tinha dez anos.. ela o viu traindo, ela chorou demais, consolei ela. Por sorte ela ficou com tudo, ele apenas com as roupas, o advogado dela era ótimo. Depois desse dia, prometia a ela que nunca mais deixaria ela chorar, faria de tudo pra ela ser a mãe mais feliz e orgulhosa desse mundo. Ela sorriu e me abraçou tão forte, me senti feliz por um breve momento, até ter lembranças compartilhadas, aí tive que separar o abraço. Desculpe se me alonguei na história.. apenas queria pegar o culpado, esse ser merece sofrer por tudo que me fez passar.. imagino também o que fez pra outras pessoas.. soube que Pery foi um experimento desde um embrião... essas pessoas merecem sofrer...
Tentava não demonstrar a ela que estava chorando. Por sorte ela falava olhando pra frente. A essa altura já havia terminado meu sorvete. Com certeza esses seres eram sem noção. Abraçava então Morgana.
-Prometo que não vou deixar você sofrer mais dessa maneira.. quero pegar os culpados assim como você. Eles já tentaram me matar tantas vezes.. fui um experimento importante, eu consegui fugir.. tento me esconder todo esse tempo.. agora quero que esse medo acabe.
Deixava mais algumas lágrimas escorrerem. Morgana se virava me abraçando. Ela também já devia ter acabado o sorvete, por levava a mão até meus cabelos, acariciando os mesmos com cuidado, tentando não bagunçar. Meu rosto ficava escondido ao pescoço dela, tínhamos quase a mesma altura.
-Prometo não deixar aquele ser de amarelo te machucar. Não vai mais precisa fugir.
Aquelas palavras ecoavam até em minha alma. Sentia um arrepio no corpo, meu rosto ficava levemente corado, minhas lágrimas já haviam cessado. Foi quando afastei meu rosto para olhar nos olhos dela. Abria um sorriso ao rosto. Sentia o indicador dela acariciando minha bochecha. Um pequeno sorriso surgia aos lábios dela. Se bem que acho que apenas o canto dos lábios dela se moviam, pois o sorriso dela sempre era tão pequenino, porém sincero.
-Obrigado.
Dizia a ela sem esconder o sorriso. Dessa vez era ela quem aproximava seu rosto do meu, tocando a testa na minha. Nossos olhos estavam fixos um no outro. Ela encostava a palma da mão em meu rosto, contornando meus lábios com o dedão, dessa vez eu entreabria os lábios. Ela conseguia me causar muitos arrepios, até meu coração parecia saltar, de tão acelerado que ficava. Percebia os olhos dela se fechando, a mesma roçava os lábios inferiores sobre os meus. O contraste daquele piercing prateado roçando em meus lábios, ainda mais que ambos estavam gelados pelo sorvete, minha nossa, ela conseguia mexer comigo! Após tal movimento com os lábios inferiores dela, a mesma colava lentamente nossos lábios, onde iniciava uma carinhosa massagem a eles com os próprios lábios dela. Com a mão ainda em meu rosto, ela encaixava perfeitamente entre minha bochecha e queixo. Usando o dedão para acariciar meu rosto. Mas que beijo! Apenas conseguia suspirar enquanto ouvia os suspiros dela, levo as mãos até a nuca dela, entrelaçando meus braços por trás. Não sabia dizer o que era melhor, se era o contraste de quente, frio, doce, ou até aqueles piercings, mas as sensações do beijo dela era impressionantes, nunca havia me sentido tão bem enquanto beijava alguém. Acho que pela primeira vez, ela estava aprendendo a amar, estava feliz por fazer parte disso. Aos poucos a mesma separava seus lábios dos meus, abrindo lentamente os olhos me olhando com aquele brilho que só via quando me olhava.
-Obrigado. Acho que agora sei o que é amar alguém.
A mesma leva uma das mãos ao meu braço, onde puxava o mesmo, eu tirava do ombro dela deixando mais solto, para que ela possa fazer o que quisesse. Nossas testas ainda se tocavam, ela entrelaçava os dedos aos meus, apertando levemente minha mão. O sorriso em meu rosto era muito evidente. Sentia a mesma aproximando nossas mãos do peito dela, colocando as costas de minha mão ao mesmo, conseguia sentir o coração acelerado dela. Acho que era a mesma coisa que ela causava em mim, portanto fazia o mesmo que ela, mostrando que também me sentia assim.
-Amber, acho que devia ter lhe dado uma chance antes, mas nunca é tarde. Aceita ser minha namorada?
Meu queixo chegava a cair, abrindo um enorme sorriso de tanta felicidade que eu sentia, tratava de abraçar ela bem forte, onde distribuía alguns beijos pela bochecha dela.
-Claro que Aceito. Estava esperando muito por isso. Morguinha.
Ouvia uma risada sem graça dela, acho que ela gostou do apelido, era raro ela rir. Ao olhar pro lado via Sapphire e Ruby nos olhando sorridentes.
-Irmã, sério isso?
Perguntava Sapphire. Me afastava de Morgana, percebendo ela tão corada quanto eu, a mesma acenava de maneira positiva com a cabeça, recebendo também um abraço da irmã. Dessa vez estava sorrindo, mas não como de costume, tinha um motivo bem maior, sentia como se um sonho tivesse sido realizado. Minha primeira namorada, era tudo tão diferente de outros relacionamentos que já estive. Como estava feliz, nem sabia explicar direito.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Aceito dicas, críticas, sugestões e ideias.


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