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História Human Universe (Steven Universe) - Gótica sofrencia


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Gente <3
Um capítulo tretoso, feito com muito amor e carinho, vou avisando, preparem os corações.
Não posso agradar a todos mas...aproveitem..
Boas vindas aos novos leitores :3

Capítulo 89 - Gótica sofrencia


Amber prometeu me encontrar aqui, cansei de tanto esperar, estava impaciente. Tentei ficar mais próxima a ela, porém os pesadelos só aumentaram, me tranquei no meu apartamento e não sai por um bom tempo, não sei dizer quanto. Mas era o suficiente pra ela me mandar toneladas de mensagens, confesso que não li, apenas respondi para combinarmos um dia para encontramos. 

Esse dia era hoje. Ficar tanto tempo isolada me deixava impaciente, porém mantinha minhas habilidades contidas. Conseguia controlar minha sede de ler o passado. Achava estranho causar pesadelo aos outros, mas isso acontecia se eu ficar muito tempo perto da pessoa. O pior de tudo era que eu ficava em um mal estar, com ânsia de vômito, fortes dores na cabeça, tontura e mal enxergava. As vezes evitava até dormir fora de casa.  

Ao sair da área VIP fui direto ao banheiro. Queria lavar um pouco o rosto para baixar a pressão. Era tanta gente que sentia falta de ar. Mesmo que a área VIP tenha menos pessoas comparada a pista. Ao apoiar a mão na pia senti algo gelado e melado, era um anel? Peguei o mesmo e observei de perto. 

Era o anel de namoro que dei a Amber. Mesmo que ela afirma ser casada comigo, não passava de besteira, apenas moramos juntas e fizemos uma invenção de casamento uma vez,  mas estávamos bêbadas, vestindo toalhas e assinamos o caderno de receitas da mamãe. Ela riu muito no dia anterior e começou a me chamar de esposa desde então. 

Passei o dedo naquela coisa gosmenta, o que seria aquilo? Lavei o anel ainda intrigada de como ele foi parar ali e o que seria aquela coisa. Não sabia bem se ficava com raiva por ela estar sem anel. Preocupada por não ter sinal dela depois da apresentação. Ou até triste por ela estar atrasada. De uma coisa estava certa, iria atrás dela.  

Coloquei o anel no bolso. Busquei com os olhos alguma pista dela. De relance vi uma de suas amigas, aquela magra e bem alta, estava mais afastada do trailer com a irmã da Amethyst, talvez soubessem onde ela estava. 

Me aproximei, mesmo que não queria acabei escutando a conversa delas. 

-Jaspi, será mesmo que ele gosta de mim? Mal nos vemos, ele sempre é fofo comigo, mas fico carente. Odeio ter que vê-lo só uma vez por mês.- a menor deitava a cabeça ao colo da colega, que acarinhou seu cabelo. 

-É claro que gosta. Bryan serve a marinha, sabe que não pode te ver sempre. Tenho certeza que ele te veria todo dia se pudesse.- SJ consolava.  

-E se eu terminar com ele?- suspirou a menor, pude ouvir um suspiro choroso.  

-Fica a seu critério. Só não chora meu bem.- a maior secava as lágrimas dela com a mão. 

-Sky, como consegue ser tão fofa?- sorriu  

-Do mesmo jeito que você consegue ser tão atenciosa comigo.- a expressão esquisita da magra, parecia demonstrar algum tipo de interesse. 

-Pare com isso.- Carnelian se sentou e empurrou a outra. -Esse seu olhar é seduzindo demais.- riu, acompanhada da outra. 

-Tola.- Acho que era a oportunidade perfeita. 

-Meninas.- me aproximei delas. 

-Oi Morgana.- cumprimentou a menor. 

-Beleza Mo?- a maior acenou. 

-Err.. Viram a Amber?- fui direto ao ponto. 

-Deve estar no corredor atrás do palco, lá tem água, a última vez que vi ela foi lá.- enquanto Carnelian dizia as duas se entreolharam tentando lembrar.  

-Obrigado.- me direcionei aos bastidores, esperava vê-la no local indicado.  

Meus passos são silenciosos, como se tivesse almofadas nos pés. Alguns dizem que “ando de mansinho” mas na verdade é apenas meu jeito de caminhar. Ouvi algumas vozes, havia uma cortina separando o corredor de algum outro cômodo, imagino. Lentamente puxei a cortina, espiando o local. Havia uma mini cozinha, com uma pia e ao longe um armário com um filtro de água em cima. Mas não foi aquilo que me fez perder os sentidos. Meus olhos vibravam, senti algo que nunca havia sentido, aquela cena com certeza acabou com minha noção de sentimentalismo.  

Nada mais do que Amber, ela estava apoiada próximo ao armário da água, quase sentada. Uma mulher grande, de cabelos loiro claro, pele morena, me lembrava a Amethyst, talvez pela roupa, uma calça leg e uma blusa regata com coturnos aos pés. Não pude acreditar no que ela fazia, estava beijando a Amber e sua mão atrevida estava em baixo do vestido amarelo que a mesma usava. Senti uma forte pontada na cabeça e no peito, eu confiava nela. O pior de tudo era ela não parecer resistir àquilo.  

-Amber.- disse com a voz baixa e rouca. 

Imediatamente o beijo foi cessado, a morena tentou esconder o rosto na maior, o que me deixou coberta de ódio. 

-Acho que foi por isso que deixou a aliança no banheiro.- retirei a mesma do bolso e atirei na direção dela, por pouco não acertou o alvo em cheio. 

-Mo, eu posso explicar.- Se afastou da maior. 

-Você tem namorada?- a outra parecia confusa. 

-Explicar? Amber eu sei que não lhe dou a atenção que deseja, mas... Isso é ridículo. Pra ser sincera, não devia ter confiado em você.- Disse de maneira calma e fria. 

-Mo.. Para.. Não diga isso, eu te amei, muito.. Mas.. Slá.. Precisa de um psicólogo, você me prometeu muitas vezes que ia sair comigo e sempre me dava bolo.- cruzou os braços. 

-Amber, já te disse que não passo bem. Custa a você entender?  Acho que não, a patricinha só vê seu lado não é? Aliás, soube que sua mãe saiu da cadeia.- bufei. -Mentiu pra mim sobre seus pais.- franzi a testa. 

-E quem liga? Só queria ter histórias tristes como você, gótica sofrência.- 

-Agora sou gótica sofrencia?-  

-Cala a boca. Não entendo como me apaixonei por isso.-  

-Não entendo como me apaixonei por isso. Amber, você me dá nojo. Nada justifica uma traição. A partir de hoje, considere-se solteira.- retirei minha aliança do dedo e joguei nela, pegou bem em sua testa. 

-Sua puta, vai pro inferno.- gritou nervosa. 

-Some da minha vida encosto.- disse com a voz calma, o que irritou ela mais ainda. 

-Cretina.- tentou me golpear com um soco direto no queixo, porém desviei. 

Meu olhar se encontrou ao dela. Notei algumas lágrimas escorrendo em seu rosto. Tinha uma expressão fria. É difícil descobrir um outro lado da pessoa. Pra mim ela não passava de uma ninfomaníaca. Depois que moramos juntas cada noite parecia interminável. Dessa vez eu teria uma paz, temo sentir falta daquilo. 

Mal me dei conta e já estava longe, minha cabeça parecia vibrar de tanto coisa. Ouvia o pensamento das pessoas, isso era estranho, até pra mim. Eram muitas palavras, isso me confundia. Via cenas de mulheres parindo crianças, eram memórias mas não minhas. Me encostei em um beco, levei a mão até a cabeça, como doía. 

Não lembrava como cheguei ali, tentava controlar as imagens que vinham em minha cabeça. Talvez aquilo tivesse sido uma péssima ideia, devia conversar com Amber, dar atenção a ela, e pensar que o motivo disso foi apenas eu. Eu acabei com o amor que ela sentia por mim, eu a iludi, eu não ajudei quando precisou, eu só pensei em mim. Pensei nos outros, mas aqueles pensamentos não eram meus, algo perturbava minha cabeça e minha vida, talvez eu nunca tenha um final feliz. 

Fechei os olhos, minha visão estava borrada mesmo. Via um precipício, a vontade de se jogar era enorme, viver dessa maneira era horrível, eu era algum tipo de imã, que atraía tudo de ruim das pessoas, ou talvez me tornei um. Meu corpo caiu ao chão, podia jurar que me joguei daquele precipício, abri meus olhos tinha uma garota atirado em minha frente, acho que ela esbarrou em mim. 

Aos poucos a visão melhorou, pude ver a pele clara dela, usava óculos escuros em plena noite, a roupa era bem justa, valorizava muito o corpo, a julgar pelo salto e o traje, tinha estampas de tigre, diria ser uma prostituta, daquelas bem caras ainda. 

-Não devia ficar parada aqui.- bufou e se ergueu, olhou ao redor como se fugisse de alguém. 

Ignorei ela completamente, não queria mais incomodando para meu dia, fechei meus olhos novamente deixando meu corpo estendido ao chão. A dor que senti em meu cotovelo não se comparava a de minha cabeça. Ouvi alguns barulhos, parecia ter um som de animal selvagem. Abri meus olhos percebendo a mulher jogar um homem em outro. Ao longe um deles sacou uma pistola e apontou pra ela. 

-Não me obrigue a chamar o chefe. É a quarta vez essa semana.- a mulher engoliu em seco, percebi ela abaixar a cabeça. O homem deu uma coronhada na nuca dela, ouvi um urro de dor, mas ela não desmaiou, acho que eu tinha um imã pra mulheres fortonas. 

-Solte ela.- me levantei. 

-Ou o que?- o cara riu. 

-Não faça isso.- a garota resmungou. 

Era tarde. Fechei meus olhos, um vento gélido tomou conta do local. Meu corpo ficou imóvel, mas eu caminhava em minha forma espectral. Pude andar até os homens causando calafrios ao atravessa-los, sussurrei em seus ouvidos, podia jurar que um deles urinou na calça. Não demorou para todos correrem, imaginaram que fosse algum espirito. 

Tornei ao meu corpo, aquela dor de cabeça ainda me perturbava. Precisava ir para casa. 

-Está livre.- disse a ela. 

-Moça, você cometeu um erro.- a mulher engoliu em seco, não pude deixar de notar que ela usava uma coleira, parecia de algum animal.  

Dei as costas a ela, não queria saber sobre os problemas dela. Foi quando uma mão tão macia, parecia de veludo, segurou meu braço. Pude ver uma boate, com certeza era uma puta, lá havia um cara com um chicote, ele bateu nela dizendo que ia ensinar a ser a mais valiosa. A garota parecia bem jovem, o homem arrancava a roupa dela. Puxei meu braço, não conseguia ver mais, aquilo era demais pra mim. 

-Vai embora.- foi a última coisa que disse antes de desmaiar, não faço ideia se cai com tudo ou ela me segurou, a única coisa que tinha em minha mente era um eterno buraco, onde não parava de cair.


Notas Finais


Comeeeeeeeeeentem <3
Quero saber o que acharam dessa treta cabulosa... tadinha da Morgana :c


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