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História Human Universe (Steven Universe) - Boa ideia


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Eis a continuação.. preparem seus corações..
Boa leitura.

Capítulo 97 - Boa ideia


Senti uma falta de ar, meus ouvidos não exerciam sua função. A vista estava borrada. Em minha frente via aquela puta, segurando em meu pescoço, a expressão raivosa dela indicava tudo. Meu corpo fora erguido do chão, não me debatia ou resistia, eu imaginava minha morte. Meus pés já estavam dormentes sentia uma forte dor. Fechei então meus olhos começando a ver algumas imagens.  

Eu era uma garotinha ruiva. Devia ter uns 12 anos. Minha mãe me mantinha trancada em um quarto escuro. Ela trazia coisas pra mim, como livros e leite, um leite doce e saboroso. Aquilo me mantinha calma. Ouvia meu pai brigando com ela dizendo que não sustentaria uma trancada no quarto.  

Eu quis me defender. Abri a porta e caminhei pelo corredor. Estava claro, meus olhos ardiam, minha visão era ruim. No escuro eu enxergava perfeitamente. Ao abrir a porta de um quarto, cujo vinha as vozes. Notei meu pai dar um tapa ao rosto da mãe.  

-Não bate nela.- reclamei entrando no local. 

-Cala a boca sua puta.- aquelas palavras entraram em minha mente. 

O rosto da minha mãe estava ensanguentado, acredito que com o tapa ela mordeu a língua. Uma força maior que mim tomou conta. Não sabia bem o que fazia, mas pulei em cima do meu pai. Pareceu assustado, era como se eu tivesse presas enormes. Uma voz rouca me chamou. 

-Gwen para.- olhei para a mulher e saltei pra cima dela. -Para. Fique calma.- ela gritava ajeitada ao chão enquanto eu abocanhei seu corpo.  

O sangue dela parecia saboroso, assim como sua carne. Arranquei vários pedaços. Até que ela parou de gritar. Ao final tudo que restou foi uma carcaça. Meus olhos se voltaram ao meu pai, já estava na porta, horrorizado. Ele correu.  

Como um animal, corri de quatro atrás dele, soltando alguns sons pavorosos. Pareciam um tigre. Encurralado na cozinha ele pegou uma garrafa de leite, cheia, no desespero foi a primeira coisa que ele viu. Bateu com tudo em minha cabeça, um corte se abriu e fiquei zonza. 

-Então isso acalma a fera.- apaguei enquanto ele dizia. 

Quando acordei estava no quarto escuro, via meu pai sentado na beira da cama, me esperando acordar.  

-Agora se chama Tigress. Vou lhe ensinar sua nova função. Algum lucro tens que gerar.- aquele sorriso irônico era irritante, só consegui me encolher enquanto o homem se aproximou e retirou minha blusa.  

Mal percebi e estava sem roupas, assim como ele. O mesmo abriu minhas pernas, estava assustada demais para fazer algo, apenas senti uma terrível dor quando fui tocada pelo membro dele. Eu chorava, mas ele parecia não se importar.  

-Morgana.. Acorda...- uma voz me tirou daquele pesadelo, estava deitada no chão, respirando forte. -Por que está chorando?- o passado dela foi triste, mas ainda sim ela sorria. 

-Seu pai é o dono daqui não é?- olhei para a mão dela, que se dispunha a me ajudar. 

-Sim. Me desculpe por aquilo, meio que perdi a cabeça.- olhou para o lado envergonhada.  

-Apaguei por muito tempo?- Passei a mão ao nariz, havia sangue.  

-Só uma hora, eu acho.- correu até a cômoda, pegou um pote com lenço umedecido e usou para limpar meu nariz, ofereceu alguns pra limpar minha mão.  

-Obrigado.-  

-Me deu coragem pra fugir e acabou com minhas expectativas.- suspirou. 

-Acho que... Depois de tudo que passou.. Bom.. Fugir é uma ótima ideia.-  

-Mudou de ideia?- abriu um sorriso bobo. 

-Talvez.- respirei fundo. -Prepara para a distração.-  

Ouvi uma risada empolgante dela em seguida entrei em minha forma astral. Antes de meu corpo cair ela o segurou. Me senti um bebê ao colo daquela grandona. 

Em minha forma astral conseguia atravessar a parede. As garotas dançavam no poli dance, e vários homens se manifestavam. Notei um isqueiro ao bolso de um garçom, o mesmo Sérvia cerveja a um cliente. Talvez botar fogo em algo... Mas nessa forma não conseguia tocar em coisas materiais.  

Respirei fundo, atravessei o corpo do garçom, estava no controle, mas a consciência dele tentava me impedir, talvez fosse mais fácil controlar um bêbado. Consegui retirar o isqueiro do bolso. Sai do corpo dele e entrei ao corpo do bêbado próximo. Foi mãos fácil controlar. Consegui colocar fogo em uma mesa. Várias pessoas começaram a correr. Seguranças tentavam controlar. Sai daquele corpo, estava na hora de voltar para o meu.  

Voltando para o quarto notei aquela prostituta segurando meu corpo ainda, me esperava voltar. O olhar dela já era desconfiado com o barulho. Acordei ao colo dela, suando frio, com a respiração arfante. A mesma sorriu ao me ver. 

-Bem vinda de volta. Tudo bem?- esticou o braço e pegou um copo de água.  

-Só cansada.- suspirei e sentei ao colo dela, peguei o copo e bebi. -Podemos fugir.- coloquei o copo de volta à cômoda e levantei.  

-Vamos logo.- puxou meu braço e saiu correndo do quarto.  

Passamos pelas pessoas, estava uma enorme multidão, gente correndo e gritando, era horrível. Finalmente estávamos lá fora. A garota não parava de sorrir. 

-Pra onde vai agora?- peguei a chave da moto em meu bolso. 

-Não tenho pra onde ir.- suspirou. 

-E aquele lugar que me levou?-  

-Eles sabem onde fica, não estou segura lá.- o sorriso se desfez. 

-Vou deixar você ficar temporariamente comigo. Até conseguir um emprego e poder pagar o próprio apartamento.- revirei os olhos. 

-Obrigado.- me abraçou. 

-Sem contato...- ela me soltou. 

-Certo.- Era estranhamente obediente.  

-Precisamos de outro capacete.-  

Ela olhou ao redor, viu um capacete em uma moto e o pegou. 

-Isso é roubo.- questionei 

-Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.- riu 

-Como sabe?-  

-Converso com eles antes ou depois do ato. Eles confessam tudo. É divertido.- riu como se fosse normal. -Com você não precisamos nem transar.-  

-Quieta.- a ignorei, revelando onde havia escondido a moto com meu capacete.  

Dito e feito. Embarquei na moto, com ela atrás e parti de volta para casa. Só de pensar já imaginava a loucura. Peguei uma prostituta, fui visitá-la, ajudei a mesma a fugir e agora essa estranha vai ficar um tempo lá. Onde estou com a cabeça? Só pode ser obra da Amber, aquela falta que sentia de sua companhia me deixava louca. Era bom ter alguém mais positivo próximo, pena que aquela mestra das puta tinha que estragar tudo entre nós. Não sei se consigo confiar nela depois de tudo o que ela fez.  

Finalmente chegamos em casa. Ela parecia animada no elevador, devia ter perguntado algumas coisas, mas meus pensamentos falaram mais alto. Nem dei ouvidos. Ao abrir a porta do meu apartamento ela parecia tão encantada. Por sorte deixei tudo organizado. Acho que era novidade pra ela.  

-Adorei a decoração.- falou dos tons escuros das paredes, até algumas aranhas estavam desenhadas nela, aquilo me fazia sentir no meu antigo quarto.  

-Não toque em nada.- disse indo até a geladeira pegar algo pra beber, estava me sentindo desidratada já.

-Entendi.- comportadamente ela sentou em uma banqueta, que ficava no balcão que dividia a sala da cozinha, a mesma apontou pra uma banana na fruteira. -Posso?- acenei de maneira positiva com a cabeça.

Nunca imaginei que ela fosse fazer exatamente o que eu pedi, assim era bom. A mesma descascou e comeu a fruta. Apontou para uma maça. Acenei de maneira positiva com a cabeça, portanto ela comeu. Enchi um copo de água e coloquei a frente dela, a mesma bebeu rapidamente.

-Obrigado.- disse ainda olhando a fruteira.

-Vou comprar pão. Pode me esperar quieta aí?- olhei ela de canto, ainda desconfiava da mesma.

-Claro.- ficou em uma posição ereta, mantendo seu olhar focado a frente, na geladeira, pra variar.

Engoli em seco e saí, deixando ela trancada no apartamento. Podia ser loucura, mas, se ela fosse roubar algo não iria facilitar pra ela fugir. Acredito que ela iria atacar a geladeira e comer todo o bolo que mamãe fez pra mim. Estava guardando pra uma ocasião especial.

Por azar tinha muita gente na padaria, demorou tanto. Mas já comprei uns vinte pães. Vendo o que ela comeu naquele dia, acho que daria, pelo menos pra hoje. Eu e meu imã por mulheres fortes e que comem um boi inteiro, acho que devia nascer de novo pra me livrar desse carma.

Imaginava que as coisas estivessem todas de perna pra cima, igual da última vez que deixei Amber sozinha no meu apartamento. Foram só duas horas e ela bagunçou tudo, demorei o dobro do tempo, ou até mais, pra arrumar como estava.

Quando abri a porta minha surpresa foi tamanha. Como uma criança obediente, ela estava sentada na mesma cadeira, na mesma posição e olhando para o mesmo lugar.

-Você voltou.- sorriu virando o rosto pra mim.

-Não precisava ficar parada aí, pode se levantar.-

-Sério? Preciso muito ir no banheiro.- falou animada contornando os olhos ao ambiente, procurando o local.

-Fica reto ali.- apontei para o corredor, onde reto era o banheiro. A mesma correu, literalmente, até a porta.

Aproveitei para arrumar a mesa, ou bancada de mármore, para um lanchinho. Não estava com muita fome, mas acredito que ela estava. Coloquei margarina, queijo, presunto, mortadela, doce de banana, morango e amora. Todos pra passar ao pão, gostava de diversidade na comida. Pra beber tinha café, refrigerante de citros e suco de uva “natural”. É aqueles que compra no mercado que é menos industrializados que os outros, mas não considerava natural.

-Não me sinto bem.- veio andando devagar até a bancada.

-O que sente?- me aproximei dela imaginando aquele poder pavoroso, porém apenas senti um desconforto.

-Cólica... lá me davam remédios pra eu não menstruar.. me sinto tão suja e mal cheirosa.- se encolheu, entendia perfeitamente como ela se sentia, afinal, eu sentia a mesma coisa, malditas habilidades.

-Mamãe disse que tomar remédios pra não menstruar faz mal.. vamos fazer o seguinte. Vai comer um pouco, depois toma um banho bem quente, aí pode ficar deitada em meio a uns cobertores eu vai melhorar.- sempre funcionava comigo, ainda mais quando ficava vendo filme. A maioria dos remédios eu negava, era totalmente contra ter que ficar tomando essas coisas, “fazem bem pra uma coisa e mal pra outra”.

-Pode ser.- sorriu, só agora que notei ela estava um tanto suja, nem sei se tomava banho lá. O forte cheiro de perfume francês enganava a qualquer olfato.

Enquanto me mantive em apenas um pão. Ela comeu cinco, disse estar satisfeita, mas não acreditei. Então ela comeu mais dois, um tanto sem graça mas comeu e disse que se sentia melhor. Pedi para ela aguardar enquanto fui ao banheiro, enchi a banheira com água quente, coloquei sais de banho. Ela ficaria bem cheirosa. Deixei a vista shampoo, condicionador, esponja e esfregão. Não esqueci de deixar meu patinho de borracha preto com bico vermelho boiando, pato trevoso não? Adorava tomar banho e ficar olhando aquele brinquedo boiar.

Indiquei o banheiro a ela, para se sentir a vontade. A mesma se direcionou ao local. Enquanto isso peguei uma coberta preta e coloquei em cima do sofá, assim ela ia ficar aninhada ali e poderia dormir no local. No meu apartamento tinha dois quartos, o meu e dos computadores, então só restou o sofá pra ela. Aproveitei para estender a roupa no varal, a mesma que coloquei na máquina antes de sair. A cozinha tinha uma porta de vidro, que dava direto na varanda, onde ficava a máquina de lavar, tanque e varais, a mesma era com vista para o mar com janela enorme de vidro cobrindo toda a parede.

-Morgana...- ouvi o chamado da garota.

Fui até a porta do banheiro.

-O que foi?- perguntei.

-Não me deixa aqui sozinha, pode ficar aqui comigo?- pediu.

Revirei os olhos. Ia morrer de tédios, mas tive uma ideia. Peguei meu caderno, aqueles de desenhar que as folhas dobram em cima. E entrei no local, sentei ao bacio.

-Vou ficar desenhando, pode ser?- fixei os olhos naquela garota, tive uma grande ideia com as habilidades dela.

-Me desenhando?- corou levemente, com o rosto molhado pude notar melhor as sardas do seu rosto, o cabelo ruivo parecia até mais claro, cujo o qual ela esfregava com as mãos.

-Talvez.- foquei meus olhares no papel.

Desenhei uma guerreira ruiva, com pele de tigre, além de cauda. Tinha orelhas de tigre. A expressão ingênua lembrava um pouco a Gwen, mas o corpo grande e forte já as diferenciava, claro que a pele também era diferente.

-Posso ver?- falou animada quando fiquei observando o desenho e avaliando.

Virei o caderno pra mesma, notei seus olhos brilhando. A pele dele parecia até mais clara, acho que não tomava banho direito lá.

-Ficou incrível, lembra um pouco a mim.- pegou meu patinho e ficou apertando. -Seu fofucho.- dessa vez ela foi aleatória.

-Boa ideia.- tornei a desenhar, fazendo um pet cujo era um patinho negro com o bico vermelho, o fiel escudeiro da nova personagem.

-Uau, agora sim.- riu. A garota levantou da banheira, virei o rosto na hora.

-Avisa que eu saio.- levantei.

-Ah.. hmn... desculpe.. já estou acostumada a ficar...-

-Sua vida mudou, agora tem que avisar. Não vai mais ficar sem roupa na frente de todo mundo, só de quem você quiser.- a interrompi.

-Mas não me importo de ficar sem...-

-Eu me importo.- virei de costas a interrompendo novamente, deixei o local.

-Morgana.- segundos depois a voz dela me seguiu.

-Se você esti...- virei para a mesma, estava enrolada na toalha, com uma expressão tímida.

-O que posso vestir?- falou baixo.

-Err... fique lá que eu levo algo.- ela parecia tão tímida, como pode uma prostituta ser assim? Ela já viu tantos corpos e pessoas. Aquela garota era estranha. Bom.. não a única.

Fui até meu quarto, coloquei o caderno em cima da cama. Procurei alguma coisa no meu guarda roupa, algo grande, que coubesse nela. Por sorte gostava de roupas mais largas. Encontrei até um sutiã da Amber... argh.. vontade de por fogo. Peguei um sutiã, cujo ganhei do Leo, o namorado credito da mamãe.. digo noivo.. eu quase soquei ele quando a pediu em casamento. Aquele desgraçado me deu um sutiã que nem cabia em mim, ficava solto, acho que caberia na garota, já que ela nem era tão peituda a ponto de ficar pequeno.

Peguei também algumas roupas íntimas que nunca havia usado. Precisava comprar coisas pra ela depois, não poderia vestir sempre minhas roupas. Dei a mesma um short e uma camisa larga. Levei para ela no banheiro e também mostrei onde ficava o absorvente e papel extra. Caso ela precise.

Fiquei sentada no sofá, mudando de canal, deu uma saudade do meu vídeo-game, por azar estava no apartamento da Amber, teria que buscá-lo.

-Morgana.- chamou a voz tímida, olhei para trás, vendo a garota apoiada na parede, segurando o braço, pelo menos a roupa coube, inclusive a sandália, que ficava grande em mim. Na verdade era do Leo, deixou um dia aqui em casa e nunca deixei ele pegar de volta, não quero aquele lá no meu cafofo.

-Algum problema?- disse desconfiada.

-Obrigado.- veio até mim. Nem pude acreditar que aquela maluca ainda usava a coleira.

-Por que não tira sua coleira?-

-Me sinto mais segura com ela.-

-Tomou banho sem.-

-Me deixa.- sentou em meu lado.

-Ainda dói?- mudei de assunto.

-Um pouco.- se encolheu.

-Se enrola aí.- puxei o cobertor, a mesma fez o que pedi. -Quer um pouco de leite quente?-

-Adoraria.- disse sorridente.

E lá fui eu, esquentei uma tigela de leite com açúcar no micro-ondas e dei para ela. A garota parecia ainda perdida, mas estavas feliz, aquela sensação de novidade me tomava. Fiquei um bom tempo sentada no sofá, vendo TV com ela, enquanto tomava seu leite. Pelo menos tive uma grande ideia para uma atualização em meu jogo, uma personagem nova, era apenas o que precisava. Até que tentar ser positiva não era tão ruim.


Notas Finais


Agradeço a todos os novos favoritos e aos comentários <3
Adoraria saber o que acharam desse capítulo :3


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