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História Humano x Demônio - Mudança


Escrita por: NarutinSigiloso

Notas do Autor


Olá.

Capítulo 1 - Mudança


Fanfic / Fanfiction Humano x Demônio - Mudança

 

Capítulo 1

                         Mudança

Quando acordei o avião já estava aterrissado. Finalmente. Não aguentava mais ficar sentado, minha bunda doía já fazia um tempo, mas por alguma razão minha mãe estava a mil, nem parecia que tinha dormido de tão elétrica. Depois de prepararmos e pegarmos nossas coisas, saímos do aeroporto e fomos procurar um taxi, mas para minha desgraça, todos já estavam reservados ou indo embora com os passageiros. Talvez não seja tão ruim assim, afinal, não estava com vontade de me sentar de novo.

- Aaah merda…!! Era só o que faltava!! – Minha mãe reclamou.

- Vai querer esperar outro chegar ou--.... – Me interrompeu.

- CLARO QUE NÃO!! TÔ ANSIOSA JÁ FAZ HORAS PRA ESSE MOMENTO!!! NÃO VOU ESPERAR MAIS NENHUM MINUTO!!! – Ela bateu uma das malas na minha bunda, indicando para eu seguir em frente. Não costumo me importar quando minha mãe faz esse tipo de coisa, mas em público é meio... Hum... Ah não... Que vergonha, tinha pessoas nos olhando...!

Andamos uns dois quilômetros até acharmos um ponto de taxi. Foi até rápido, mas o ruim era que o último taxi tinha saído na hora em que chegamos.

- Ah não, isso aí é sacanagem!

- Vamos ter que andar até a casa nova, ou o que? – Perguntei.

- Se esse for o caso, reze para não chover no caminho!! Já tá acontecendo merda de mais hoje!

- Me nego a rezar, mas vou torcer pelo melhor.

Mais alguns quilômetros percorridos e minha mãe decidiu pegar um metrô, já que estávamos perto de uma estação. Além da minha bunda, agora meus pés que doíam. Quando chegamos ao último ponto, saímos dali e fomos procurar um taxi. Felizmente, não muito longe, achamos um justo na hora que começava a garoar, não sei dizer se foi sorte ou azar, mas tanto faz. Durou mais ou menos três horas até chegarmos numa área isolada da cidade de Nova Iorque; era cheio de árvores que quase cobriam o céu, a deixava mais sombria, mas foi isso que me empolgou mais ainda para morar por ali. No caminho ficavam pequenos comércios como: postos de gasolina e lojas de conveniências.

No momento em que chegamos, pagamos o taxista e tiramos todas as nossas malas de dentro do carro e ele foi embora. Andamos até o portão; o muro envolvia toda a casa e mais um pouco, que seria o jardim e uma área livre para sei lá o que. A parte engraçada disso era que, em vez de ser algo “bonito”, era totalmente destruído; onde era para ser o jardim, na verdade só tinha terra espalhada, e onde era para ser a suposta “área livre”, estava cheia de entulhos de lixo, telhas velhas, livros infantis, estilhaços de pratos e muitas, muitas cinzas. Sem contar que o portão parecia muito bem para se pegar tétano. Mas... Sendo sincero... Eu adorei esse estilo.

- Uou. – Fiquei admirando a casa até que minha mãe me deu um tapa na cabeça. – A-ai! Ei!

- Acorda! Sei que cê tá SUPEREMPOLGADO, mas nós vamos ter que organizar “algumas coisas”. – Disse enquanto pegava a chave de dentro da bolsa para destrancar o cadeado do portão.

- “Organizar” o que? Não era exatamente esse estilo que você estava procurando?

- Sim, sim, mas isso não é motivo para termos que morar do lado de um lixão! – Se referiu ao entulho. Deixou as correntes enferrujadas, junto com o cadeado, caírem no chão quando abriu o portão. Corri até a porta principal da casa e entrei. A sala de estar começava a partir daí; uma lareira de tijolos ficava á esquerda; um tapete roxo desbotado sob uma mesinha de centro; um sofá velho bege que estava encostado na parede da direita; e um relógio-cuco ao lado da lareira. Fora a sala, ao fundo tinha a porta da cozinha e do lado uma escada que levava para o segundo andar. Como posso dizer? Era... Era... PERFEITO!!! Tudo o que faltava eram os ratos!! Fofos e lindos ratinhos andando pela casa!! Acho que minha mãe notou minha felicidade, porque ela passou por mim dizendo:

- Acorda, acordaaa! Cocoricó, o dia já nasceu! Terra chamando Cedric Jackson! Responda soldado! A patroa já tá de pé! – Gritou, fazendo caretas e barulhos estranhos.

- Tá, tá, eu já entendi. “Acordei”. – Balancei as mãos em “rendição”, já que ela por alguma razão estava apontando o indicador para mim como se fosse uma pistola.

- Que bom, pensei que teria que atirar. – Riu de forma sarcástica.

Pegamos nossas bagagens e levamos para o andar de cima. O segundo andar era um corredor com três cômodos, provavelmente os quartos. A porta mais próxima era a do meu quarto, o do meio era para os hospedes – afinal, não tínhamos outro uso para ele – e a do final do corredor era da minha mãe; ambos eram suítes, mas o meu só tinha um colchão rasgado no chão e um armário velho, sem contar que o banheiro não tinha porta, só uma cortina vermelha e um pouco rasgada no lugar; já no da minha mãe tinha uma cama de casal antiga; um armário de carvalho com detalhes floridos; uma mesa simples, sem a companhia de uma cadeira, com uma maquina de escrever em cima; o banheiro não tinha nada de especial, tirando o fato de ele ter uma porta. Primeiro minha mãe entrou no meu quarto e deixou minhas malas ali, mas antes de sair ficou olhando a estrutura.

 – Nossa senhora... Querido, vamos ter que arrumar esse teu quarto...

 – Não fale isso nem brincando. Ele já tá bom assim. – Ela me fuzilou com os olhos. Uma fraqueza minha: não posso ir contra os olhos da minha mãe. Eles são assustadoramente penetrantes; a última vez que tentei encara-los, senti um calafrio na espinha. – B-Bem... Você que manda.

- Bom garoto! – Bagunçou o meu cabelo, levando minha franja para trás e desorganizando-o por completo.

- Mas... Hum... Sei que não sou o único com gostos “estranhos”... – Fiz aspas. –... Mas qual a possibilidade de eu achar alguém que tenha esses mesmos interesses e ainda morar na casa dele? Isso é muita sorte pra mim... – Estava preocupado pelo destino ter me dado um “presente” tão incrível, mas acho que ficar feliz com isso não iria me fazer mal, né?

- O casal que morava aqui tinham problemas familiares, não fizeram isso porque queriam. Deu pra perceber isso em apenas uma ligação que eu fiz para eles.

- O que aconteceu?

- Gritaria, brigas e copos ou qualquer coisa de vidro quebrando no fundo. O senhor Collins tentava falar comigo como se estivesse tudo normal, mas quando estávamos terminando de conversar sobre a mudança, deu um grito para sua esposa antes de desligar, nem tive mais coragem de ligar de volta naquele dia. – Ela fazia uma cara de medo enquanto dizia.

- Hum... Bom... Vamos combinar assim então: você muda a casa toda exceto meu quarto, que tal? – Tentei mudar de assunto.

- Quê? Nem pensar! Olha pra isso!! Não vou deixar meu emozinho gótico das trevas dormir no chão junto com as baratas que provavelmente estão em algum lugar desse quarto!! – Falou enquanto me esmagava num abraço de urso.

- Uff... Mãe... Tá me... Sufocando... Ngh... – Tentava me desprender dali, mas a cada movimento que eu fazia ela me abraçava mais forte, não demorou muito e eu desisti. – Mããããee...~

- Own...~ Meu lindinho!!! – Depois que me deu um beijo estalado na minha testa, me soltou e saiu do quarto falando para eu arrumar minhas coisas rápido, pois iriamos sair para comprar venenos de ratos e insetos. Não estava animado para sair daquela casa depois de ver como ela era incrível, mas não posso desobedece-la.

Já que não era a primeira vez que nos mudamos para Nova Iorque, Haru sabia muito bem aonde ir. Não memorizo tão bem os lugares, sou horrível em geografia, então tudo que eu faço nas raras vezes que saio de casa é segui-la. Entramos em algumas lojas, compramos o que precisávamos e aproveitamos para passar em uns colégios no mínimo perto da direção da nossa casa nova. Quando encontramos um, minha mãe fez tudo que tinha que fazer no meu lugar; as assinaturas, mostrou os meus documentos – que foram tirados da minha mão a força – e algumas discussões, que não me dei o trabalho de prestar atenção, já que a Haru faria tudo por mim, querendo ou não. O diretor me informou das salas que eu iria frequentar, e me entregou um papel, dizendo que era para que eu pedir a assinatura dos professores que me dariam aula e suas respectivas matérias. Por fim, eu escolhi as matérias que queria estudar; escolhi antropologia, astronomia e educação artística.

O colégio era grande; nos cantos, havia uma linha de árvores que ia até perto da mini escada que levava à porta de entrada. Dentro, era bem espaçoso; os armários eram vermelhos, a maioria tinha coisas presas sobre eles, como enfeites ou chaveiros; as paredes eram brancas, em alguns cantos escondidos havia poucas mensagens melosas ou desenhos – sugestivos ou não –.

No final de tudo, ela contratou um motorista particular para que eu fosse ao colégio sem ter que andar tanto e enfrentar a bagunça das estações de metrô, já que ela sabe bem que sou horrível para decorar lugares, e deixou agendado o horário que o motorista teria que me buscar e me trazer de volta. Ela contratou um que fosse da mesma empresa daquela ultima vez que nos mudamos para cá, assim não teria que se preocupar tanto, pois saberia a índole da empresa.

Quando voltamos à casa, não deu tempo nem de eu respirar o cheiro da sala e Haru já havia colocado uma lata de veneno na minha frente.

- Você vai passar isso aqui em todos os cantos e buracos da sala! Eu vou cuidar da cozinha! – Falou antes de entrar no outro cômodo.

-... Tá. – Obedeci. Não demorou muito para terminarmos, mas aquele cheiro de detergente com perfume era horrível, em certo momento começou a ficar insuportável e tive que sair de dentro de casa para respirar um pouco de ar puro. Aff...

- Já acabou aí? Eu vou passar lá em cima agora. Vê se tem alguma coisa pra comer na geladeira e come, faz tempo que tá sem botar nada na boca! – Haru falou enquanto saia da cozinha e andava até mim; pegou a lata que eu estava segurando, botou na sacola e bagunçou meu cabelo – pela milésima vez no mesmo dia – e subiu as escadas. Qual é a mania dessa mulher pelo meu cabelo?!

Tanto faz... Fiz o que eu ela mandou e entrei na cozinha; ela tinha buracos e rachaduras enormes nas paredes, o resto parecia até intacto; havia uma bancada de madeira no meio do cômodo com quatro cadeiras ao seu redor; um fogão a lenha na parede á frente da bancada e do lado, balcões, sendo um deles com pia; a geladeira ficava na parede da direita. De todos os lugares da casa, a cozinha era o que mais estava “inteiro”. Abri a geladeira e tudo que tinha lá era um monte de vento. Que ótimo...

- TÁ COMENDO?!! – Minha mãe gritou de lá de cima. Acho incrível o fato de ela ter cordas vocais tão fortes, nem se eu tentasse alcançaria esse tom de voz. Por isso preferi ir até ela a tentar gritar. Abri aleatoriamente as portas do andar de cima até acha-la.

- Não tem nada na geladeira. – Estava no quarto de hospedes.

- QUÊ?! COMO ASSIM?! – Gritou, largando o inseticida no chão e se virando para mim.

- Simplesmente não tem comida. – Respondi indiferente, embora eu quase tenha ficado surdo. – Nós podíamos jantar fora, num restaurante talvez.

- Aham, tá! – Fez cara de deboche.

- Hum... O que foi?

- CASO nós fossemos comer fora, você com certeza iria querer um restaurante japonês!

-.... Eu não entendi aonde você quer chegar...

- Cedric! Nós estamos em NOVA IORQUE!

-... Tá... – Fiz um gesto para que ela prosseguisse a frase.

- Não tá afim, nem um pouco, de experimentar coisas novas?! Essa é a segunda vez que nos mudamos para cá e você sempre come e faz as mesmas coisas! Isso é tão chato!! Isso é tão... Cedric!!

- Se fosse pra eu escolher, sim, eu iria preferir um restaurante japonês, mas se fosse pra você escolher, eu não me importaria onde fosse. – Por alguma razão, ela começou a sorrir feito uma boba.

- AI, FILHOTE!! – Ela me deu um abraço de urso ainda mais forte do que aquele de manhã.

- Uff... M-mãe....  Eu... P-preciso respirar... – Tentei falar enquanto puxava o pouco de ar que conseguia.

- Cê é tão lindinho~! – Começou a distribuir vários beijos no meu rosto.

- Mãe... E-eu já entendi... – Tentei me separar, mas acabei desistindo, de novo. Depois de dois minutos de muita melação, ela finalmente me largou.

- OK! Já que é assim, se arruma rapidinho que a gente vai sair logo, logo. – Disse subindo as escadas e indo para o seu quarto.

- Tá~. – Fiz o mesmo.

Eu estava com uma blusa listrada preta e vermelha, uma calça jeans preta, e all star preto. Para mim não precisava trocar, apenas botei um casaco cinza por cima, porque começava a ficar frio, e arrumei meu cabelo que estava todo desalinhado – por culpa da minha mãe –. Esperei no sofá do andar de baixo; quando ela desceu, vestia um casaco de pele cinzenta e continuava com a mesma calça jeans azul escuro.

- Você disse para trocar de roupa, mas também tá com a mesma só que com um casaco... – Observei com um sorriso zombeteiro.

- Tá tentando se mostrar que não é cego? – Deu uma risada esquisita e passou por mim bagunçando meu cabelo... DE NOVO! Aff...

- Qual a sua fissura pelo meu cabelo...? – Murmurei.

- Apenas para te ver com essa cara fofa irritada! – Não era para ela ter escutado, mas além de ter cordas vocais poderosas, ainda tem um ouvido aguçado... Argh...

Demorou um pouco até acharmos um restaurante, porém quando chegamos à cidade, eram cores para todos os lados; restaurantes, fliperamas, e vários outros lugares e comércios para prender sua atenção o resto da noite. Depois que Haru escolheu onde iriamos comer e pagamos a conta, fomos ao supermercado; minha mãe fez questão de encher o carrinho e mais um pouco, sendo 49% coisas saudáveis e 51% porcarias que eu nem opinei tanto sobre quais seriam incluídos, afinal eu não gosto muito de doces. Voltamos de taxi para casa e durante o percurso fiquei observando por fora da janela às árvores. Não muito longe de casa, percebi uma casinha velha entre o mato, infelizmente não consegui pegar muitos detalhes, mas sinto que era propicia para ratos! 


Notas Finais


(Nota para os leitores que me acompanhavam antes: talvez minha escrita de agora tenha ficado chata e meio muito descritiva ~ou não~, mas eu gosto dela assim... Então... Espero que vocês também gostem. Ah, e o Cedric pode parecer meio sem emoção ou alo assim.... Mas esse é meio que o objetivo por enquanto)
Tchau.


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