1. Spirit Fanfics >
  2. Hunter - HIATO >
  3. Na estrada da morte

História Hunter - HIATO - Na estrada da morte


Escrita por: OldHunter

Notas do Autor


Desculpem pela demora, fazer o que né.

Capítulo 4 - Na estrada da morte


Hunter

Capítulo 4 -> Na estrada da morte

Adrien encarava a criatura, ele podia sentir o vento quente de sua respiração, o lobo estava mais feroz do que nunca, ignorando até mesmo a espada cravada em seu pescoço. Matthew estava desacordado ao lado da árvore, o que deixava Adrien com uma incerteza, será que ele ainda estava vivo, será que o frasco de sangue ajudou. De uma coisa Adrien tinha certeza, ele tinha que lutar. Fugir faria com que a morte de Matthew fosse certa e nada garantia que o lobisomem não o seguiria até a vila. Seu coração pulsava intensamente de adrenalina, enquanto suas mãos e pernas tremiam de medo.

Adrien reparou que havia um frasco de sangue caído no chão, distante dele, mas perto da criatura, talvez Matthew havia o deixado cair. Aquele frasco podia lhe dar uma chance extra caso tudo desse errado, mas como pegar sem ser atacado? Adrien se lembrou dos movimentos do lobisomem enquanto ele lutava contra Matthew, ele percebeu que a fera sempre saltava sobre ele caso fosse ser atacada e isso poderia lhe dar uma vantagem naquele momento.

Adrien juntou sua coragem e decidiu correr em direção ao lobisomem sacando sua espada. A fera se curvou por um estante traçando sua trajetória e saltou para Adrien, preparando suas garras para o impacto. Então Adrien com um movimento ágil deslizou por baixo do lobisomem, estendendo sua mão e pegando o frasco. Ele o abriu e bebeu, logo depois guardou o que restava em um dos bolsos do seu sobretudo. Antes que ele pudesse se levantar as garras do lobisomem estavam prestes a despedaçar sua cabeça, mas com um reflexo aguçado ele moveu sua espada para cima defendendo o ataque. Ele sabia que não podia deixar a fera com a vantagem, então ele impulsionou seu corpo para frente e rolou para longe fazendo com que sua espada cortasse a mão do lobisomem em duas.

Aquele movimento deu bastante tempo para que ele se recuperasse e então ficar de pé. Ele estava arfando e seu corpo estava quente como se estivesse pegando fogo apesar de estar frio. Lentamente sua visão ficou mais focada no lobisomem, que rugia sem parar. Então gradualmente o cansaço foi deixando seu corpo, Adrien sentia como se tivesse acabado de acordar de uma boa noite de sono, a íris de seus olhos ficaram em um tom vermelho reluzente. Ele separou suas pernas e curvou o punho com que segurava sua espada, seu outro braço estava um pouco levantado, sua posição se assemelhava à de um esgrimista profissional. Ele então avançou até o lobisomem, que novamente saltou sobre Adrien. Ele desviou dando um pequeno salto para o lado da criatura e o atacou cortando o seu pescoço. O lobisomem cambaleou e caiu perto de uma árvore, Adrien já estava reduzindo a distância entre os dois para impedir um outro salto. Ele saltou e deu uma joelhada no abdômen do lobisomem, fazendo-o se chocar contra a árvore, ele forçou sua perna contra o chão e girou se impulsionando para frente, conectando seus ataques e atravessando o ombro da criatura com sua espada. A força de seu ataque fez com que a espada ficasse presa na árvore em que o lobisomem tinha caído.

Adrien se sentia invencível, ele estava com uma sede pela violência, seus movimentos não o cansavam por mais complicados que fossem e ele voltou a sentir aquele sentimento de nostalgia com a batalha. A grama no chão estava pintada de vermelho, assim como o rosto e as roupas de Adrien, que começavam a ficar pesadas. Ele reparou que o corte no que ele havia feito no lobisomem estava se curando, então ele tinha que agir antes que se curasse por completo. Ele agarrou sua espada com uma mão e com a outra ele agarrou a que já estava encravada no pescoço do lobisomem, ele se preparou para arrastar as duas e decapita-lo, mas foi tarde demais. O lobisomem recuperou suas forças e cravou suas garras na barriga de Adrien. Ele então o levantou com suas mãos e apertou a ferida, fazendo Adrien cuspir sangue, contudo ele não largou as espadas. Era impressionante como o lobisomem conseguia se recuperar de tudo, ele um oponente quase que invencível. A criatura tirou sua mão esquerda, rasgando a lateral de Adrien e com a mesma mão começou a golpear seu corpo com extrema força. Adrien conseguia sentir a dor de seus ossos se quebrando, mas ele continuou tentando movimentar suas espadas até chegar no ponto que a ferida do lobisomem estava completamente curada e as lâminas não saiam do lugar.

O lobisomem então finalizou seu ataque dando um corte na região do pescoço de Adrien e o lançando para longe. Adrien ainda segurava as espadas então a força do soco fez com que elas fossem removidas do pescoço do lobisomem. Ele rolou no chão e permaneceu lá desnorteado. O efeito do frasco estava deixando seu corpo, e então ele se deparou com a verdadeira dor de seus ferimentos. Seu braço esquerdo estava quebrado e o ombro deslocado, suas costelas estavam em pedaços e havia um corte enorme em sua cintura. Por sorte o cachecol fez com que o lobisomem não cortasse seu pescoço e apenas rasgasse o tecido, isso deu a impressão de que Adrien estava morto.

O lobisomem então caminhava lentamente para onde Matthew estava, ignorando Adrien completamente. Não dava pra dizer se era por ódio ou por que ela achava que Matthew estava vivo, mas um coisa era certa, ele estaria com certeza morto se o lobo chegasse até ele.

Adrien não conseguia se levantar do chão, seja por dor ou medo. Ele estava com medo de procurar o frasco no seu bolso, ele estava com medo de lutar, com medo de se ferir novamente. O medo mais primitivo, o medo da morte, Adrien o sentia naquele momento. Seria muito fácil fugir, afinal, a fera o ignorava. Mas deixar Matthew não era uma opção, ele havia o acolhido quando o mesmo estava em perigo então por que abandonar ele? Essa era uma atitude covarde e Adrien não seria um covarde. Ele lentamente se recompôs, se arrastando de costas com cuidado, observando o lobisomem e apertando onde ele havia feito o corte. Ele não sabia se deveria tomar o frasco, por mais que bebê-lo o deixaria forte, ele só se machucaria mais ainda e poderia morrer por isso. Adrien decidiu guardar o frasco e continuou se arrastando para perto de uma cabana, ele deveria arranjar um jeito de distrair a criatura, mas também encontrar uma forma de sair daquele lugar.

O lobisomem estava muito próximo de Matthew, estranhamente, ele não o atacava e apenas o observava de cima. Adrien estava apenas esperando uma movimentação agressiva do lobisomem pois ele já tinha um plano. Adrien reparou que o brilho roxo nos olhos do lobisomem sumiram e sua respiração ficou mais energética ele com certeza atacaria Matthew. Adrien puxou uma lâmpada de óleo que estava encostada ao lado da barraca e jogou na criatura, deixando-a ensopada de óleo. Ele se arrastou rapidamente para o lado da cabana e seguiu pelo caminho enquanto a fera virava furiosa em sua direção. O lugar parecia um labirinto de cabanas, isso era perfeito para que Adrien armasse uma emboscada, ele bebeu o último frasco de sangue fazendo com que suas feridas se curassem lentamente. Ele começou a andar mais rápido até que parou perto de uma cabana com uma fogueira, ele notou que havia um cadáver de um pesadelo dentro e bolou um plano para enganar o lobisomem.

A criatura seguiu o rastro de sangue e farejou o ar à procura de Adrien. Os rosnados do lobisomem só aumentavam a tensão do momento daquela disputa mortal. A fera continuou no caminho dos rastros com passos rápidos e pesados, o sangue indicava o caminho a cada encruzilhada de cabanas até que terminou em uma que estava próxima à uma fogueira. A fogueira denunciava a sombra de uma figura humanoide que estava dentro de lá. A fera saltou ferozmente, pressionando suas garras contra sua presa e a jogando no chão para fora da cabana. O impacto foi tão forte que derrubou a estrutura. Mas foi quando o lobisomem observou sua presa com cuidado que percebeu que aquele não se tratava de Adrien, mas sim um outro ser com aparência putrefata, um cadáver de pesadelo.

Adrien havia montado uma armadilha para o lobisomem e ele havia acabado de cair nela. Saindo de trás de uma cabana na distância, ele correu e empurrou a criatura com o seu corpo, fazendo com que ela caísse na enorme fogueira. O óleo que encharcava os pelos da fera fez com que o fogo se espalhasse rapidamente, tornado seu corpo em uma bola de fogo ambulante. Adrien só tinha um pensamento nesse momento: "É hora de acabar com isso!". Ele saltou sobre a criatura em chamas e cravou violentamente a espada em sua boca, abrindo espaço pelos dentes até fincar no chão. A espada fazia com que os gritos do lobisomem de assemelhassem à sons de afogamentos, e Adrien observava, os pelos e pele da fera queimando como papel e deixando sua pele escura, enquanto ela afogava nas chamas da morte. Aquela visão, aquele momento, dava um sentimento de alívio, um sentimento sombrio que subia das costas até a parte de trás da cabeça. Adrien não conseguia controlar um espontâneo porém discreto sorriso.

Assim que o efeito do frasco passou e a cor de seus olhos voltaram ao normal, Adrien voltou à realidade, a criatura já não se debatia mais. Ele olhou ao redor e correu para onde Matthew estava, atravessando as inúmeras cabanas. Ele se apoiou na árvore e se ajoelhou.

- Matthew! Acorde! - Disse Adrien preocupado.

Após alguns leves movimentos, Matthew finalmente abriu seus olhos.

- A… Adrien… Droga… - Matthew disse enquanto tentava mover sua cabeça. - Onde está o lobisomem?!.

- Eu acho que matei ele… Eu atirei fogo nele e então prendi ele no chão com a minha espada. - Disse Adrien.

- Adrien… Você decepou a cabeça dele?

- Eu prendi ele no ch…

Matthew demonstrou uma expressão de horror no rosto e gritou:

- Ele ainda não está morto Adrien desvie!

Antes que Adrien pudesse reagir algo o atingiu por trás e o jogou colina abaixo. Matthew estava tentando se mover, mas mesmo com sua ferida curada ele ainda no conseguia se levantar do chão.

- Adrien!!! - Ele gritava preocupado.

Adrien estava caído de bruços no chão, ao se recuperar e levantar o rosto da grama ele viu que o lobisomem ainda estava vivo, algumas partes de seu corpo estavam carbonizadas e outras ainda tentavam se regenerar, mas o mais horrendo era seu rosto. Sua mandíbula estava pendurada por apenas um lado de seu rosto e metade do mesmo estava em carne viva, expondo seu globo ocular. Sangue jorrava da ferida da boca do lobisomem, mas Adrien não tinha tempo para sentir medo, a sua maior preocupação era com o fato de estar totalmente desarmado. Ele não conseguia imaginar como alguém escaparia daquela situação e o que mais o surpreendia era a vontade de viver que o lobisomem possuía. Ele tentou se levantar do chão, mas caiu para trás, o lobisomem já corria em sua direção. Adrien com muito esforço se levantou e correu sem rumo para fugir da criatura. O lobisomem era rápido como o vento, Adrien já estava empurrando todo o seu limite, seus pulmões estavam estourando. Ele decidiu correr para a direita onde ele via árvores, pensando que poderia despistar o lobisomem, mas justamente quando ele pensava que ia as alcançar, a fera o atingiu em suas costas com suas garras. A força do impacto o jogou para frente revelando o caminho entre as árvores, que era um enorme barranco. Adrien rolou pelo barranco até aterrissar numa área florestal, na queda seu ombro esquerdo se deslocou e sua mão se chocou violentamente com uma pedra, quebrando seu dedos.

Adrien olhou para os lados desesperadamente ao tentar se apoiar com seu braço ele sentiu a enorme dor em seu ombro, as longas árvores davam um sentimento de imensidão ao local e a visibilidade de Adrien estava prejudicada pela névoa. Ele se levantou e caminhou para frente, sua visão parecia pulsar junto com as batidas intensas do seu coração. Tudo que ele ouvia eram os gritos abafados do lobisomem enfurecido, isso o trouxe lembranças, imagens em sua cabeça de quando ele estava nessa mesma situação antes de chegar na vila. "Merda" ele pensou, nada iria o salvar agora, ele tinha que confiar em seus próprios instintos. Ele buscou algo em seus bolsos com a mão direita e achou a adaga que ele havia trazido. Seria uma arma ineficiente, mas era a única que o defenderia. De repente ele se assustou com um som que veio de trás, era o som das folhas caídas sendo levadas por passos rápidos. Não demorou muito até que o lobisomem apareceu, as feridas no seu rosto tinham regenerado exceto a mandíbula que ainda estava pendurada. Adrien sacou sua adaga e assumiu uma posição de defesa enquanto andava para trás. O lobisomem não avançou para o atacar, ele preferiu andar lentamente na direção de Adrien. Enquanto ele andava para trás seus olhos não saíam do lobisomem, aquilo era provavelmente a pior sensação de medo que ele teve. Ele enxergava nos olhos da fera que sua morte não seria rápida, é muito menos indolor. A morte estava em sua frente, caminhando pela estrada que Adrien sabia que tinha um fim, era só questão de tempo até ele se chocar com uma árvore ou rocha e ser morto. Mesmo com esses pensamentos Adrien continuava recuando. Ele já estava pensando em desistir de fugir e então pousou seu último passo sobre o chão firme. Mas ele sentiu algo estranho, a sensação que tinha em seu pé, era a de como se não tivesse mais chão atrás dele. Com uma rápida olhada para trás Adrien conseguiu perceber onde estava, era um precipício, que dava para um lago que saia de uma cachoeira e em uma distância muito grande uma outra parte de terra que conectava a floresta. Não havia qualquer ponte para o outro lado, apenas a queda para o lago. Seria aquilo sorte ou azar? Pular para o lago era a única opção de Adrien, mas ele não possuía nenhum frasco de sangue e não tinha certeza se sobreviveria a queda. "Eu não tenho tempo pra isso!" ele pensou, então bravamente ele jogou sua adaga contra a criatura e saltou para trás. Os pensamentos secundários sumiram de sua cabeça, ele tinha que sobreviver essa queda. A criatura o seguiu sem pensar e pulou junto de Adrien.

A visão da criatura enquanto ele caía o deixou desesperado, ele começou a se arrepender de suas decisões, o lobisomem com certeza ia sobreviver e o mataria lá embaixo. Mesmo se Adrien sobreviver a queda ele será morto nas mãos do lobisomem. Era irônico, sua tentativa suicida de escapar só tinha um resultado: a morte. Ele fechou seus olhos e caiu, a sensação de tocar a água era a mesma de cair sobre tijolos por causa da velocidade. Tudo se escureceu, Adrien estava desacordado por causa das queda.

O lobisomem emergiu da água e nadou até a terra firme cheia de pedras, ele olhou ao redor e encontrou o corpo de Adrien, ele estava com a parte superior em solo e o resto estava submerso na água, uma tora de madeira havia ficado presa em seu sobretudo, impedindo que a correnteza o levasse. O lobisomem andou até Adrien, preparando suas garras para o atacar, ele correu e saltou preparando para ceifar a vida de Adrien quando algo atingiu sua mão em alta velocidade, o arremessando para longe de Adrien, a fera rugiu e olhou para o alto furioso. No topo do precipício estava uma figura, usando roupas pretas e junto à ela várias lâminas flutuavam no ar. Era Matthew, ele estava usando sua habilidade para controlar os metais, fazendo as espadas do acampamento dos pesadelos flutuarem ao seu redor.

- MORRA DE UMA VEZ! - Matthew gritou.

Ele avançou, ele conseguia controlar o metal em suas roupas para desacelerar sua queda. Enquanto ele caía, as lâminas eram atiradas contra o lobisomem em uma velocidade incrível. A fera tentou desviar, mas uma das lâminas atingiu sua perna fazendo-a cair no chão. Em seguida todas as outras perfuraram seu corpo e o prenderam no chão, Matthew caiu no chão e correu rapidamente até o lobisomem, ele pisou em seu rosto e o atingiu no pescoço com um corte tão poderoso que o decepou. Sem o cérebro para comandar as funções, o corpo da fera não se regeneraria mais, e aquele era o fim do lobisomem. Matthew largou a espada no chão e se apressou para chegar até Adrien.

- Adrien!! - Matthew gritou.

Ele chegou perto de Adrien e pôs seu ouvido em seu peito para ouvir seus batimentos. Eram fracos, mas estavam lá, Matthew certificou de que Adrien estava vivo.

- Adrien! Vamos! Fala comigo! - Matthew tentou acordar Adrien. - Me desculpe por isso… Me desculpe por te arrastar até tudo isso…

Matthew se sentia arrependido, ele achou que seria capaz de protegê-lo, mesmo sabendo que ele assumiu os riscos. Um barulho chamou a atenção de Matthew, ele vinha do corpo do lobisomem. Ele se levantou e foi cuidadosamente checar. O cadáver da fera estava coberto por uma fumaça roxa que o ocultava, a fumaça desapareceu e o corpo do lobisomem não tinha mais aquela aparência, era a aparência de um homem normal. É comum dos lobisomens voltarem à sua forma original quando mortos, mas Matthew foi checar seu rosto, e de repente… sua expressão mudou. Ele estava surpreso e horrorizado… Sua voz estava falhando:

- Então... Era você…

Capítulo 4 -> Fim.

Continua….


Notas Finais


Obrigado se você leu até o final, se quiser, deixe um comentário me dizendo o que achou do capitulo, até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...