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História Hurricane - The marriage is not going to happen


Escrita por: plstommy

Notas do Autor


FINALMENTE ESTOU SENDO CAPAZ DE POSTAAAAAR AHHHH
Gente, esses dois últimos capítulos ficaram presos no meu notebook por meses, e (até mereço um pouco de crédito agora) tive que reescrever o final TODO DE NOVO no celular pra conseguir atualizar aqui. Acontece que, depois de postar aquela one do michael, eu viajei nas férias, e quanto voltei o bonito do meu notebook simplesmente tinha decidido parar de funcionar. O pior é que depois disso foi acontecendo tudo de uma vez: meu carregador do celular não resistiu a idade e estragou tb, e uma dor antiga que eu sentia na mão por digitar demais voltou pra me atormentar (além, é claro, do famigerado ~terceiro ano do ensino medio~, aquela gripe semanal obrigatória e outros problemas adolescentes que se não existirem a gente inventa!). Ou seja: tá aí a causa da demora. Realmente isso é uma puta ironia do destino considerando que os dois últimos capítulos já estavam fucking prontos, mas tudo bem, não deixei isso me derrubar, sou brasileira e ungida na força de São Ashton Irwin. Esperei pra ver se ganhava outro computador até antes do dia 11, pra não precisar forçar a mão escrevendo pelo celular e tal, mas como tentei de tudo e não rolou (o bendito só chega no fim do mês T.T) acabei dando um foda-se pra minha possivel lesão por esforço repetitivo e aqui estoy
Ah, e eu pretendia já postar esse cap com o link do tumblr todo arrumadinho, mas como pelos motivos já ditos não vai rolar, depois eu me viro e dou um jeito de avisar vcs que tá tudo prontinho e gostosinho por lá
Eu não tenho muito mais a dizer sobre esse capítulo, só que ele deve ter ficado tão gigante quanto essa nota e que tinha um spoiler dele lá no capítulo 43 KEHEJWJSKWJJE não sei se posso realmente chamar aquilo de spoiler, mas esse capítulo me lembra muito if you dont know sabe, além de say yes do seventeen.....
ENFIM, alguém se habilita a tentar adivinhar o que vai acontecer pelo nome do capítulo?
BOA SORTE E BOA LEITURA amo vcs perdoa meus vacilos

Capítulo 49 - The marriage is not going to happen


Fanfic / Fanfiction Hurricane - The marriage is not going to happen

Mia

Mesmo cansada da noite anterior, acordei um bom tempo antes do necessário. Era o 'grande dia' de Charli, finalmente, e eu estava demasiadamente ansiosa. Pelo barulho dos carros transitando pra lá e pra cá lá no asfalto e pela zoeira nos apartamentos vizinhos, senti que aquela estava pra se tornar uma data memorável. Com apenas uma frestinha dos olhos aberta, chequei se Luke ainda dormia ao meu lado; eu estava numa posição perigosa — já que ele me apertava contra seu corpo quente, impossibilitando minha saída — e por isso se quisesse me levantar, teria que ser de fininho.

Depois de usar minhas pouco conhecidas habilidades em ginástica, consegui sair sem que ele sequer se mexesse. O encarei por um breve instante — deitado serenamente, o narizinho empinado apontando para um ângulo estranho entre o travesseiro o lençol. Luke estava tão lindo, tão Luke, que foi impossível não sorrir. Procurei meu celular em meio à bagunça do quarto e assim que o encontrei abri a câmera, aproveitando para registrar aquele momento. Todavia, achei melhor não dar atenção praquilo e afastei o sentimento estranho que se formava em mim. Pretendia usar as horas extras que ganhei ao acordar mais cedo para outra coisa.

Caminhei silenciosamente até minha bolsa, que estava pendurada atrás da porta, e de lá tirei um envelope que já havia esperado tempo demais para ser aberto. A minha teoria era de que Luke estava tão envergonhado por ter de fato começado essa coisa toda das cartas, que se arrependeu e não desgrudou de mim por um instante desde que chegou para evitar que eu a lesse. Aquela proximidade excessiva definitivamente não era só saudade, uma vez que sempre que eu pensava na bendita, ele brotava ao meu lado e tentava me distrair.

Olhei mais uma vez para a cama onde ele dormia, só pra ter certeza de que não seria interrompida mais uma vez, e o ronco que saiu alto e claro da sua boca entreaberta serviu de sinal verde pra mim. 

Sentei-me ao chão e abri o envelope, agora amassado, encontrando para minha surpresa três pedaços de papel. Dois deles estavam dobrados ao meio, e o outro não passava de um bilhete.

“Minha intenção não era te entregar tudo de uma vez, por isso estão em folhas separadas. De qualquer forma, você vai saber qual é o começo.”

Apenas aquelas palavras idiotas me fizeram sentir borboletas no estômago, além de me perguntar o porquê de ele ter mudado de ideia. Em todo caso, guardei novamente o bilhete e me direcionei a próxima folha. Não havia muita coisa escrita, mas ver meu nome no topo do papel fez algo se agitar dentro de mim.

“Mia, 

Como você já sabe, eu realmente não sou muito bom nisso. Mas, depois de passar um tempo procurando as palavras certas, decidi que era hora de colocar em prática o que te prometi. Pode ser que o que eu escreva aqui não seja a carta de amor que você espera, então peço desculpas antecipadamente – continuo tentando lutar contra o sentimento de que pareço um idiota apaixonado fazendo isso. 

Sei que não preciso listar tudo que fez com que eu me apaixonasse por você, o que sinto não precisa de justificativa alguma. Eu te amo porque te amo, e isso é suficiente. Suas qualidades ajudaram no processo de me deixar completamente encantado, é claro, mas eu acabaria nessa de qualquer jeito. E, por isso mesmo, acho que o melhor a fazer nessas primeiras cartas é te agradecer. 

PS: Talvez eu use muitas metáforas." 

Sorri, tentando acalmar meu coração que já havia desistido de bater em um ritmo natural e agora mais parecia um liquidificador. Não consegui encontrar palavras para descrever o quanto me senti sortuda — só avancei como um filhotinho feliz sobre a próxima carta, desdobrando o terceiro papel com um pouco menos de delicadeza do que o anterior.

"Querida Mia, 

Não sei se existe um jeito mais delicado de dizer isso, mas você me estraçalhou todo, feito um verdadeiro furacão. Eu sei que você não tem intenção de ser isso tudo, e que também não tem explicação: apenas é porque é. Mas, mesmo devastadora assim, você me fez muito bem. 

Honestamente, nunca pensei que fosse sentir algo tão forte por alguém. Eu achava que sabia o que era o amor, mas você mudou toda minha perspectiva. De uma hora pra outra, todas as tempestades que eu já havia sentido dentro do meu peito se transformaram numa leve garoa.” 

Meus sentimentos pareciam mais e mais desesperados a cada palavra que eu lia, me deixando sem reação. Sorria tanto que as bochechas começavam a doer, assim como alguma coisinha no âmago do meu peito. Eu nunca imaginei que Luke um dia se referiria a mim daquele jeito, e essa estava sendo uma surpresa maravilhosa. 

“Mesmo que seu espírito seja o de um dia ensolarado, no começo você foi como um mau tempo repentino: hipnotizante, me deixando curioso pra saber mais daquela garota que sorria com os olhos. Acho que você nem prestou atenção em mim naquele dia, mas nunca vou me esquecer de quão radiante você estava no festival em que nos conhecemos. Sério, Camomila, era quase impossível desviar os olhos de você por um segundo sequer. Me senti no paraíso quando, mais tarde, você conversou comigo. Como o trouxa de sempre, não percebi no que estava me metendo. 

A ventania começou após algumas mensagens trocadas, e foi aí que você bagunçou tudo dentro de mim. Me derreto muito mais fácil do que você, não é segredo. Me beijar apenas por diversão foi como prender meus sentimentos numa roleta circense e começar a gira-la, até que uma faca que você jogou sem se dar conta atravessou meu peito. Só então me dei conta do que estava acontecendo e tentei fugir. Até consegui me manter a salvo durante toda a turnê que fizemos juntos, mas no fundo sabia da verdade: nenhum abrigo seria capaz de impedir que eu fosse levado pelo furacão Mia Ferreira. 

E como dizem por aí, “quem está na chuva é pra se molhar”. Parei de resistir a minha própria vontade e meu coração foi tomando outro rumo, até que decidi lutar por você. Cada risada, cada toque, cada olhar se tornou precioso. Mesmo as coisas mais banais do mundo, como, sei lá, comer um pão com ovo, passaram a ser especiais ao seu lado. Cada segundo passou a valer a pena. Até achei que estivesse ficando louco uma vez mas, felizmente, percebi que a loucura maior seria não ter me apaixonado por cada pedacinho seu. Piegas, eu sei. Isso é uma droga. Mas não podia ser mais verdade. 

E, bem, depois de tudo, aqui estou. No olho do furacão. Não sei se é possível te admirar mais do que eu admiro, se é possível amar tanto os defeitos e as qualidades de alguém como eu amo os seus. Inclusive, ainda não entendi o que uma garota tão incrível como você faz com esse mané. Não queria dizer que você é areia demais pro meu caminhãozinho, mas foi impossível me controlar já que pra escrever isso aqui comecei a pensar mais uma vez em quão boa você é e... 

Ah, Mia. 

Que Droga. 

Eu realmente sou um idiota apaixonado.” 

Não sei ao certo quanto tempo demorei até processar tudo e voltar ao normal, mas quando o fiz só conseguia olhar do papel em minhas mãos para Luke. Ele havia descrito praticamente toda a nossa história, mas de um ponto vista que eu nunca imaginei existir — o de um Hemmings excepcionalmente poético. Sabia que ele me amava, afinal era possível ver em cada pequeno gesto, mas só através daquela carta tive noção da profundidade dos seus sentimentos. Fiquei assustada por saber que, na realidade, o que ele sentia era um mar imenso e eu só conhecia uma mísera gotinha. 

Luke Hemmings é, definitivamente, demais pra mim. 

Aproveitei o turbilhão de pensamentos que ziguezagueavam entre meu coração e cérebro naquele instante e me levantei, procurando na escrivaninha do meu quarto um certo papel de rascunho. Quando achei a carta que já havia começado para Luke alguns dias atrás, simplesmente rabisquei as palavras já escritas reiniciei, porque agora tudo parecia muito vago. Depois de longos minutos tentando colocar pra fora o que estava sentindo, finalmente acabei minha primeira carta de amor à Luke. Mesmo pequena, era a coisa mais verdadeira que já havia saído da ponta daquela caneta. 

 

 

 

 

— Santo Deus, vocês dois não cansam? — Michael perguntou indignado enquanto se enfiava entre mim e Luke, acabando com quaisquer chances que nosso, até então contato visual, tivesse de se tornar um beijo — Já não basta todos aqueles ruídos durante a noite, vocês têm mesmo que se pegar comigo aqui?

Luke rolou os olhos, e eu não pude conter uma risada. Desde que tinha terminado com Hanna, Mike estava um tanto quanto mais carente em relação a amizades. Eu pensei que chama-lo pra ficar lá em casa ao invés de um hotel alegraria um pouco seus ânimos, mas pelo visto estava errada. 

— Eu vou fingir que não estou te escutando — Luke me roubou um selinho rápido, logo tirando as mãos da minha cintura e se afastando — mais uma vez. 

Michael agradeceu e começou a irritar Luke, que caiu na provocação do amigo sem demora. Antes que pudesse perceber, os dois passaram de homens descentes de terno para um bando de crianças de sete anos de terno.

Pouco depois, vi Lily atravessar o arco florido que circundava a entrada do enorme salão de festas, com Emily e Hanna em seu encalço. As três sorriram quando me viram, andando em passos rápidos até mim e os meninos.

— Onde está Charli? — foi à primeira coisa que Hanna indagou, olhando ao redor e não encontrando a melhor amiga — Ela já está se arrumando?

— Sim, como a noiva leva mais tempo, Sra. Foltz a mandou na frente. — expliquei, apontando para uma das salas no fundo do local, onde Charli estava.

Como se fosse o próprio Voldemort, Sra. Foltz apareceu ao nosso lado assim que mencionei seu nome. Seus cabelos, loiros iguais os da filha, estavam impecáveis como sempre — e devo admitir que ela estava deslumbrante naquele vestido de cetim verde-esmeralda feito especialmente para o casamento. 

Ela sorriu brevemente orgulhosa e depois encarou cada uma de nós. 

— Oh, ainda bem que vocês chegaram! Charlotte está ansiosa para ver vocês! — disse com sotaque forte, excepcionalmente simpática; Emily, assim como eu, percebeu o quanto a mulher parecia alegre, e trocamos olhares desconfiados. Esperava que ela estivesse mais brava do que nunca por conta da despedida de solteiro em Vegas, e não o contrário — Venham por aqui, não falta muito pros convidados começarem a chegar e vocês ainda tem que fazer a sessão de fotos com o salão vazio. Rápido, rápido! 

Dei tchau para os meninos por cima do ombro enquanto era empurrada na direção de uma das tais salas de preparação, e eles mandaram um ‘joinha’ em resposta antes de voltarem a discutir sobre alguma. Vi que Luke parecia argumentar algo e apontar pra mim, que logo levei uma encarada suprema de Michael. Estranhei aquele comportamento dos dois, mas não tinha tempo a perder; com sorte, seria apenas alguma coisa boba. 

As cerimônias religiosa e civil seriam no salão onde nos encontrávamos, assim como a festa — o que me pareceu um bom uso do quase palácio que a Sra. Foltz fez questão de ornamentar em tons de branco e dourado para a ocasião —, e eu e as meninas tivemos que vir mais cedo para tirarmos algumas fotos com a noiva. Calum, Ashton, Izzie e os outros só chegariam mais tarde, até porque ter Luke e Michael plantados aqui nos esperando já estava de bom tamanho.

Nós entramos na pequena sala, guardamos nossas bolsas em alguns armários que haviam por lá, e então nos sentamos para começarmos a transformação. Sra. Foltz nos deixou na mão de alguns maquiadores e outros profissionais, que em menos de uma hora nos deixaram feito quatro princesas. Já sem nossas roupas simples e habituais caras lavadas, estávamos iguais: o vestido cinza caindo feito uma luva em todas nós, sandálias prateadas nós pés, maquiagem natural e os cabelos soltos enfeitados por singelas tiaras também cor de prata. Ajeitei a carta que pretendia dar a Luke mais tarde dentro do bojo do vestido, e finalmente me senti pronta. 

Emily se olhou no espelho que tinha ali e franziu a testa.

— Se nós estamos assim... Mal posso esperar pra ver a Charli.

Lily e eu sorrimos juntas.

— Ela deve estar tão feliz. — a morena comentou entre suspiros, nos fazendo concordar.

— E eu estou — ouvimos a voz da baixinha, nos virando na mesma hora e ficando boquiabertas ao encara-la — Feliz e uma gata!

Charli usava o vestido mais branco que eu já havia visto em toda minha vida, contrastando perfeitamente com sua personalidade nada pura. A peça cobria toda extensão de seus braços e colo com uma renda fina, sendo justo na parte de cima e depois caindo levemente até a altura dos tornozelos. A sandália preta que ela usava era visível e combinava com a gargantilha despretensiosa da mesma cor em seu pescoço, assim como com algumas pedras minúsculas da sua tiara. Seus cabelos estavam ondulados e espalhados pelas suas costas e o os olhos escurecidos, destacando ainda mais as orbes azuis. Entretanto, mesmo magnífica em todos os outros aspectos, nada era mais belo naquele momento que o sorriso que ela tinha no rosto.

— E aí, que tal? — perguntou, fazendo uma pose engraçada, ainda esperando alguma reação de nós. Soltei um ‘uau’ involuntário e ela riu, esticando o braço tentando alcançar alguma parte de suas costas — Vocês não sabem como isso pinica. 

Emily e Lily riram, enquanto Hanna ainda estava em choque. Se aproximou lentamente da amiga, como se ela fosse de vidro, e abriu a boca vagarosamente: — Posso te tocar? 

Charli riu pelo nariz, achando verdadeira graça naquilo, e puxou a mais alta para um abraço. Senti lágrimas nos olhos só de ver a felicidade das duas, estranhando minha própria emotividade. Desde quando meu canal lacrimal produzia tanto líquido?

— Ah, olha só pra vocês cinco! Tão lindas! — Sra. Foltz apareceu no recinto novamente, agora com uma das mãos apoiada no peito e outra na cintura, parecendo genuinamente admirada — Olhando assim nem parecem aquelas roqueiras delinquentes que são no palco... 

— Mãe — Charli repreendeu, olhando-a seriamente — Não. 

Sra. Foltz abanou as mãos no ar.

— O que eu quero dizer, Lottie, é que vocês estão do jeito que eu sempre sonhei. Eu sei que meu gosto é diferente — se apressou em afirmar ao ver a expressão da filha —, mas é como a realização de um sonho pessoal. Você está casando com o homem que ama, parece uma princesa e...

— Já sei, já sei. Você não poderia estar mais orgulhosa. — Charli sorriu triste quando a mãe concordou, direcionando seu olhar para o chão.

Pela primeira vez desde que a conhecia, Sra. Foltz demonstrou prestar atenção em como Charli se sentia em relação às alfinetadas que levava por conta de seu estilo. Sorriu docemente e se aproximou da filha, que agora a olhou tediosa. Eu e Hanna nos encaramos ao mesmo tempo.

— Eu realmente não poderia estar mais orgulhosa de você, Charlotte, mas não é pelos motivos que você imagina. Tenho orgulho de todas as suas conquistas, e principalmente por não me deixar impor minhas ideias por cima das suas. — beijou o topo da cabeça da filha com rapidez, não querendo demonstrar muito afeto — É claro que eu ainda preferiria que você não tivesse esse estilo punk, mas ter você assim pra mim foi como casar com seu pai: ele não é o George Clooney que eu esperava, mas me faz feliz mesmo assim. — desdenhou revirando os olhos e nós fazendo rir, agora se afastando de vez de Charli. Olhou pra mim e para as meninas e puxou a barra do vestido uns dois dedos pra cima — De qualquer forma, vamos tirar logo essas fotos. Em poucas horas a amiga de vocês deixará de ser solteira! 

 

 

 

 

— Um! — Charli gritou enquanto se preparava para jogar o buquê, divertida com a situação toda. Luke havia me feito ficar bem perto da minha amiga, alegando que eu deveria lutar com unhas e dentes pelas rosas que ela segurava. Parecia realmente empenhado em ser o próximo a se casar. — Dois... Três! 

Os flashes em cima de Charli não paravam por um mísero segundo, e acabei sendo vítima de um bem quando ela jogou o buquê. Escutei a risada de Ashton de longe, não sei se achando graça no meu fracasso ou no desespero das outras garotas. Assim que minha visão fez o Jon Snow o resolveu voltar dos mortos, a primeira coisa que vi foi Emily com o buquê em mãos, rindo enquanto o levantava acima da cabeça pra mostrar a todas que tinha sido a felizarda. 

— Não acredito que você bugou exatamente na hora — Calum riu se aproximando de mim, dando um tapinha no meu braço tatuado (que ainda estava um pouco sensível) e quase me fazendo partir de vez para o além — Desculpe, ainda não me acostumei com esse arco-íris. 

— Tudo bem, você não tá pior do que eu. — dei de ombros, logo fazendo sua atenção se desviar de mim e ir parar nos garçons que começavam a servir canapés, algumas comidas típicas alemãs e champanhe para os convidados.

— Quer se sentar? — perguntou sem desviar o olhar de uma bandeja generosa, me fazendo rir.

— É uma ótima ideia.

Fomos até a mesa em que se encontravam todos os nossos amigos e mais alguns outros, encontrando a maioria já sentada. 

— Que decepção — Luke me encarou com falso desapontamento quando me sentei ao seu lado, e apenas gesticulei como quem diz “que pena” — Como pode deixar Emily roubar seu buquê? 

— Amor, ela e Izzie fazem um casal maravilhoso. Tinha como resistir? — brinquei, beijando sua bochecha, e ele riu depois de uma tentativa mal sucedida de ficar com raiva. 

Charli e Mason haviam acabado de começar a cumprimentar os convidados e por isso não se sentariam tão cedo, mas seus lugares estavam guardados ali. Perto de mim e Luke estavam Michael e Izzie, que conversavam animadamente algo sobre Pokémon, e a nossa frente Hanna e a mãe de Emily trocavam dicas de beleza. A Bayern mais nova, por sua vez, mostrava orgulhosa o buquê que tinha ganhado à Ashton, Lily e a mãe de Hanna, que ria toda vez que a ruiva se embolava pra falar. 

Depois de um tempo jogando conversa fora, os recém-casados finalmente se sentaram conosco, tendo que aguentar piadas sem graça de todos nós por longos minutos. Os amigos de Mason se enturmaram com nossa gangue com extrema facilidade, e quando a refeição foi de fato servida, nossa mesa já se destacava devido à altura das vozes e a quantidade de risadas.

O lugar, que já estava lindo devido a meticulosa decoração planejada, parecia ainda mais brilhante com a presença de todos os convidados. Fotógrafos rondavam o salão de um lado pro outro, afinal aquele era o casamento de uma das herdeiras Foltz, e cada momento estava sendo registrado. Através das enormes janelas e da área a céu aberto que o lugar oferecia, conseguia ver o sol da tarde querendo se por, e o tom alaranjado só engrandecia a beleza da celebração. 

Creio que nenhum de nós fazia mais ideia de quanto já havíamos bebido, mas em certa altura da festa alguém da família de Charli veio nos avisar que era hora dos discursos dos padrinhos e dos pais dos noivos. Assim como havíamos ensaiado anteriormente, os primeiros a se dirigirem até o pequeno palco, onde a banda contratada para animar a festa se apresentava, foram os padrinhos de Mason.  
Eles arrancaram risadas de todos no salão com piadas extremamente heterossexuais pra cima do loiro, que surpreendentemente acabou se emocionando no final do discurso. Depois disso os pais de ambos tomaram o microfone, fazendo com  que a atmosfera ficasse ainda mais frágil e comovente. Os Foltz foram um tanto quanto objetivos, como sempre, mas ainda assim demonstraram o quanto estavam felizes pelo momento; já os sogros da minha amiga eram extremamente amáveis, e a mãe de Mason não segurou as lágrimas de felicidade ao abraçar a nora após dizer o quanto se sentia sortuda.

Senti os polegares de Luke pressionando levemente as bolsas embaixo dos meus olhos, e depois de estranha-lo por um instante percebi que aquele gesto era por conta das lágrimas que também rolavam sem dó sobre a minha face. Quando me dei conta de que estava chorando, praguejei em português.

— Ah, que droga — funguei, procurando um guardanapo em cima da mesa para me auxiliar. Luke riu da minha situação e eu revirei os olhos. — Idiota.

— Calma, você não é a única — tentou me consolar — Olha lá pra Hanna, ela tá do mesmo jeito. E não podemos esquecer do Ashton, é claro, que nunca mais foi o mesmo desde que Charli disse ‘sim’.

Eu ri enquanto dava um jeito no meu rosto, tendo sorte em terminar no momento em que eu e as meninas éramos chamadas ao palco também. Nos levantamos rapidamente e fomos até o ponto marcado, deixando que Hanna tomasse posse do microfone. Ela tinha os olhos um tanto avermelhados e inchados, mas um sorriso imenso no rosto. Raspou a garganta, visivelmente emocionada, e olhou para Charli. 

— Nós havíamos preparado algo melhor pra vocês dois, mas depois dessas não sei se tenho condições de seguir o planejado. — os convidados riram da fala dela, assim como eu — De qualquer forma, acho que vocês já sabem o quanto estamos felizes pela união de Charson. Vocês merecem toda felicidade do mundo.

— Toda felicidade e também toda sorte. — acrescentei e as meninas concordaram. Lily pegou o microfone da minha mão esquerda e riu: — Afinal, todos nós sabemos que Charlotte não é nada fácil. 

Charli nos xingou com uma expressão engraçada, e Mason levou um peteleco da mesma por ter concordado conosco. 

Desejar sorte foi realmente uma escolha sábia. 

 — Agora, nós temos uma pequena surpresa para o casal. — Emily anunciou no momento em que alguns rostos desconhecidos nos entregavam nossos instrumentos. Peguei minha guitarra e a paleta que havia ganhado de Luke, dando uma piscadinha pra Charli quando ela começou a entender o que estava acontecendo. — Os noivos, por favor! Dirijam-se até a pista de dança!

Charli deixou seu lugar envergonhada, em meio aos sorrisos, deixando que Mason a guiasse, e então começamos a tocar uma versão 99 Reckless de Endless Love, do Lionel Richie. Mason começou a rir do grito de espanto que Charli soltou quando reconheceu a música, e por isso os primeiros versos saíram risonhos. Nós sabíamos que Endless Love era uma das músicas preferidas dela, mas para o resto do mundo Charli preferia que isso fosse um segredo. Agora ela estava ali, sendo obrigada a dançar Lionel Richie em seu próprio casamento, num momento que todos faziam questão de registrar. Com certeza sua mente perversa já pensava numa maneira de desovar quatro cadáveres mais tarde. 

Era muito engraçado observar as pessoas enquanto eu tocava, sempre gostei de fazer isso, até mesmo nos shows. Num canto, agarrado a uma das pilastras de apoio, Ashton e a mãe de Emily observavam a cena com biquinhos nos lábios e os olhos chorosos. 

Mais para direita, perto da nossa mesa, Calum estava de costas roubando comida enquanto balançava seu traseiro no ritmo da música. Michael e Izzie, assim como a maioria, cantava junto e observava o casal no centro do salão rodopiando de um lado para o outro. 

Eu ri da idiotice dos meus amigos, satisfeita por não ter sido surpreendida com ações mais austeras. Procurei Luke com olhar e sufoquei um sustinho ao ver que ele já me encarava, sorrindo quando ele também sorriu.

Acabamos a performance com palmas e assobios por parte dos convidados, Mason rodando a esposa no ar por alguns segundos antes de beija-lá e colocá-la no chão novamente. Charli veio até nós agradecida, e acabamos num desengonçado abraço coletivo cheio risadas e gritos. 

— Vocês quatro são tão ridículas! — ela empurrou Hanna pra longe, fazendo com que a morena quase caísse, nos fazendo rir ainda mais — Obrigada, de verdade. 

— "Eu amo vocês!" — acrescentei afinando a voz e ela abanou a mão no ar, como se isso não fosse um detalhe importante. Realmente, pra nós não tinha tanta importância. Já sabíamos daquilo e não seria algo fácil de mudar.

Logo um fotógrafo nos chamou para mais algumas fotos, incluindo algumas com todos nossos amigos e outras perto do enorme bolo. Charli deixou com que Mason o partisse, alegando não ter a coordenação motora necessária, e só depois disso a festa realmente começou. A noite começava a cair do lado de fora do salão, deixando que os lustres que enfeitavam o ambiente chamassem atenção dos convidados. A banda que tocava ao vivo foi substituída por um DJ, e algumas mesas deram lugar a pista de dança. A baixinha foi até a sala em que tinha se arrumado antes da cerimônia e voltou com outro vestido branco, bem mais confortável que o anterior, e então puxou o marido pra dançar. 

Lily foi a próxima a ir para a pista, já bastante íntima de Fred, um dos padrinhos de Mason. O irmão de Charli, que geralmente era uma samambaia entre nós, surpreendeu a todos indo dançar também. Emily também puxou Izzie, com muito custo, e depois delas o local lotou de vez. Senti dois braços envolvendo minha cintura, mas mesmo sabendo que era Luke dei um pulinho. 

— Quer dançar? — perguntou baixinho, me puxando de jeito desengonçado pra mais perto. 

— Certamente. — levantei as pontas do vestido com as mãos e dobrei levemente as pernas, de maneira jocosa. Ele estava tão lindo de terno que seria um pecado dizer não. Segurei uma de suas mãos e o puxei até a pequena multidão de pessoas, que pulava no ritmo da música agitada com elã. 

Enquanto dançava, o mundo pareceu parar por um momento. Eu não sabia bem como estava me sentindo; estava triste e feliz ao mesmo tempo, se é que isso existia. Algo me deixava desinquieta, ao passo que esses sentimentos eram constantemente repudiados pela alegria de ter meus amigos reunidos e de ver Charli feliz. Me sentia nas nuvens, mas ao mesmo tempo algo me prendia ao chão. Alguma coisa estava errada, apesar de tudo. 

— No que tanto você pensa? — Luke quis saber, me girando por um braço e arrancando uma risada de mim.

— Não é nada demais — dei de ombros, deixando-o me guiar mesmo correndo o risco de atingirmos outras pessoas — Me sinto estranha, mas não sei como nem porque. Faz sentido? 

Ele não respondeu por um segundo, pensando enquanto tentava dançar, e depois balançou a cabeça. 

— Faz, até que faz sim. Mas sei lá, Mia, tenta não pensar em nada, tudo bem? Quero te ver feliz. 

Eu sorri e concordei, puxando seu rosto pra perto e lhe dando um beijo. Não havia nada que chegasse perto do jeito que Luke me tratava, em todos os aspectos. Era engraçado saber que ele me achava 'areia demais', quando momentos assim me faziam pensar que a nossa relação era justamente o contrário. 

— Eu te amo — ele disse após nos afastarmos, olhando fundo nos meus olhos; aquilo me lembrou a carta que eu tinha que lhe entregar e que mais cedo eu havia escondido no sutiã. 

Não o respondi, mas enfiei a mão no vestido e tirei de lá o pequeno envelope. Luke arregalou os olhos — talvez por ter achado que eu faria um striptease ali mesmo ou simplesmente por ter caído a ficha de que eu havia lido sua carta — e eu apenas o enfiei no bolso do seu terno sem falar nada. Ele ficou vermelho e eu sorri, e nos entendemos por ali mesmo.

O beijei novamente, com mais calma dessa vez, e depois sorri. 

— Obrigada. Eu também te amo. 

Luke e eu dançamos até meus pés gritarem por ajuda, parando fortuitamente apenas para nos beijarmos ou implicarmos com Michael e Ash. Fiquei surpreendida por ter sido a primeira de nós dois a desistir da pista, mas ele parecia incansável naquela noite. O salão já estava um pouco mais vazio do que no princípio da festa, e os convidados mais chatos já haviam ido embora. Nos sentamos então numa mesa mais escondida das outras, onde o som era mais abafado e podíamos conversar melhor, além de estarmos longe do alcance das brincadeiras dos meninos.

Foi um alívio inenarrável poder tirar aquela sandália e liberar meus pezinhos, e não pude segurar um gemido de felicidade. 

— Meu Deus, você já foi mais resistente em festas. — Luke observou risonho, abrindo uma cerveja que havia conseguido misteriosamente no meio do caminho, e me ofereceu — Espero que no dia do nosso casamento você esteja preparada pra aguentar bem mais que isso. 

— É o que? — quase cuspi o líquido, soltando uma gargalhada em seguida — É óbvio que nesse dia eu vou virar a noite dançando. 

— Bem — ele tomou a cerveja da minha mão e deu um gole — realmente espero que você cumpra o que está dizendo. Tem menos de um ano pra se preparar.

Eu o olhei com uma expressão engraçada, tentando não rir como queria. 

— De novo essa história de casamento? Quero ver quem você vai encontrar no altar se já até planejou a data sem nem me pedir em noivado. 

Ele riu e abanou a cabeça como se afastasse algum tipo de pensamento bobo, e depois olhou ao redor. Como não viu nada de interessante se voltou pra mim, que o olhava com curiosidade. Luke segurou meu rosto com sua mão direita e ficou a centímetros de mim. Por um instante achei que ele fosse me beijar, mas apenas respirou fundo e me encarou. 

— Mia. 

— O que? 

— Quer casar comigo? 

Eu sorri até meus olhos ficarem miudinhos e deixei escapar uma risada: — Quero. 

Luke sorriu simpático, mas achei ter percebido algo em seu olhar assumir um tom de seriedade. Continuei rindo, contudo. Devia ser apenas alguma impressão. 

— Não… eu to falando sério. Mia, você quer se casar comigo? 

Meu semblante brincalhão foi murchando pouco a pouco, a medida que Luke parecia estar mais certo do que falava. Esperei ele rir e dizer que era brincadeira, mas quando ele não o fez, gelei. Na minha cabeça, a probabilidade de Luke me pedir em casamento de verdade nesse momento das nossas vidas era menos que zero. Nós mal tínhamos acabado de completar dezenove anos, e namorávamos há menos de seis meses. Eu o amava, com absoluta certeza, mas nem sonhava em me casar.

Quando já não tinha mais nenhuma expressão no rosto, Luke me olhou como se tivesse acabado de descobrir o fora que havia levado. Soube que eu tinha estragado tudo ali, quando fiquei parada olhando pra ele por uma eternidade sem conseguir dizer nada. Em um segundo tudo havia desmoronado.

— Luke, isso... Você tá falando sério mesmo? — consegui soltar por fim, me sentindo horrível. 

Ele afundou a cabeça nas mãos, como se estivesse diante de um grande arrependimento. Depois me encarou, sorrindo com os olhos tristes.

— Se eu disser que 'não' agora, você ainda vai acreditar? — perguntou e não soube responder; tive que olhar pra baixo por não aguentar encara-lo, e minha garganta deu um nó — Droga. Eu sabia que não devia ter arriscado, mas fico impulsivo perto de você. Me desculpa, não sei onde eu tava com a cabeça... Droga, Mia.

Ouvir a voz de Luke embargada foi o fim pra mim. Quando voltei o olhar para o seu rosto de novo, meus olhos já estavam quase transbordando. 

— Não, Luke — toquei seu braço e ele não recuou — Você me pegou de surpresa, e por isso eu fiquei em choque. Eu... 

— Não precisa disso, Mia. Se você já tivesse esperando, aceitaria? — ele perguntou e, mais uma vez, não consegui responder — Tá vendo? Eu já sabia. Não sei porque fui idiota de tentar, mas eu já sabia. Por favor Mia, não se sinta mal. Você não tem culpa de nada. 

Meu coração foi se encolhendo com cada palavra, até que por fim não aguentou mais. Quebrei a promessa que havia feito a mim mesma de nunca chorar por outro garoto e desabei ali mesmo, me odiando de todas as formas por não ser capaz de dizer sim, de amar Luke como ele me amava. Os sinais estiveram presentes o tempo todo em nosso relacionamento, mas sempre fui cega demais pra perceber. Desde o começo Luke correu atrás de mim, se declarou, me deu muito mais valor do que o contrário. Afinal, eu sempre estive disposta a seguir em frente caso não desse certo, não é? Talvez ainda fosse tempo de fazer isso. 

— Não chora — Luke pediu, me puxando pro seu colo; estávamos claramente desequilibrados — Tá tudo bem. 

— Eu não te mereço, Luke. — solucei, agarrada ao seu peito — Não consigo te amar como você me ama.

 — Mia, não fala uma bobagem dessas! Você já ouviu que em toda relação um dos lados sempre ama mais? Isso é normal, não significa que você não me ame como eu mereço, não seja ridícula. — disse, talvez em forma de consolo, o que só me fez chorar mais — Eu entendo que você ainda não tá pronta pra isso, somos muito jovens e foi uma ideia estúpida. Nós deveríamos dar um tempo, só pensar nisso depois. 

Eu saí de seu abraço um tanto quanto estabanada, mas já não chorava como antes. Contudo, meu peito continuava reprimido, minúsculo, como se estivesse num rolo compressor.

— Você tá certo, deveríamos dar um tempo. —  falei, pensando mais nele do que em mim; Luke arregalou os olhos assustado, repensando o que tinha acabado de falar — Eu tenho que te deixar ir, não é justo. 

— O que? Você tá terminando comigo? — perguntou desacreditado — Não foi isso que eu quis dizer! — justificou, chegando perto e tentando me abraçar, mas eu o afastei — Mia, por favor, não faz isso... Eu te amo! 

— Eu também te amo, mas você não vê onde estamos nos enfiando? Você tem o direito de conhecer outras pessoas, Luke, não quero que fique preso a essa ideia de casamento pra sempre, nem que me idealize! Eu não sou perfeita, para com isso! 

— Mia, você é perfeita pra mim! É linda e... 

— Você também é lindo, então isso não é argumento! — contestei e ele aproximou seu rosto do meu, cheirando meu hálito — O que você tá fazendo? 

— Você tá bêbada? 

— O que?! Não, eu não to bêbada! — balancei a cabeça confusa, me afastando novamente dele depois. O encarei antes de continuar, tentando confirmar se o que estava fazendo era realmente certo; suspirei e segurei na mão dele, puxando-o para se sentar novamente sob a análise dos seus olhos azuis — Luke, eu não quero ficar longe de você, de jeito nenhum. Mas realmente acho que isso vai ser bom pra nós. Se eu não tenho certeza do que quero com você agora, melhor te deixar ir. 

Luke balançou a cabeça, soprou o ar e revirou os olhos, tudo em menos de dois segundos. Encarou os próprios pés, e depois me olhou relutante. 

— Se é isso que você quer, então... — concordou por fim — Só não espere que eu vá te esquecer, porque isso não vai acontecer. Provavelmente meus próximos cinco anos de trabalho serão ganhos a suas custas. 

Eu sorri, pela primeira vez depois do pedido, e consegui arrancar o mesmo de Luke. 

— Vamos fazer disso um experimento. Se eu te ligar de madrugada semana que vem, por favor perdoe minha bipolaridade. — brinquei, não duvidando que aquilo viesse a acontecer — Também não vou te esquecer, se isso te tranquiliza. 

— Me tranquiliza sim, Mia. Pode parecer ridículo, mas quando você quiser voltar, eu vou estar aqui. — ele me puxou pro seu colo, colando nossas testas — Você sabe que sim. 

Fechei os olhos por um tempo, querendo que tudo sumisse. Eu amava Luke, e por isso, mesmo que temesse perdê-lo, não era justo deixá-lo preso a mim enquanto eu poderia jogar tudo pro alto a qualquer momento e magoa-lo — como fiz alguns minutos atrás ao recusar seu pedido. 

— Tem certeza disso? — Luke achou melhor confirmar, falando baixinho com o rosto perto do meu. Sentia que ele tinha esperanças que minha resposta fosse negativa, mas não podia recuar. 

Esperei alguns segundos até responder: — Tenho. 

— Então por que tá chorando? — perguntou rindo, secando as últimas lágrimas que insistiam em cair e me fazendo rir também. 

Não fui capaz de me controlar e o abracei como se ele fosse sumir a qualquer momento. 

— Porque eu te amo. Te amo e também quero que seja feliz. Então não fique esperando por mim pra sempre. 

— Mia, eu já te disse...

— Luke, é sério. Se você encontrar alguém nesse meio tempo, eu vou ficar feliz por você. — afirmei, mesmo sabendo que se aquele fosse o caso, na verdade eu nunca me perdoaria — Droga. 

Quando finalmente consegui parar de chorar, me afastei um pouco do tronco de Luke. O olhei nos olhos como se aquela fosse a última vez que eu fosse sentir as íris azuis examinando meu rosto, e ele me beijou. Com uma mão apertando minha cintura, e outra presa no meu cabelo, Luke amou cada pedaço meu naquele momento. Eu o amei de volta, e aquele foi nosso beijo de despedida. Nos afastamos um pouco sem saber o que fazer, e eu saí de cima do seu colo rapidamente. Estava difícil resistir ao ímpeto de fazer um escândalo e pedir para que voltássemos a namorar naquele mesmo momento, mas eu daria meu máximo pro que fosse melhor pra Luke. 

— Quer dançar? Uma última vez — ele perguntou, me chamando pra pista onde, só então, fui capaz de perceber que tocava uma série de músicas do David Bowie. 

— Por que não? — dei de ombros e segurei sua mão, indo até o resto de nossos amigos estavam.

Ninguém pareceu notar nossas feições derrotadas, então dançamos umas boas cinco músicas antes de finalmente nos cansarmos. Pro resto da festa, ainda eramos 'Femmings'. Aproveitei pra memorizar bem seu cheiro, seu toque, e até mesmo a diferença entre nossas alturas antes que ele me soltasse. Luke disse que buscaria suas coisas na minha casa no dia seguinte, e eu concordei. Então nós nos despedimos. 

Foi a primeira vez, em meses, que o costumeiro beijo de adeus deu lugar a um aceno. Sentei-me em uma mesa qualquer assim que Luke saiu, enterrei a cabeça nos meus braços e me perguntei o que havia feito. Nenhuma lágrima quis sair dessa vez, mas dentro do meu peito o choro foi incontrolável. 

Senti a presença de alguém ao meu lado, e me surpreendi ao ver Emily me encarar preocupada, segurando um martini na mão. 

— Aconteceu alguma coisa, Mia? — ela posou uma mão sobre meu ombro esquerdo, afagando carinhosamente — Onde está o Luke? 

— Ele já foi — respondi, pedindo com um gesto de mão o martini que ela não hesitou em me entregar; tomei um gole e a devolvi a bebida, soprando o ar em seguida. Ela me encarou curiosa com os olhos esmeralda, e eu dei de ombros — Acho que estraguei tudo. 


Notas Finais


}}}}Primeiro de tudo, quem quiser dar uma olhada no tumblr, é http://gadfics.tumblr.com
Tem outras fanfics incriveis lá também, como Animals da Duda (tb de 5sos) e MOO do Jho (de SNSD)

}}}}Segundo, fiz uma one do michael https://spiritfanfics.com/historia/shes-kinda-hot-6137348

E TERCEIRO Meu deus já até mobiliei uma caverna pra me esconder depois desse capitulo pq sei que o que virão a seguir serão paus pedras e umas cinco ameaças de morte
GENTE SÉRIO DESCULPA MAS NEM FOI TÃO INESPERADO ASSIM, mia sempre foi doida desde o começo, além de que lukito realmente sempre pareceu fazer de tudo por ela enquanto ela nao dava nem duas fodas e meia
MAS DE QUALQUER JEITO, eu espero muito não ter decepcionado vocês apesar desse acontecimento, e queria lembrar que ainda vai ter o epilogo (qual é galero, tudo pode acontecer num epilogo né non?!)
E se serve de consolo, chorei demais escrevendo esse capítulo :( de verdade, chorei muito mesmo
Muito obrigada a todos os comentários, favoritos e vizualizações até aqui, cada um mesmo. Não posso dizer quantos sorrisos vocês já colocaram no meu rosto, nem quanto hurrica mudou minha vida. Sou muito grata, de verdade. Obrigada por continuarem me dando amor mesmo eu tendo me tornado uma autora bosta ao longo da fic, e mesmo tendo separado todos os otps. Espero que vocês terminem de ler essa história com a consciência de que mudaram a vida de alguém e fizeram muito bem pra essa pessoa <3 Me desculpem por tudo mais uma vez, minha intenção sempre foi fazer o melhor.

Se notarem algum erro no capítulo podem dizer, afinal corretor do celular é traiçoeiro
Comentem aí o que acharam, não me deixem no vácuo apesar da demora qkskqjskaa pode me chamar aonde for, preciso de críticas pra saber se a merda que eu fiz aqui foi boa pra alguém qjhsjajs

Obrigada gente, de verda mesmo, por tudo :( minha intenção sempre foi fazer o melhor


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