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História Hurt - 2


Escrita por: realdealamelina

Notas do Autor


Genteneys!!!!!!! <3
Olha, não imaginava que vocês gostavam tanto assim de Jainsa, estou maravilhada com isso :3
Eu só pretendia soltar esse capítulo na quinta, mas meus dedinhos coçaram assim que terminei de revisar <3
Enton, nosso casal favorito vai começar a se desenhar a partir do próximo capítulo, mas esse aqui é bem importante, aviso logo ;)
Não posso deixar de agradecer ao carinho de você para com Jainsa, vocês são ouro :3
Agradecimentos a BellaSylvsXo, Talia20, Rhaella e Carol-Luz pelos comentários no capítulo anterior <3
Sem mais delongas, apreciem a leitura!

Capítulo 2 - 2


Mystery of a Blood Red Rose – Avantasia

Depois de um copo de leite com leite de papoula, Jaime acordava cansado. Era a única coisa que o fazia dormir e sabia que teria que abrir mão disso um dia se quisesse permanecer são até o fim.

No hesitation makes no one a better man. As batidas na porta do seu quarto foram insistentes, sabia que hora ou outra isso aconteceria já que estava evitando a tudo a todos. Viu o escudeiro de Tyrion na sua porta dizendo que ele tinha recebido ordens do seu pai para escolta-lo até a Torre da Mão para uma reunião de família. Não gostou de como ele falou, sabia que algo de muito ruim poderia vi daquilo e não estava pronto.

Um criado encheu uma tina com água limpa e deixou à sua disposição tudo o que precisava para tomar banho. Percebeu o escárnio dele quando deixou as suas roupas ali e ele sabia que não conseguiria se vestir sozinho. Os exaltados estavam sendo humilhados. Um leão de Rochedo Casterly estava sendo humilhado tão delicadamente que não tinha como refutar sem uma mão boa para suportar o peso do aço. Se banhou, se vestiu e não tinha fome suficiente para comer o que lhe foi deixado pelo criado. Ele também lhe ajudou a atar a sua calça, fechar o seu gibão e calçar as suas botas. Não havia deixado ninguém tocar no seu cabelo por enquanto, mas a sua barba já deveria estar consideravelmente cheia. O fez aparar os seus pelos faciais e depois ele o perfumou, ouviu o sussurro baixo dele de que isso parecia uma exigência da Rainha Regente.

Desceu as escadas sem a mão de ouro horrorosa que Cersei havia mandado fazer, era ridícula e preferia que os outros o vissem sem aquilo. Estava se lembrando do dia em que havia retornado, adentrar os portões de Porto Real tinha lhe trazido uma sensação de nostalgia pois, de certo modo, tinha se assemelhado à primeira vez, mas naquele momento estava pior que um bastardo maltrapilho. Havia passado o último ano como prisioneiro de Robb Stark em Correrrio, mesmo que tudo tivesse mudado e estivesse de volta, as coisas pareciam tão similares e tão diferentes daquilo que estava acostumado a ver.

Não o haviam reconhecido quando chegou, levou um pouco de tempo até acreditarem que era de fato Jaime Lannister. O rosto não estava barbeado e os cabelos não estavam limpos e não pareciam ser dourados. Addam o havia reconhecido quando o chamaram de caipira na rua. O seu pai o recebeu depois que ouviu do próprio Addam que era verdade que estava de volta, mudado. Ele mandou que lhe banhassem, cortassem seus cabelos, fizessem a sua barba, cuidassem do ferimento na mão ausente e lhe vestissem com as cores de nossa Casa. Sentiu vergonha ao ver Cersei daquele jeito, estava desfigurado, transtornado. Não era mais o que era.

No time to breath don't have no time to waste, bring on the night seize every drop of life away. Depois que passou pelas portas da Torre da Mão, suspirou cansado por se lembrar que teria que subir a quase infinita escada até a sala de reuniões da Mão do Rei. Quase morreu sem respirar e percebeu que levou mais tempo que o habitual, o seu corpo não era mais o mesmo. Cersei estava lá, olhando-o de maneira calorosa. Parecia que os papeis haviam se invertido sobre quem se preocupava mais com o outro a respeito das suas atividades noturnas de toda a vida.

“Como está se sentindo?”, Tyrion lhe perguntou.

“Mais leve”, respondeu com perceptível ironia. “Mais leve, tenho uma parte do corpo a menos, então acho que estou pesando menos que antes”.

“Você não deveria brincar com uma coisa séria como essas? Aonde está aquela coisa horrorosa que a sua irmã conseguiu?”, o seu pai perguntou dessa vez, sem levantar os olhos uma única vez para olhá-lo. Sabia que ele estava furioso por terem lhe devolvido defeituoso.

“Bom, é uma verdade. Temo que terão que aceita-la, todos no mundo, digo”.

“Sente-se, Jaime, temos coisas muito mais importantes para fazer do que calcular o seu peso ou o seu orgulho”, o seu pai falou austero. Ele lhe olhou e a sua expressão vazia dizia muito. “O futuro da Casa Lannister está nas mãos de vocês. Na sua e nas da sua irmã”.

“O que quer dizer com isso?”, Cersei perguntou.

“Tudo o que acontece nessa cidade diz respeito à nós, acha mesmo que os Tyrell estariam planejando algo pelas nossas costas e não saberíamos?”, o seu pai soltou. “Algumas coisas me preocuparam por causa do que ouvi”.

Todos fizeram silêncio, não ousaram falar muito pois sabiam que algo de ruim sairia dali e não gostava do rumo que as coisas estavam tomando. Tinha a sensação de que lhe dariam uma rasteira a qualquer momento. Se sentou finalmente e o seu pai gesticulou que prosseguiria.

“Parece que os Tyrell têm um interesse grande por Sansa Stark. A velha Olenna a convidou para um chá ou qualquer coisa assim que eles gostem na Campina. Tenho certeza que ela trama algo que ainda não comentou com ninguém”.

“O que você acha que ela poderia estar tramando?”, Cersei perguntou.

“Ela foi sua cunhada quando se casou com Renly Baratheon, depois o idiota morreu e ela agora pretende cravar os espinhos em Joffrey. Isso parece familiar para vocês?”

“Está sugerindo que Olenna Tyrell tenha interesse em cravar os seus espinhos na Senhora Sansa?”, Tyrion questionou.

“Me passou pela cabeça que isso fosse ser possível. Ela não quer apenas ter um momento entre mulheres com a noiva rechaçada do rei, ela quer mais”.

“Me desculpe, mas ainda não consegui entender aonde vocês querem chegar”, respondeu sincero e aborrecido.

“Você se trancou tanto tempo na Torre da Espada Branca que esqueceu que Olenna tem um neto coxo em Jardim de Cima? Essa mensagem chegou ontem cedo do nosso espião”, o seu pai jogou um pergaminho pequeno em cima da mesa. “Robb Stark retornou do Despenhadeiro com uma esposa à tiracolo, uma curandeira da viagem que disse a ele que é uma nobre de Volantis”.

“Ele não honrou a sua palavra para com os Frey”, devaneou. “O que precisa ser feito?”

“Primeiro vamos saber o que Olenna planeja, depois dançaremos conforme a nossa música e a faremos fazer o mesmo”, o seu pai respondeu.

Feasting on a blind desire, let the scent of poisonous flowers tempt me away. A sensação de que algo de muito ruim estava para acontecer não passou, continuou no seu peito e queria fazer o desconforto passar. Um nó na sua garganta se formou, engolir a própria saliva estava difícil e teriam que engolir mais algumas palavras depois dessas, só queria que tudo passasse rápido e que pudesse voltar para a sua clausura cotidiana. Nenhuma palavra a mais sobre a sua mão foi dada nos longos minutos que permaneceram lá.

Cersei ainda não o havia procurado para que se tornassem um novamente. Já eram um em dois corpos, mas gostava de estar dentro dela para que pudessem compartilhar isso. Não sabia o que esperar disso tudo, mas ter a sua cama aquecida por ela deveria ser a única coisa no momento que precisava para se sentir vivo já que não poderia mais lutar.

[...]

O vestido que Shae havia escolhido era o violeta escuro, com decote levemente arredondado e mangas compridas. A libélula pendia no seu pescoço por um fino cordão de prata. Espelhos eram caros e raros, não sabia porque lhe havia sido disponibilizado um. Se olhou e viu os seus cabelos trançados de forma simples já que Shae não conhecia muitos penteados.

A sweet temptation and a pure red rose. Ouviu as batidas na porta e uma voz masculina confirmar que era sor Loras do outro lado. O seu coração acelerou, ele a escoltaria até a Arcada das Donzelas para que se encontrasse com as mulheres da família dele. Ele estava igual como no Torneio da Mão em honra ao seu pai, continuava parecendo glorioso e vencedor apesar de tudo. Ele lhe ofereceu o braço e Shae olhou com desconfiança essa gentileza.

A todo o momento que passou com ele tocando o seu braço, elogiando a sua beleza, ele parecia não se lembrar que já haviam conhecido.

“Duvido um pouco que se recorde, sor Loras, mas já nos conhecemos. Foi rápido, mas nos conhecemos há alguns anos. No Torneio da Mão”, explicou. Quando o olhou, percebeu que ele não se lembrava. Os olhos vazios não faziam questão de procurar a lembrança e um pouco de frustração tocou o seu coração. “Eu sinto muito por Lorde Renly, também. A sua irmã, Senhora Margaery, devia tê-lo amado muito”.

We've played our roles in our passion plays, they've imposed on us right from the cradle. O braço de sor Loras se endureceu um pouco no seu quando citou Lorde Renly. “Ah... com certeza... Margaery, ela... amou muito Renly... e ele a ela”, as lacunas entre as palavras denunciavam que ele não queria falar sobre a morte do antigo cunhado.

O tilintar de espadas vinha de algum ponto. Não era boa com números, mas poderia dizer que eram mais de quatro ou seis homens treinando não muito longe dali. Perto de mulheres que se deleitariam com artes femininas.

O calor da sua conversa com sor Loras se esvaiu quando percebeu que o havia ofendido de algum modo. Assim que avistou a nova futura rainha, sor Loras andou com um pouco mais de entusiasmo ao encontro da irmã na tentativa de lhe entregar mais rapidamente. Internamente gritava consigo mesmo por ser tão tagarela e falar sobre assuntos que não lhe diziam respeito.

“Acredito que tenha tido um tempo de qualidade na companhia da Senhora Sansa, querido irmão”, a Senhora Margaery falou suavemente e sor Loras soltou o seu braço delicadamente e sorriu para a irmã. “Deixe-nos agora, tenho certeza que Garlan o quererá com ele para o treino de hoje”.

“Foi uma honra imensa lhe conduzir, Senhora Sansa. Até outro momento”, a mão de sor Loras tocou a sua mão e ergueu na finalidade de depositar um beijo casto ali.

“Venha, Sansa, há alguém que quero que conheça”, ouviu.

Foi puxada pela mão da Senhora Margaery até o centro das atenções no local: uma mesa redonda perto da varanda. Uma senhora já de idade se sentava no assento principal. Viu quando ela dispensou duas mulheres adultas e já com certa idade de experiência, ambas vestidas no verde e no dourado da Casa Tyrell.

“É uma honra tê-la conosco, Senhora Sansa. Beije-me, filha”, a senhora disse.

“Senhora Sansa, esta é a Senhora Olenna da Casa Tyrell”, a Senhora Margaery disse.

“Sentimos pela sua perda, criança. Não deve ser fácil para você sair da sua matilha coberta de neve e ser rodeada por leões ambiciosos”, engoliu a seco as palavras da senhora. Concordou com a cabeça e tentou fazer pouco contato visual, não queria falar mais do que deveria novamente. “Os Lannister arrancaram a sua língua, pequena senhora?”

“Avó, não a force, ela está... assustada com algo?”, ouviu a voz melodiosa de Margaery dizer ou questionar.

“O que você sabe sobre nós?”, a senhora perguntou.

Demorou para que pensasse em algo inteligente e credível para dizer, mas conseguiu. “Os Tyrell conseguem traçar a sua linhagem até Garth Mão Verde”.

“Assim como mais de três quartos das Casa da Campina, deveria ter escolhido algo melhor a dizer”, a censura veio nas palavras ditas por Olenna Tyrell. “É uma verdade, não duvide disso, mas não foi para isso que eu a chamei aqui. Você foi prometida a Joffrey durante algum tempo, mesmo depois de o seu pai morrer. Diga-nos, como ele é?”

Não sabia o que dizer sobre Joffrey. Poderia dizer a verdade, deveria dizer a verdade sobre quem ele era, mas sabia que Margaery era agora a noiva dele e ela não deveria saber pelos lábios e coração de alguém como ela mesma.

“Eu... eu...”, tentou e falhou.

“Você, você... quem melhor que você para nos dar essas informações? Não precisa se sentir acuada, estamos só entre nós aqui. Garlan mandou que Esquerdo e Direito rondassem o local para que não fôssemos interrompidas”.

“Ele é bonito e bom, é bravo como um leão”, respondeu automaticamente. Tinha dito isso tantas vezes que tinha medo que isso se tornasse uma verdade e fosse cegada por ela.

“Isso sabemos, mas querida, a verdade será muito melhor encarada por nós”.

Respirou fundo. A confiança veio, mas pouco dela. “Ele... ele mandou matar o meu pai, cortar a sua cabeça. Ele disse que seria misericordioso e que isso era misericórdia. Todas as vezes que o meu irmão vencia uma batalha, ele mandava que a Guarda Real marcasse o meu corpo como prova do meu sangue de traidores”.

“Ah, é uma pena”, ouviu a voz entediada da Senhora Olenna.

O pavor tomou conta do seu rosto, sabia que estava gelada com o tanto que havia revelado. “Não, por favor, não podem cancelar o casamento da Senhora Margaery com o Rei Joffrey”, disse em desespero pelo que disse anteriormente.

“Ah, querida, o meu filho é um tolo, sabia disso? O meu Luthor era um, mas Mace é pior. Ele não vai desmontar o leão tão facilmente porque não vai conseguir. Não, não pararemos o casamento. Parar o casamento implicaria em não conseguiremos concretizar o nosso propósito”, a Senhora Olenna falou e sorriu com os lábios finos em desafio.

Não entendeu o seu propósito, o que seria isso. Queria perguntar, mas não queria dizer mais nada que a fizesse se colocar em maus lençóis.

“Você deseja conhecer Jardim de Cima, Senhora Sansa?”, a Senhora Margaery disse.

“A Rainha com certeza não me deixará sair daqui”, se esquivou.

“A Rainha Regente, você diz? Quando eu for Rainha, não haverá muito o que ela possa fazer quanto a isso. Acha que ele gostará de Sansa, vovó?”.

“O seu irmão gostará de quem eu disser que ele gostará, mas não é muito difícil gostar de você, minha criança”, a Senhora Olenna se direcionou para si.

“Eh... que propósito seria esse?”, perguntou abobalhada. Não fazia ideia do que elas tramavam e duvidava que fosse algo bom.

“Casá-la em segurança, é claro, o que mais poderia ser? O meu neto a adorará quando a vir”.

“Mas sor Loras já me conhece, senhoras”, disse confusa.

“Ah, não, não se casará com Loras. Ele não é tão interessante assim, só... consegue derrubar homens com um pau gigante de cima de um cavalo. Não, não, Garlan lhe é um par muito melhor. É um guerreiro, o meu neto. Culto, engraçado, bem-apessoado, um excelente partido para uma princesa, não acha?”

“Por que me chamou de princesa?”, estava confusa e a pergunta saiu de supetão. Deveria ser a filha do traidor, com sangue de traidores, não deveria ser chamada assim.

No matter what you dream beware of what you say until the cogwheel's out of control to burst out of place. Por um momento, os seus pensamentos se encheram de imagens fantasiosas de como seria Garlan. Alto? Baixo? Gordo? Muito magro? Havia uma mistura de muitas coisas na sua cabeça que sentiu um latejo nela.

“O seu irmão, mesmo sendo um rebelde, é um Rei. O Rei do Norte e do Tridente. Os irmãos de reis recebem os títulos de príncipes e princesas. Portanto, você é uma princesa”, ouviu a explicação atentamente.

“Ele teve um longo noivado com Leonette Fossoway, mas eles não querem nos contar porque romperam. Você deveria se alegrar, Sansa, Garlan é um homem maravilhoso, cuidará muito bem de você. E agora eu terei a experiência de ter uma irmã, não é ótimo isso?”

“Sim, Senhora Margaery”, disse.

“Só Margaery, Sansa, seremos irmãs logo. Tão logo quanto o meu casamento com Joffrey chegará e você já estará casada com Garlan”, viu Margaery sorrir.

O seu próprio sorriso caloroso demonstrava agradecimento. Em muito tempo, tinham sido as primeiras pessoas que verdadeiramente se importaram com o seu bem-estar. Robb não foi ao seu encontro, mas Garlan o faria agora.


Notas Finais


A HBO cortou o Willas e o Garlan da série e eu não fiquei bem desde então :v
O Garlan continua Garlan, mas ganhou características do Willas como a posição de herdeiro de Jardim de Cima e idade já que, realmente, faz sentido a Sansa começar a criar laços com alguém que está perto e longe ao mesmo tempo :)
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Me deixem saber se gostaram <3


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