História Hypnotized - Numb

A noite passada eu acabei devorando a pizza inteira antes de Justin sair do banho ou Sas terminar de limpar meu quarto – sim, eu sei, minha melhor amiga era um anjo. 

Já eu... Era humana. Então precisava me alimentar. Resumindo e concluindo: Eles encomendaram mais duas pizzas, uma para cada um e eu fui tomar meu banho, logo me embolando nos lençóis. Esperei que Justin fosse dormir comigo porém, ele saiu e não voltou mais. 

Era tudo muito estranho e confuso. Ele nunca viveu aqui, onde que porra ele passava maior parte do seu tempo? Eu, pessoalmente, apostava em algum bar de prostitutas. Porém, isso não explicaria o corte que magicamente apareceu em seu antebraço. 

A não ser que ele goste de usar certo tipo de brinquedos com as prostitutas. 

Credo. 

Não que eu me importasse, claro. 

Aliás, eu nem devia ter beijado o maldito. Não depois de toda aquela merda que ele fez, tentando provar algo. Era ridículo e eu me recusava a fazer o papel de brinquedinho do Justin. 

Por isso mesmo, assim que acordei, mudei a fechadura do meu apartamento e deixei bem claro para o porteiro que Justin estava proibidíssimo de entrar. 

Saskia e eu decidimos sair para tomar o café da manhã em algum restaurante que parecesse bom o suficiente e depois disso, ela me trouxe para casa com um dos carros de Chaz e seguiu para o hotel onde ele estava ficando com o resto dos garotos. 

É, parece que a turma toda decidiu seguir o pato do Justin. 

Estou feliz por ela. Saskia merece o mundo. E Chaz parece saber como fazer minha melhor amiga feliz. 

Abro a porta de minha casa e logo me descalço, livrando meus pés dos saltos incômodos. Me pergunto porque caralho decidi calçar a merda dos saltos já que meus pés estão inchados e vermelhos. 

Argh. 

Uma figura feminina sentada em meu sofá faz com que eu quase tropeça em meus pés, abrindo a boca em choque. 

— Olá, Layla. Estive esperando por você durante algum tempo... — Um sorriso doentio aparece no rosto de Kelsey Davis. 

Por algum motivo, meu coração quase sai pela boca. Agora sim eu me lembro de onde já vi ela, para além de a ter encontrado em frente de minha casa... Ela é a porra da garota no porta-retrato da casa de Justin. 

Ah não, eu tenho um pressentimento que isso não vai acabar bem. 

Engulo em seco, — O que está fazendo aqui? Como sequer entrou em minha casa? Argh, só podem estar me zoando. — Bufo irritada. Kelsey se levanta, sem abandonar o seu maldito sorriso. 

Se a vadia encostar em mim eu juro que pego uma faca e enfio a mesma em sua vagina. 

— Porque fala tanto, Layla? Justin nunca gostou de garotas faladoras como você. Ele sempre preferiu mais ação. — Eu já sabia que isso tinha a ver com o filho da puta do Justin. — Sempre preferiu as morenas. Vulgo, eu. Além de mim, ele sempre dormiu com alguma vadia e a jogou fora no mesmo segundo... Então porque porra você continua no caminho dele? — Ela cospe, fechando suas mãos em punhos. Dou um passo atrás, sentindo minha bunda indo de encontro com a mesa. 

— Porque não pergunta isso para ele? — Ergo as sobrancelhas. — Na boa, Kelsey, eu realmente não estou a fim de brigar com você por causa de um merda que não merece nem um segundo de minha atenção. Se te faz feliz.. Eu até mudei a fechadura para ele... 

— Mas que vadia burra! Se eu consegui entrar acha que ele, o Justin Bieber, não vai conseguir? — Ela ri, incrédula. — Você é patética, Layla. Não sei qual o interesse dele em você. — As palavras dela soam duras. 

— E não sei qual a porra do seu problema! Eu vou chamar a polícia se não sair daqui agora. — Rosno, apontando para a porta.

— Nossa, vá em frente. Chame. Aproveita e chama a ambulância também. — Ela pisca e o sorriso doentio volta a brincar em seus lábios. Ok, eu estou realmente começando a ficar com medo. Essa mulher parece uma louca psicopata. — Você vai precisar.

Engulo em seco assim que vejo suas mãos tirarem uma faca do bolso de trás da sua calça. Eu nunca quis tanto que Justin aparecesse aqui se achando o Homem-Aranha para que me salvasse dessa maluca. 

Acontece que eu não estou na porra de um filme. Nem sou porra de idiota nenhuma. Então eu fiz o que alguém normal faria: comecei a correr em direção à porta, me xingando mentalmente por tê-la trancado. Kelsey dá uma risada psicótica, se aproximando de mim lentamente. 

— Socorro! — Grito, tentando ao máximo destrancar a porta com minhas mãos que agora tremiam. Eu sofro de ataques de pânico e droga, agora, definitivamente, não era a hora certa de eu entrar em pânico. 

— Vamos, grite mais alto, Layla... Você sabe, serão suas últimas palavras. — Kelsey sussurra, quase perto demais. Eu arregalo os olhos, sentindo meu corpo inteiro se arrepiar. 

A ponta da faca se encosta em meu pescoço e antes que ela pudesse prefurá-lo, eu consigo abrir a porta, começando a correr com todas as forças presentes em meu corpo. Gritos de socorro escapam de meus lábios por enquanto Kelsey vem atrás de mim, em passos lentos. 

É quase como se ela soubesse que não tinha como eu escapar. 

Quando piso no primeiro degrau das escadas, sinto sua mão em meu cabelo, logo me puxando contra uma parede. Minha cabeça bate com força na mesma e eu solto um grito de dor, fincando minhas unhas no rosto de Kelsey. 

— O que você quer de mim, porra? — Grito em meio a soluços, só agora percebendo as lágrimas escorrendo por minhas bochechas e melando meus peitos. 

Agora faz sentido... A invasão na minha casa... Ela aparecer por lá. Era tudo parte de seu plano. 

— Eu quero que você deixe o meu homem em paz, querida. — Ela volta a puxar minha cabeça, dessa vez batendo com mais força contra a parede. Gemo de dor e dou uma ajoelhada na sua perna, tentando atingi-la de qualquer forma. Kelsey dá um tapa em meu rosto, seus olhos queimando de raiva. — E a única forma de isso acontecer vai ser quando, adivinhe só, você morrer. — Completa, friamente. 

Ah, mas não mesmo. 

Cuspo na cara da vadia e aproveito sua distração para acertar um tapa em seu rosto, que se vira para o lado com a intensidade do impacto. Vou para cima dela e tento tirar a faca de suas mãos, resultando em nós duas caindo no chão. Nossos corpos rolam pelo corredor vazio e eu me pergunto onde que porra estão meus vizinhos quando eu preciso deles. 

A faca cai das mãos de Kelsey e acaba caindo perto de um vaso de flores, um pouco longe de nós duas. Aproveito que estou em cima dela e dou um soco em seu rosto, me levantando para sair dali o mais rápido possível. 

Até parece. 

Kelsey agarra meu tornozelo e eu caio de barriga no chão, sentindo o meu nariz arder de dor e um sabor metálico em meus lábios... Sangue. 

— Eu vou matar você, sua vadia! — Kelsey rosna, se levantando e dando um chute em minha barriga. Minha boca se abre em um gemido silencioso e eu quase não consigo respirar. 

Oh não, oh não. Não aí. 

Solto um grito histérico e ela volta a chutar minha barriga, várias vezes. Eu consigo, por algum milagre, me virar de barriga para baixo para que ela apenas acerte minhas costas. 

A dor é insuportável e as lágrimas inevitáveis. Eu consigo ouvir os passos apressados vindo das escadas e talvez foi isso que fez com que Kelsey parasse de me machucar. 

Várias vozes se misturam e meu corpo é levantado do chão por alguém vestido todo de branco... Talvez fosse um paramédico. Minha visão começa a se tonar embaçada e nada demais escapa de minha boca assim que eu desmaio. 

[...] 

Justin Bieber's POV 

— A porra da vadia conseguiu fugir! — Rosno, irritado, dando um soco na primeira parede que me aparece à frente. 

— Justin, bro, isso não vai resolver nada agora. Só se preocupe com a Layla. Eu falei que isso ia dar merda. — Khalil aponta, recebendo um olhar furioso de minha parte. 

— Quer apanhar também, porra? — Cuspo, sentindo as mãos de Ryan me impedindo de avançar no Khalil. 

— Qual é, man, fica calmo caralho. — Ele diz. Me solto de Ryan com força e sento numa das cadeiras da sala de espera. 

Já faz a merda de cinco horas que Layla está lá dentro e eu não tenho puta de informação nenhuma. Saskia está numa das cadeiras abanando o corpo que nem uma débil mental e chorando que nem um recém-nascido. É, eu não sei como Chaz aguenta. 

Admito que me sinto mal por não ter chegado a tempo. Porém a culpa é toda daquele caralho de porteiro que fez a maior confusão porque, segundo ele, eu não estava autorizado a subir. O quão ridículo isso é? Obviamente eram as merdinhas de Layla. E já vimos o que dá quando ela resolve se armar em espertinha. 

A sorte dela é que alguma vizinha foi boa o suficiente para chamar a polícia, que foi com uma ambulância. Ao mesmo tempo que eu estou com raiva de Layla, estou irritado por me preocupar. 

Kelsey ia sofrer com a porra das consequências. A vadia parece ser obcecada por mim. Com certeza, é burra, se acha que eu tou a fim de ter alguma coisa com ela. Muito menos agora que decidiu tentar matar a filha da puta da Layla. 

Eu quero matar alguém. A raiva dentro de mim tem que ser descontada o mais rápido possível. 

— Familiares de Layla Sanchez? — Uma enfermeira aparece, fazendo todo mundo se levantar. 

— Sim, somos nós. — Saskia diz, desesperada. 

— Ahm... Sim. Layla está com alguns machucados na cabeça e no corpo mas para além disso não tem nada de errado. Ela sofreu um ataque de pânico por isso desmaiou. — A enfermeira diz, arrancando suspiros de alívio de todo mundo. Passo as mãos no cabelo pronto para voltar a me sentar quando ela volta a falar. — Mas... — Meu coração começa a bater com mais força, o que eu sinceramente não entendo. 

— Ai meu Deus, o que aconteceu?! — Saskia choraminga. Eu a mandaria calar a boca porém não era assim tão sem coração. Sei o quanto ela e Layla se consideram irmãs. 

— É o seguinte, eu não quero assustar vocês, principalmente o pai, mas... O bebê está correndo perigo e as chances de ela ter um aborto espontâneo são de 90%. Eu lamento muito, nós faremos os possíveis. — E então ela se retira. 

Todos os olhares arregalados são direcionados para mim e puta que pariu, acho que quem vai entrar em pânico agora sou eu.