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História I After You - 05


Escrita por: Yeul

Notas do Autor


Finalmente, e infelizmente, o último capítulo que postarei por enquanto ;;
Mas a fic está longe de acabar, sim? Espero que ninguém fique triste ;;
Leiam com carinho~

Capítulo 6 - 05


Fanfic / Fanfiction I After You - 05

I thought he lied when he said

 

*

 

                A primeira vez que trocaram ligações fora apenas algumas horas após a viagem do Kwon, com JiHoon em seu quarto, deitado sobre sua cama, segurando seu celular com força entre suas mãozinhas, seu corpo tremendo em expectativas. Ainda estava abalado, estava preocupado, estava confuso, e estava morrendo de saudades, mas, a coisa mais importante para ele agora era ouvir a voz dele, mesmo que precisasse esperar o dia todo, e fora quase isso.

 Estava quase caindo de sono enquanto encarava a tela de seu celular, e seus olhos pesaram no último instante, fazendo sua cabeça pender para frente, quase dormindo, quando sentiu o eletrônico vibrar.

 O susto fora tanto que quase o deixou cair, porém o segurou a tempo, e soltou um suspiro ao ver que nada havia acontecido a sua tela. Rapidamente viu o número, e ao confirmar que era de seu namorado, mordeu o lábio inferior e o atendeu, praticamente colando o mesmo em seu ouvido.

 “Alô?”, atendeu tímido, e seu coração disparou na hora, esperando pela voz do outro lado da linha.

 “JiHoonie! Atendeu rápido”, ele riu, e sua gargalhada fez uma pequena pontada de dor surgir em seu peito — por mais estúpido que parecesse, queria vê-lo rindo naquele instante. “Er, bem, eu cheguei, são e salvo, eu acho”, sua voz se misturava ao riso nervoso, deixando-a cada vez mais doce aos ouvidos do mais novo.

  JiHoon não sabia o que dizer, queria perguntar muitas coisas, mas nada parecia conveniente ao momento, e devido a sua demora eles ficaram em silêncio, ouvindo suas respirações dessincronizadas.

 “É engraçado de falar, mas...”, murmurou o mais velho, fazendo o baixinho se remexer em sua cama, lembrando-se que não havia dito nada ainda. “Já estou morrendo de saudades”, confessou tímido, e o Lee sentiu suas bochechas corarem, mesmo que o outro não estivesse ali para ver suas reações.

 “Pode me mandar uma foto?”, perguntou o mais novo, mordendo o lábio inferior, sentindo-se levemente estúpido pelo pedido.

 “Oh, claro, um segundo”, respondeu o outro, e mais alguns chiados, antes da imagem ser carregada.

 Era a foto de um quarto vazio, com uma cama larga e cortinas grossas logo atrás da mesma, suas malas jogadas pelo chão, e o leve reflexo dele em um espelho, o que fez o mais novo bufar, pois não queria uma foto de onde ele estava, queria dele.

 “Hm, SoonYoungie”, murmurou incerto, sentindo suas bochechas queimarem ainda mais. “Não era do seu quarto que eu queria...”, completou baixinho, e o maior soltou uma exclamação antes de tirar uma foto.

 Estava com a mesma roupa, e seu cabelo estava levemente bagunçado, mas ele abria um sorriso largo e bonito, que preencheu o coraçãozinho do mais novo naqueles instantes. Soltou um outro suspiro, sentindo tanta falta, e voltou a levar o aparelho a orelha.

 “Me mande uma sua também”, pediu manhoso o mais velho, e JiHoon balançou a cabeça, antes de tirar uma desajeitadamente, mostrando suas bochechas vermelhinhas e seu sorriso envergonhado, mas extremamente fofo aos olhos de seu namorado.

 Ficaram alguns minutos em silêncio, antes do Lee ouvir alguns gritos do outro lado da linha, e SoonYoung suspirou pesadamente, voltando a falar.

 “A noona chegou, preciso ir JiHoonie”, avisou ele, e o baixinho sentiu seu coração se apertar.

 “Tudo bem, nos falamos mais tarde?”, perguntou incerto, e soltou um suspiro aliviado quando fora confirmado. “Eu te amo”, sussurrou ao final, recebendo uma resposta calorosa que aqueceu-o por inteiro.

 Ficou ainda mais alguns segundos com o aparelho contra o ouvido, antes de afastar devagar e começando a se arrepender por não dizer que sentia falta. Deveria se forçar a ser mais expressivo agora que estavam longe, imaginando que mais do que nunca, não deveria esconder nada.

 Olhou por mais alguns instantes a foto do Kwon, admirando-o por inteiro, antes de se permitir dormir, com seus olhinhos pesados demais para se quer ficarem mais algum tempo abertos.

 

*

 

                Seu reencontro fora deveras emocionante.

 Não apenas por fazer meio ano que não se viam, mas sim por todo aquele sentimento doce e bem acumulado, misturados a aquele tempero levemente amargo, mas ainda assim intenso que os mantinham na expectativa.

 JiHoon balançava seu corpo ansioso, para frente e para trás, com seu moletom florido e seu shorts róseo, olhando para os lados desesperado na estação, preocupado em não vê-lo sair do trem. Levou sua mão ao seu cabelo que se mantinha no mesmo tom, e esperava que não tivesse desbotado muito, não queria decepcionar seu namorado.

 Estava nervoso por dentro, sentia seu corpo cada vez mais febril, esperando com tanto afinco que soltou um grito ao sentir uma mão sobre seu ombro, e ao se virar, seus olhos se arregalaram.

 Por mais que tenham trocado fotos, tenham feito vídeo-chamadas e essas coisas, SoonYoung parecia muito mais bonito naquele instante. Muito mais que como ele se lembrava, e mais do que esperava. Suas mãos tremeram, e não soube como reagir, havia entrado em estado de choque enquanto o admirava, causando uma risada alta e gostosa no outro, que o abraçou sem cerimônia, deixando sua mochila pesada ao chão.

 Os dedos do Kwon se enroscaram em sua cintura, assim como em seu cabelo tão macio, apertando-o com certa força, sentindo-se emotivo e a ponto de chorar, mas não menos feliz. JiHoon estava tão fofo com aquela roupa, e ele parecia não ter mudado nada em tantos meses. Seu coração parecia querer sair pela boca, e assim que o Lee agarrou-se a ele, fincando suas unhas desesperado em suas costas, o maior começou a enchê-lo de beijinhos no pescoço, o que o fizera rir, antes de se lembrar de onde estavam.

 O Lee o afastou no mesmo instante corado, e um clima pesado se instaurou entre eles. Passou-se tantos dias que SoonYoung havia até se esquecido daquela regra e se deixara levar, e agora temia que o baixinho não fosse mais deixá-lo lhe tocar por causa daquilo. Para sua surpresa, mesmo com o rosto vermelhinho e os olhos estreitos de vergonha, ele sorriu doce, voltando a abraçá-lo, porém com uma cautela maior.

 O Kwon se contentou com aquilo, e correspondeu da mesma forma, contendo-se o máximo possível para não abusar de sua sorte, querendo redecorar o abraço do mais novo. Sentia que mesmo após tanto tempo, ainda se lembrava de tudo, ao mesmo tempo que cada toque lhe parecia novo e mais intenso, o que o fazia apenas querer mais e mais ficar a sós com ele.

 “Sentiu tanto a minha falta assim, JiHoonie?”, provocou o mais alto após alguns minutos, e o Lee se afastou vermelhinho, antes negar com as bochechas infladas, e desviar o olhar para o lado, cruzando os braços.

 Tão fofo, que SoonYoung quis apertá-lo e declará-lo só dele, mas infelizmente, não podia. Contentou-se apenas em rir e receber um soco no ombro, lembrando-se do passado e o fazendo alargar o sorriso. Se reencontraram há poucos segundos, mas agiam como se nunca tivessem sido separados.

 Ele amou aquela sensação de que, não importasse quanto tempo passasse, eles ainda permaneceriam iguais, embora com os sentimentos elevados a outras potências devido a saudade crescente.

 JiHoon o acompanhou até o taxi, onde descobririam seu hotel, e onde o mesmo passaria seus próximos cinco dias. Seus cinco dias especiais só para seu namorado.

 Abriu a porta cordialmente para o mais novo, fazendo-o rir antes de adentrar, e sentou-se ao seu lado, antes de ditar o endereço para o motorista. O Lee fez questão de anotar para não esquecer, e passou o caminho todo olhando para a janela, disfarçando seu nervosismo, enquanto sua mão estava interligada com a dele por trás da mochila enorme do Kwon.

 Era quase como um desafio, e o baixinho se sentia nervoso, era tão arriscado, mas aquela coisa de fazer algo as escondidas era tão tentador, e a mão de seu namorado era tão quente e macia, que o fez ceder por enquanto. Apenas por enquanto.

 Assim que pararam na frente do hotel, o mais novo soltou sua mão e pulou do carro, ajudando-o a tirar sua mochila, enquanto o mesmo pagava pelo serviço. Abraçou aquela mala, sentindo o cheiro delicioso de seu namorado impregnado ali, e ergueu o olhar para vê-lo sair do carro.

 SoonYoung sorriu para ele, e fez menção de pegar sua mochila, porém o baixinho não lhe permitiu, e se virou, fingindo não vê-lo para adentrar no prédio. O maior riu, e o acompanhou, levando uma mão as suas costas, guiando-o até a recepção. Abriu um sorriso para a atendente, e apoiou o cotovelo no balcão, enquanto JiHoon se encostava ao mesmo, para apoiar a mala pesada até demais, mas que seu orgulho não permitia devolver ao seu dono. Era sua honra em jogo ali.

 O Kwon pegou a chave com um sorriso, e gesticulou para que o mais novo o seguisse, antes de avisar que ele era apenas uma visita, o que tranquilizou a mulher. Seguiram para o elevador em silêncio, com o mais velho girando a chave em seus dedos, incomodando o baixinho com o ato, que ignorou, não querendo desagradar o outro enquanto estivesse ali.

 Aqueles cinco dias tinham de ser perfeitos.

 Adentraram na caixa metálica alguns minutos depois, e o Lee sentia que deixaria a mala cair a qualquer instante, se não chegassem logo. SoonYoung pareceu demorar a vida toda para apertar o andar, e JiHoon discretamente se apoiou na parede, para conseguir sustentar todo aquele peso melhor.

 Obviamente o mais alto havia notado, porém como o baixinho era teimoso, apenas se divertia internamente com suas caretas, imaginando quando este cederia, mas não ocorreu. Acharam seu quarto no sexto andar, e o Kwon o abriu lentamente, revelando uma suíte confortável com apenas uma cama de solteiro e uma cômoda, junto de uma porta lateral onde deveria dar para um banheiro.

 Abriu um sorriso contagiante enquanto se jogava na cama, por segundos esquecendo-se de seu namorado ao sentir seus músculos relaxarem sobre o tecido tão fofo da coberta. Soltou um suspiro alto e cansado, a viagem fora tão desgastante para si, que estava com a cabeça tão cheia, que apenas ali conseguiu relaxar por completo. Não havia dormido nada a viagem toda, mas sentia seus olhos se fecharem tão facilmente, tão pesados.

 Entretanto, não podia perder um minuto se quer, tinha de aproveitar todo o tempo possível com JiHoon, ou sua viagem não faria sentido algum. Forçou seus braços a lhe darem apoio, erguendo-se o suficiente para ver o mais novo de frente à cômoda, depositando a mochila e bater as mãos, sentindo-as doloridas e quentes devido ao esforço. Um sorriso involuntário surgiu, e chamou-o com a voz mais manhosa possível, fazendo-o se virar em sua direção com a cabeça pendendo levemente para o lado.

 “Deita comigo”, pediu suave, rolando na cama consideravelmente grande para ser de solteiro, e seguindo-o com olhos.

 O Lee fechou a porta – que SoonYoung havia simplesmente esquecido aberta –, e a trancou devidamente, deixando a chave virada apenas por precaução. Aproximou-se da janela, fechando as cortinas e deixando o quarto em tons de marrom, devido ao pigmento daquele tecido fino.

 “Assim eu vou dormir”, murmurou o mais velho manhoso, fechando os olhos preguiçoso, antes de sentir a ondulação da cama macia até demais, e logo o corpo quentinho do mais novo se aconchegava ao seu.

 Realmente não queria ceder para o sono, mas JiHoon não estava colaborando para manter-se acordado.

 Fazia tanto tempo que não sentia aquele cheiro docinho, muito menos aquela temperatura agradável do corpo alheio, e a textura macia de seu corpo. O envolveu sem pensar muito, afundando seu nariz no cabelo rosa alheio, para aspirar novamente seu perfume e sentir seu coração finalmente preenchido.

 O Lee levou seus dedos para as mãos do mais velho, brincando com seus dedos enquanto esperava que o mesmo caísse no sono. Não queria dormir, mas viu o rosto cansado de seu namorado, e o quão sonolento ele estava. Não poderia impedi-lo de descansar, quando veio de tão longe apenas para vê-lo. Deveria ser extremamente grato por aquilo.

 SoonYoung adormeceu após um suspiro alto, apertando um pouco mais aquele corpo esguio a sua frente. Deixando seu namorado ali, apenas apreciando aquele sentimento voltar com mais intensidade, e dormir após alguns minutos que passara apenas ouvindo sua respiração.

 

*

 

                JiHoon acordou sentindo-se completo, como há muito tempo não sentia.

 Os dedos longos do maior brincavam com seu cabelo, fazendo uma carícia gostosa que apenas o fazia querer dormir, mais e mais, e nunca acordar daquele sonho bom. Sorriu sem perceber, e o mais velho riu soprado, antes de aproximar seus lábios do cabelo róseo que tanto amava.

 O beijo fora suave, mas despertou completamente o baixinho, que abriu seus olhos, e virou-se minimamente para ver apenas a boca alheia. Seus dedos subiram até o braço do maior que estava sobre seu peito, e entrelaçou seus dedos, deslizando seu polegar pela palma alheia, antes do Kwon se afastar apenas o suficiente para que pudessem trocar olhares.

 Os lábios de SoonYoung se curvaram automaticamente, junto de seus olhos que se estreitaram, e ele se aproximou novamente, deixando um beijo demorado em sua testa, fazendo seu coração disparar. Era como se todos os seus sentimentos estivessem duplicados, sentia tudo mais intensamente do que antes, e aquilo apenas o motivava a prosseguir.

 Depositou mais alguns beijos ali, enquanto JiHoon corava pelo ato e manhava, ansiando por aquela boca na sua, e o maior sabia disso, mas queria brincar um pouco com ele, testar seus novos limites. Saiu dando selares rápidos pelo nariz alheio, e chegou extremamente próximo dos lábios dele, tendo de se apoiar no braço livre para poder beijá-lo melhor.

 O Lee soltou sua mão, para levar seus dedos preguiçosos para a barriga alheia, subindo-os devagar por seu tronco, até se enroscarem em seu pescoço, aproximando-o mais. O maior sorriu travesso, e desviou de sua boca, beijando demoradamente seu queixo, e contornando uma das laterais daquela linha, em uma provocação amorosa. JiHoon reclamou, jogando sua perna para cima, lhe dando uma joelhada fraca na lateral de seu corpo, que apenas o fez rir contra sua orelha.

 Prosseguiu com os beijos em sua bochecha, deixando-os estralados e ouvindo o mais novo bufar, e soltar seu pescoço, deixando seus braços caírem sobre a cama, abertos, e um bico enorme surgir em seus lábios.

 Apenas riu de sua atitude, e ao prosseguir, o baixinho virava o rosto para o outro lado, já não querendo mais participar daquela brincadeira tão sádica do outro. Se SoonYoung não iria beijá-lo naquele instante, ele já não queria mais, com seu ego inflado. Tentou fugir, rolando seu corpo para o lado, até ser barrado pelo braço do Kwon, que fora obrigado, a usar suas pernas para sustentar seu corpo acima do alheio.

 O Lee envolveu o braço do maior em seus dedos, e aproximou seus lábios, mordendo suavemente em uma brincadeira, querendo que o mesmo o deixasse fugir – para sabe-se lá onde, ele só não queria permanecer ali –, e novamente a risada gostosa do outro fora ouvida.

 O mais velho desabou sobre a cama, e o puxou contra si, fazendo seu peito se chocar contra suas costas, e afundou seu rosto no pescoço alheio, causando cócegas e risos no mais baixo, que balançava suas perninhas, fingindo querer fugir mas de fato não querendo um centímetro se quer a mais entre eles.

 Com suas mãos começou a fazer cócegas em sua barriga, fazendo-o tremer e rir sem parar, mas não o impedindo por um segundo. Forçou seu corpo pequeno a se virar, e agarrou a nuca do maior, já fechando os olhos e juntando seus lábios.

 Errou na primeira vez, o que causou uma risada soprada do outro, e o puxou com certa força, finalmente acertando e sentindo a sensação única que era provar da boca do Kwon. O beijo era tão suave, e tão intenso ao mesmo tempo, que os dois apenas se envolviam mais, sem perceber.

 JiHoon passou uma perna por seu corpo, enquanto o mais velho abraçava sua cintura com certa força, como se quisesse ter certeza que o Lee era real. Se separaram apenas o suficiente para que SoonYoung o colocasse acima de si, fazendo-o se apoiar nos próprios braços para se encararem demoradamente, apenas apreciando a beleza um do outro, que tanto amavam.

 A vergonha sumiu ali, e o Lee novamente selou os seus lábios, em outro beijo amoroso. As mãos do mais alto alisaram sua cintura por algum tempo, antes de adentrarem por seu tecido, finalmente encontrando a pele sedosa e tão clara, mas mais quente que a sua mão, o que causou um arrepio no mais novo. JiHoon suspirou durante o beijo e quebrou o beijo, para poder dar alguns selinhos rápidos antes de contornar o queixo alheio com seus lábios. As mãos do Kwon subiram mais um pouco, erguendo seu moletom no processo, mostrando cada vez mais de seu corpo.

 O Lee sabia onde aquilo iria parar se se deixassem levar pela carência e pela saudade, e não podia deixar que aquilo acontecesse tão rápido, e tão cedo. Tinham de aproveitar o dia, e não encurtá-lo daquela forma. Parou de beijar seu pescoço e se ergueu, sentando-se na cintura alheia e fazendo o mais velho lhe encarar confuso.

 JiHoon mordeu o lábio inferior, sem saber o que dizer, mas logo o maior se sentou também, puxando-o para mais perto de si em um novo abraço. O baixinho segurou em sua roupa, apoiando seu queixo no ombro alheio, e se mantiveram assim por um tempo.

 “Eu senti muito a sua falta”, sussurrou o Kwon após alguns minutos, e o Lee se afastou para encarar seu rosto.

 “Eu também”, murmurou fazendo um bico envergonhado, e selaram seus lábios vagarosamente.

 

*

 

                No resto do dia eles saíram, para dar uma volta pela cidade. SoonYoung trocara sua roupa para uma mais casual, e eles seguiram caminhando pela maior parte do tempo. Por vezes seus braços se encostavam, e eles tinham vontade de entrelaçar suas mãos, mas não o faziam.

 Visitaram todos os lugares que costumavam ir com mais frequência, o que os trouxe lembranças boas e ao mesmo tempo saudades daquele tempo que não voltaria. A primeira parada fora no parque mais próximo do hotel, onde fora o lugar de muitos encontros e risos. Eles o usaram para estudar e muitas vezes apenas para relaxar, e resolveram fazer o mesmo.

 Compraram lanches e se encostaram a uma árvore para fugir do sol forte. SoonYoung vez ou outra comentava de algo em especial que se lembrava, e o Lee assentia, recordando-se também. Pareciam dois velhos relembrando de um passado distante, mas, fazia apenas alguns meses que aquilo se tornou passado, e causava aquela nostalgia.

 Quando terminaram de comer, seguiram caminhando para fora, e o Kwon começou a contar sobre sua vida em Seoul. Não que JiHoon já não soubesse, mas era bom ouvir novamente, agora pessoalmente, vendo-o gesticular e sorrir só de se lembrar. Gostava de apenas admirá-lo daquela forma, e assentia a tudo que dizia, sendo um bom ouvinte.

 “Mas, como está o colégio JiHoonie?”, perguntou SoonYoung curioso ao final, o que fez o baixinho parar para refletir.

 A primeira coisa que pensou fora: solitário. Sem seu namorado ali, ele não falava com ninguém, e todos os dias ele ficou apenas estudando e revisando matéria. Nada de extraordinário, nada de diferente, nem um pouco divertido e poderia arriscar a dizer que não era feliz – mas estava conformado.

 “Normal”, respondeu simples, pendendo a cabeça para o lado e tentando disfarçar a leve solidão que o abateu. “Apenas estudando muito”, completou, comprimindo os lábios e vendo-o encará-lo enigmático.

 O Kwon fez um bico leve, antes de sua expressão se suavizar, e ele passou um braço por seus ombros, juntando seus corpos mas de uma forma que parecesse casual, e que o baixinho gostou.

 “Espero que ao menos esteja se socializando um pouco?”, perguntou novamente o mais velho, e o Lee apenas assentiu, não conseguindo mentir. A única pessoa com que se socializava era sua mãe, e ainda assim era pouco. “Estou feliz que não esteja se sentindo sozinho”, comentou, e bagunçou seu cabelo róseo, abrindo um sorriso suave.

 JiHoon apenas sorriu, não querendo responder. Não queria preocupá-lo. Fingir que estava tudo bem era o melhor a se fazer para os dois.

 Chegaram ao colégio, e o Kwon se animou, pulando de um lado para o outro e começando a perguntar sobre alguns alunos que o baixinho nem sequer conhecia. Respondeu a tudo vagamente, deixando o mais alto curioso para saber como andavam as coisas. Acabaram por encontrar um grupo na esquina, que pareciam conhecidos de SoonYoung, e logo o rapaz de cabelo descolorido estava ao meio deles, rindo e se divertindo.

 O Lee como sempre se afastou, não estando muito confortável com tantas pessoas. De fato não era sociável, e aquele poderia ser seu maior erro, mas, ele tinha seu namorado, então por que precisava de mais pessoas?

 Observou-o por um bom tempo, até que eles tiveram de ir, e o Kwon fora deixado, acenando para eles e mantendo seu sorriso largo. Pareceu lembrar-se de JiHoon após alguns segundos, e se virou subitamente desesperado a sua procura, e se aliviou ao percebê-lo parado ali.

 O mais baixo se desencostou do muro que estava apoiado até então, e eles trocaram sorrisos, antes de voltarem ao passeio.

 Passaram ainda pela biblioteca, onde SoonYoung fez questão de cumprimentar todos os funcionários enquanto o mais novo apenas olhava curioso a prateleira de livros novos, e o Kwon voltou minutos depois quase saltitante, passando o braço por seu ombro novamente para saírem dali.

 SoonYoung havia se esquecido completamente de todos os seus problemas naquele instante, e seguia animado com seu namorado para a lanchonete, onde eles comeram por muitas vezes e que JiHoon ainda usava com frequência para estudar e fazer breves pausas enquanto estava estudando na biblioteca. De longe era o lugar favorito deles.

 Tocava as músicas que o Lee mais gostava, e tinha todos os lanches que o Kwon amava, o que a tornava perfeita. Eles foram direto para uma das mesas mais ao fundo e ao lado da janela, onde o maior se sentou animado, pulando para o lado para que seu namorado se sentasse também, e deu uma boa olhada no lugar.

 A garçonete trouxe consigo um cardápio, e depositou ali, antes de cumprimentar SoonYoung e JiHoon, e conversarem brevemente pela falta que o loiro fazia ali. Novamente o baixinho estava alheio a conversa, e apenas olhava as opções que nunca mudavam no menu.

 Ao fim ela se foi, e o mais velho sorridente encostou-se ao outro, apoiando seu queixo em seu ombro e perguntando o que iriam pedir. O mais baixo apenas empurrou o cardápio para ele, e afastou seu rosto com a mão, rindo soprado e deixando-o escolher o que comeriam.

 A princípio ele quis comer tudo, porém sabia que nem um lanche inteiro ele aguentaria. Acabaram por pedindo apenas doces, e uma taça de sorvete ao final. Comeram mais devagar que o normal, e sempre que tocava alguma música conhecida pelos dois, o mais alto se empolgava e começava a cantar.

 Ele lhe encarava cheio de expectativas, e o máximo que JiHoon fazia era acompanha-lo com alguns versos tímido, com a voz baixa, e o outro ria, abraçando-o diversas vezes. Ao fim de outra música, quando estavam começando a tomar o sorvete, o Kwon subitamente se afastou, apoiando as costas no estofado, chamando a atenção do menor.

 “JiHoonie, o que pretende fazer no ano que vem?”, perguntou curioso, com a colher nos lábios.

 “Ir pra faculdade”, respondeu simples o mais novo, e pegou mais um pouco do de morango, levando aos lábios em seguida.

 “Música, né?”, perguntou novamente SoonYoung, sorrindo ao vê-lo assentindo. “A melhor da cidade?

 “Sim, e pretendo prestar para as de Seoul também”, murmurou baixinho e inseguro de sua reação, encolhendo levemente os ombros.

 Para sua surpresa, os olhos do Kwon se arregalaram, e um sorriso enorme surgiu em seu rosto. Sem pensar muito o maior lhe agarrou, em um abraço coberto de amor, e beijou suavemente sua bochecha, antes de ser afastado pela mão do mais baixo. O maior riu, enquanto o baixinho sentia-se corar cada vez mais, e desejava que ninguém da lanchonete tivesse visto o que acabara de acontecer.

 “Vamos poder voltar a estudar juntos!”, comemorou o de cabelo descolorido, voltando a se apoiar na mesa e pegando uma colher do chocolate, levando aos lábios e mantendo ali. “Vou poder te mostrar a cidade toda JiHoonie! Vai ser tão incrível!”, comentou de boca cheia, e o mais novo apenas assentiu, sorrindo para ele e o imitando.

 “Se eu passar”, reforçou o Lee, não querendo acabar com sua alegria, mas tinha de ser realista.

 “Você vai JiHoonie, você é extremamente inteligente!”, garantiu SoonYoung, bagunçando o cabelo róseo novamente e vendo-o corar como sempre.

 Sorriram um para o outro, enquanto criavam expectativas para o ano seguinte. JiHoon poderia não dizer, mas por dentro estava borbulhando tanto quanto o maior, só de pensar que voltariam a ficar juntos.

 Como nunca deveriam ter se separado.

 

*

 

                Voltaram para o hotel quando a noite já estava surgindo, a passos lentos e levemente dolorosos. Não queriam se despedir tão cedo, mas a mãe de JiHoon já estava preocupada, mandando mensagens sem parar e perguntando por ele. Tiveram de terminar o tour mais cedo que o previsto, mas ainda assim fora divertido.

 Conseguiram visitar a cidade toda, e no caminho para a volta apenas planejaram o que fariam no dia seguinte, e resolveram que aproveitariam a ausência dos pais do Lee para tirar todos os filmes do atraso. Tinham tantos que gostariam de ver, e resolveram guardar apenas para aquele momento. JiHoon posteriormente iria arrumá-los e calcular o tempo que tinham para ver o máximo possível, e claro, preparar tudo.

 SoonYoung deixou essa parte com ele, pois apenas o baixinho conseguia se programar, ele não tinha noção alguma para isso.

 Pararam em frente ao prédio, com seus braços roçando mais do que nunca, e a vontade crescente de trocarem alguma carícia antes de se despedirem de fato. O Kwon abriu os braços, esperando que JiHoon entendesse o recado e o fizesse.

 O menor olhou para os lados incerto, e quando percebeu que não havia muita gente na rua, o abraçou rapidamente, sentindo suas bochechas esquentarem no processo. O mais alto sorriu feliz, e beijou sua cabeça, recebendo um tapa ao se separarem, o que apenas o fez rir soprado.

 JiHoon o encarou mantendo um sorriso torto, e deu um passo para trás, unindo as mãos em frente ao seu corpo, não desejando partir tão cedo.

 “Então, nos vemos amanhã?”, perguntou SoonYoung, pendendo a cabeça para o lado, e o Lee assentiu. “Me mande uma mensagem quando eles saírem”, pediu, vendo-o confirmar novamente. “Nos vemos amanhã JiHoonie”, completou, bagunçando seu cabelo pela última vez, e demorando um pouco mais para tirar sua mão, deixando seus corações baterem mais devagar, não querendo ficar sem novamente.

 SoonYoung deu um ultimo sorriso e um aceno, antes de adentrar no prédio. O Lee apenas ficou olhando, até seu coração manda-lo prestar atenção, e voltar para sua casa.

 

*

 

                Naquele dia JiHoon chegou exausto, e sem pensar muito se jogou na cama, querendo apenas dormir e pensar no dia seguinte apenas quando estivesse nele. Porém seu celular vibrou, e o mesmo não resistiu ao impulso de pegar para ver as novas mensagens de SoonYoung. Ele comentava animado do dia, e o Lee não pode deixar de responder, sentindo-se preenchido novamente.

 Passaram horas trocando mensagens, e só pararam quando o baixinho acabou adormecendo em sua cama, com o aparelho em mãos. O Kwon esperou mais algum tempo, antes de concluir que não seria respondido tão cedo, e se deitou também.

 Pensou no dia todo, relembrando principalmente quando estavam juntos ali. Sentiu tanta falta, e fora tão automático, que não se arrependia de nada, apenas queria mais e mais, antes de voltar para .

 Com aquele pensamento, seu sorriso desmanchou, e lembrou-se que em quatro dias voltariam para a sua casa, e teria de aguentar tudo de novo. Ao menos esperava que seu irmão estivesse lidando bem com sua solidão.

 

*

 

                Seus pais saíram mais cedo que o usual, e não muito depois o Kwon apareceu, trajando uma camisa larga e florida, junto de uma bermuda azul. Era o conjunto do moletom que haviam comprado no ano passado, e o Lee sorriu, deixando-o entrar. O maior olhou a casa admirado, não vendo mudança alguma ali, a não ser o tom da parede que parecia mais claro – mas isso poderia ser apenas impressão sua.

 JiHoon o mandou se acomodar no sofá, enquanto terminava de fazer a pipoca. O mais velho até o obedeceu, fuçou nos DVDs, e quando se cansou de tudo aquilo, se levantou, perguntando-se o porque da demora.

 Fora até a cozinha com um bico, e viu o baixinho segurando o cabo da panela, remexendo-a enquanto esperava as pipocas estourarem. Se aproximou sorrateiramente, sem que o outro percebesse, e agarrou sua cintura com força, o que o fez pular e soltar a panela, antes de virar-se bravo.

 Abriu a boca para reclamar, mas sua raiva passou ao ver o sorriso de SoonYoung. Lembrou-se novamente que não podia ficar bravo com ele, tinha de dar o seu melhor para que tudo fosse perfeito, e ele apenas suspirou, antes de abraçar seu tronco. O de cabelo descolorido balançou os seus corpos, da mesma forma como havia feito há meses atrás, trazendo certa nostalgia, mas ainda era melhor que da última vez.

 Não estavam se separando, e só aquilo já bastava para o momento ser bom.

 Só se separaram quando a pipoca começou a estourar, assustando o mais novo que deu um leve soco no braço alheio, e voltou sua atenção para a panela. SoonYoung prontamente o ajudou, pegando a vasilha e em seguida tirando o suco da geladeira, tentando ser o mais prestativo possível. Assim que o Lee jogou o sal na pipoca, ele a pegou para levar à sala, e fora acompanhado de perto.

 Deixaram a comida sobre a mesinha de centro, e o baixinho rapidamente ligou a televisão e o DVD, antes de constar a hora e ver que tinham alguns minutos de sobra. Pegou o primeiro filme da lista, e o colocou suavemente na bandeja, antes de empurrá-lo para dentro e voltar para o chão próximo ao sofá.

 Eles tinham o hábito de assistir os filmes no chão, por ter mais espaço para os dois que no sofá. O Kwon se sentou primeiro, e quando JiHoon mencionou em se sentar ao seu lado, ele bufou, e bateu no piso a sua frente. O mais novo arqueou uma sobrancelha, enquanto o outro apenas sorria travesso, e ele cedeu, sentando-se a sua frente e logo deitando o seu corpo o suficiente para que se encaixasse melhor no alheio.

 Eles se abraçaram e assistiram ao filme em silêncio. Vez ou outra o maior tinha de se esticar para pegar o suco, mas nada muito difícil. Quando o menor percebeu, o ajudou e terminou por ficar segurando para ele pelo restante do filme.

 Passaram a tarde daquela forma, apenas mudando de posições e por vezes até ficando no sofá, visto que passar tanto tempo no chão fazia mal a coluna deles. Não se separaram por um segundo se quer, e trocaram apenas palavras sobre os filmes, aproveitando o máximo possível da companhia um do outro.

 Ao fim do último filme, eles ainda tinham alguns minutos antes do horário limite de SoonYoung, e o mesmo sentia sua cabeça latejar por tanto tempo no escuro. JiHoon se levantou como se não fosse nada, e arrumou tudo, lavando a louça e guardando em seguida, para não deixar vestígios do que fizera.

 O Kwon estava deitado no sofá, piscando vagarosamente para tentar se acostumar com a claridade, quando sentiu o estofado ondular, e abaixou o olhar do teto para o baixinho que se sentou ali. Sorriu automaticamente, e suas mãos se entrelaçaram, e o Lee se curvou em direção ao rosto alheio, selando seus lábios suavemente, como fizeram muitas vezes naquele dia.

 Trocaram beijos sedentos, antes de JiHoon achar que era hora dele ir, e terem de se separar novamente.

 SoonYoung relutante se levantou, formando um bico desgostoso enquanto arrumava sua roupa e seu cabelo. O Lee destrancou a porta, e antes de abri-la sentiu seu corpo pressionado contra a mesma. Virou-se para ver o sorriso travesso do maior, e logo as mãos do mesmo agarraram sua cintura, alisando-o enquanto trocavam o último beijo da noite.

 Terminaram com selares estralados, e o Kwon deixou uma pequena marca em seu pescoço, o que o fez o mais baixo bufar e lhe dar um leve aperto no braço, mas não rejeitou-o.

 “Até amanhã JiHoonie”, sussurrou o mais velho contra seu ouvido, e tudo que o menor conseguiu fazer foi assentir. “Eu te amo”, completou, depositando um beijo terno em sua bochecha, e finalmente saindo.

 JiHoon ficou vendo-o ir embora, e fechou a porta com seu coração a mil, já ansioso pelo dia seguinte.

 

*

 

                No dia seguinte, eles foram ao teatro. Onde sempre planejaram ir e nunca foram por preguiça, mas agora parecia um ótimo dia para aquilo. JiHoon passou a manhã com ele no hotel, apenas conversando e trocando carícias, que desta vez foram um pouco mais quentes que da outra vez, e o deixaram com um gostinho de querer mais ao final.

 Assistiram tudo com muita atenção, e se arrependeram de nunca terem o feito antes. Saíram animados pelo centro, visitando algumas lojinhas e gastando o dinheiro deles. Compraram muitas coisas, dentre elas um casaco que SoonYoung havia visto em uma loja e quis comprar. O Lee franziu o cenho enquanto provava, não se sentindo muito bem com aquela peça. Era diferente das usuais que o Kwon havia lhe dado, e a princípio ele não entendeu.

 “Você fica mais maduro com esse casaco”, comentou o maior, enquanto o mesmo dava um giro completo para ele. “Fica muito bem em você”, acrescentou, fazendo-o corar e assentir.

 Deixou que o mais velho lhe pagasse, como um dos últimos mimos que ganharia dele, e que o mesmo assegurou ser seu presente adiantado – visto que não estaria presente para lhe dar – e o baixinho se sentiu mal por não ter dado nada para ele de aniversário.

 Voltaram para o hotel diferente do outro dia, com certa pressa para aproveitarem as últimas horas juntos. Adentraram levemente eufóricos, e o Kwon nem esperou que JiHoon deixasse devidamente todas as sacolas sobre a cômoda, já o atacou durante o ato.

 Agarrou sua cintura com certa força, depositando vários beijos em seu pescoço enquanto o mais novo reclamava, querendo ao menos arrumar as sacolas, sem sucesso algum. Deixou-se levar pelas mãos quentes que subiam por sua pele e tiraram sua camisa facilmente, expondo seu corpo esguiou ao ar frio daquele dia.

 SoonYoung sorriu ao finalmente ver seu corpo, sentindo tanta falta de tocá-lo como antes, e o abraçou, espalmando suas mãos por suas costas enquanto o Lee o guiava até a cama. Trocaram um beijo rápido antes das pernas do maior baterem na madeira que dava suporte para a cama. JiHoon quebrou o beijo para empurrá-lo contra o colchão, mas não funcionou.

 O Kwon sorriu travesso, e trocou suas posições, fazendo-o sentar-se na cama e logo se deitar, com ele por cima, atacando o seu pescoço, sedento por mais contato. O mais novo riu de sua atitude, e levou suas próprias mãos para o casaco alheio, puxando-o para baixo, e logo tirando-o de seu corpo.

 O mais alto se sentou brevemente para tirar sua própria camisa, antes de voltar a se curvar sobre o outro, trocando um beijo lascivo onde o mais baixo mordeu seu lábio inferior ao se separarem. As mãozinhas de JiHoon deslizaram por seu abdômen, arranhando de leve até chegar a calça do maior.

 Suas mãos começaram a estimular a região do membro alheio, e SoonYoung ofegou, antes de se afastar para ver o rosto do mais novo.

 “Você não era assim JiHoonie”, provocou o de cabelo descolorido, deixando uma marca em seu ombro ao fincar seus dentes ali.

 “Você também não era assim, me deixava ficar por cima”, retrucou o baixinho, enquanto os beijos do outro desciam cada vez mais por seu peito.

 “Justo”, concluiu o Kwon, abrindo outro sorriso e beijando manhosamente seu peito, para em seguida deixar um leve chupão, que era o suficiente para deixar outra marca vermelha em sua pele tão clara. “Eu amo você”, sussurrou por fim, se erguendo para vê-lo.

 O Lee sorriu, e agarrou seu pescoço com certa brutalidade, fazendo seus lábios se chocarem novamente, em um beijo ainda mais urgente, onde apenas no final ele respondeu.

 “Eu também te amo”, sussurrou, sentindo seu corpo relaxar cada vez mais.

 

*

 

                Os dias seguintes se passaram tão rápidos, mas não menos intensos, com cada minuto e segundo sendo aproveitados. No último dia JiHoon se permitiu dormir com ele, apenas para matar a saudade, e fora a última vez que dormiu tão bem, em toda a sua vida.

 Eles trocaram carícias quentes pelo resto da noite, e adormeceram tarde, porém extremamente relaxados.

 Porém o dia seguinte surgiu apenas para lembrá-los de que nem tudo era perfeito, e que tinham vidas para seguir.

 Acordaram com duas horas de antecedência, o suficiente para que o Kwon se arrumasse devidamente, e eles tomarem um último banho juntos, antes de seguirem para a estação. Tomaram seu café da manhã na lanchonete de antes, já sentindo o pesar da separação os assombrando. Não trocaram tantas palavras como na noite anterior, mais por não saberem o que dizer do que por não quererem falar.

 SoonYoung comprou o seu bilhete para a volta, e se virou para o baixinho, recebendo um abraço inesperado do mesmo. Retribuiu sem pensar, envolvendo-o em seus braços, sentindo por uma última vez o seu cheiro.

 “Eu vou sentir sua falta”, sussurrou JiHoon ao pé de sua orelha, e pela primeira vez o baixinho lhe beijou em público, depositando um beijo quente e discreto em seu pescoço, antes de se afastar com as mãos unidas a frente do corpo.

 “Eu também vou JiHoonie”, disse o mais velho, e novamente bagunçou seu cabelo, como amava fazer, pois aqueles fios sedosos sempre voltavam para o lugar. “Vamos continuar nos falando, tá? Não deixe de me mandar mensagens”, pediu, soltando-o finalmente e dando alguns passos para trás.

 O baixinho assentiu, sentindo seu coração se apertar novamente. A dor era deveras maior do que da primeira vez, mas a certeza de que iriam se encontrar novamente no final do ano, e no ano seguinte apenas o motivava a sorrir naquele instante.

 O Kwon embarcou em seu trem, e acenou para ele, com seu sorriso habitual e seus olhinhos espremidos por suas bochechas altas. JiHoon sorriu e acenou também, subitamente perdendo toda a sua vergonha, e ao recolher sua mão, sussurrou novamente para que ele não se esquecesse de si.

 Se ele soubesse que aquela seria a última vez em que se veriam, ele teria amado mais, feito mais coisas talvez, mas definitivamente teria expressado muito mais os seus sentimentos, para que assim, talvez, o mais velho nunca tivesse lhe esquecido.

 

*

 

                Eles realmente trocaram mensagens, por um mês mais ou menos, ou até o final das férias, JiHoon não tinha certeza. Tudo parecia bem, leve, normal.

 O Lee, mesmo solitário, ainda estava motivado a estudar com cada vez mais de afinco, almejando sua tão sonhada faculdade – e que seria ao lado de SoonYoung. Por isso a princípio ele não se importou muito quando as mensagens começaram a demorar um dia para serem respondidas.

 Ele só pensou que, assim como ele, o Kwon deveria estar ocupado com os estudos, e tentou não pensar naquilo, embora a demora lhe partisse o coraçãozinho.

 Depois elas demoravam mais dias, uma semana até, e as respostas eram cada vez mais curtas e escassas. Ele não perguntava nada como sempre fazia, apenas respondia vagamente vez ou outra, e JiHoon começou a se preocupar.

 Mas não ligou para ele, mesmo sabendo todos os seus horários, sabendo quando este estaria livre ou não, não o fez. Imaginou que atrapalharia a sua vida se o fizesse, e por algum tempo se contentou em apenas esperar.

 Perdeu a conta de quantas vezes encarou seu celular, enquanto estudava ou enquanto estava deitado, esperando o sono vir, e principalmente, aguardando sua resposta.

 Mas teve um dia que ela não veio mais.

 Nunca mais.

 

*

 

                Ele tentou não se desesperar. Afinal, deveria ter uma resposta lógica, não? Talvez fosse apenas questão de tempo.

 Se iludiu por dias com aquele pensamento, até que desistiu, vendo que não faria sentido persistir. Seu coração já estava partido, e ele se sentia abandonado, esquecido, e principalmente, completamente sozinho.

 Seus pais nunca o entenderiam, e ele não tinha ninguém para contar. Tinha apenas a sua mente atordoada de pensamentos, machucada de lembranças, e cheia de perguntas. Mas nunca seriam respondidas.

 O dia do vestibular chegou, e ele se sentia acabado.

 Já fazia dias que não dormia direito, e quando sua mãe perguntava, apenas respondia que era pressão das provas, enquanto seu coração apenas batia clamando por uma pessoa. Naquele dia sua mãe lhe fez seu café da manhã preferido, tentando agradá-lo o máximo possível, e JiHoon pode apenas assentir e murmurar agradecimentos, enquanto no fundo queria apenas fugir.

 “Então filho, escolheu o que quer fazer?”, questionou sua mãe suavemente, enquanto pegava seu prato vazio para lavar.

 O baixinho comprimiu os lábios, e aquela pergunta rodou por sua mente.

 Ele queria mesmo fazer música?

 Tinha mais algum motivo para ir à Seoul?

 “Sei que é difícil, mas já pensou em direito?”, continuou sua mãe com cautela, passando a água suavemente por seus ombros. “Sempre quisemos um advogado na família mas, se você já escolheu outra coisa, nós entendemos”, completou ela.

 JiHoon assentiu, encarando suas mãos por cima da mesa, ainda se questionando o que deveria fazer. As lembranças daquele dia na lanchonete se fizeram presentes, e ele trincou os dentes, não querendo voltar a chorar. Não naquele instante.

 Ele se levantou e apenas se despediu, sem dar chances para sua mãe lhe desejar boa sorte.

 

*

 

                Incrivelmente conseguiu relaxar e responder todas as questões. Seus estudos valeram a pena, e ele tinha certeza de que provavelmente passaria, mas, ainda não havia preenchido o único campo que lhe faltava, e que estava encarando a meia hora.

 Qual a área?

 Sua caneta tremia em sua mão, enquanto sua mente nublava-se e o impedia de assinalar uma das respostas.

 Ele queria mesmo música? Ou queria apenas por ele?

 Ele queria direito? Ou era apenas porque sua mãe sugeriu?

 Após mais alguns segundos pensando, ele escolheu a alternativa, jogando todo o seu esforço durante aquele ano para o lar, e voltando para sua casa sentindo-se mais pesado do que antes. Achou que se fizesse a escolha correta, aquele peso em seu coração sumiria, porém não aconteceu.

 Ou talvez não fosse a escolha correta?

 

*

 

                A resposta veio em formato de carta, a qual sua mãe abriu com orgulho e gritou por seu nome inúmeras vezes, chamando-o para ser parabenizado.

 Aquele dia JiHoon pretendia apenas morrer em sua cama, desejando ser esquecido por todos como havia sido esquecido por ele. Já fazia dias que estava daquela forma, apenas comendo e esperando por algo, que ele não sabia o que era.

 Levantou-se apenas por achar que era sua obrigação ao menos ver o que havia acontecido, e assim que abriu a porta de seu quarto, recebeu uma mão em sua cabeça. Era daquela forma que sua mãe lhe parabenizava, e lhe entregou as cartas cheia de orgulho.

 O Lee forçou seu sorriso e as pegou, constando que passou para todas as faculdades as quais prestou, porém aquilo não o agradava de verdade.

 “Então filho, para qual delas você vai?”, perguntou sua mãe curiosa, vendo-o apenas balançar a cabeça. “Já pode ficar tranquilo agora, passou em todas!”, comemorou, e novamente o baixinho apenas assentiu, afastando-se e voltando para dentro, sem dizer nada.

 Trancou-se no quarto novamente, e aqueles papeis escorregaram por suas mãozinhas, caindo ao chão como penas.

 Do que lhe valia alguma daquelas cartas?

 Seus olhos automaticamente foram para seu celular, que há muito tempo fora esquecido sobre a escrivaninha. Caminhou a passos lentos, pegando-o em suas mãos, tocando a capa fofa negra, e desbloqueando-o.

 Ficou algum tempo encarando o plano de fundo, antes de constar que não havia mensagem alguma. Prendeu sua respiração e abriu a caixa de mensagens, e clicou no único número que havia ali.

 Já fazia tanto tempo que não mandava mensagens, que nem sabia se ainda poderia mandar alguma.

 Seu coração se apertou com força, enquanto ele digitava sua última e dolorosa mensagem.

 “Eu ainda te amo SoonYoung”, sussurrou tão baixo que pareceu um gemido, e enviou, deixando seu celular no exato local em que estava, e indo a passos lentos para sua cama, sentindo seu corpo frágil e enfraquecido pedindo por mais descanso.

  As lágrimas saíram automáticas, entretanto ele já nem as sentia mais. Não sabia nem porque estava fazendo isso com ele. Porque ainda lhe mandou a mensagem, mesmo sabendo que nunca seria respondido?

 No final ele ainda tinha esperanças, e adormeceu apenas com o restinho que sobrou de seu coração.

 

*

 

"Take my time to dream"


Notas Finais


Espero ter atingido todos os meus objetivos, e vi que esqueci de explicar sobre as roupas, me desculpem ;;
Primeiro, as roupas que o JiHoon usam são de Adore U Era, que era pra representar o passado dele. Quando ele conhece JeongHan e usa uma roupa diferente do habitual, é uma de Mansae Era, para mostrar que ele estava finalmente mudando - amadurecendo -, e finalmente, no dia da festa, ele usa uma roupa de Pretty U Era, que é pra 'mostrar' que ele havia superado, mas bem, ele encontrou o Hoshi, e percebeu que no final ele apenas estava dando voltas. Espero que alguém tenha entendido ou ao menos imaginado isso ;; Eu queria que realmente tudo fosse significante para ele, que estava em um período difícil.

Se atingi meus objetivos eu não sei, mas tentei mostrar o amor de alguém que foi moldado por outra pessoa - no caso, Woozi estava há tanto tempo com ele que estava absorvendo a personalidade alheia - e que aos poucos tentava se achar novamente, criar uma nova identidade.

Queria que tivesse a moralzinha do: seja você mesmo, ou não mude pelos outros, mas acho que não deu a entender isso ;;

E por que essas notas parecendo que a fic acabou?

Porque aqui termina a versão rosa da fic - essas capas de capítulo não foram a toa - e a partir do próximo começa a versão azul. Sim, com o lado do SoonYoung, porque não quero pegar apenas um ponto de vista, tem que mostrar os dois lados pra ficar legal, né?

Obrigada a todos que leram, favoritaram, que tiveram paciência pra ler tudo isso, porque eu sei que mais de 7000+ dá uma preguiça ;; Mas eu não consegui escrever menos e passar tudo que eu queria.
É isso, obrigada novamente, e espero que esperem pela continuação ~


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