História I already love you - Jikook - Eu não me importo!

''A vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música''.

~Jeon JungKook

As manhãs aqui em Busan geralmente estão frias, tenho que sair de casa parecendo um ''astronauta'' de tanta roupa que eu coloco, e assim foi. Estou a caminho da empresa de moda para a qual trabalho como estilista, está fazendo 4° graus, só consigo colocar as mãos em frente a boca e aquece-las por milésimos de segundos enquanto eu caminhava rapidamente pelas calçadas. No caminho comprei um café para tentar ajudar pelo menos 5% me aquecer. Vou observando as pessoas correndo, provavelmente atrasadas para seus compromissos, as crianças sendo levadas para a escola, e os que simplesmente levantam cedo para varrer a frente de casa.  

Chegando na empresa, fui até minha sala e tirei os três casacos, ficando apenas com um blusão, afinal todas as salas possuíam aquecedor, liguei o mesmo. Sentei-me e comecei a desenhar as roupas para uma nova linha de inverno, sempre que sento nessa cadeira as ideias fluem, meu chefe sempre elogia, diz que eu sou um dos melhores, aliás estou como funcionário do mês, sendo assim devo ajudar todos os estagiários que chegam. Trabalho aqui de 5-7 horas por dia, sim, eu entro aqui as 5:00 da manhã.

Havia terminado duas peças de roupa, vejo pelas frestas da janela meu chefe passando por ali. Vou até a porta rapidamente.

-Senhor Seok- o chamo e ele vira me encarando com sua típica expressão gentil.

-Olá senhor Jeon- aperta minha mão- No que posso ser útil?

-Terminei duas peças para a coleção de inverno- digo e ele sorri pegando os papeis de minha mão. Analisa-os cuidadosamente, abre a boca diversas vezes mas não fala nada, eu sempre fico apreensivo quando vou mostrar minhas criações para ele.

-É como eu sempre digo Jeon, você me surpreende- ele diz sorrindo e eu sorri automaticamente respirando aliviado- Com toda certeza usarei as duas, agora se me der licença tenho que resolver uns problemas lá na recepção- sorri mais uma vez e se despede.

O tempo passou voando, estava indo para a parada de ônibus, chegando lá me recostei no ferro, coloquei meus fones de ouvido em uma playlist qualquer do Maroon5. Fecho meus olhos e aprecio a música balançando a cabeça no ritmo, abro os olhos e noto uma figura de baixa estatura atravessar a rua. Vou explicar: era uma rodovia com duas ruas uma ao lado da outra, eu estava na parada de uma delas e o garoto atravessava a rua da outra rua. ATÉ EU ME CONFUNDI, CALMA JUNGKOOK. 

Bom... isso não foi problema, o grande problema veio depois, cabelos laranjas voando por cima de um carro desgovernado, automaticamente uma dor no coração, o que eu faria, será que ele ficará bem, ou melhor, quem é ele?

Só uma coisa  eu tinha em mente: PRECISO AJUDA-LO. E sem prensar, olho para os lados e corro até o lado do garoto. O carro havia ido embora na velocidade da luz, agora ele estava lá estirado no chão. Chegando perto percebi que tinha sangue saindo do canto de tua testa e de sua boca, seu celular estava despedaçado no chão. O peguei e montei, ligando o mesmo.

Ele resmungou, acho que estava acordando, levantei sua cabeça com as duas mãos e ele me encarou com seus olhos grandes e uma expressão confusa.

-O-o que aconteceu? Quem é você?- perguntou com a voz rouca.

-Bem...um carro praticamente te jogou para cima enquanto você atravessava a rua- disse meio sem jeito, pois eu nem conhecia o sujeito.

-Ãhnn...ta doendo- coloca a mão na cabeça.

-Ai meu Deus, tenho que te levar para um hospital- digo em desespero e ele nega com a cabeça.

-Não, não se preocup- o cortei.

-Ssshhh, eu sei que vai falar que não precisa, mas olha só- fiz ele me encarar- Não me importo- digo bravo- Você precisa de ajuda.

-Aish- ele reclama e mesmo assim eu chamo o táxi, o taxista me ajuda a colocar ele no banco, nessa correria nem perguntei seu nome, ainda não quero assustá-lo, apenas ajudar. 

Chegando no hospital, paguei uma consulta de urgência o mais rápido que pude, por mais que ele estivesse acordado eu não arriscaria nada. A médica foi super querida com ele, agradeci aos céus pelo seu caso não ser grave, ele apenas precisava de repouso.

Sinto que preciso cuidar dele.