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História I am a Piano - Capítulo Único


Escrita por: Tanaka-kun

Notas do Autor


Oiii pessoas do meu kokoro <3 Cá estou eu mais uma vez trazendo uma nova one :3 pq o aoba é divo demais!
Estou com 4 ones pela metade, e eu simplesmente nao saio do caminho i.i #xatiada

Boa leitura~ <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


   Eu amo música. Amo o modo como meu corpo parece flutuar a cada nota produzida. Gosto de fechar os olhos e me imaginar dando vários giros em um mundo criado por mim mesmo, onde só tinha eu e a música. Eu nasci pela música, seja ela qual for eu toco. Clássica, jazz, blues e vários outros tipos, até músicas de louvores. Meu propósito era puramente tocar, agraciar o ouvido de todos com meus sons, enquanto me perdia dançando na vastidão da minha própria música.

 

   Meu primeiro lar foi um enorme salão de concertos, bem no meio da cidade grande. Inúmeras pessoas vinham ver-me tocando toda semana, juntamente com vários pianistas diferentes. As moças com seus lindos vestidos volumosos e senhores com elegantes trajes escuros, acompanhando-as. A sensação de tocar e dançar na frente de toda aquelas pessoas era indiscutível, como se ali fosse a razão de todo meu ser.

  

   O penúltimo competidor havia acabado de tocar e toda a platéia nos aplaudia. Era gratificante ouvir o som de aplausos após uma apresentação, e um sorriso iluminado se mostrou em meus lábios. Agora haveria apenas mais uma música, e o último pianista a apresentar finalmente entrou no palco. Meus olhos dourados se encontraram com os vermelhos dele, confiantes e gentis. Estava vestindo um elegante traje escuro e seus passos eram calmos e ritmados. Conseguia ouvir a música que seu corpo tocava ao caminhar.

 

   A música escolhida era a “Arabeske in C major”, Op. 18 de Robert Schumann. Vi-o respirar fundo para só então começar a tocar. Assim que a primeira tecla foi apertada, foi como se um mundo novo se abrisse, onde todas as pessoas que nos observavam desaparecessem e existíssemos somente nós dois. Seus dedos deslizavam com destreza pelo teclado, gentis como seu olhar, preenchendo todo o salão com sua melodia, admirando toda a platéia que nos observavam encantados.

 

   Nossos olhos estavam presos um ao outro. Nossas mãos juntas enquanto nossos corpos balançavam conforme o ritmo da música. Os sentimentos dele transmitidos pela música transbordavam em meu corpo. Nunca havia me sentido assim antes. Tão feliz e emocionado, como se nada mais importasse e que o tempo podia parar ali mesmo, e apenas nos deixar dançando aquela melodia eternamente.  Mas ao fundo, eu também me sentia triste, pois sabia que não duraria, e no momento que ele parasse de tocar a música, todo aquele encanto sumiria.

 

   Então, eu apenas aproveitei o máximo que podia. Lágrimas brotaram nos cantos dos meus olhos, mas me imergi somente naquela dança. Pude contemplar uma de suas mãos irem até meu rosto, e com um de seus dedos, limpar as lágrimas que não paravam de cair. Vi um sorriso gentil brotar em seus lábios, e então, a música parou. Todo o mundo que nos cercava desapareceu de repente, e voltamos para o salão, onde a platéia nos aplaudia em pé.

 

   Vi-o se curvar perante a platéia agradecendo e logo dar as costas, partindo. Doía observá-lo ir embora, incapaz de chamá-lo ou dizer uma única palavra. Queria que ele ficasse, queria dançar com ele mais uma vez, e sentir aquele mundo novamente. Mas já não era mais possível. E logo, eu fiquei sozinho, observando o enorme salão escuro e sozinho.

 

   A crise e rumores de guerra afetaram a cidade grande, e o salão de concertos foi fechado devido à falta de investimentos. Os donos me venderam a alguns mercadores por uma alta quantia, e então fui para um bar mais afastado do centro da cidade. As condições daquele lugar eram precárias, e as pessoas que frequentavam eram piores ainda. Fui posto de atrativo para os clientes, que vinham até mim independentemente da minha vontade.

 

   Era obrigado a tocar todos os dias. Nenhum deles tinha qualquer talento ou habilidade para me impressionar, quando não batiam as teclas aleatoriamente, criando desprezíveis ruídos que jamais imaginei que faria. Suas mãos imundas me tocavam, e não era capaz de dizer nada, apenas cair em profunda tristeza. Era deixado em péssimos ambientes, tomava chuva e sol constantemente, me deteriorando cada vez mais, e me afogando mais em tristeza. Bêbados derrubavam bebidas alcoólicas em mim, adentrando lugares impossíveis de qualquer um limpar, além da fumaça de tabacos que me faziam torcer o nariz.

 

   Um dia, um homem bem jovem, estendeu sua mão para mim, assim como todos ali. Eu já não tinha mais brilho, já não tinha a beleza que costumava ter. E então, ele a tocou. “Arabeske in C major”, Op. 18 de Robert Schumann. Ele não era tão habilidoso, mas ainda sim, aquela melodia me despertou memórias. Aqueles olhos vermelhos que me encaravam amavelmente, e seus dedos gentis que passeavam pelas teclas como se fossemos um só. O mundo que criamos apenas para nós, mas que agora restam apenas memórias. Meus olhos começaram a brilhar, e lágrimas brotaram sem parar.

 

   E eu chorei. Chorei de saudades.

 

   E o homem nunca mais voltou. Tempos depois, o número de pessoas que vinham até mim diminuía cada vez mais, até que eu era deixado totalmente em escanteio. Fui usado como uma parte dos móveis, segurando vasos de flores que pingavam água constantemente em mim, machucando-me. Até que então, o dono do bar se cansou de mim e novamente fui vendido aos mercadores por um preço muito mais baixo do que pela primeira vez.

 

   Fui comprado por uma escola de música que estava iniciando aulas para crianças pequenas. Inicialmente, eu estava confuso com todas elas me olhando curiosas. Elas me puxavam, gritavam, subiam em cima de mim e apertavam minhas teclas sem o menor cuidado. Mas depois, eu comecei a me acostumar neste lugar, pelo menos as condições em que ficava aqui eram melhores do que antes. E era engraçado observar aquelas pequenas crianças sem talento que não chegavam à metade da minha altura, crescerem e se tornarem mais altas e talentosas.

 

   Eu não estava mais me sentindo tão mal aqui. Mas então, um dia, um novo piano chegou. Era mais novo e mais bonito, assim como um dia eu fui. As crianças logo se encantaram por ele, e novamente fui deixado de lado.  Eu estava triste. Já não conseguia mais tocar como antes.

 

   E finalmente, eu me tornei um piano extremamente desgastado.

 

   E mais uma vez fui vendido aos mercadores, e sai da cidade para um lugar bem distante. Eu não sabia qual seria meu próximo destino, se era outro bar ou se iria ser jogado fora. Eu já não tinha mais esperanças. Viajamos por um longo tempo, eu apenas observava a paisagem mudando conforme nos locomovíamos. Finalmente havíamos chegado, e então vi uma bela casa cercada de árvores com belas flores de cerejeira. Era um lugar muito bonito. Vi a porta da casa abrir, e então pude ouvir suas vozes.

 

   “Obrigado por terem vindo todo o caminho até aqui.”

   “Você tem certeza de que quer esse piano, senhor? Ele já está bastante velho.”

   “Sim... porque ele é o único...”

 

   Não conseguia ver quem estava na porta já que os mercadores estavam na frente. Eles me carregaram todo o caminho e me colocaram no meio de uma enorme sala, com uma bela vista para as flores de cerejeira. Eu ainda não sabia o que pensar, estava com medo. Mas então, eu o vi. Aqueles amáveis olhos que me encaravam exatamente como anos atrás. Ele estava mais velho, e tinha um ar mais maduro do que quando nos conhecemos.

 

   Lágrimas surgiram nos meus olhos, inundando minha visão. Soluços se fizeram presentes, e meu corpo todo tremia. Senti suas mãos quentes tocarem meu rosto, e aquele mesmo sorriso carinhoso se mostrou em seu rosto. Inclinei minha cabeça em sua mão, sentindo mais aquele toque que fazia minhas lágrimas caírem cada vez mais grossas.

 

   “Você certamente percorreu um longo caminho...”

 

   E a música começou. “Arabeske in C major”, Op. 18 de Robert Schumann. O mundo a minha volta se transformou, cores tomavam todo o espaço, e novamente, somente eu e ele estávamos ali. Seus dedos percorrendo as teclas eram como o agarre de sua mão na minha, e a melodia como a dança que nossos corpos tocavam. A tristeza e a saudade deram espaço para um sentimento caloroso. O sentimento de que estaríamos sempre juntos.

 

   Ele tocava com mais habilidade do que antes, mas seus dedos continuavam tão gentis e elegantes quanto. E eu não consegui impedir o enorme sorriso de felicidade que surgiu em meus lábios.

 

   “... por que ele é o único que preencheu minhas memórias por todo esse tempo.”

 


Notas Finais


E então? :3 acharam um pouco confuso? xD Vcs já viram de tdu em dmmd, mas aposto que ainda nao viram o aoba como um piano antes xD shauhsuahs embora eu nao tenha citado o nome, é o koujaku e o aoba ali xD
ficou mais focada no feels, mas achei tão bonitinha assim :3 Me digam o q acharam, fico tao feliz com os comentarios de vcs <3
Até a próxima one se Kami-sama quiser! jaa ne :3


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