Estava limpando meu apartamento quando ouvi uma batida na porta. Totó simplesmente levantou a orelha e voltou a roncar na minha cama. Fui atender a porta.
- Olá SunHee. Precisamos conversar. - Era a proprietária do apartamento. Não sabia o que me esperava. Dei passagem para ela entrar.
- Sente-se por favor. -Indiquei meu pequeno sofá para ela.
- Obrigada. Bem, vou precisar do apartamento até dois dias. Houve uma proposta de compra e eu aceitei. -Disse ela me dando um choque de realidade.
- Como? - Disse indignada. Pra onde eu iria? Se não achasse um lugar até dois dias, teria que voltar para Jeju com os meus avós, isso significa que não teria como ajudar o meu avô.
- Eu sei que é difícil, mas preciso dele até dois dias. Sei que vai encontrar outro lugar. - Ela me jogou essa informação e foi se retirando. Antes de sair olhou com nojo para o Totó que estava em minha cama. - Não precisa pagar esse mês.
O que eu faria? Não tinha muito tempo para achar outro lugar. E o preço? Não posso gastar muito, tenho que mandar o dinheiro para os meus avós. Iria até o banco mandar o dinheiro para eles e iria procurar um lugar para ficar.
-- No banco --
Chegando no banco fui direto pegar um envelope e fui preenchendo-o para poder enviar o dinheiro. Só pensava se o dinheiro que me restaria daria para achar um lugar decente.
Saindo de lá me sentei em um banco na outra rua. Abri o jornal que havia pego e comecei a procurar por um novo lar. Não haviam muitas opções e nenhuma era agradável ou o preço era enorme. Coloquei o jornal de lado e cobri o rosto com as mãos. Eu estava muito nervosa.
Respirei fundo e olhei o para o céu. De repente ouço o meu nome.
- SunHee! - D.O aparentava estar feliz em me ver, mas após reparar em mim deve ter percebido que algo aconteceu. - O que houve?
- Oi D.O! Estou com alguns problemas mas não precisa se preocupar, vou resolver tudo. - E ele se sentou do meu lado e pegou minhas mãos.
- SunHee, você pode me contar, somos amigos. - Nesse instante comecei a chorar e entrar em pânico. Não estava tudo bem. - Venha, vou te levar para sua casa.
- Esse é o problema D.O, daqui dois dias não terei mais uma casa. - Contei toda a minha situação. Eu me sentia melhor do que poucos minutos atrás.
- Vamos. - Ele se levantou e segurou minhas mãos. - Você precisa de um chocolate quente. Não diga nada. - Concordei com a cabeça e enxuguei minhas lágrimas e fui com ele.
D.O me levou para a casa em que eu já conhecia e causei um alvoroço. D.O disse que os meninos estavam na academia quando notei que a casa estava vazia e me levou para a cozinha.
- Eles malham tanto assim? - Perguntei não esperando o que viria a seguir.
- Você precisa saber de algo. - Eu tomei um gole do chocolate que D.O tinha acabado de colocar da minha frente. - Nós não ''malhamos'', nós malhamos mas não é só isso. Temos uma academia de boxe e todos temos alguma função lá. Eu cuido dos documentos e papeladas, por isso estava indo ao banco hoje.
- D.O sinto muito por ter te atrapalhado! - Disse me sentindo pior.
- Não tem porque se desculpar. Você é minha amiga e não está bem. Posso ir depois. - Ele pegou a minha mão e logo a soltou. - Então, não terminei de contar, na academia, para podermos ter uma chance melhor, toda semana em algum lugar diferente, participamos de lutas e apostas com pessoas que não conhecemos.
- O que isso quer dizer? - Perguntei tentando entender.
- Quer dizer que nós meio que fazemos algo errado. - Ele disse olhando para o chão. Dava para perceber que ele não concordava totalmente com aquilo. - Agora venha comigo.
- D.O...tudo bem. - E o acompanhei.
Ele me levou até o segundo andar. Do lado do banheiro que ficava no final do segundo andar, havia uma escada meio que em zigue-zague que indicava outro andar. Nós subimos e estávamos em um sótão. Era grande, mas havia muita bagunça. Caixas para todo lado e muita, muita poeira. Eu espirrei.
- Saúde. - Ele disse e assim como eu ele olhava para todo lado. - Nós vamos arrumar aqui e esse será seu quarto. Tem essa janela bem grande e fica perto do banheiro.
- D.O, não posso ficar aqui. - Disse dando uns passos para trás. - Não quero dar trabalho.
- SunHee, você não tem outro lugar para ficar. Não estou jogando na cara, estou apenas tentando te ajudar. Esse lugar ficará perfeito para você. O problema é que só temos um banheiro na casa. E todos nós dividimos, mas ele é grande. O que não o deixa tão ruim assim. - Ele pegou duas caixas e foi descendo a escada. - Me ajude a levá-las para o quintal.
- Mas e os meninos? Digo, sou uma garota e vocês já estão acostumados com tudo. Não posso simplesmente invadir o espaço de vocês! - Peguei uma caixa pesada e fui carregando ela com dificuldade.
- Eles irão entender. Tenho certeza. Este é o meu quarto e o do Chanyeol. - Ele ia indicando com a cabeça. - Esse é o do Suho e do Xiumin, aquele é do Chen e do Lay e o último é do Kai e do Baekhyun.
Chegamos no quintal e colocamos as caixas perto do portão em que fiquei entalada. Que memória.
- D.O, mas e o Totó? O que farei com ele? - Perguntei confusa. Não acredito que me esqueci do meu melhor amigo.
- Ele pode ficar conosco. Arranjaremos um lugar para ele. Vamos terminar de trazer as coisas.
Após terminarmos de carregar tudo, eu estava exausta. D.O também estava exausto e largado no tapete da sala. Me sentei ao lado dele.
- Obrigada! - E depositei um beijo em sua bochecha. O que o deixou vermelho.
- Não tem problema. Vamos descansar um pouco e vou buscar suas coisas e o Totó.
- Quando você for eu vou limpar lá em cima. - E fiquei pensando que no final do dia eu estaria morta.
Após alguns minutos de descanso, D.O foi fazer o que havíamos combinado e fiquei sozinha na minha nova casa para limpar meu quarto. Conheci pessoas maravilhosas e isso mudou minha vida. Depois que terminasse tudo iria avisar a vovó pra ela não ficar preocupada. Não sabia como os meninos reagiriam com isso, afinal eu e D.O agimos sem a permissão deles, mas afastei meus pensamentos de lado e me levantei para pode ir limpar meu quarto.
- Vamos lá!
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