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História I am the Target - Lin Wen


Escrita por: Hawtrey

Notas do Autor


Ainda estou com problemas com a faculdade gente, então me perdoem a demora.

Capítulo 22 - Lin Wen


O olhar de Sherlock estava fixo nela novamente, dessa vez mais preocupado que magoado. Joan achou que receberia mais um sermão envolvendo confiança, segredos e parceria, mas ao que parece o soco de Joshua mudou o rumo de algumas conversas e aumentou a tensão no andar quase vazio do Departamento de Polícia de Nova York. Estavam de volta a primeira sala, dessa vez Detetive Bell estava de prontidão de um lado dela e do outro estava Sherlock, silencioso, controlando-se para não devolver o soco. Capitão Gregson estava sentado, o semblante cansado, seu olhar indo de Sherlock a Joshua em poucos segundos. Este último estava a uma distancia segura, quase lado a lado com seus seguranças.

Todos temiam uma nova confusão, uma nova briga. Então quando Joshua subitamente se aproximou de Joan, todos - em exceção dela – se moveram para impedi-lo.

― Se me tocar novamente vai levar mais um soco ― Joshua ameaçou Sherlock entre dentes.

― Não chegue perto dela ― Sherlock devolveu no mesmo tom.

― Fiquem calmos ― Capitão Gregson pediu pela segunda vez ― Ou prenderei os dois.

― Alguém tem que ajuda-la. Carver vá buscar o kit de primeiros-socorros ― Joshua anunciou, fazendo um de seus seguranças sair apressado. Em seguida ele passou por Sherlock e puxou a cadeira para sentar ao lado de Joan. ― Você está sangrando.

Joan lhe lançou um olhar confuso e em seguida fitou o próprio braço. Finalmente o seu curativo estava saindo e seus pontos se abrindo, fazendo um pouco de sangue começar a manchar seu casaco.

― Droga ― imediatamente tirou o casaco e encarou o ferimento. Estava certa.

O segurança voltou com o kit e entregou a Joshua, que logo tratou de começar a limpar o sangue.

― Isso foi minha culpa.

― Você não tem culpa se não lembrou ― Joan reconfortou sincera.

― Mas eu devia ter lembrado.

― Posso ajudar? ― questionou Lin, aproximando-se.

Joan a fitou. Estava consideravelmente mais calma e não sentia mais vontade de asfixiar todos que via. Então, naquele momento, sentiu compaixão. Lin era sua irmã e sabia que esse era o motivo dela estar tão envolvida em seus problemas. Ainda não sabia nada sobre ela ou o que a levou até a casa de Holloway ou de Veiga, mas precisava entender antes de surtar novamente e acusa-la de forma tão direta e absurda, como queria fazer assim que a viu pela primeira vez.

― Desculpe por essa confusão ― pediu forçando um sorriso ― Acho que você deve estar um pouco perdida.

― Acho que eu devo desculpas, aparentemente sou o motivo de alguns de seus problemas ― Lin retorquiu se ajoelhando ao lado dela e olhando o ferimento ― Não parece tão ruim, estava cicatrizando.

― Posso perguntar o seu nome? ― questionou Bell de modo sugestivo.

Lin olhou para Joan, indecisa sobre o que dizer.

― Essa é Lin Wen ― Joan respondeu sem hesitar ― Minha irmã.

A surpresa foi coletiva, assim como os olhos arregalados, mas ninguém ousou contestar. Estava claro que não sabiam de muita coisa, então não havia motivos para questionar o que ainda desconheciam.

― Você é a mulher nas imagens ― Sherlock concluiu rapidamente.

Lin confirmou, pouco à vontade.

― Está trabalhando com Holloway? ― Bell quis saber.

― Não, não, eu... ― Lin gaguejou ― Achei que Holloway me ajudaria a encontrar Joan, ele disse que ajudaria.

― E você acreditou? ― Sherlock questionou descrente.

― Eu já estava procurando Joan quando o encontrei, descobri onde ela morava logo que se mudou para um apartamento e na maioria das vezes vi Holloway saindo de lá ― Lin deu de ombros ― Quando conversamos ele mostrou algumas fotos, não vi motivo para não acreditar.

― Espera ― Joan interrompeu ― Disse que ele saia do meu apartamento com frequência?

― Muita frequência.

― Tem certeza que era meu?

― Vi quando mudou suas coisas para lá e perguntei do porteiro ― Lin esclareceu com sinceridade ― Tive que perguntar depois de um tempo. Fiquei confusa porque me disseram que você morava com o consultor, mas começou a dormir em outros lugares...

― Você me seguiu? ― Joan interrompeu novamente, começando a se irritar.

― Não... sim, desculpa. No inicio sim, depois achei melhor falar com sua mãe.

― Falou com minha mãe?

― Ela... foi compreensiva e decidiu que era melhor eu conversar com você... com calma.

― E como acabou tão envolvida com Holloway a ponto de ir a casa dele? ― Capitão Gregson quis saber.

― Eu... ― Lin engoliu em seco ― Ele me contou que alguém estava tentando matar Joan. Quando me pediu ajuda disse que o parceiro tinha acabado de morrer e...

― Isso foi há semanas Lin ― Joshua comentou surpreso.

― Não fiz nada, eu juro! ― Lin se apressou em acrescentar ― Só comecei a acreditar nele quando Joan foi parar no hospital por envenenamento. Ainda sim tudo o que ele me pediu foi para vigiar a casa enquanto estivesse fora.

― Foi ele que me envenenou! ― Joan exclamou.

― Eu sei. Comecei a desconfiar quando encontrei umas plantas estranhas no quarto dele. Então o segui um dia ― Lin gesticulou agitada ― Vi você no meio daquele tiroteio e não sabia o que fazer! Não sabia o que estava acontecendo! De repente tinha um homem em cima de você e... você estava sangrando... me desculpe. Não sabia como ajudar...

Joan arregalou os olhos.

― Você estava lá?

― Que tiroteio? ― Sherlock questionou.

― Contou algo para minha mãe? ― Joan perguntou a Lin, ignorando-o.

― Claro que não. Você está bem? Parece pálida...

Joan a ignorou também. Não eram problemas tão graves, mas era um número maior do que esperava. Não conhecia Lin e ainda não havia pesquisado qualquer coisa sobre ela, mas não imaginava que o fato de ser sua meia-irmã era uma mentira ou mesmo uma jogada de Holloway. Joan sabia o suficiente do seu pai biológico para não descartar a possibilidade de existir outra família, mas não queria e nem iria atrás de explicações agora.

Mas ainda estava preocupada, não por Lin ser sua suposta irmã, mas por alguém inocente estar tão envolvido em um problema que deveria ser só seu e, querendo ou não, de Sherlock. Encarou-a decidida.

― Quero que vá embora.

― Como? ― Lin se surpreendeu

― Já está envolvida demais nisso Lin ― acrescentou Joan ― Não vai demorar muito para Holloway tentar algo contra você, então vai embora. Esconda-se.

― Mas Joan...

― Não vou discutir, mas agradeceria muito se você fosse de bom grado.

Lin respirou fundo, tentando conter alguma irritação antes de pedir.

― Podemos conversar? Em particular.

Joan hesitou. Era o que queria, era um motivo para ficar longe de Sherlock e ainda esquecer o quanto se sentia mal por esse casamento com Joshua, mas ainda temia ficar a sós com Lin e descobrir coisas que não queria por enquanto.

― Pode ir ― insistiu Joshua ― Eu quero falar com o Capitão Gregson, explicar algumas coisas.

Ela lhe lançou um olhar significativo e recebeu um olhar repreensor como resposta. Só então concordou.

― Tudo bem.

Mais uma vez ela saiu da sala, dessa vez não estava sendo forçada ou se sentindo furiosa, mas sendo acompanhada por Lin. Caminhou lentamente até a sala no fim do corredor, passando por único policial no processo.

― Seja o que for, seja rápida ― pediu sem rodeios ao fechar a porta.

― Não posso ir embora.

Joan suspirou de forma cansada e cruzou os braços. É, também já esperava por isso.

― E vai me contar o motivo?

Lin nem hesitou em ser sincera:

― Porque Sherlock não é o alvo.

A consultora paralisou. Era uma frase simples com uma verdade não muito surpreendente, mas a convicção na voz de Lin a surpreendeu. Sempre achara que fosse o verdadeiro alvo de Holloway, era impossível ele amá-la tanto quanto dizia e ainda sim ataca-la tanto só para fazer Sherlock se sentir mal. Era um plano arriscado e sem sentido, Holloway era louco, mas não fazia nada sem motivo. A única situação que a fazia pensar o contrário e considerar as possibilidades de realmente não ser um alvo, resumia-se ao dia do tiroteio. Era uma bela e indispensável chance de mata-la e provavelmente Joan nem saberia de quem partira o tiro, mesmo assim Holloway a defendeu. Entretanto, Lin tinha certeza do que falava.

Isso a confundia.

― Por que acha isso?

― Porque não há nenhum grupo bilionário tentando matá-lo.

Joan ofegou ligeiramente surpresa.

― Por que Holloway faria isso? Por que não criou ameaças com o próprio nome?

― Ele queria ocupar você, disse eu tenho certeza ― Lin garantiu com firmeza ― Você achou que havia outro perigo além de Holloway e manteve todo o segredo para sio. Praticamente se dividiu em duas para manter Sherlock fora disso.

― Então ele só quer me manter ocupada demais? ― questionou Joan descruzando os braços ― Isso não faz sentindo Lin.

― Não posso confirmar nada, só estou dizendo o que ouvi.

― E sobre o parceiro dele? Jeremy Veiga. Ouviu algo?

― Só ouvi eles conversando com uma mulher... acho que são um casal.

― Que mulher? ― Joan questionou franzindo o cenho.

― Não sei, nunca a vi. Mas ela só aparece quando Veiga aparece.

― Nenhum nome?

Joan bufou. Sentia-se no meio de um deserto tentando usar um celular mesmo sem ter sinal para tanto. Havia um livro de informações na sua cabeça, mas nada fazia sentido.

A porta abriu em um rompante.

― Podemos ir para casa Joan ― Joshua revelou ― Conversei com o Capitão e garanti sua segurança.

Ela não questionou ou fez perguntas sobre o que realmente Joshua havia contado a Gregson, mas tinha algumas correções a fazer.

― Quero voltar ao meu apartamento e conversar com Lin, será que posso?

― Claro ― Joshua deu de ombros ― Os seguranças vão com você.

― Tudo bem pra você Lin?

― Sim, sem problemas ― Lin concordou.

Joan continuou a observando. Acabara de descobrir que todo o seu plano fora em vão, não havia nenhum ex-sócio de Morland tentando matar Sherlock, mesmo assim ainda há um bilhão de dólares sobrevoando sua cabeça e a do parceiro, transformando-os em alvos de qualquer pessoa consciente capaz de matar. Se era Holloway o responsável por tudo, absolutamente tudo o que estava acontecendo em sua vida... Joan só podia prometer que o mataria assim que visse a chance. Aquela parte sentimental, sempre tão notada por Sherlock, estava se tornando a origem de um sofrimento maior do que ela poderia suportar e isso era mais do que um problema. Seus sentimentos e sua forma de lidar com eventos eram o que a separava da pior pessoa que Sherlock um dia foi e se os dois caíssem, não haveria volta.

Eu não sei o que eu faria e nem o que sou sem você. Por favor, fique.

 As palavras dele ecoaram em sua mente, palavras antigas que nunca perderam o significado. Tinha plena consciência de que o parceiro estava em uma sala bem próxima construindo teorias sobre o que estava acontecendo e descartando-as logo em seguida. Sherlock estava preocupado, sentia-se inútil e incapaz de qualquer outra coisa senão pensar nas possibilidades do que estava acontecendo, Joan sabia disso e sabia que isso o estava enlouquecendo. Ela não estava lá para ajudá-lo, nem para dar fim em seus sentimentos depreciativos.

Culpava-se por isso.

Eu não vou abandonar você Sherlock. Foi o que dissera a ele momentos antes de se mudar do Sobrado pela primeira vez, antes de Holloway aparecer. Sentiu o coração doer com a lembrança e a culpa lhe acertar com mais força. Estava tão interessada em salvá-lo de possíveis perigos que não lembrou que Sherlock poderia ser um perigo a si mesmo e Joan estava – mesmo que lentamente – o abandonando, como prometera nunca fazer. Então soube que dentre muitas decisões havia tantas erradas que continuar sendo um cofre de segredos simplesmente não fazia mais sentido.

Só que Joan não imaginou que não teria tempo para reparar seus erros.



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