1. Spirit Fanfics >
  2. I am the Target >
  3. A última festa

História I am the Target - A última festa


Escrita por: Hawtrey

Notas do Autor


Obrigada a todos que estão comentando e acompanhando <3 <3 <3

Capítulo 25 - A última festa


Os convidados andavam elegantemente pelo enorme e bem decorado salão. Dessa vez as únicas coisas que a incomodavam era a luva que apertava seu pulso e as horas que não passavam. Por um momento pensou que os gênios do mundo deveriam se concentrar mais em encontrar qualquer solução para acelerar o tempo, então se lembrou de que estava ali a trabalho. Olhou ao redor em análise e decidiu pegar uma bebida qualquer com o primeiro garçom que passou. Já estava mais de dez minutos na mesma posição, logo alguém suspeitaria.

Surpreendia-se cada vez mais com a superficialidade e a capacidade de atuação de cada um. Por dinheiro aqueles sorrisos falsos poderiam ganhar um Oscar e aquelas mulheres com nada discretas insinuações para cima dos milionários poderiam ser novas estrelas de pornografia facilmente. Mas sua atenção mesmo estava nos homens, os mestres dos negócios, aqueles que se achavam superiores até se comparados às mulheres mais ricas que eles. Todos com seus ternos de alta qualidade, feitos sob medida e esboçando o sorriso mais galanteador que conseguiam.

Bem... todos exceto um.

O desconhecido não sorria, não segurava uma taça da bebida mais cara e andava de modo profissional em sua direção. Antes mesmo de olhar, Joan já sabia que encontraria o anel opaco no dedo indicador de sua mão esquerda. Um homem de Forllet.

— Me concederia essa dança senhora?

Joan olhou para a mão estendida do homem e sorriu, sabendo que por hábito ele a chamaria de Senhora Holmes bem ali, no meio de inúmeras pessoas que reconheciam aquele sobrenome de longe. Descansou a taça sobre o balcão ao seu lado e aceitou.

— Um conselho — sussurrou encarando os olhos escuros do homem — Na próxima vez que chamar uma mulher para dançar, não a chame de senhora.

O homem riu suavemente, parecendo envergonhado.

— Perdão. Força do hábito do trabalho.

— Certo. Qual é o seu nome? — ela perguntou quando já estavam no meio do salão.

— Lucas. Alguém que não deveria conversar em serviço.

— Muito bem Lucas. O que o traz aqui?

Lucas a rodopiou e em seguida a puxou pela cintura, mudando suas posições.

— Seu amigo é mestre em leitura labial?

— Que amigo? — Joan questionou franzindo o cenho.

— O senhor Holmes.

— Acredito que essa habilidade não seja muito útil para Morland.

— Falo do filho dele, Sherlock.

Joan piscou surpresa e respondeu:

— Sim... ele é mestre nisso, por que?

— Não olhe agora, mas eu acho que ele seguiu você.

Ela conteve a reação automática de se inclinar para ver com os próprios olhos, mas isso a entregaria, então se forçou a continuar dançando.

— O que ele está fazendo aqui?

— Seguindo você, já que não tirou os olhos da nossa dança. Mas não podia ter escolhido uma noite pior.

Um calafrio perpassou o corpo dela.  Sherlock nem deveria estar aqui.

— O que houve?

— Mantenha a calma e não diga nada que ele possa ler em seus lábios.

Joan suspirou e esboçou o seu melhor e mais gentil sorriso sabendo que Sherlock deveria estar olhando-a naquele momento. Agora poderia concorrer ao Oscar de melhor sorriso falso.

— Acreditamos que há uma bomba implantada no salão — Lucas revelou.

O sorriso dela sumiu, nada de Oscar para ela.

— O quê?

— A bomba está na parte mais distante, provavelmente é uma distração.

— E por que não... acabam com isso? — ela questionou se confundindo, quase esquecendo que Sherlock poderia ler seus lábios.

— Porque ela está em cima do lustre.

Mais uma vez ela teve que conter a vontade olhar com os próprios olhos, as palavras de Lucas tinham que bastar no momento.

— Por que... você sabe — tentou dizer, pedindo internamente para ele reconhecesse sua dúvida.

— Por que uma distração? — ela acenou, concordando — Porque vão tentar acabar com a família Holmes hoje. Não pare de dançar.

Joan piscou repetidas vezes para tentar esconder seu desespero e forçou seu corpo trêmulo a continuar a dançar.

Era para ser uma noite qualquer.

— Nosso objetivo é pegar um deles e força-lo a falar sem perder nenhum Holmes, incluindo você — avisou Lucas em tom sério — Ainda se lembra do seu treinamento? Como usar uma arma?

Ela acenou, forçando um sorriso mínimo.

— Assim que a bomba explodir meus colegas irão cercá-la, é bom estar com Sherlock nessa hora. Nossa prioridade é ele, entendeu? Seu objetivo é fazer ele chegar em casa com vida, lá temos mais condições de protegê-lo. Não se preocupe, nós vamos ajudá-la.

Ela acenou em compreensão, ele não pediria nada diferente já que não sabia de sua nova condição, e então se afastaram. Lucas retirou um pedaço papel do bolso interno de seu terno e entregou a ela.

— Caso algum dia precise de uma senha.

Joan aceitou o bilhete dando uma atenção especial às mãos dele e depois fitou, confusa, quatro simples dígitos escritos. Quando ergueu o olhar Lucas já tinha ido embora e os únicos olhos que encontrou foram os azuis de Sherlock. Comprimiu os lábios e se aproximou dele em passos largos, amassando o papel entre os dedos.

O que tinha acontecido? Tinha certeza de que ele estava a caminho de Londres e quase certeza de que nunca mais o veria. Mas ali estava ele bem, a sua frente.

— Disse que não viria — lembrou quando ficou frente a frente com ele.

— E você não disse que viria.

Ela respirou fundo, preparando-se. Sherlock parecia chateado pelo segredo, mas no momento, a confusão falava mais alto.

― Não devia estar em um voo para Londres?

— Então é isso que faz nas noites em que chega tarde? Vai a festas com meu pai? — ele questionou tentando não encará-la, ignorando sua última pergunta.

— Sherlock eu preciso explicar...

— Não — ele a cortou — Você tem todo o direito de sair, vendo que ainda necessita de um circulo social. Eu decidi ficar mais um tempo e conversar com você sobre... você sabe, mas não tenho certeza se fiz o certo agora.

— Sherlock — ela tentou novamente, sentindo seu coração apertar com a lembrança.

— Você não precisava mentir pra mim, Watson. Eu compreendo que mesmo depois de longos anos na minha companhia você precise-

— Cala a boca! — Joan exclamou tentando ao máximo não elevar a voz para os convidados ao redor.

Por Deus, estava grávida! Precisava sair dali antes da explosão e precisava levar Sherlock junto.

Sherlock franziu o cenho com aquela atitude e Joan viu ali a oportunidade de explicar o que estava acontecendo, só que precisava ser rápida.

— Lembra que eu disse que precisava contar algo importante? — começou olhando rapidamente em volta.

Sherlock a fitou desconfiado:

— Não é agora que vai me dizer que dormiu com meu pai também, não é? Ou que aquele com quem estava é seu novo namorado? Essa criança-

— Nem ouse terminar essa frase. Só pode ser brincadeira! — exclamou impaciente — Isso aqui não é sobre eu ou seu pai, é sobre você!

Ela notou alguns homens se aproximarem, mas não conseguia ver suas mãos direito. Não podia tirar a atenção de Sherlock.

— Sobre mim? — ele questionou confuso — Eu não entendo Watson-

— Eu posso explicar, mas não agora e não aqui — cortou-o depois de lançar um olhar analítico para o lustre — Vamos para casa.

A bomba estava ali, ela conseguia ver. Bem em cima do lustre que iluminava algumas mesas que no momento estavam vazias e vendo o tamanho dela, concluiu que deveria tirar Sherlock e a si mesma dali o quanto antes.

— Vem logo — apressou o puxando.

— Watson o que está acontecendo?

Virou-se para lhe dar uma resposta rápida, mas a explosão os ensurdeceu. Eles se abaixaram com o susto e automaticamente o grupo de seguranças os cercou. Os convidados começaram a gritar e correr em direção as saídas, quase atropelando uns aos outros.  

— Pra fora! Corram! — um dos seguranças gritou para o casal enquanto olhava ao redor freneticamente.

Joan não pensou duas vezes antes de obedecer, agarrou a mão de Sherlock e começou a puxá-lo em direção a saída mais próxima, tendo a passagem aberta pelos seguranças em meio a multidão assustada demais para debater. Uma segunda explosão, dessa vez seguida do som inconfundível de tiros fez o desespero dela crescer, não conseguia olhar ao redor mas sabia que o caos estava criado. Os seguranças começaram a atirar em algum alvo, mas ela só paralisou quando um deles caiu ao seu lado, com o braço sangrando. Aquele tiro era para ela.

Trocou um olhar rápido com Sherlock, mas ele lhe devolveu um olhar assustado e em seguida a puxou para si. Um segundo depois um segurança caiu bem na frente deles, levando socos de um desconhecido.

— Levem eles para o carro! — um segurança gritou para o colega enquanto atirava em alguém.

Logo estavam sendo escoltados para o lado de fora onde as pessoas continuavam gritando e os carros buzinavam freneticamente, tentando passar entre as pessoas que corriam no meio da rua. Joan viu uma mulher caída na calçada e quase parou para ajudá-la, mas sua prioridade era Sherlock e apenas ele. Ou quase isso.

Seus ouvidos alertaram sua mente para uma movimentação incomum e isso a fez se virar. Aproveitando a distração dos seguranças que estavam ocupados tentando atirar em alguém, um homem carregando uma arma corria na direção deles. Por instinto Joan se colocou na frente do parceiro, mas se lembrou era irresponsabilidade e que poderia fazer mais. Tentando não ser lenta, pegou a segunda arma que estava presa no cinto de um dos seguranças e atirou.

O som pareceu ecoar em sua mente, mas ela sabia que fora dali era apenas mais uma bala disparada no meio dos gritos. Lentamente viu o homem soltar a arma e cair de joelhos no chão, com os olhos vidrados na direção dela.

Joan estava ofegante e trêmula, abaixou a arma, mas não conseguia encarar Sherlock naquele momento. Havia atirado em alguém, provavelmente matado. Sabia que sob as circunstâncias atuais e tudo o que estava acontecendo em sua vida, seria questão de tempo até que precisasse usar uma arma daquela forma. Mas esperava que fizesse uma vitima letal, fosse apenas uma e que fosse Hector Holloway.

— Senhora Holmes!

Forçou-se a virar na direção da voz levemente familiar que gritava por ela e precisou de alguns segundos para processar o fato de que Lucas estava a chamando com a porta do carro aberta. Piscou saindo do transe e agarrou a mão de Sherlock mais uma vez, voltando a correr logo em seguida. Não precisou de uma ordem, apenas o olhar de Lucas lhe dizia que a única coisa a ser feita agora era entrar no carro. Então ela agarrou a barra do vestido com uma mão e com a outra puxou Sherlock para o banco de trás.

Quando outros seguranças entraram e a porta se fechou, ela finalmente conseguiu respirar fundo. Deixou a arma descansar em seu colo e notou que suas mãos tremiam. Estava completamente inundada pelo desespero e pela adrenalina. Seu coração só começou a se acalmar quando sentiu Sherlock entrelaçar seus dedos e se arrastar no banco, aproximando-se dela. Nos bancos da frente Lucas dirigia e seu colega informava o destino pelo radio.

— Acho que você tem uma bela história para me contar... de novo.

Joan o fitou e esboçou um sorriso suave ao encontrar os olhos atentos dele. Com certeza havia muito a explicar e ela faria questão de fazê-lo se conseguissem chegar ao Sobrado com vida.

— Tudo bem? — ela questionou analisando o corpo dele rapidamente a procura de ferimentos.

— Acabei de sair de um tiroteio — Sherlock respondeu indiferente — Estou ótimo.

Ela sorriu novamente, mas seu sorriso morreu ao encontrar na expressão dele a última coisa que precisava no momento: desconfiança.

— Eu sou sua amiga, Sherlock.

— O que está me escondendo Watson? O que acabou de acontecer? — ele questionou soltando suas mãos ― Primeiro a criança e agora... Isso está indo longe demais.

Com a distância Joan sentiu o coração se comprimir, mas não se deixaria abater.

— Eu explicaria tudo um dia.

— Explicar o quê? Que continua trabalhando para o meu pai, mas com outras obrigações? — Sherlock cuspiu, ácido.

Joan ofegou, surpresa com a reação dele. O que ele achava? Que ela era um tipo de espiã para Morland Holmes?

— Explicar que faria de tudo para salvar sua vida — respondeu em tom magoado.

— Senhora Holmes — Lucas chamou, fitando-a pelo espelho retrovisor — Temos um problema na sua casa.

Ela se inclinou na direção dele, tentando ignorar a magoa.

— Não é seguro?

— Achamos que o perímetro foi violado — ele explicou antes de fazer uma curva fechada — Vamos para o seu apartamento.

Subitamente o segurança loiro que estava ao lado dele, no banco de passageiro, virou-se para trás e apontou a arma na direção dela. O outro se jogou na frente, para protegê-la, mas não foi necessário. Lucas freou bruscamente, lançando todos para frente. O homem loiro logo se recompôs e mirou em Sherlock, mas antes que apertasse o gatilho a porta foi aberta e uma arma foi apontada para a cabeça dele.

— Saia — o segurança ordenou destravando a arma.

— Vai correr o risco de feri-lo? — o loiro perguntou sorrindo.

— Larga a maldita arma e saia do carro.

O loiro sorriu e abaixou a cabeça, deixando a arma cair de sua mão.

— Sabe... estão cometendo um engano, ele não é nosso único alvo.

A mente de Joan se acendeu como uma árvore de natal. Rapidamente se lembrou do segurança que caiu ferido ao seu lado, depois no outro que teria caído em cima dela se Sherlock não tivesse a puxado e por fim, no homem que correu em sua direção com uma arma na mão. Tudo era para ela, não para Sherlock. Como Lin havia dito tantas vezes.

Os tiros a tiraram do transe, logo o corpo do homem loiro caiu sobre o banco. Os seguranças saíram dos carros que estavam usando para segui-los e começaram a atirar em direção aos incontáveis homens que vinham na direção deles.

— Precisamos sair daqui! — Sherlock gritou.

Joan e ele olharam para frente, esperando Lucas religar o carro, mas encontraram um pequeno grupo de pessoas se aproximando pelo outro lado da rua, estavam cercados.

Estava na hora de mentir um pouco.

— Lucas — chamou se aproximando dele e se apoiando no banco de motorista ensanguentado — Sherlock é o alvo, mas não é ele que querem.

Lucas lhe lançou um olhar determinado e assentiu, compreendendo a mensagem que ela queria passar.

— Tem certeza Senhora Holmes?

Ela concordou sem hesitar e agarrou a arma, vendo Lucas comunicar pelo rádio:

— Preciso de reforços na esquina da quinta avenida próximo ao Parque. Tiroteio. Venham rápido.

Joan se virou para Sherlock e tentou manter a voz firme:

— Não saia de perto de mim Sherlock.

— Você não vai tentar ser a heroína, não é? — ele questionou com dificuldade

— Não saia de perto de mim — ela repetiu o ignorando, então o puxou para fora do carro.

Assim que saíram foram cercados pelos seguranças que continuava gastando suas munições com pessoas que ela não conseguia ver. Tentou andar, mas o grupo continuava parado deixando claro que ainda não era seguro o suficiente para se mover.

— Assim que o reforço chegar Lucas! — ela gritou para o segurança que apenas assentiu.

Uma exclamação de dor chamou sua atenção. Ela se virou para verificar o parceiro, mas ele estava caído no chão pressionando sua coxa.

— Sherlock! — exclamou assustada — Ele foi atingindo!

— Eu estou bem — ele assegurou se levantando com a ajuda dela.

Joan fitou o ferimento na coxa do parceiro com lágrimas nos olhos, mas recusando-se a chorar.

— Preciso cuidar disso logo, pode ter atingido alguma artéria.

— Joan.

Ela o fitou, notando seu olhar temeroso.

— Vai ficar tudo bem.

Os seguranças os escoltaram até um beco e formaram uma barreira na entrada. Joan caminhou com dificuldade e levou Sherlock para a lateral, onde ele se apoiou na parede. Ambos respiraram fundo tentando ignorar todo o caos que ocorria a somente alguns metros dali.

Sherlock a fitou de modo cansado e a puxou para um abraço. Joan ofegou. Provavelmente era a primeira vez que ele exigia um contato físico. Sentiu um dos braços dele ao redor de sua cintura e deixou sua cabeça descansar no ombro dele, tomando cuidado para evitar contato com o ferimento.

— Acho que vou precisar de férias depois disso — ela comentou ainda ofegante.

Sherlock riu.

— Lhe darei uma viagem de presente — brincou, sua voz sendo abafada pelo cabelo dela.

Joan se afastou ao escutar um barulho vindo da outra entrada do beco, então ergueu a saia do vestido.

— Por favor, me diz que está usando algo por baixo desse vestido — comentou Sherlock sorrindo marotamente,

Joan sorriu e alcançou as três facas pequenas que estavam presas na liga de sua coxa, então as entregou a Sherlock que tinha o cenho franzido.

— Você, por acaso, não tem uma metralhadora aí ou tem? — ele implicou aceitando as facas com desconfiança.

— Acho que não tenho coxas o suficiente para isso — ela devolveu e em seguida indicou as facas na mão dele — Você é melhor nisso do que eu.

Ele não entendeu até escutar passos rápidos vindo do final do beco. Joan destravou a arma e viu quatro pessoas se aproximarem, mas felizmente só duas estavam armadas.

Ela atirou no mais próximo, acertando seu estomago. Sherlock preparou as facas e lançou acertando o peito da mulher armada e seu colega. O homem que sobrou pegou a arma no chão e atirou na direção deles, chamando a atenção dos seguranças. Joan se jogou no chão, escapando por alguns centímetros, mas quando recuperou sua arma e apontou, paralisou.

Sherlock se tornara refém.

— Larguem as armas — o homem ordenou pressionando a arma contra a cabeça do consultor.

Lucas colocou a arma no chão lentamente, deixando sua rendição bem clara, enquanto Joan simplesmente deixou a arma cair lamentando aquela noite horrível.

— Você — o homem indicou olhando para Joan — Vem cá.

Sherlock se remexeu, claramente contra a atitude, mas Joan só queria acabar logo com aquilo, no entanto, quando tentou se levantar a dor apareceu. Olhou para baixo e encontrou, além de sangue em suas mãos, um buraco na lateral de seu corpo que provavelmente acertara algum órgão.

Não tinha escapado afinal de contas.

O pânico cresceu em seu peito, não por ela, mas por seu filho.

— Joan — desesperou-se Sherlock tentando se aproximar, mas o homem o impediu. O medo brilhando em seus olhos.

— Vamos lá — o desconhecido incentivou — Você consegue, pelo bem do seu parceiro aqui.

Joan respirou fundo e conteve uma exclamação de dor quando tentou levantar novamente. Quando conseguiu firmeza sobre os dois pés, apoiou-se na parede para impedir uma queda.

— Henson! Eu disse para não colocar a vida dela em risco.

A voz quase fez seu coração parar. Ela ergueu o olhar, não acreditando na sua falta de sorte. Não podia ser tão testada em uma única vida, mas ali estava Holloway para lhe dizer exatamente o contrário.

Lin estava certa afinal, não havia um grupo milionário atrás de Sherlock. Era apenas Holloway.

— O que faz aqui? — rosnou sentindo a raiva crescer.

— Eu vim prestigiar minha mais nova produção — ele respondeu sorrindo, enquanto se aproximava.

Ela ignorou a dor e tentou se afastar, mas ele deu um quarto passo e a segurou pelos braços, sendo mais rápido.

— Não se movimente tanto querida — Holloway fingiu preocupação — Pode machucar o bebê.

Joan sentiu todo o sangue descer de seu rosto e ofegou. Num ímpeto olhou para Sherlock e o encontrou de olhos arregalados, paralisado. Tão pálido quanto ela deveria estar naquele momento.

Não... Holloway não tem como ter descoberto.

— Não sei que loucura é essa.

Holloway riu sonoramente e a puxou para mais perto de Henson, e consequentemente de Sherlock também.

— Não precisa protegê-lo de mim Joan... Suponho que deve estar com quase dois meses. Não... menos talvez.

Sua raiva cresceu. Todos os seus esforços foram em vão, completamente inúteis.

― Não toque em mim! ― resmungou entre dentes tentando não se afastar.

― Não, não... não se movimente tanto querida ― Holloway impediu a apertando mais contra seu corpo ― O que foi? Ficou com raiva por não ter tido a chance de dar a noticia ao novo papai? Ah, espere um pouco, você contou. Mas ele não aceitou muito bem, não é?

Joan conteve sua dor o máximo que conseguiu, não queria aumentar algum pânico existente. Olhou para Sherlock em um pedido silencioso de perdão, mas encontrou apenas olhos injetados de fúria. Dessa a vez a raiva não era direcionada a ela. Então olhou para Lucas, transmitindo sua mensagem. Era a única chance.

― Você teve tanto medo Joan... planejou tanta coisa...

― Posso ter errado muito Sherlock... ― Joan revelou tirando os olhos de Holloway e chamando a atenção do parceiro ― Mas isso é tudo culpa minha, ele sempre quis a mim. Devo um pouco de paz a você e não vou falhar nisso.

Ela reuniu toda sua força e chutou Holloway, fazendo-o se curvar. Não foi o suficiente para que ele a soltasse, mas chamou atenção o suficiente para que Lucas atirasse no homem que estava segurando Sherlock. Foi questão de segundos para que mais seguranças se intrometessem e mais aliados de Holloway surgissem, Joan escutou Sherlock gritando por ela enquanto era arrastado pelos seguranças para dentro do carro e fez um esforço quase inumano para ignorá-lo. Sentiu os braços de Holloway a envolvendo com uma força desnecessária, então cedeu. Cedeu como pensou que nunca faria. Mas ironicamente encontrou conforto nos olhos dos homens de Forllet, os mesmos que estavam entrando nos carros e a abandonando. Eles lhe garantiram uma chance e só restava confiar neles.

Porque o Plano B era mais que um casamento falso.

Seria por pouco tempo, mas finalmente arrumaria suas coisas e iria embora... sem Sherlock Holmes.

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...