História I- BTS (Behind the scenes) - Cauth in a LIE

Eu tinha em mente o conceito de que "convivência" proporcionava coisas como afinidade, aliança, confiança... Pensava que, a cada ano que se passasse, todas essas coisas fossem ficando cada vez mais fortes. Mas eu me enganei. E comprovei da pior maneira possível. Foi uma das piores cenas já vistas por mim.

Como aquilo era possível?!

Ali... Onde vivíamos... Debaixo do meu nariz...

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Era mais um dos dias de decisões, na Bighit. Precisávamos escolher qual o visual definitivo para o álbum que estava prestes a ser lançado. Todos na sala de reunião. Hitman, o Bangtan, Taegguk e sua assistente, que, por incrível que pareça, me fazia ficar estático. Pronunciar um nome nunca foi tão perturbador. Eu me via desnorteado, com aqueles cabelos negros que dançavam nos seus ombros. Seus lábios eram como um piano de calda que sempre tive vontade de tocar. E cada música que saía daquele piano, fazia meu coração dar piruetas. 

Ela era o labirinto mais perfeito para me consumir. 

Mas sempre me peguei pensando em como tudo isso aconteceu. Porque ela despertava isso em mim? Logo eu! Eu temia as respostas. Mesmo conhecendo todas elas. Eu sabia que por trás do "I don't give a shit", meu coração era entregue a um nome. Yujin. 

Enquanto todos os ânimos estavam exaltados com todas as possibilidades do visual do grupo, meus olhos se mantinham presos àquele rosto pálido. 

- Hey, cara! Tente disfarçar um pouco mais. Todos estão percebendo para quem você está olhando. - Disse-me Namjoon, que, ao meu lado, me cutucava discretamente. 

- Aish! Eu nem estava olhando para ela! -O repreendi sem perceber o tom que saía da minha boca. 

- Olhando para quem, Yoongi? - Engoli a saliva de imediato como se fosse pedra de sal. Gelei, após Hitman me surpreender. Não consegui esboçar reações. Só o olhei fixamente. - Yoongi! Eu estou falando com você. Para quem você supostamente não estava olhando? (...) Vai permanecer fingindo que não estou falando com você? (...) Garoto, me responda! Ultimamente nas reuniões, você só tem olhado diretamente para um lugar. Voltado a atenção para uma única coisa. Menos para o que realmente importa. O que há com você, Min Yoongi? - Eu não tinha como e nem o que responder. Estava estampado na minha cara e era ridículo. Ridículo a forma com que tentava enganar os outros e no fim, enganava somente a mim mesmo. Um imbecil apaixonado. 

Todos os olhares estavam voltados à mim. Os meninos estavam apreensivos e aflitos com aquilo. Só não tanto quanto eu. 

- Veja, Hitman! Atrás de você! Do lado do telão. Tem uma barata. Ele tem fobia. Todos nós sabemos disso. Impossível ele concentrar a atenção, desse jeito. Mas isso já vai se resolver e o foco voltará. Não é mesmo, Yoongi? - Levantou- se e caminhou até o repugnante inseto. 

- Pronto! Tudo resolvido! 

Namjoon sempre foi um exemplo em contornar situações patéticas, com desculpas ainda mais patéticas. Porque além de eu realmente ter fobia de barata, eu não  tinha visto. E quando ele disse aquilo, eu fiquei ainda mais nervoso e paralisado. Porém... Hitman não era burro. 

- Bom, essa barata é bem participativa, na empresa. Está em todas as reuniões e sempre atrai a atenção do Min Yoongi para lados opostos a ela. Caso que deveria ser estudado pela NASA. - Esboçou o sorriso mais sarcástico e amendrontador. (...) - Então... Prossigamos com as decisões. (...) Park Jimin loiro e Hoseok ruivo mais avermelhado? 

- Isso! Hoseoxe loiro e Jimin com ruivo alaranjado! - Tentei ser o mais participativo e sensato possível. Falhei miseravelmente. 

- Yoongi... Você definitivamente não está nessa sala de reunião! Hahahaha - Hitman me sorriu em tom mais pacífico, percebendo que não teria muito sucesso em exigir minha atenção.  

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Após a reunião, os comentários eram inevitáveis. As piadas maldosas, as alfinetadas, uns com sentido e outros extremamente sem nexo, me fizeram permanecer mais um tempo na sala. Namjoon me acompanhava, como sempre. Era meu confidente. 

- Cara! Eu juro que não sei o que me deu. Fiquei anestesiado. Hipnotizado. Sei lá. Me perdi nos olhos daquela mulher. Não sei o que me deu. Mas, sinceramente... Eu confirmei duas coisas, hoje. 1- eu sou um completo babaca apaixonado pela Yujin. 2- Sou um péssimo ator. Hoje foi o cúmulo! - Lamuriei aos ouvidos amigo. 

- HAHA! Que bonitinho, ele de amorzinho! HAHA 

- AISH! Estou entregando meu coração nas mãos erradas! Seu imbecil! 

- Calma, Suga-hyung! Que bobagem! Eu só acho engraçado! Por te conhecer demais, talvez? "Eu sou um desgraçado, pau no cu, que está longe de ser doce!"  HAHAHA 

- Mas quem fala isso não sou eu. É o tio Augusto! HAHAHA Ó! Não responde o tio! - Rimos incansavelmente.  (...)

- Suga, me chamam tanto de sentimentalista... Se te vissem aqui, agora, rendido pela Yujin... Ou melhor, se você estivesse no meu lugar para ver essa cena, perceberia o quão surreal e um pouco cômico, isso é. Hahaha

- Namjoon, meu querido amigo e confidente, cague somente diante do trono. Obrigado. (...) Mas porra! Eu preciso de ajuda. Eu tenho que ter aquela mulher em meus braços. Em algum momento da vida. Nem que seja daq...

- QUE LINDO, CARA! - Debochou simulando choro. 

- Eu vou quebrar a tua cara! 

- Calma, Bro! Eu vou tentar te ajudar. Eu prometo. Mas assim, jamais pense em chegar nela com a cara de bobo que você está agora. Vai fazê-la derreter... Ou vomitar! HAHAHAHA 

- SAI DAQUI, SEU DESGRAÇADO! 

Maldito seja Namjoon e sua ampla experiência com mulheres. Maldito seja Namjoon e seu companherismo. MALDITO SEJA KIM NAMJOON! Contudo, ele tinha razão. Tanto pela cara de bobo, quanto pelo fato de que eu assustaria Yujin. Ela não me parecia uma mulher que se renderia facilmente a romantismo ou a algo tão sentimental. E pra ser sincero, eu também não. Acho algo extremamente desconfortável. Nossa! Que contraditório, ele. rs Meu rosto mostra meu coração, minha boca recita minha mente. Que agonia! Eu acho que não tenho mais sanidade! 

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Definitivamente eu DETESTO acordar cedo. Mas com todo o processo de troca de cor dos nossos cabelos, nessa madrugada (06:00am pra quem não tem força, é madrugada!), Taegguk fez questão de que estivéssemos em pé o mais depressa possível. 

- Acorda, cambada de chulé! Hoje é o dia de princesa, de vocês! 

- Hey! Você não pode entrar aqui, Taegguk! Nosso dormitório só é habitado por homens... E eu! 

- Fica quieto, Seokjinie! - Sorriu colocando suavemente a mão na frente do rosto. 

- Hey! Não me mande ficar quieto! Eu sou o mais velho! Você deveria me respeitar! 

- LEVANTEM! AGORA! 

- Taegguk, eu te odeio mais que ontem e menos do que amanhã. - Exclamei irritadiço e me mantive imóvel. 

Logo após todos os meninos se levantarem, ouvi mais alguém adentrar ao quarto. 

- Taegguk, perdão, mas estão te chamando no salão. - Eu conhecia aquela voz de longe. Dei um pulo da cama que me fez bater a testa na parte superior do beliche. - Céus, Yoongi! Machucou? 

- Não! Tá tudo bem! - Respondi rispidamente, passando a mão na testa. 

Eu ouvi a risada abafada de Namjoon. Fiquei puto! Ele já sabia de tudo mais do que ninguém e no lugar de me ajudar, debochava descaradamente. Eu já estava ficando cada vez mais nervoso. 

- Meninas... Queridas... Vocês poderiam se retirar do nosso quarto? Precisamos nos trocar e eu aposto que vocês não vão querer presenciar tal cena. 

- Talvez você esteja enganado, Min Suga... - Respondeu Taegguk em tom malicioso, trocando olhares discretos com Namjoon. 

- EITA! É... bom... Garanto que Yujin não se sentiria confortável. 

- Talvez você realmente esteja enganado, Yoongi. - Retrucou Yujin, nos surpreendendo. 

- AAAAAAAA! O que está acontecendo aqui, meu são Hitman!? (...) ANYEO! AISH! Não posso com isso! Jin-hyung! Me ajude a colocá-las pra fora, sim?  XÔ! ANDA! XÔ, XÔ, XÔ! - Balancei as mãos em direção a porta para que elas saíssem e UFA! Fim do constrangimento. 

Assim que Seokjin-hyung fechou a porta, voei para cima de Namjoon para tomar  as devidas satisfações. 

- Ô seu filho da puta! - O empurrei, causando espanto nos outros membros. - Você está maluco??????? 

- UÊ! HAHAHAHA O que eu fiz? Hahahahaha 

- Você quer mesmo que eu te exponha aqui? Agora? Hã? 

- HAHA! YOONGI-HYUNG, CALMA! HAHAHA Meninos, vocês poderiam nos dar licença por alguns minutos? Precisamos conversar um pouco sobre uma certa baratinha. HAHAHA - Todos se direcionavam  ao banheiro, rindo, após o pedido. 

- QUE MALDITO! EU NÃO POSSO COM ISSO! ANDWAE! 

- Suga, Suga, Suga... Eu estou te dizendo... É um tanto quanto cômico, te ver nesse estado. Mas eu prometi te ajudar. Embora eu ainda tenha que me segurar a maior parte do tempo para não rir, eu te fiz uma promessa. E não irei te abandonar. Mesmo achando engraçado. 

- Meu querido amigo e colega de quarto, eu queria muito que você fosse se foder. Só um pouco. Obrigado! - Pense no tom mais cínico de uma voz... Pensou? Triplique e ainda faça um coração com a mão. Expus com êxito, o que sentia naquele momento. 

- Quanta ingratidão, hyung! Estou decepcionado!  

- Namjoon! É tão simples... Você analisa a situação, fala o que tem que falar e SOME DA MINHA FRENTE! Tão fácil, cara! Simples... Sem desgastes... Sem perda de tempo... 

- Aish! Não posso mais me divertir? 

- Com a desgraça do seu Hyung, Monie??? É isso mesmo? Ah, que dor... É a dor da decepção.... - Meu lado Drama King estava sendo usado sem moderação. 

- E quem te disse que amor é desgraça, Yoongi? O amor é algo tão majestoso e avassalador, que te faz perder as estribeiras. Sentir o amor é muito mais do que teorias, ou pensamentos em possibilidades. Amor vai muito mais além do que...

- Lá vem a noiva, toda de branco... �� Sentimentalista Namjoon na área! Dá pra me poupar? Já ensinei. Nada de desgastes ou perda de tempo. Você analisa, fala o que tem para falar e ANNYEONG! 

- Aish! Insensível! Okay! Vamos lá! Yujin não me parece ser daquelas que necessitam atenção a todo momento, mas, você não pode esquecer de dosar isso. Nada aos extremos. Tudo na medida certa. Chegue pelas beiradas até conseguir o seu objetivo. 

- Sim, querido professor! 

- Idiota! Presta atenção! Então, ela anda muito com a Taegguk. E elas não parecem muito serem opostas. Ou seja, nada muito meloso. Seja firme. Mas não deixe a leveza de lado. Uso essa tática com a Taegguk e funciona. Afinal, de Taegguk eu entendo bastante... - Falou enquanto sem perceber, passava a mão em seu membro, ao mesmo tempo que olhava para o nada. 

- UÊ! QUE NOJO! Poupe-me dessa cena traumatizante, Namjoon! 

- Mianhae, Suga-hyung! Eu não percebi e... Ah, mianhae! (...) É... Bom... Agora que iremos cuidar dos nossos cabelos, você poderia pedir pra que ela supervisionasse o trabalho das suas cabeleireiras. O que acha? 

- Eu acho que vai dar é uma merda. Bem grande. Você não acha, não? As moças cuidando do meu cabelo vão escutar e vão fofocar e...

- Cara, você se importa com comentários ou com o que você está sentindo? 

- Berra mais, estúpido! Vai logo no salão e grita que eu tô fudido de amor pela Yujin! 

- I'm sorry! Mas eu acho que comentários, é com o que menos você deve se preocupar. Ela vai estar lá. Vai ser a sua oportunidade. Talvez a única, de fato. Então, você não deveria deixar escorrer como água entre os seus dedos. 

- Ye, ye! Você tem razão. Mas... Como a chamo para jantar? Eu não sei fazer isso, Monie! Help! I need somebody! Help! �� Ah, já sei! Vou chegar nela cantando. Uma voz irresistível igual a minha, não pode falhar assim, repentinamente. - Já esperava a gargalhada! 

- HAHAHA Canta Bohemian Rhapsody! Sua especialidade para assustar pessoas. Digo, conquistar.  HAHAHAHA 

- Aish! Hahahaha Mas você ainda não me disse como devo chama-la para jantar, professor... 

- Para, ô Idiota! Aja naturalmente, cara. A coisa mais clichê, é o que mais funciona. Acredite. Essa de montar filosofias para resolver esse tipo de coisa é desnecessário. E coisas desnecessárias não são bem vindas aqui, correto? - Acenei com a cabeça, concordando. - Pois bem... Diga a ela que você está interessado nela, que quer levá-la num restaurante, quer conhecê-la um pouco mais, quer conversar e etc. Aproveite que você não vai ter trabalho de levá-la em casa e enfrentar os pais dela, já que ela tem ficado aqui no prédio. Desenrole, cresça e conquiste o coração dessa mulher. 

- Palmas para a aula mais tediosa... Digo, maravilhosa sobre como conquistar uma mulher com Kim Namjoon! Só faltou a limonada! HAHAHAHAHAHAHA 

Finalmente encerramos o assunto e fomos tomar banho. Já estávamos atrasados. 

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Eu estava tão ansioso, que meus olhos ficaram vermelhos desde que sentei naquela cadeira e vi Yujin recostada no cômodo à minha frente, anotando e observando. Decidi fazer o que tinha que ser feito. 

- Yujin, eu não sou muito de arrodeios, então, queria saber se você jantaria comigo hoje a noite?

- Uê! Mas.. é... Do nada? 

- Você é a única garota interessante nesse metro quadrado. E eu queria lhe conhecer um pouco melhor. Há problema, nisso? 

- Não, claro que não. Eu só fiquei surpresa e... 

- E... Eu sou doce demais pra receber um não? 

- Yoongi! Eu ... Estou extremamente sem graça. - Fitou o chão como se estivesse mais perdida que agulha num um palheiro. 

- Onde está a minha resposta? Aproveite e me diga se eu posso te esperar hoje às 20:00pm na frente do prédio. 

- Hoje, às 20:00pm. É... Tudo bem.  Estarei lá. 

Apesar de ter sido realmente mais fácil do que eu pensava, meus olhos ficaram ainda mais vermelhos. Eu já não suportava mais o calor daquela gola rolê. Eu estava pegando fogo de exaltação, excitação, ansiedade... Com poucas palavras, minha cabeça já havia dado mil voltas. Era incrível como meu peito murmurava "eu te amo" em todos os nossos encontros. Pelo acaso, ou não. E àquela noite, se eu conseguisse tirar uma obra completa de Sebastian Bach daquele piano, seria como pisar nos céus. Àquela seria uma das noites mais esperadas e incríveis, da minha vida. 

Ou pelo menos eu achei que seria. 

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Pedi o melhor vinho do restaurante, o prato mais saboroso, todas as atenções naquele lugar, nos pertenciam. Mas a minha, se voltava inteiramente à ela. 

- Você está muito mais interessante, agora. Isso tudo foi por mim? 

- Bem, Oppa... É... Eu estou envergonhada. - Era tão bonito, como ela levava sua mão ao rosto. 

- Não fique assim, está bem? Quero que se sinta o mais à vontade possível. Vamos conversar sobre qualquer assunto, até que você se sinta melhor, certo? 

- Certo, Oppa! Mas antes, porque estamos aqui? 

- Uê! Porque você ainda continua sendo a pessoa mais interessante desse metro quadrado e eu ainda quero conhecer mais de você. 

- Com todas as suas responsabilidades e falta de tempo, conseguiu reparar algo em mim, Oppa? 

- Eu não reparei. Você roubou minha atenção. 

- Você é mesmo um doce, Yoongi-Oppa! Eu só espero não te decepcionar em algum momento. 

- Se isso acontecer, pode ter certeza de que você vai ser a primeira a saber. (...) Posso segurar sua mão? - Eu parecia uma batedeira, de tanto que tremia. Mas eu precisava tocar aquelas mãos macias. 

- Ye... - Meu corpo se aqueceu, com seu toque... O mundo cessou ao meu redor. - Seus olhos, Oppa... Eles estão avermelhados. Como se quisessem dizer algo... 

Ligeiramente soltei nossas mãos e abaixei a cabeça. Se aquilo fosse um choro, eu jamais me perdoaria. 

- Yoongi-Oppa... O que há com você? Quer me dizer alguma coisa? - Ela levantou meu rosto e me atirou seus olhos fixos aos meus, me desarmando inteiramente. Parece que sabia o que me causava. E o que eu sentia. E que agora havia se transformado em medo. 

- Eu já disse tudo o que tinha pra te dizer, Yujin. Sem adições ou subtrações. 

- Não tenha medo de me dizer qualquer coisa, Oppa. Não somos bobos. E sabemos o que está acontecendo aqui. Se pudermos conversar abertamente, podemos nos entender e seguir em frente. Eu não quero que se machuque. Mas não tenha medo, certo? 

Minhas pernas foram quebradas, minhas muletas me foram tiradas, sem cadeira de rodas... Minha única opção era rastejar. 

Duramos quase toda a noite, naquele jantar. Conversas, risos, carinhos... Estava tudo indo perfeitamente bem. Sem promessas e afins.

Chegada a hora de irmos embora, vi sua pressa para entrar no carro, fugindo a chuva. 

- Yujin, espere! - Segurei sua mão, pausando sua corrida. 

- Mas Oppa, está choven... - Entreguei a ela o meu melhor beijo. Finalmente eu escutava o conserto. O piano mais delicado, com o mais doce som. Meu corpo não pertencia a mim. E ele não estava ali. Estava nas nuvens, dançando com as gostas d'água.

É incabível em palavras, a sensação de ter o seu amor contigo nem que seja por 1 segundo. O mundo esvai e tudo o que existe é a unificação de dois corações. ... Quando recíproco. 

Em seguida, entramos no carro e voltamos para casa. Antes de desceremos, fui abordado com um enorme e lindo sorriso. 

- Oppa, você é incrível! Obrigado por me proporcionar essa sensibilidade. - Evitou qualquer resposta minha com mais um beijo. - Seguimos daqui, certo? 

Saímos do carro e cada um para seu canto. Optei por ir ao estúdio, para tentar controlar minha euforia. Mas minha mente estava arriada no que havia acontecido. Faltavam umas duas horas e meia pro dia raiar e desde às 20:00pm meus sorrisos eram involuntários. 

Uma pena se aquele piano tão lindo, fosse corrompido pelas mãos de um falso pianista. 

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Já às 04:00am, resolvo encerrar as atividades no estúdio, que, até então nem haviam sido iniciadas. Necessitava descansar. Passo pela frente dos quartos e, ao passar pela frente do quarto do Namjoon, escuto barulhos estranhos. Penso com meus botões que, se minha noite tinha sido incrível, imagine a de Namjoon e Taegguk? 

Preferi não dar muita bola, mesmo martelando em minha cabeça o fato de que Namjoon temia  muito o seu local de trabalho e até o presente momento, sempre havia negado os desejos de Taegguk dentro da Bighit. 

Foi quando meus ouvidos se enganaram ao ouvir o nome "Yujin" ser mencionado por ele. Não era nenhum pouco possível. Meus ouvidos realmente deviam estar enganados. 

Mas não estavam. Confirmo a loucura, quando torno a escutar a voz alterada de Namjoon mencionando o nome dela. "Aaaah, Yujin..." 

Completamente tomado fúria, abri aquela porta. E era como se meus olhos faiscassem. Eu não poderia acreditar no que eu estava vendo. Era inconcebível como um sonho que eu vivia até o momento, se transformou no mais podre e doloroso pesadelo. 

Era mais um sentimento ruim se construindo dentro de mim. Era mais um pedaço de mim que morria. Um iceberg se construía em meu peito. E desde então, eu decidi não confiar mais em ninguém. 

Continua...