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História I Cant Cut You Out - Capítulo Único.


Escrita por: EliTassi

Notas do Autor


HEY GUYS ~

As músicas diretamente citadas são, em ordem de aparição:
The Black - Asking Alexandria
Undivided - Asking Alexandria
Out Without You - Danny Worsnop

E antes de ler, tenham em mente qe: como sabemos, estes (lindjos) viadões falam english e pá, e as letras são em inglês, mas nós todos aqi falamos português e.e Então para facilitar (na-verdade-foi-preguiça-de-colocar-inglês-e-português-pq-eu-tava-no-cel) as letras de música aparecerão SEMPRE, inclusve qando eles cantam, em português, mas vms imaginar qe é tipo... Filme legendado, sacas? Ou Dublado. Whatever.
Resumindo: tá tudo em português, mas a gente sabe qe é inglês e finge qe é legendado.
Vlw, flw.

Revisão: ~AndyYumi
Capa: ~TomTom
Dedicado à: ~InnocenceHuman - vulgo o ser humano qe me pediu uma Brusnop na outra fic Brusnop qe eu tenho <3
~Boa Leitura

Capítulo 1 - Capítulo Único.


Fanfic / Fanfiction I Cant Cut You Out - Capítulo Único.

I Can’t Cut You Out

Fanfic Brusnop

 

"Você faz com que eu me sinta como se estivesse me afogando
 (Preciso te cortar fora)
 Você faz com que meu mundo caia e quebre no chão ao meu redor
 (Preciso te cortar fora)"

 

 Estava ouvindo a nova música de sua ex-banda, The Black, denominava-se. Aquela era o quê? Décima vez? Vigésima? E, ainda sim, sentia todos os pelos de seu corpo eriçarem-se cada vez que a voz de Ben Bruce silenciava os instrumentais para se pronunciar.

 

 Seu melhor amigo; seu amante; a pessoa que mais o amara na vida inteira. Por arrogância estava fora da vida dele, estava sendo "cortado fora" e, por ignorância, jamais imaginara um mínimo centímetro de como seu destrato afetava Ben. Jamais sequer cogitara como Ben sentia-se naquela situação. Porque, afinal, ele tinha uma esposa sempre o aguardando dentro de casa, enquanto seus momentos eram mais de "amigos com benefícios".

 

Asking Alexandria era sobre sexo, drogas e rock'n'roll. Era como a banda fora fundada; e como compunham as músicas. Entretanto, The Black não mais seguia aquele conceito. The Black era a ruptura final; sua saída, e o renascimento de Asking Alexandria. Era sentimentos e profundidade; talento e rancor.

 

 Era Ben e não era Danny.

 

 E, novamente, em seus fones de ouvido cantarolava aquela voz cheia de mágoa e tristeza:

 

 "Preciso te cortar fora, preciso te cortar fora...
 Eu gostaria que você pudesse me salvar
 Há algo dentro perdido
 Temo que isto possa acabar me matando
 Toda minha vida eu precisei de você comigo
 Você sempre me colocou para baixo
 Mesmo assim eu ainda tento..."

 

 Se alguém no Youtube tivesse criado um loop contínuo de horas, repetindo apenas aquele trecho cantado pela voz de Ben, então estaria ouvindo-o naquele instante. Felizmente, para sua saúde mental, nenhum ser humano havia feito aquilo... Ainda. O que definitivamente não o impedia de repetir por conta própria, de novo e de novo, machucando a si mesmo. Era como enfiar os dedos em uma ferida aberta e puxar, rasgando; era o que merecia. Era sua culpa e seu erro.

 

 Era Ben pronunciando-se, após tê-lo silenciado por anos, colocando suas necessidades e vontades acima de. Era Ben machucado e Ben amadurecendo, sozinho e com a banda; Ben sendo adulto, responsável, forte por si mesmo; forte pela banda. Ben sendo tudo aquilo o qual Danny jamais fora.

 

 Porque, nos últimos anos, estivera puxando Asking Alexandria para baixo, não enaltecendo, como pensara. Achava que estava sendo foda, o grande Danny Worsnop, vocalista do caralho e grande estrela do rock quem não precisava de nada, se não o ensinamento de sexo, drogas e rock'n'roll.

 

 Mas precisava daquele quem outrora fora seu melhor amigo e confidente. Só que Ben Bruce não era sinônimo de irresponsabilidade. Mantivera uma namorada e fora fiel por anos - com exceção dos momentos íntimos os quais compartilhara com ele -, Ben casara, divorciara-se, fora responsável com a banda e com os fãs, mantivera Asking Alexandria unido e evoluíra, sentimentalmente, emocionalmente, musicalmente...

 

 E por que diabos ele não o atendia?! Estava tentando ligar a dias, meses na verdade, e Ben nunca o atendia. No início apenas assumira um grande 'foda-se' e o ignorara, também, embora o mais novo jamais tivesse tentado ligar. Dentro das últimas horas, porém, ligara algumas dezenas de vezes, desde que deixara-se levar pela curiosidade e procurara pela nova música quando ouvira sobre na internet.

 

 "Desta vez eu luto por mim mesmo, enquanto você tenta me foder. Aposto que você nunca se importou. Eu sempre soube que você nunca se importou"

 

 Doía. Era fodidamente doloroso ouvir aquilo, exatamente porque era a verdade. Não se importava por pura ignorância... Mas Ben sempre soubera, mesmo quando o próprio Danny não notara.

 

 Precisava falar com ele. Quer dizer, Ben lhe compusera uma música pedindo para que se comunicasse e recusava-se a atendê-lo?!

 

 Como em um sinal, a música terminara, e antes que Danny pudesse ser rápido o suficiente para apertar o replay o Youtube fizera aquela - bosta - de escolher começar, sozinho, a próxima da lista. Claro que o Universo, no desdobramento atual de tempo e espaço, odiava Danny e a música a qual enchera seus ouvidos fora: Undivided.

 

 "Então pegue, pegue, pegue todas estas memórias
 Porque eu não quero elas, e não preciso delas
 E fique, fique, fique, bem longe de mim
 A verdade é que eu estou seguindo em frente"

 

 Oh, yeah... Era por causa daquelas malditas palavras e daquela fodida canção feita pelo Ben - como vira o mesmo declarar - que havia mandado um 'foda-se' para ele, anos atrás. Era uma música cuspida em ódio e rancor, o qual conseguira cutucar seu interior apodrecido, enchendo-o com fúria. Como se fosse, um mínimo verdade, que Ben fosse abrir mão de suas memórias juntos! Eram as melhores... Pelo menos para Danny... Quando bebiam tanto que esqueciam seus próprios nomes e, ainda sim, eram capazes de chamar a plenos pulmões o nome do outro. Ben não poderia apagar e rejeitar o sentimento daquelas noites chuvosas; noites de neve; de inverno e de verão. Ou dias. E tardes. Inferno, eram as memórias de uma vida inteira...!

 

 Eram as suas lembranças... E de Benny...

 

 De repente a voz de Benny cantarolara em raiva, aquela língua a qual enrolava no sotaque sempre tão bonito em sua voz, então sendo usada para disparar ofensas e ódio.

 

"Seu auto-centrismo, sacrilégio, maldita puta
 Seus ininteligentes, irrelevantes balbúcios caíram em ouvidos surdos
 Como você poderia ser a voz de uma geração se a única voz que você ouve está dentro da sua maldita cabeça?"

 

 Na primeira vez em que ouvira aquilo, destruíra um relógio de mesa com seu próprio celular, possesso. Então... Sentia apenas seu peito arder. Porque estava ouvindo Ben, e ele estava certo em cada palavra cuspida em mágoa. A única coisa em que fora capaz de pensar, meses atrás, quando deixara Asking Alexandria fora em si mesmo, em seu próprio talento, futuro, capacidade, força, inteligência...

 

Perdido em seu auto-centrismo e egoísmo magoara a única pessoa para quem fora capaz de fazer juras de amor... Embora sua percepção de amor - e anteriormente julgava que a de seu ex-melhor amigo também - era bem distinta, como amor de melhores amigos, parceiros no crime, e unidos pela amizade. Era este o amor. Sexo tratava-se apenas de um benefício para os dias de carência. Bem, isto é, até Ben decidir que sua namorada, e mais tarde esposa, fosse o tipo de amor o qual ele queria... Atual ex-esposa.

 

 Estava preso em sua mente, seu talento, seu narcisismo... Em fúria quando Ben o criticara, descontando anos de raiva reprimida. No fundo, estava o fazendo chorar.

 

 Sentia-se engasgando nas palavras sufocadas. Tentara ligar apenas uma última vez e antes mesmo de finalizar sua tentativa já havia se decidido, retirando os fones de ouvido, pegando a sua carteira, chaves do carro e saindo com destino certo.

 

.

 

 Em um ato de loucura não-calculado - e, ainda sim, característico seu - estava há mais de meia hora parado na frente da casa de seu ex-melhor amigo. Danny já havia batido, chamado e ameaçado, entretanto levando em consideração as luzes apagadas e janelas trancadas provavelmente não havia ninguém dentro. Ben até poderia estar dormindo, tendo em vista a hora da noite em que chegara, porém conhecia-o... Ainda... Pelo menos um pouco e sabia que ele não dormia cedo e, mesmo se aquele fosse um caso atípico, então o menor já teria acordado com todo o escândalo que Danny fizera. Sorte sua nenhum vizinho ter reclamado... Por enquanto.

 

 Enquanto aguardava na soleira quase arrependera-se. Dirigira por horas, ouvido as novas músicas de Asking Alexandria tocarem no carro. Sua única parada fora rápida, de alguns minutos para comprar algo em específico. Não pensara, realmente, nas consequências. Com sorte, sairia apenas com alguns hematomas quando Ben o encontrasse. Iria, inevitavelmente, alimentar chamas de ódio dentro dele, entretanto aquela separação já havia ido longe demais. Não conseguiria dormir sem pronunciar aquele 'me desculpe' engasgado. Almejava, desesperadamente, poder deleitar-se com aquele sotaque jamais suavizado pelos anos vivendo nos Estados Unidos... Aquela voz; a voz de seu Benny...

 

 Fora retirado de seus devaneios por um carro preto bem lustrado e de vidros escuros. Seu coração saltara no peito, as mãos suando e tremendo, em uma situação de ansiedade digna de um adolescente. Não lembrava a última vez em que havia se sentido daquele jeito... Se não sob efeito de alguma droga, o que não vinha ao caso.

 

 De repente, a porta do motorista se abrira e de lá descera alguém. Sua esperança morrera no segundo em que vislumbrara o cabelo. Não era Ben. Precisara suprimir uma careta. Não conhecia aquele rapaz; não de verdade, entretanto era capaz de reconhecê-lo do videoclipe o qual passara a tarde assistindo: The Black.

 

 Aquele era o maldito Denis Stoff, o novo vocalista da banda que lhe pertencia, caminhando a passos firmes na sua direção.

 

 "O que você faz aqui?" Denis pronunciara-se primeiro, tentando soar ameaçador. E o cara não sabia nem ao menos falar inglês direito. Ele era o quê? Russo? Ucraniano?

 

 Danny não pudera deixar de pensar que, com um tapinha seu, Denis e o saco de ossos que ele chamava de corpo voariam longe. Com sorte, ele poderia bater a cabeça no degrau da porta.

 

 "Não falar com você, é claro" retrucara em um deboche venenoso e irritadiço.

 

 "Você é muito filho da puta e cara de pau para vir aqui!" Denis insistira em tentar bancar o malvado ameaçador. Danny, todavia, apenas erguera uma sobrancelha. "Você absolutamente não é-"

 

 Ambos foram interrompidos pela porta do carro batendo com força, chamando a atenção dos dois. Do banco do carona Ben saíra e, mais uma vez, Danny sentira seu coração batucar enlouquecidamente no peito. Declarar que sentira falta seria um eufemismo ofensivo. Ver aquele cabelo selvagem e macio, os olhos claros, piercings no lábio inferior... Nem mesmo a expressão de touro furioso poderia estragar aquelas feições perfeitas.

 

 "Ben..." o vocalista de inglês grotesco pronunciara o nome do seu guitarrista e, sinceramente, Danny sentia seus ouvidos doerem. Era como uma blasfêmia pronunciar o nome sagrado de seu ex-melhor amigo com aquele sotaque.

 

"Você" Ben cuspira acusatório, aponta do na sua direção. "Tire a sua merda de perto de mim e da minha casa" o inglês reprimia-se a cada palavra pronunciada, rangendo os dentes.

 

 "Eu vim para-"

 

 "Não!" Ben disparara imediatamente, gritando. "Não! Some da minha frente!"

 

 "Ben..." Denis intrometera-se, cuidadoso. "Por que você não entra e deixa que eu-"

 

 "Não, Denis!" Ben berrara, assustando o vocalista. Imediatamente ele percebera o erro em descontar a raiva na pessoa errada e culpa transparecera em sua face. "Denis... Pode ir para casa. Eu só vou entrar, ligar para a polícia e tomar uma grande xícara de café."

 

 Café?! Desde quando Ben preferia café ao invés de whisky?!

 

 "Ben... Você tem certeza que-"

 

 "Sim. Denis, eu vou ficar bem e nós nos vemos amanhã" Ben fora firme em suas palavras.

 

 Denis encarara-lhe, naquela expressão que parecia mais assustado do que ameaçador. Danny não pudera evitar um sorrisinho de canto e debochado, fazendo o mais novo virar a cara, irritado.

 

 "Tudo bem. Vou ligar em dez minutos para ter certeza de que você está bem."

 

 Ben balançara a cabeça em sinal afirmativo e, de repente, Denis aproximara-se mais, descansando as mãos nos ombros de Ben e encostando os lábios nos dele.

 

 Dizer que tivera ânsia de vômito não seria um exagero. Verdadeiramente sentira algo em seu estômago revirar, ameaçando retornar pelo seu esôfago. Quando se separaram, Denis ainda lhe lançara um olhar provocativo e vitorioso antes de retornar na direção do carro.

 

 "Ben..." chamara quando o ucraniano já havia sumido dentro do carro. Imediatamente recebera um olhar repleto de ódio.

 

 "Eu falei sério. Vou chamar a polícia se você não sumir agora. Isso se eu não acabar te espancando antes, porque estou me segurando."

 

 Ben ignorara-o e fizera questão de passar bem longe de si ao ultrapassá-lo no caminho para a porta da própria casa.

 

 "Precisamos conversar...!"

 

 Segurara com firmeza o pulso do mais novo e no instante seguinte sentira algo forte estalar e fazer seu rosto arder. Imediatamente tocara no local ferido, chocado, e mais chocado ainda por ter sido um tapa, e não um soco, como seria mais característico de Ben.

 

 "Não, não precisamos! Não me toque! Não fale comigo! Suma da minha frente!"

 

 "Irônico ouvir isso de quem cantou 'fale comigo' e 'você costumava ser tudo o que eu preci-'"

 

 Antes que pudesse concluir sua frase fora atingido novamente, então por um soco em seu ombro. Chegara a recuar alguns centímetros, porém logo se recuperara e mantivera-se firme enquanto Ben começava a espancar seu peito com os punhos.

 

 "Seu porco imundo e nojento! Estúpido! Arrogante! Você é o pior tipo de ser humano, Daniel Robert Worsnop!"

 

 Inicialmente permitira que o mais velho descontasse a própria frustração, pelo menos um pouco, na esperança de que ele se acalmasse. Quando cansara-se - provavelmente cheio de hematomas na manhã seguinte, porque sinceramente doía pra caralho - segurara ambos os punhos do menor.

 

 "Ben! Acalme-se e apenas... Fale comigo."

 

 Por breves e longos segundos, Ben apenas o encarara, com o maxilar trincado. Os olhos claros tão transparentes quanto era humanamente possível, demonstrando toda a raiva, ressentimento, mágoa... Todos aqueles sentimentos e emoções acumulados por anos, transbordando pelos olhos azuis.

 

 "Tire suas mãos nojentas de mim" o guitarrista soprara, em um tom firme, porém normal, diferente dos gritos anteriores.

 

 Fizera como lhe fora dito e soltara Ben. No mesmo instante este lhe dera as costas e correra para a porta da própria casa. Danny dera-lhe alguns segundos de vantagem, tempo o suficiente para que o menor conseguisse abrir a porta e então respirara fundo e fora trás, interceptando-o e impedindo que a porta fosse fechada, usando o peso de seu próprio corpo contra esta.

 

 "Tire a porra do seu corpo gordo da minha porta, Danny Worsnop!"

 

 "Vamos lá, Ben! Ambos nós dois sabemos que temos muito sobre o que-"

 

 "Não, eu não tenho nada para falar com você!  Eu não quero, Danny! Fique bem longe de mim!"

 

 "Yeah, eu já ouvi essa música... Está seguindo em frente, né? Acho que se chama 'Undivised'" retrucara com uma pitada de deboche ao lembrar a música cheia de ódio o qual havia sido direcionada para si. Ben empurrara a porta com ainda mais força, mas afinal, fora ele quem começara pronunciando as palavras daquela canção.

 

 "Então você já deveria ter recebido o recado!"

 

 "Se continuarem gritando eu vou chamar a policia!" uma voz feminina vinda da casa ao lado pronunciara-se, braba.

 

 Em pouco tempo Ben urrara em frustração e deixara a porta, com passos acelerados atravessando a casa. Quando Danny adentrara a sala e se dera conta, o menor já havia se trancado dentro do próprio quarto. Danny suspirara. Pelo que bem lembrava, Ben não costumava agir como uma criança birrenta, mas, bem... Danny próprio também não costumava ser aquele quem conversava, admitia um erro e tentava desculpar-se.

 

 Calmamente seguira caminho pela casa vazia até a porta do quarto do mais velho. Tentara abrir, apenas para confirmar que ela estava realmente trancada. Sem muitas opções, batera na porta.

 

 "Ben... Uma conversa, rápida, e então eu vou embora" pedira, esperançoso, e o guitarrista nem ao menos se dera ao trabalho de respondê-lo, nem para mandar embora, como estivera fazendo nos últimos momentos. "Por favor?"

 

 O silêncio predominara durante longos minutos, até Danny finalmente aceitar que não estaria recebendo uma réplica e suspirar. Sentara-se no chão, encarando o piso de madeira, escuro por conta das luzes apagadas e elaborando mentalmente o que tinha para dizer.

 

 "Eu ouvi a sua música" começara, tomando fôlego. "Eu ouvi todas suas músicas, eu acho, e parabéns porque ficaram fodas. Parece que você conseguiu algo bom de tudo isso. Mas eu vim aqui porque hoje eu ouvi pela primeira vez 'The Black'" pausara, incomodado. "Droga Ben, eu queria falar olhando para você e não conversando com uma porta!”

 

 Suspirara, frustrado em como as coisas se desenrolaram. Tinha esperanças de que, após as agressões verbais e físicas, o guitarrista iria, pelo menos, ouvi-lo apropriadamente. Não que fosse desculpá-lo e voltariam a serem amigos, mas que pelo menos, iria ouvi-lo.

 

 “Ben... Eu sinto muito. E eu não sou tão idiota assim, eu sei que isto não vai concertar as coisas em um passe de mágica, mas eu precisava dizer isto há muito tempo. Eu sei que eu disse coisas as quais não deveria...” pausara, rememorando todas as suas palavras rudes e egoístas, fortes demais para serem verbalizadas. Como, por exemplo, quando dissera a Ben que ele nunca seria um artista bom por si próprio, viveria sempre à sua sombra; seria algo apenas perto de Danny. “E ambos sabemos que elas não são verídicas. Você provou que eu estava errado. E você também disse coisas, Ben...  E eu queria dizer que você estava certo. Eu fui um maldito egoísta, arrogante e ignorante. Pensei sempre em mim mesmo, meu futuro, meu talento... Eu abri a minha mente e percebi o quanto machuquei você.”

 

 Recostara a cabeça na porta, tentando ouvir qualquer ruído do outro lado, indicando que o mais velho estava ouvindo-o, e não apenas as paredes. Esforçava-se para encontrar as palavras certas, entretanto Danny jamais fora do tipo que compunha músicas de amor, ou tampouco um homem quem admitia seus erros e pedia desculpas.

 

 “Eu acho que você deveria saber... Que você também costumava ser tudo o que eu precisava. E o quanto doeu pra caralho em mim ouvir você cantar em ‘The Black’. Eu não sou tão frio assim; não quando se trata de você. E eu me importo.”

 

 Longos minutos de silêncio arrastaram-se. Danny não sabia mais o que dizer, embora soubesse que tinha mais pedidos de desculpas para fazer. Já estava realmente considerando ir embora quando ouvira um barulho do outro lado da porta, baixinho e próximo, agudo, como o choramingar de um gato.

 

“Eu preciso te cortar fora... Eu preciso te cortar fora. Preciso te cortar fora... Preciso te cortar fora” Ben cantarolara, ao vivo, com o sotaque britânico que tanto preenchia sua mente repleta de mágoa e denunciando o choro. “Eu gostaria que você pudesse me salvar. Sinto algo faltando dentro de mim, temo que isto possa acabar me matando. Toda minha vida eu precisei de você comigo, mas você sempre me puxou para baixo. Mesmo assim eu tentei...”

 

 Danny sentira os olhos arderem, nas lágrimas acumuladas, mesmo contra sua vontade. Tinha um nó em sua garganta o qual recusava-se a ir embora. Algumas lágrimas, traiçoeiras, escorriam, mesmo assim seguia trancando-as.

 

 “Ben... Eu sinto tanto...” esforçara-se para não soar com a voz embriagada, embora fosse capaz de ouvir nitidamente o choro e fungadas no cômodo ao lado, e reconhecia de que a culpa por toda aquela tristeza era absolutamente sua. “Eu... Ben, eu te-“

 

 “Não. Eu não quero ouvir. Não há nada que possa ser dito. Vá embora, Danny... Fique bem longe de mim.”

 

 Sentara mais apropriadamente, jogando a cabeça para trás em uma tentativa desesperada de segurar o choro e desatar o nó em sua garganta. O homem do outro lado da porta seguia chorando, por sua culpa, e não sabia o que fazer para tentar fazer-se soar sincero. ‘Fique longe de mim’, ele dissera, como na música; aquela que havia mexido consigo, primeiramente.

 

 Como uma música...

 

 “Eu não gosto de sair sem você. Tudo o que eu vejo me faz pensar em você. Você provavelmente estará saindo com ele, e eu provavelmente ficarei aqui, porque eu não gosto de sair sem você” cantarolara no silêncio daquela casa, improvisando e compondo na hora mesmo, ouvindo sua própria voz soar verdadeira, como há muito tempo não se ouvia. “Eu não gosto de sair sozinho, e eu realmente não conheço outra pessoa. Sentar-me sozinho eu apenas sinto algo errado. Eu não gosto de sair sozinho.”

 

 “Danny... Por favor, vá embora...”

 

 Calara-se, digerindo aquele pedido desesperado.

 

 “Eu trouxe algo para você. É só uma memória, mas se você abrir a porta...”

 

 “Não. Leve de volta todas as memórias-”

 

 “Porque você não precisa delas e não as quer. Sim, eu lembro” Danny repetira a letra de uma das músicas, Undivided, mesmo ciente de que aquilo era uma mentira. Suspirara. “Então eu vou deixar aqui e vou embora. Você decide o que fazer com.”

 

 Retirara o presente delicado de dentro do bolso e posicionara no chão, bem no centro da porta, com esmero. Levantara-se, com as mãos nos bolsos do jeans surrado, considerando cuidadosamente seus próximos passos. Não queria ir embora; não ainda. Não cometeria o mesmo erro grotesco de deixar Ben aos pedaços, sozinho e chorando. Mas, o que fazer? Dormir na casa dele e acabar sendo preso?

 

 Com um plano em mente afastara-se, fingindo partir. Ao invés de sair pela porta fora até o banheiro onde já sabia a localidade e aproveitara para mijar, lavar as mãos, o rosto... Respirar fundo e ter um tempo para recuperar-se emocionalmente. Ouvira o barulho baixinho e ruidoso da porta do quarto se abrindo. Contara mentalmente até cinco e seguira passo por passo, cuidando para não se fazer ouvir, até finalmente poder ver a cena.

 

 Bem estava de pé, do lado de fora. O rosto vermelho e molhado, fungando vez ou outra. Em mãos ele tinha a rosa a qual Danny deixara na porta. Não era, realmente, pela flor, mas, sim, pela memória que ela carregava, de um show, quando haviam se desentendido e Ben o acusara de não se importar, valorizar mais as vadias quem o vocalista fodia. Não era verdade, e no meio de um show Danny oferecera-lhe uma rosa, recebendo um beijo na testa em resposta.

 

 O guitarrista erguera a cabeça, jogando-lhe um olhar destruído e completamente acusatório.

 

 “Você está fodendo uma boa lembrança.”

 

 Mordera a língua, segurando-se para não responde-lo e lembra-lo de que fora o próprio Ben quem compusera a música e a citara, apenas alguns momentos atrás, mandando Danny pegar de volta todas as memórias porque não as queria e não precisava.

 

 “Eu te amo, Benjamin Paul Bruce. E eu nunca deixei de fazê-lo” foram as palavras que saíram de sua boca, quando decidira que diria algo.

 

 “Este é o problema... Este é todo o problema! É por isso que você deveria ficar bem longe de mim!”

 

 O menor desmoronara, retomando o choro compulsivo. Acelerara seus passos, sendo o mais rápido possível em aproximar-se de Ben antes que este fugisse e envolvendo-o em seus braços. O mais velho não parecia ter forças para impedi-lo naquele momento e nada fizera, chorando com a rosa em mãos.

 

 “Você é um maldito idiota...”

 

 “Eu sei. Eu sou um idiota, estúpido, arrogante e burro.”

 

 “Você é. E não ama ninguém se não a si mesmo.”

 

 “Isto não é verdade. Eu amo você.”

 

 “Você não... Você...” o guitarrista balbuciava, interrompendo-se pelo choro, apenas cuspindo raiva aleatória que o próprio não deveria mais ter qualquer ideia do que estava dizendo, se não ofensas.

 

 Danny aproveitara da situação confusa para segurar com firmeza o rosto cheio do ex-amante e beijá-lo com vontade, cheio de desejo e sentimentos. Sabia muito bem que estava abusando da sorte, e forçando além dos limites, mas, já sentia-se desesperado para sentir os lábios, adornados pelos dois piercings gélidos os quais encaixavam-se perfeitamente com os seus.

 

 Desta vez Ben não fora tão passivo e protestara, tentando empurrá-lo, resmungar e afastar-se. Retirara as mãos do rosto de Ben para segurar seus pulsos e, de repente... Ele parara. Não reagira, não empurrara... E quando o vocalista novamente forçara a sorte e pedira para aprofundar o beijo, chocara-se ao sentir que Ben entreabrira os lábios em quase uma permissão.

 

 O beijo tornara-se mais desesperado e intenso. Danny posicionara as mãos firmemente na cintura do menor, puxando-o mais para perto de seu corpo e acariciando de cima a baixo. Ben, por outro lado, apertava com ambas as mãos a sua camisa xadrez, com tanta força que os dedos tatuados já se encontravam esbranquiçados.

 

 Descera mais suas mãos, esfregando as coxas do guitarrista e de repente o mais velho pulara, rodeando sua cintura. Segurara-o firme com ambas as mãos, como costumava fazer antes de toda aquela situação desastrosa, e caminhara, adentrando o quarto até conseguir deitar ambos na cama.

 

 Precisaram quebrar o beijo por uma necessidade desesperada de ar. O vocalista já estava começando a descer beijos pelo pescoço colorido, ouvindo a respiração de Ben descompassada e desesperada soprando ao pé de seu ouvido quando as mãos deste deixaram sua camisa e começaram a bater e empurrar seus ombros.

 

 “Danny...! Danny, para. Danny!”

 

 Obedecera, contudo recusava-se a se afastar e trouxera seu olhar para o mesmo nível do de Ben. Ambas as respirações pesadas mesclando-se.

 

 “Eu não vou embora” Danny informara-o baixinho e rouco, em uma das lufadas de ar. Quando o menor nada respondera o vocalista virara-se, deitando de lado no colchão e puxando a cintura de Ben para manter seus corpos grudados. Felizmente Ben não protestara, aconchegando a cabeça em seu peito.

 

 “Isto não significa que eu perdoo você.”

 

 “Tudo bem.”

 

 Apertara seus braços ao redor da cintura do menor, esfregando o nariz naquele cabelo naturalmente bagunçado e selvagem, apreciando o cheiro do shampoo e a maciez dos fios.

 

 Mantiveram-se naquela posição por algum tempo, normalizando as respirações. O guitarrista parecia não mover um único músculo, como se fosse uma pedra, ou um bichinho assustado, enquanto Danny era muito mais aberto e o acariciava o tempo todo, esfregando círculos com o polegar em sua cintura, subindo e descendo as mãos, acarinhando a bochecha cheia e sensível pelo choro recente... Embora, diferente do característico, nada daquilo tinha uma conotação sexual. Eram apenas... Carinhos. Uma necessidade urgente de mimar Ben.

 

 “Eu estou falando sério. Isto não significa que eu perdoo você, Danny. Amanhã nós vamos sentar e conversar como adultos responsáveis.”

 

 “Certo.”

 

 “Eu não deveria deixar que você ficasse aqui...”

 

 “Eu não vou embora, de qualquer jeito. Mas eu prometo que vou me comportar... E cuidar de você.”

 

 Desta vez o mais velho nada respondera, fungando e propositalmente esfregando o nariz no casaco de Danny, limpando o muco no intuito de incomodar mesmo. O vocalista, entretanto, nada comentara sobre, apenas mantendo os carinhos. Fora como adormeceram, unidos e abraçados, sem pesadelos e sem que nenhum dos dois precisasse chorar até adormecer.

 

 Porque as coisas não eram sempre felizes, ou certas, tampouco feita de decisões corretas. As coisas quebravam; objetos; pessoas; sentimentos. Tudo quebrava. E o que importava na verdade era: se importariam e esforçariam o suficiente para juntar os pedaços e concertar...?

 

 Tempo, tempo... Talvez o destino diria... Mas, pelo menos, Ben tinha tido coragem de expor-se e pedir para que Danny falasse consigo, e Danny falara, logo... Não precisavam viver com arrependimentos.

 

 Talvez a resposta não fosse ‘cortar Danny fora de sua vida’. E provavelmente jamais conseguiria, de qualquer forma.


Notas Finais


PESSOAL, VMS CONVERSAR AQI
Primeiramente Fora Temer.
Segundamente: O DANNY VOLTOU PRO ASKING ALEXANDRIA. Whathahell?? Guys, eu fui pro Sr. Google e coloqei "Danny Worsnop" só pq o primeiro link seria da Wikipédia me dizendo o nome completo dele ~ como o Ben chama ~ e qe eu n lembrava, daí tinha umas notícias de tipo, minutos atrás, meia hr atrás, 40 min, 10 min, tudo falando sobre o retorno do Danny e eu fiqei "WHATFUCK???"
Melhor momento possível para eu terminar essa fic askjdhkasjdhkjasdh

Então, pra qem n sabe ainda: Denis deu uma enlouqecidinha básica e sumiu. Ningém do AA consegia contatar ele. Ben entrou em desespero. Ben recebeu uma msg do Denis tipo "AA n vai continuar até eu consegir o qe me pertence" e ficou "wtf??". Todos em pânico por causa da turnê se aproximando. Danny já tava na volta há algum tempo lambendo o Ben *qe nem na fic*. Danny consegiu voltar pro AA. Via ~tradução minha da transcrição da live do Ben qe saiu na revista Alternative Press.

É isso aí, então... TEMOS MÚSICAS BRUSNOP VINDO (sabiam qe eu tenho uma gata locona chamada Brusnop?)
Qero ver o Danny cantando todas as do The Black, tipo Undivided JDHSKJADHKJASDHASKJH
Qem ainda n ouviu, ouça o último Cd "The Black". Tem umas boas, outras meio tipo pombo... Eu qeria colocar várias nessa fic, mas ningém é obrigado a ouvir uma salada de frutas de letras de 12 músicas diferentes em uma oneshot, dai escolhi duas + um das mais importantes.
É ISSO AÍ, OBG, COMENTE E VOLTE SEMPRE
Love you all ~


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