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História I Can't Live Without Your Love - Capítulo 3


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Boa leitura ♥

Capítulo 3 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction I Can't Live Without Your Love - Capítulo 3

Um cheiro doce invadiu minhas narinas assim que acordei. Meu braço estava ao redor de alguém, e assim que abri os olhos, encontrei uma mulher que estava com os cabelos louros presos no alto da cabeça. Estávamos abraçados de conchinha, mas eu não sentia vontade de solta-la. O perfume não me era estranho. Voltei a abaixar as pálpebras, e aos poucos minha cabeça começou a funcionar. Katniss. Acabei sorrindo ao lembrar que ela quem havia dormido ao meu lado. Me aproximei um pouco mais, reconhecendo que o perfume era o doce aroma de pitanga que lhe dei meses atrás, em seu aniversário.

Desde que Katniss me deixou sozinho em meu apartamento, no domingo passado, tudo pareceu sair dos eixos em minha vida. A última mulher com quem eu havia passado a noite, havia sido a morena que minha “esposa” tinha expulsado naquela manhã, e nada me fazia ter vontade de estar com alguém. Até tentei sair com Glimmer, mas ela acabou me deixando sozinho no bar. Foi ali que eu percebi que eu não me importava de estar na seca por quase sete dias. A única coisa que me vinha na cabeça era minha assistente e amiga saindo com Gale, e fazendo sabe-se lá o que. Engoli saliva, apertando Katniss contra meu corpo.

Pude ouvi-la resmungar algo, e se mexer. Logo Katniss empurrava minha mão para longe e sentava com pressa, com os olhos arregalados. Sua agitação foi tão grande, que o coque de seus cabelos, se desfez, deixando sua cascata loura cair por suas costas.

– Você está bem? – perguntei preocupado, sentando-me também.

Katniss me encarou franzindo o cenho, e pulou da minha cama.

– Eu preciso ir pra casa. – murmurou, correndo para meu banheiro.

Não contestei. Apenas me levantei e pesquei uma calça de moletom, vestindo-a com certa dificuldade. Minha cabeça latejava mais do que o normal, e eu não fazia ideia de onde encontraria minhas aspirinas. Katniss sempre as achava por mim.

Ela saiu do banheiro, usando seu vestido, e caminhou até seus sapatos, calçando-os rapidamente.

– Por que a pressa de ir embora? – perguntei, cruzando os braços.

– Porque eu nem devia ter ficado aqui. – murmurou, erguendo os olhos para me encarar. – Eu não acredito que larguei Gale no restaurante pra vir cuidar de um bêbado.

Uni as sobrancelhas, sentindo um gosto amargo subir por minha garganta. Eu não tinha certeza se era da ressaca ou por culpa da sua última frase, que de certo modo fez meu peito doer.

– Achei que eu fosse seu amigo, e não “um bêbado” qualquer. – falei tentando esconder o incomodo que ela havia me causado.

Katniss me analisou por alguns segundos.

– Somos amigos, mas você não deixa de ser um bêbado. – falou parecendo irritada. – Você simplesmente passou dos limites ontem à noite.

Franzi o cenho confuso com seu comentário.

– O que eu fiz ontem à noite? – perguntei.

Katniss, que havia se afastado para se analisar em meu espelho de corpo inteiro, que ficava no canto do quarto, virou para me olhar.

– Do que você se lembra? – questionou de volta.

– Pouca coisa. – cocei a cabeça. – Lembro de queimar a boca com café. – falei me esforçando pra coletar memórias da noite que pareceu ter sido mais conturbada do que eu lembrava. – Depois fui tomar banho. Lembro de você entrar no quarto, e eu fazer alguma piada. – uni mais minhas sobrancelhas, sentindo a dor de cabeça aumentar. – Eu pedi pra você ficar comigo, e você ficou. – relaxei minha expressão, dando um pequeno sorriso.

– Por que você me pediu pra ficar? – indagou, se aproximando.

Katniss parou a minha frente, cruzando os braços. Eu não tinha uma resposta para aquela pergunta. Eu apenas sentia a necessidade de tê-la por perto, e isso foi o suficiente para que eu implorasse por sua companhia.

– Porque eu precisava de você. – murmurei.

– Isso é errado, Peeta. – ela me repreendeu, dando um longo suspiro. – Eu não posso ficar abandonando o único cara que se interessou por mim de verdade, para correr pra cá e cuidar de você. – Katniss descruzou os braços. – Gale é o que tenho mais próximo de um relacionamento amoroso desde que Matthew terminou comigo.

Fiz uma careta. Matthew era o ex namorado de Katniss. Um tremendo de um babaca, que havia a abandonado para ficar com outra a três anos atrás. Eu o odiava. Por troca-la e por fazê-la chorar durante longos meses.

– Desculpa. – pigarreei. – Isso não vai mais acontecer. – disse sério. – E desculpa por seja lá o que eu tenha feito ontem. – Katniss abriu a boca, mas eu a cortei, estendendo a mão em sua direção pedindo para que parasse. – Eu nem quero saber o que foi. Apenas me perdoe. Eu não vou... Não vou mais incomoda-la. – deixei meu braço cair.

– Eu sinto muito, mas eu preciso pensar um pouco em mim também. – falou em tom baixo sem me encarar.

– Eu disse que não vai mais acontecer. – repeti recebendo seus olhos cinzentos sobre mim. – Eu não vou mais te dar trabalho, Katniss. Apenas... Vá pra casa. – tentei sorrir, mas algo fazia meu coração doer, a ponto de apertar minha garganta. – Saia com Gale. Eu não vou interrompe-los dessa vez.

– Peeta... – Katniss deu um passo em minha direção.

– Vá, Katniss. – insisti, dando dois passos para trás. – Obrigado por ter ficado aqui. Nos vemos amanhã.

Seus olhos me analisaram. Ela suspirou e desviou o olhar, antes de passar por mim, e sair do meu quarto. Continuei imóvel, ouvindo seus saltos baterem contra o piso do apartamento, se distanciando, até a porta da saída bater, anunciando que ela havia saído.

Caminhei até minha cama, e me joguei contra o colchão. Agarrei o travesseiro que Katniss havia usado para dormir, apenas para constatar que seus cabelos que cheiravam ao perfume de pitanga. Respirei devagar, deixando o aroma entrar por minhas narinas, e fechei os olhos com força.

Eu não iria mais atrapalha-la. Eu não podia.

 

~||~

 

– Katniss. – chamei pela segunda vez, mas não obtive resposta.

Suspirei e coloquei-me de pé, caminhando em direção a porta. Assim que a abri, e olhei para fora da minha sala, pude enxergar minha assistente e amiga, que para minha surpresa, não estava sozinha.

Gale Hawthorne estava frente a frente com Katniss, com as mãos em sua cintura, sussurrando algo pra ela, que a fazia soltar algumas risadinhas.

Engoli em seco, tentando conter a raiva.

Fazia mais de um mês que eu havia prometido que não a atrapalharia mais, o que resultou a mais encontros com Gale, até chegarem ao ponto de quase namorados. Ela havia me contado, mas até então eu não tinha os visto juntos. E eu desejava continuar sem ver.

– Katniss! – exclamei, fazendo-a pular e se afastar do merdinha que já me encarava.

– Oi? O que aconteceu? – perguntou assustada, virando o corpo para me olhar.

– Eu estou te chamando faz tempo. – falei em tom acusatório. – Isso aqui é local de trabalho, não ponto para ficarem se pegando. – soltei com irritação. – Afinal de contas, o que você faz aqui Hawthorne?

Eu prometi que não atrapalharia, mas isso não significava que eu precisava gostar dele.

– Katniss almoçou comigo. Eu a trouxe até aqui, e estávamos nos despedindo quando você apareceu. – explicou.

– Estamos no oitavo andar. Poderiam ter se despedido lá embaixo. – eu estava mais irritado, e não me importava com o olhar reprovador de Katniss.

– Gale, pode ir. – ela me deu as costas. – Nos falamos depois. – Katniss se colocou nas pontas dos pés, e beijou os lábios do Hawthorne.

Meu maxilar enrijeceu, e minhas mãos se fecharam ao lado do corpo. Eu sentia a veia saltada em meu pescoço, enquanto eu me esforçava para não avançar no imbecil que sorrio para Katniss, antes de caminhar até o elevador.

Assim que Gale sumiu de vista, ela virou em minha direção.

– O que há com você? – questionou. – Por que tanta raiva?

– Eu odeio esse imbecil! – exclamei nervoso. – Se você quer namorar com aquele babaca, vá em frente, mas não o traga mais aqui, ou eu acabo com ele.

Katniss franziu o cenho.

– Você não pode estar falando sério. – ela falou baixo. – Qual é o seu problema com Gale?

Eu não tinha nenhum problema especifico. Apenas sentia vontade de afundar minhas mãos em seu rosto, diversas vezes, até desmaia-lo, e desfigura-lo.

– Apenas escute o que estou dizendo. – falei apontando para o elevador em seguida. – Se ele pisar aqui novamente, eu faço questão de acerta-lo com meu punho. – sentia meu corpo tremer em função da raiva que só parecia aumentar. – Eu sou o chefe aqui. Não se esqueça disso. Eu dou as ordens.

Algo pareceu mudar em sua feição assim que eu me calei.

– Mas é claro, chefe. – a palavra chefe pareceu sair com desdém de sua boca. – Você dá as ordens, e eu obedeço. – lágrimas se alojaram em seus olhos, mas Katniss manteve-se impassível. – O que queria comigo? – perguntou friamente.

– Eu... Eu não lembro. – disse sinceramente, sentindo a raiva se esvair apenas por ouvi-la falar naquele tom.

– Tudo bem. – ela caminhou até sua mesa, e se sentou em sua cadeira.

– Katniss. – chamei, me aproximando, e parei ao seu lado.

– Pois não, senhor Mellark? – perguntou formalmente me olhando.

– Senhor Mellark? – questionei confuso.

– Sim. Você é meu chefe. – respondeu, e então eu soube.

Meu ataque de fúria havia magoado Katniss.

Suspirei, virando sua cadeira, para ficar de frente comigo, e me agachei, ficando quase na sua altura.

– Perdão. Eu não queria falar daquele jeito com você. – esfreguei a nuca ao notar seu olhar passar sobre minha cabeça, e encarar a parede atrás de mim, parecendo me ignorar. – Eu realmente não gosto de Gale. É mais forte do que eu. – segurei os braços da cadeira. – Katniss. – chamei. – Eu sinto muito.

– Você não sente muito, Peeta. – ela me encarou. – Você o odeia, sem nenhum motivo verdadeiro, e vai continuar a odiá-lo. Mas eu não ligo. – disse irritada. – Eu vou continuar a sair com ele, e vou aceitar se ele me pedir em namoro. Eu gosto de Gale, e não vai ser seus motivos mesquinhos que me farão mudar de ideia.

Levantei de supetão, e lhe dei as costas, caminhando em direção a minha sala.

– Eu não terminei. – Katniss falou, e pude ouvir seus passos atrás de mim.

Ela entrou e bateu a porta, enquanto eu parava para encara-la.

– Você só pensa em você mesmo, Peeta. Por isso o odeia. Porque eu não estou mais disponível para te ajudar depois de seus encontros pervertidos. – cuspiu as palavras com raiva. – Mas adivinha só?! Eu tenho sentimentos, e você pouco se importa com eles. Não quer saber se eu gosto de Gale, ou se eu gostava de ter que ajuda-lo depois da ressaca.

– É mesmo? Eu não me importo com seus sentimentos, Katniss? – andei até ela, ficando a poucos passos de distância. – Quem te acolheu quando Matthew te deu o fora? Quem te levou para ver o mar, no aniversário de morte do seu pai? Quem se lembrou do seu aniversário, que caiu em pleno domingo, e te levou panquecas doce com geleia de morango em pedaços, no ano passado? – falei tudo energicamente.

Seus olhos transbordavam com lágrimas, mas elas não caiam.

– Parece que você esteve ocupada demais julgando meus encontros, para prestar atenção no quanto eu fiz por você nesses últimos 5 anos. – acusei em tom baixo.

– Isso não justifica...

– Claro que não. – a interrompi. – Nada justifica o quanto folguei em você e te privei de se divertir por ter que cuidar das minhas bebedeiras. Mas eu também não sou o monstro frio e sem coração que você descreveu. Eu também tenho sentimentos.

– Eu não acredito que você realmente sinta alguma coisa. – falou com uma ponta de sarcasmo.

Apesar de suas palavras me atingirem em cheio, eu dei os passos que faltavam para me aproximar por completo. Minhas mãos agarraram sua cintura, e eu a empurrei sem muita delicadeza contra a porta, fazendo-a resfolegar.

Encarei seus olhos cinzentos, que estavam mais abertos, deixando-a com cara de assustada, mas eu não me importei. Apenas colei meus lábios contra os dela, pressionando seu corpo contra a madeira. A ação fez Katniss resmungar, o que me deu espaço entre seus lábios, para invadir sua boca com minha língua.

Eu estava com raiva. Eu estava com muita raiva. E era por isso que eu cometia a maior loucura da minha vida, arriscando minha amizade com ela, enquanto eu aprofundava o beijo com certa urgência.

Katniss correspondeu, talvez por insistência minha, mas logo pareceu ceder, pois suas mãos haviam agarrado os cabelos que ficavam próximo a minha nuca, puxando-os com força, enquanto nossas línguas brigavam por espaço. Minhas mãos apertavam sua cintura, quando eu a puxava contra mim, ou a pressionava contra a porta. Katniss inclinou a cabeça levemente para o lado, dando-me mais acesso a sua boca.

Beija-la era algo que eu sempre coloquei na cabeça que jamais aconteceria, porém sentir seus lábios quentes, volumosos e doces contra os meus não chegava nem perto do que eu havia imaginado em outras ocasiões. Era intenso, era sedento, era único, e eu precisava aproveitar cada fio de oxigênio que me restava, antes que ela enlouquecesse e me mandasse para o inferno.

Suas mãos desceram para os meus ombros, enquanto a minha mão direita alcançava acima de seu quadril, apertando-a contra meu corpo. Afastei nossos lábios, mas não permiti que Katniss tivesse tempo de me afastar de seu corpo. Desci beijando seu maxilar, até alcançar seu pescoço, sentindo seu perfume inebriante me deixar praticamente tonto. Mordisquei sua pele branca, notando alguns arrepios em Katniss.

– Me solta. – murmurou, tentando me empurrar, mas eu ainda a mantinha colada contra a porta.

Ergui a cabeça para encara-la. Katniss mantinha seus olhos fechados, e sua cabeça estava encostada contra a madeira. O ar escapava de sua boca quando ela ergueu as pálpebras para me olhar.

– Eu não vou...

Minha cabeça virou levemente com o tapa ardido que recebi em minha bochecha esquerda. Não era a primeira vez que eu levava um desses, mas sinceramente cheguei a acreditar que Katniss havia gostado do beijo. Porém o ardume em minha pele dizia o contrário. Dei alguns passos para trás, lhe dando liberdade para se mover.

– Nunca mais faça isso! – rosnou pra mim.

– Você parecia bem entregue, enquanto minha boca estava na sua. – falei nervoso, passando a mão sobre o local que estava quente.

– Claro. Não estou reclamando da forma que fui beijada. – pareceu sincera, apesar de estar irritada, com as bochechas coradas e os olhos agitados. – Estou reclamando por ter sido beijada.

– Eu acho que você gostou, mas não quer aceitar. – abaixei a mão, deixando o braço cair ao lado do corpo.

– Realmente não quero aceitar! – gritou. – Você é o pior cara que eu poderia permitir que me beijasse. – Katniss respirou fundo, soltando todo o ar pelo nariz.

Seus olhos passeavam por meu rosto, enquanto eu me mantinha em silêncio, encarando-a.

– Eu me demito. – falou segundos depois.

Arregalei os olhos, e todo o resto pareceu sumir da minha cabeça quando suas palavras foram assimiladas.

– Como assim? Você não pode se demitir. – dei um passo em sua direção.

Katniss estendeu a mão direita, com a palma levantada, me fazendo parar.

– Eu me demito. – repetiu. – Não vou cumprir aviso prévio. Eu estou indo embora agora mesmo.

– Mas por que? Como assim? Você não pode ir. – enfiei os dedos da mão esquerda entre meus cabelos, puxando os fios com força.

– Você jamais entenderia, Peeta. – Katniss se afastou da porta, apenas para abri-la.

– Katniss, por favor. – tentei segura-la pelo braço, mas ela foi mais rápida, escapando para fora da sala.

Ela simplesmente alcançou sua bolsa sobre a mesa, e caminhou em direção ao elevador.

– Katniss. – chamei, me aproximando.

Ela entrou no elevador, e encostou contra o metal, ficando de frente pra mim. Só então consegui notar que as lágrimas que ela havia segurado tanto nos últimos minutos, haviam sido derramadas, molhando suas bochechas. Vê-la chorando me feriu tanto, que eu não consegui fazer minhas pernas me obedecerem para segui-la. As portas começaram a se fechar devagar, enquanto eu a assistia indo embora.


Notas Finais


Não me matem. Nem tudo na vida são flores ♥
Obrigada pelos comentários e favoritos *-*
E vamo que vamo, meu povo kkk
Até mais.


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