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História I Can't Live Without Your Love - Epílogo


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Boa leitura ♥

Capítulo 7 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction I Can't Live Without Your Love - Epílogo

Peeta

– Boa tarde, Peeta. – Glimmer sorrio de maneira sedutora pra mim quando se aproximou. – Como tem passado? – perguntou, dando-me um beijo na bochecha.

Sorri sem graça, e quase cai ao esbarrar em minha própria mesa, quando dei um passo pra trás para me afastar da mulher.

– Vou bem, Glimmer. – engoli em seco, olhando em direção a porta da minha sala, e voltei a encarar minha cliente. – Conseguiram marcar a última audiência para daqui três dias.

Ela voltou a sorrir pra mim.

– Você acha que conseguiremos ganhar? – questionou, mordendo lentamente seu lábio inferior.

Soltei uma lufada de ar pela boca, e dei a volta na mesa, abrindo uma pasta de papelão, que armazenava alguns papéis, e a levei próximo ao meu rosto, como se tentasse me concentrar. Eu tinha em mente que os documentos em minhas mãos, não se relacionavam ao caso da fortuna do ex marido de Glimmer, mas era uma ótima desculpa para me manter longe dela.

– Bom. Há chances. – respondi, fingindo ler os documentos que eu segurava, franzindo o cenho. – Estou confiante.

Ouvi os passos de Glimmer, por culpa do salto que ela usava, ecoando por minha sala. Logo enxerguei suas unhas pintadas de vermelho, quando ela segurou a pasta, e a puxou de mim. Ergui a cabeça para olha-la. Glimmer havia colocado os documentos sobre minha mesa, e voltou a me encarar.

– Faz cinco meses que não nos falamos cara a cara. – sua voz sussurrada, era carregada de segundas intenções. – Bom. A última vez que estivemos juntos, não foi bem uma conversa. – o canto direito da boca de Glimmer se ergueu em um sorriso malicioso.

Engoli em seco novamente, afrouxando o nó da minha gravata, e quase tropeçando em minha própria cadeira.

– Glimmer. Eu não posso... Eu... Eu tenho namorada. – falei por fim, desviando do obstáculo atrás de mim, e deixando a mulher do outro lado, que tinha um olhar de pura perplexidade. – Isso. Eu tenho namorada. – falei mais firme. – Por isso não te liguei mais.

– Você, Peeta Mellark, o advogado mais mulherengo de Pasadena, tem namorada? – perguntou incrédula. – Não acredito.

A porta da minha sala havia sido escancarada, e por ela passou um furacão louro.

– Sim. Ele tem namorada. – Katniss falou, contendo a fúria em sua voz, mas não em seus olhos cinzentos, que brilhavam de raiva em direção a Glimmer.

– Há boatos de que você usava sua assistente pra dar o fora em mulheres que não te interessavam. – a mulher argumentou desconfiada. – Se isso é um fora, quero saber o porquê.

Katniss rolou os olhos e caminhou até mim. Com sua mão, ela me fez virar, nos fazendo ficar cara a cara, e consequentemente, me fazendo ficar de costas para Glimmer.

– Ele está te dando o fora, porque ele é meu. – Katniss falou esticando o pescoço para o lado, para enxergar Glimmer. – Vou te provar isso. – ela sorrio presunçosa, antes de voltar a ficar ereta a minha frente. – Vem cá. – Katniss segurou minha gravata, e me puxou pra perto, até seus lábios roçarem nos meus de maneira lenta, causando-me arrepios. – Vou ter que colocar uma coleira em você? – sussurrou.

Antes que eu pudesse responder, Katniss me beijava, e mais do que depressa, eu passei a corresponder, abraçando-a pela cintura com força, colando seu corpo ao meu.

Os lábios doces e volumosos da minha namorada sempre seria o mais gostoso de beijar, e eu podia dizer com convicção, pela quantidade de vezes que eu havia beijado outras mulheres. Nada se comparava a quentura de sua boca, a maciez de sua língua, e a forma que ela me beijava, parecendo tão inocente, mas sempre com uma ponta de segundas intenções. Era maravilhoso sentir suas mãos, quando se embrenhavam em meus cabelos, puxando-os entre seus dedos finos. Ou quando suas unhas relativamente cumpridas arranhavam a pele sensível da minha nuca. Seu corpo magro contra o meu e entre meus braços, dando-me a sensação de quero mais.

Céus. Meu coração e meu corpo deixavam claro que eu jamais me cansaria dessa mulher, e saber disso me deixava plenamente feliz.

– Chega. – fui empurrado pelo peito, e acabei esbarrando na cadeira de novo, quase caindo sobre a mesma. – Ela já foi. – Katniss se afastou de mim, batendo seus saltos contra o piso, caminhando em direção a saída.

– E daí se ela já foi? – perguntei confuso, olhando-a.

– Eu só queria jogar na cara dessa vadia que você tem dona. – Katniss virou segurando a maçaneta. – Eu ouvi você gaguejar. – ela estreitou os olhos. – “Eu... Eu... Eu tenho namorada.” – tentou me imitar, enquanto eu caminhava até onde ela estava. – Seja mais firme, Mellark. Não quero saber de você dando brecha pra essas...

– Não dei brecha pra ninguém. – a interrompi, tentando me defender. – Só não queria perder uma cliente. – segurei sua mão, puxando-a em seguida, para fazê-la soltar a maçaneta. – Estamos namorando há dois meses, e você vira a cara toda vez que uma mulher entra em minha sala. – a puxei, fazendo seu corpo trombar contra o meu. – Não confia em mim?

Seus olhos passearam por meu rosto, e logo sua expressão mudou de irritação para culpa.

– Desculpa. – ela mordeu o lábio inferior, suspirando em seguida. – É mais forte do que eu. Estou trabalhando nessa história de confiar em você. – Katniss deu um meio sorriso, parecendo sem graça, e apoiou as mãos sobre o meu peito. – É que você nunca me contou porque a Glimmer frequentava seu escritório antes, sendo que vocês só foram dormir juntos depois que eu pedi demissão.

– Porque ela era insistente. – respondi, apoiando as mãos acima de seu quadril. – Depois que ela me deu o cano no bar, eu não quis mais saber. Ela ficou no meu pé, mas eu só pensava em você. – confessei. – Quando você foi embora, tentei seguir em frente, mas não consegui. Nem com ela, nem com outra mulher.

– Isso é papo pra tentar me dobrar? – questionou desconfiada.

– Não. – dei um sorriso torto.

– Acho bom. – Katniss sorrio de volta, alcançando meus lábios com os dela.

 

~||~

 

– Respira fundo, cara. – Finnick tentou me acalmar, segurando meus ombros.

– Eu tô respirando. – reclamei, contendo a vontade de mexer novamente em meus cabelos, que tinham dado trabalho para ficar no lugar.

Meu amigo riu de mim e me soltou.

– Eu acabei de ver a Katniss. Ela tá linda, irmão. – Finnick me deu as costas para se olhar no espelho. – Não mais linda que a minha ruiva, mas está.

Acabei dando um sorriso, ao tentar imaginar minha noiva, com um vestido branco entrando na igreja ao meu encontro.

– Queria vê-la antes do casamento. – comentei, suspirando em seguida.

– Dá azar. – Finnick virou para me encarar. – E a Ann te mataria se você aparecesse na porta da Katniss agora.

Bufei parando ao lado do Odair, e voltei a me observar no espelho. Mexi em minha gravata algumas vezes, tentando me distrair do nervosismo que me alcançava cada minuto mais.

– Katniss saberia me manter em paz. – argumentei, colocando as mãos nos bolsos da calça.

– Claro que sim. – Finnick concordou. – Ninguém te conhece melhor do que ela. – ele sorrio.

Tirei as mãos do bolso e as fechei em punho, apertando-as com certa força.

– Eu preciso ir lá. – com passos largos eu alcancei a porta.

– Não, cara. Vai estragar a surpresa. – Finnick segurou meu braço.

– Relaxa. Eu ainda vou me surpreender quando Katniss entrar na igreja, e não decidiu fugir de mim. – me desvencilhei dele, e sai porta a fora.

Caminhei pelo corredor apressadamente, e logo eu estava parado em frente ao quarto onde minha noiva se preparava.

Respirei fundo algumas vezes, deixando o ar escapar pela boca. Fechei a mão direita, e com os nós dos dedos, bati três vezes contra a madeira.

Não demorou nada para Annie surgir em minha vista, e fechar a cara pra mim, deixando apenas uma fresta para me enxergar.

– O que você quer aqui? Por que não está com o Finnick? – perguntou.

Suspirei.

– Quero falar com a Katniss. – avisei, e com muito cuidado para não machucar Annie, empurrei a porta, e me coloquei pra dentro.

– Você não pode...

– Já entrei. – a interrompi, olhando ao redor.

Meus olhos pararam em minha noiva, que estava em frente ao espelho, encarando meu reflexo, com os olhos surpresos, mas com um pequeno sorriso nos lábios.

Katniss se virou pra mim, e eu simplesmente perdi a fala.

– Por que não estou tão surpresa de vê-lo aqui? – questionou em tom baixo.

Não a respondi. Ela estava linda, e meu coração agia feito um louco no peito.

– Porque ele é intrometido. – Annie se manifestou.

Katniss riu baixo.

– Nos dê alguns minutos, Ann. – ela pediu.

– Mas...

– Ele já me viu. – Katniss a interrompeu. – Por favor. – falou com os olhos em mim.

A ruiva resmungou alguma coisa, antes de sair do quarto, fechando a porta atrás de si.

Minha noiva me analisou por alguns instantes, ainda parada no mesmo lugar. Um sorriso lindo, com covinhas abaixo do lábio inferior surgiu, deixando-a mais encantadora.

– Me diz que você não vai desmaiar. – Katniss falou em tom de brincadeira, enquanto se aproximava de mim.

– Parece que vou. – falei baixo, dando um pequeno sorriso. – Você está tão... – respirei fundo. – Você é a mulher mais linda que eu já vi.

Seu sorriso foi mais largo. Suas mãos repousaram em meus ombros.

– E você é o homem mais lindo. – seus olhos analisaram meus cabelos, e foram descendo por meu rosto, até parar em meus lábios. – Não acredito que vamos mesmo casar. – comentou, parando seus olhos nos meus.

– Não acredito que você não desistiu. – dei um riso curto, para evitar demonstrar meu nervosismo, colocando minhas mãos em sua cintura.

– Você não passou nem perto de me dar motivos pra isso. – sua mão esquerda alcançou minha nuca. – Na verdade, você tem sido perfeito, Peeta. – um sorriso delicado surgiu em seus lábios. – Dar uma chance a nós dois, foi a melhor decisão que já tomei em toda minha vida. – seus dedos começaram a acariciar levemente abaixo de meus cabelos.

Meu corpo pareceu relaxar ao ouvi-la dizer aquelas palavras, por isso deixei-me sorrir tranquilamente. Me curvei, dando um beijo demorado em sua testa.

– Então nós vamos casar? – perguntei, afastando o rosto para olhar em seus olhos.

Katniss sorrio novamente, e balançou a cabeça em afirmação.

– Sim, amor. Nós vamos casar.

 

~||~

 

– Quero o divórcio! – a figura loura entrou em minha sala de supetão, fazendo-me pular na cadeira.

Respirei fundo e soltei o ar pelo nariz, antes de ficar em pé.

– Desculpa. Não trabalho mais com divórcios há alguns anos. – fiz piada.

Minha esposa estreitou seus olhos cinzentos e caminhou até mim. Em seguida comecei a ser estapeado no peito, braços, e quase no rosto, se não fosse pela sandálias rasteirinhas que ela usava, deixando-lhe com pouca altura.

– Que isso, mulher? Enlouqueceu? – falei, tentando me proteger com os braços. – Para com isso, Katniss. – em um movimento rápido segurei seus pulsos. – Qual é o problema dessa vez?

Katniss sacudiu a cabeça, e assoprou sua franja que havia caído sobre seu olho direito.

– Você disse ao Finnick que eu estou gorda! – exclamou, tentando se soltar do meu aperto.

Arregalei os olhos levemente, e precisei segurar a risada que estava entalada em minha garganta.

– Caramba, Katniss. Eu disse que sua barriga de seis meses estava grande. Não que você estava gorda. – tentei explicar, mas o quase sorriso que eu dei, a fez ficar mais raivosa.

Era nosso primeiro bebê, e esses picos de humor eram frequentes, o que me enlouquecia junto com ela. Eu tentava me acostumar, mas ainda me sentia confuso. Em um minuto estávamos muito bem. No outro, Katniss queria me bater por algo que não fiz.

Acabei soltando seus braços, antes que eu a machucasse.

– Você é um imbecil. – reclamou mexendo em seus cabelos e me deu as costas.

– Você veio até aqui para me bater e chamar de imbecil? – perguntei confuso.

Katniss não respondeu e começou a andar. Suspirei e com passos rápidos eu a alcancei, ficando a sua frente. Ela tentou passar por mim, mas eu a barrei, fazendo-a fechar mais a cara.

– Quer mesmo o divórcio? – perguntei, abraçando-a pela cintura.

– Por favor. Agora, se possível. – ela cruzou os braços para deixar claro que não iria ceder.

Acho que seu mau humor a fazia esquecer como eu era bom em amolece-la e tirar aquela carranca de seu belo rosto.

Soltei um risinho, e andei com Katniss até estarmos perto da minha mesa. Desci as mãos, alcançando a parte de trás de suas coxas, e em apenas um movimento, eu a ergui, colocando-a sentada sobre a madeira. Seus olhos agitados me fitavam, e seus braços já haviam se soltado ao lado do corpo.

Coloquei-me entre suas pernas, e espalmei as mãos em sua cintura.

– Você é a mulher grávida mais gostosa que eu já vi. – abri um sorriso torto, mas Katniss estreitou os olhos. – Não me olhe assim. Se fosse mentira, eu não estaria querendo te deixar nua aqui mesmo. – sussurrei, deixando meu nariz tocar no dela.

Ela mordeu o lábio inferior. Seu rosto havia relaxado, e algo havia mudado em seus olhos cinzentos. Notei a pele de seus braços arrepiada, o que apenas me instigou a me aproximar.

Coloquei o rosto na curvatura de seu pescoço, e inspirei o cheiro doce de seu perfume, antes de começar a distribuir beijos curtos por sua pele sensível.

– Por que não deixa? – questionou em um sussurro.

Sorri contra seu pescoço e me afastei. Katniss estava com a cabeça levemente pra trás, com os olhos fechados, mas ela os abriu quando demorei para voltar a beija-la.

– Porque estamos juntos há quatro anos. Casados há três. E mesmo assim você nunca me deixou fazer isso aqui. – argumentei em tom baixo.

– Eu deixo agora. – sussurrou, esticando os braços.

Suas mãos ágeis desfizeram o nó da minha gravata, e logo Katniss empurrava meu paletó pra baixo, deixando-o cair por meus braços.

– A porta não está trancada. – avisei.

– Ótimo. – ela sorrio, abrindo os botões da minha camisa. – Assim fica mais emocionante.

– O que deu em você? – perguntei, observando-a.

– Hormônios, Peeta. Hormônios. Me ajuda logo com isso. – pediu, e mais do que de pressa eu comecei a tirar meu cinto.

– Isso é loucura. – ri baixo, erguendo a blusa de Katniss.

– Nós dois somos uma loucura, meu bem. – minha esposa riu. – Agora prove que eu sou a grávida mais gostosa. – Katniss falou em tom desafiador.

– É pra já. – cobri seus lábios com os meus rapidamente.

 

 

Katniss

– Cadê o Peeta? – perguntei baixo, ainda sentindo meus olhos pesarem.

– Está com a Melissa. – Annie respondeu. – Como se sente, amiga? – senti a mão da ruiva acariciar meus cabelos.

– Ainda cansada. – encostei a cabeça no travesseiro. – E o bebê? – indaguei, olhando para os lados e voltei a encara-la.

Minha melhor amiga abriu um sorriso largo.

– É lindo, Katniss. – Ann respondeu. – Ele tem os seus olhos.

Dei um sorriso fraco.

– Eu quero vê-lo. – pedi.

– Quer ver esse homenzinho? – a voz do meu marido me chamou atenção, me fazendo olhar para a porta.

Ele segurava habilmente um pacotinho enrolado em um pequeno cobertor, enquanto Melissa andava saltitante ao seu lado, tentando enxergar o irmão mais novo.

Meu sorriso se alargou um pouco, e lágrimas se formaram em meus olhos.

– Mamãe. O Will é tão bonitinho. – Mel falou empolgada ao parar próxima da cama. – Eu queria pegar ele, mas o papai não deixou. – ela fez um biquinho de irritação, o que me fez rir baixo.

– Ele é muito pequeno, filha. – Peeta explicou com a voz mansa, parando ao lado dela. – Quando Willian estiver um pouco maior, você poderá segura-lo. – meu marido se aproximou, e cuidadosamente estendeu nosso filho.

Sentei com ajuda de Annie, e o peguei em meus braços. As lágrimas rolaram por minha face quando notei as roupinhas azuis no corpo minúsculo de Willian.

Peeta quem havia comprado o conjuntinho, assim que descobrimos o sexo do bebê. Ele se sentia orgulhoso por não estar tão perdido quanto havia ficado na gravidez da Mel, e eu me sentia boba com tanta atenção que meu marido dava aos detalhes, como por exemplo, o tom de azul, que foi o mesmo que eu havia escolhido para a parede que ficaria na lateral do berço de Willian.

Suspirei, mordendo o lábio inferior.

– Por que tá chorando, mamãe? A senhora tá triste? – Melissa perguntou.

– Não, querida. – ergui os olhos para observar a miniatura feminina de Peeta, que tinha uma feição confusa. – As pessoas também choram quando estão felizes. – comecei a explicar. – E eu estou feliz agora.

– Por que a senhora tá feliz? – questionou.

Pude notar um sorriso brotar nos lábios do meu marido, o que me fez olha-lo e sorrir de volta.

– Porque eu amo vocês três. – respondi, voltando a olhar Melissa.

– Ah. – foi o que ela disse.

– O que acha de irmos encontrar o tio Finn e o David? – Annie sugeriu estendendo a mão para Mel.

– O David vai poder brincar comigo? – perguntou, segurando a mão da minha amiga.

– Sim. Mas sem correr. – Ann respondeu, enquanto as duas caminhavam pra fora.

Voltei minha atenção para o bebê em meu colo, que dormia tranquilamente.

– Será que ele não está com fome? – perguntei, observando-o atentamente.

– Com certeza Will estaria gritando se estivesse. – Peeta respondeu, e sentou ao meu lado, quase na beira da cama, passando seu braço sobre meus ombros. – O que achou? O segundo filho foi mais fácil? – questionou.

Sorri, e olhei pra ele.

– Nunca é. – me movi devagar para o lado, lhe dando mais espaço, e encostei a cabeça em seu peito. – Mas estou tão feliz, como se fosse há quase cinco anos, com a Mel. – comentei. – A felicidade é igualzinha a de um primeiro filho. – suspirei, voltando a dar atenção ao Will. – O cansaço também é igual. – ri baixo, sentindo Peeta me apertar levemente.

– Logo ele acorda, você o amamenta, e volta a descansar. – ele beijou minha testa.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas observando nosso filho.

– Mal vejo a hora de nós quatro estarmos em casa. – Peeta começou um carinho gostoso em meu braço, deixando-me um pouco mais sonolenta.

Dei um pequeno sorriso, e fechei os olhos.

– Mal vejo a hora de estar em casa. – bocejei, me aconchegando melhor no peito de meu marido.

– Não durma. – pediu, dando uma risada baixa.

– Não vou. – soltei um riso pelo nariz e abri os olhos.

Willian abriu seus olhinhos quando o olhei, e silenciosamente ele passou a me encarar.

– Oi, meu amorzinho. – falei com a voz embargada. – O que acha da sua mamãe? Sou tão bonita quanto você esperava?

Peeta riu, e repousou seus lábios no alto da minha cabeça. Mordi o lábio inferior, antes de abaixar o lado esquerdo da roupa de hospital, e ajeitar o bebê em meus braços para amamenta-lo.

– Dois é suficiente, meu anjo? – Peeta perguntou minutos mais tarde, enquanto Willian se alimentava.

– Talvez. – dei um pequeno sorriso, erguendo os olhos em sua direção. – Ou três? – ri baixo.

– Passaria por tudo pela terceira vez? – questionou.

– Vou pensar. – voltei a observar o bebê que tinha fechado seus olhos. – Quem sabe?

 

~||~

 

– Melissa. Se você não ajudar, fica difícil. – reclamei com minha filha, que digitava distraidamente em seu celular, sentada no banco próximo ao balcão.

Respirei fundo, e comecei a contar até dez mentalmente.

– Mãe! O Thomas quebrou o controle do vídeo game. – Willian entrou correndo na cozinha, sendo seguido pelo caçula, interrompendo minha contagem.

– Não, mãe. O Will tá mentindo. – Thomas acusou o irmão de volta.

Willian, com seus dez anos, ainda conseguia ser mais baixo que o irmão mais novo, de oito, por isso Thomas teve facilidade em derrubar o irmão mais velho, e começar a tentar acerta-lo com alguns socos.

– Eu decidi ter três filhos. Eu decidi ter três filhos. – repeti pra mim mesma em tom baixo. – Parem agora com isso! – esbravejei. Will tentava proteger o rosto com os braços, enquanto Thomas ainda tentava bater nele. – Eu mandei parar!

Logo a figura do meu marido apareceu em minha vista, e em um movimento rápido ele passou o braço ao redor do caçula e o ergueu, livrando Willian da agressão.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou, mantendo Thomas no ar.

– O Will tá mentindo pra mãe. Falou que eu quebrei o controle do vídeo game. – o mais novo respondeu. – Me solta, pai. – ele se debateu, mas Peeta o mantinha firme em seu braço.

– E você, Melissa? – meu marido chamou a atenção da mais velha, fazendo-a desviar os olhos do celular para olha-lo. – Por que não está ajudando sua mãe? – questionou. Assim que ela abriu a boca para responder, Peeta foi mais rápido. – Quero os três na sala, imediatamente. – ele falou autoritário, colocando Thomas no chão. – E quero o Thomas longe do Willian. – falou em voz alta assim que os três se encaminharam para o outro cômodo.

Suspirei, lhe dando as costas, e caminhei em direção ao fogão.

– Ei. – Peeta chamou.

– Eu não vou. – respondi antes que ele falasse. – Resolva dessa vez. – disse nervosa, apagando o fogo das panelas.

Passei por ele, e rapidamente subi as escadas, indo em direção ao nosso quarto. Bati a porta com força exagerada, antes de me jogar sobre a cama.

Eu estava esgotada, e não era de hoje.

Peeta vinha trabalhando mais no últimos meses, o que fazia dele um pouco ausente, e consequentemente, tudo caía em minhas costas. Melissa, com seus quinze anos, não queria saber de ajudar em nada, se não fosse para seu benefício próprio. Isso me fazia lembrar do antigo Peeta, e me dava raiva imediata. Mais ainda por ela ser mais parecida fisicamente com meu marido, do que os outros dois. Willian e Thomas estavam na fase de brigas. Tudo virava desentendimento entre eles, e raramente eu conseguia separa-los.

Minha vontade era de me trancar no quarto, e deixar todos eles do lado de fora, para se entenderem como quisessem. E era isso o que eu estava fazendo agora.

Um bom tempo se passou até que a porta foi aberta, revelando meu marido, que tinha a gravata frouxa em seu pescoço, os cabelos fora do lugar, e o paletó em seu braço direito.

Suspirei, e voltei a encarar o teto branco do cômodo, ouvindo Peeta se mover pelo quarto.

– Acho que conseguimos chegar a algum lugar. – ele comentou minutos depois, sentando na beira da cama.

– Que bom, porque eu não estou sendo capaz de lidar com nenhum dos três. – respondi sem muita vontade, ainda sem olha-lo.

Peeta bufou, o que me fez olhar em sua direção, com as sobrancelhas franzidas.

– Eu deveria estar bufando, não você. – disse irritada sentando, e logo eu estava em pé.

– Acho que precisamos conversar, Katniss. – ele desabotoava sua camisa branca.

Seus olhos estavam atentos nos movimentos de seus dedos, por isso, Peeta não me olhava.

– Sobre o quê? Sobre como os seus filhos só dão ouvidos a você, que mal para em casa? – minha voz saiu em tom acusatório, fazendo-o me encarar com o cenho franzido. – Eu estou cansada de fazer tudo por todos, e mal conseguir respirar.

Ele levantou, deixando sua camisa aberta ainda no corpo, enquanto caminhava até mim.

– Sobre uma decisão que eu tomei em relação a nós dois. – Peeta disse sério.

Meu coração afundou no peito, e meu estomago embrulhou imediatamente. Tudo pareceu sumir da minha cabeça, me fazendo focar apenas em suas palavras. Meus olhos marejaram, mas me mantive muda, olhando os olhos azuis do meu marido.

Estávamos há quase dezoito anos casados. Nosso casamento não era perfeito, e na maioria das vezes era por minha culpa. Eu era o lado desconfiado. Era a que reclamava demais. A que nunca estava satisfeita. E a que arranjava brigas desnecessárias. Eu tinha em mente que Peeta era o cara perfeito, apenas por sua paciência em todo esse tempo.

Minha cabeça gritava que tudo iria desmoronar, só por ver a seriedade no olhar do meu marido, e eu tinha certeza de que era por minha causa.

– Katniss? – ele chamou com a voz mansa. – Você está chorando? – Peeta se aproximou um pouco mais, e segurou meu rosto entre as mãos.

– Estou? – questionei confusa, até sentir seus polegares deslizando por minhas bochechas, tentando secar as lágrimas que eu nem sabia ter derramado.

– O que aconteceu? – seus olhos agitados vasculhavam meu rosto.

– Você... O que você quer conversar? – questionei, desviando de sua pergunta.

Livrei-me de suas mãos delicadamente e dei um passo pra trás, passando meus dedos por minhas bochechas antes de voltar a encara-lo.

Peeta coçou seu maxilar, suspirando em seguida.

– Por mais que você não tenha me falado nada até minutos atrás, eu já tinha notado que as crianças estão esgotando você. – começou a falar. – E eu tenho trabalhado demais. Mal ficamos juntos. Acho que preciso dar um tempo da minha profissão, e ficar mais com vocês. – franzi o cenho, mas continuei calada. – Talvez um ano em casa faça bem pra nossa família, e até mesmo para nosso casamento. Temos dinheiro para viver muito bem. Você sabe...

Sua fala tinha me pegado de surpresa, por isso continuei imóvel, apenas o olhando.

Eu não o merecia. Desde que Peeta havia se declarado no elevador, há quase dezenove anos, ele realmente se mostrou um homem maduro e diferente do que eu conhecia. Até sua forma de me tratar havia mudado. Seu sorriso carinhoso e singelo. Seu toque firme, porém cuidadoso. Seus beijos, que muitas vezes tinham segundas intenções, mas que também tinham sentimentos que palavras não eram suficientes para explicar. Seus braços protetores. Seu olhar, que eu nunca havia visto ser lançado para nenhuma outra mulher, que não fosse eu.

Eu o encarei, notando seus olhos confusos, talvez esperando por uma resposta minha. Com apenas um passo, eu fiquei a sua frente, e segurei seu rosto, antes de ficar nas pontas dos pés.

– Eu achei que você ia me deixar. – confessei em voz baixa, sentindo suas mãos segurarem com firmeza a minha cintura.

Peeta arregalou os olhos.

– Perdeu o juízo, mulher? – questionou, me fazendo morder o lábio inferior.

Ele suspirou, me suspendendo no ar. Passei as pernas ao redor de sua cintura, abraçando seu pescoço em seguida.

– Eu jamais te deixaria. – sussurrou. – Eu não posso viver sem o seu amor, lembra? – senti sua mão alcançar minha nuca.

Acabei abrindo um pequeno sorriso, e encostei minha testa contra a de Peeta.

– Lembro. – sussurrei de volta.

– Então. Isso não mudou e nunca vai mudar. – ele sorrio pra mim, enquanto embrenhava levemente seus dedos em meus cabelos. – Você ainda não me disse o que acha da ideia de eu tirar essa folga.

Sua outra mão subia e descia pela lateral do meu corpo, o que me fez fechar os olhos.

– Acho perfeito. – meu sorriso se alargou, ao sentir uma mordida em meu queixo.

Peeta caminhou comigo, e só abri os olhos quando senti minhas costas repousarem no colchão.

Meu marido estava sobre mim, com uma mão em cada lado da minha cabeça, com um sorriso perfeito em seus lábios finos, acelerando meu coração, que apesar de anos juntos, ainda batia forte por Peeta.

– Eu também não posso viver sem o seu amor. – sussurrei, depois de passar alguns segundos encarando seus olhos azuis.

Ele deu um sorriso torto, antes de me beijar carinhosamente, tirando-me de órbita, como sempre fazia.

 

~||~

 

– Bom dia. – o sussurro de Peeta em meu ouvido me fez dar um pulinho e encolher o pescoço, ao sentir seus lábios em minha orelha.

Apertei a alça da caneca, inclinando a cabeça para o lado, quando sua mão direita afastou meus cabelos, para lhe dar acesso ao meu pescoço. Sua barba me fez cócegas quando Peeta passou a beijar minha pele. Sua mão esquerda parou na lateral do meu quadril, quando meu marido passou a me morder. Acabei sorrindo, fechando os olhos em seguida.

– Essa camisa não te pertence. – ele voltou a sussurrar em meu ouvido.

– Eu sei. – respondi em um fio de voz, quando sua mão subiu até minha cintura e me apertou.

Peeta me soltou de repente, e quando abri os olhos, virando para reclamar, notei que ele estava rindo.

– Idiota. – segurei a caneca com as duas mãos, e caminhei em direção a mesa.

– Linda. – Peeta me mandou um beijo, me fazendo rolar os olhos. – Quando as crianças chegam? – perguntou, pegando uma caneca no armário.

– Quando Annie e Finnick vierem. – sentei em uma das cadeiras, cruzando as pernas. – Espero que esteja preparado para o almoço. A churrasqueira é sua. – bebi um pouco do meu café, e repousei a caneca sobre a mesa.

– Sempre é. – Peeta deu de ombros, e sentou a minha frente. – Você soube de algo relacionado a Melissa e David? – questionou, me analisando.

– Não. – falei sinceramente. – Por que? Tem algo acontecendo entre eles? – indaguei levemente exaltada.

Meu marido deu uma risadinha, e bebeu o café de sua caneca, antes de começar a arrumar uma fatia de pão com geleia de morango.

– Peeta. – chamei, recebendo seu olhar atencioso sobre mim. – Melissa e David? – questionei.

– Achei que soubesse. – ele colocou o sanduiche a minha frente, e logo começou a preparar outro. – Em duas semanas sem trabalhar, eu já notei. – Peeta explicou. – Mel é bem fácil de ler pra mim.

– Acho que é porque ela se parece com você. – murmurei. – Mas é injusto. Eu te conheço tão bem. Por que não consigo compreende-la? – questionei chateada.

– Porque na verdade o gênio de Melissa é igual ao seu. – respondeu. – Fisicamente, e em algumas atitudes, tem tudo a ver comigo, mas o resto é igual a você. – explicou, me fazendo franzir o cenho. – E você jamais admitiria isso.

– Acho que você está errado. – rebati.

– Ela também acharia. – provocou, mordendo o próprio pão.

Soltei todo o ar pelo nariz, rolando os olhos em seguida.

Comecei a comer em silêncio, apenas observando meu marido, que estava distraído com o jornal que eu havia disposto sobre a mesa.

Eu amava tudo nele. Desde a forma que Peeta segurava o jornal, com seus dedos grossos e fortes, até a maneira que ele respirava, movendo levemente sua camisa preta. Tudo nele me deixava mais apaixonada, e desde que Peeta começou a passar mais tempo em casa, todos os sentimentos pareceram se intensificar mais, até eu voltar ao estágio de boba apaixonada.

– No que tanto pensa? – perguntou depois de abaixar o jornal para me olhar.

– No quanto eu te amo. – respondi de imediato, fazendo-o sorrir.

– Vem cá. – Peeta colocou o jornal sobre a mesa.

Levantei e me aproximei, sendo puxada em seguida por ele, que me fez sentar em suas pernas.

– Eu também te amo muito. – falou olhando em meus olhos, enquanto passava seu braço por trás de mim, alcançando minha cintura com a mão.

– Pra sempre? – perguntei em tom baixo, colocando a mão em sua bochecha.

Passei o braço esquerdo sobre seu ombro, repousando a outra mão em sua nuca.

Peeta abriu um sorriso pra mim, e esticou o pescoço. Curvei-me levemente, apenas para encostar nossos lábios.

– Pra sempre. – sussurrou, antes de me beijar.


"Quando eu olho em seus olhos
Eu posso ver eu e você
Lembre-se deste tempo que vai durar até o fim
Quando eu encontrar você em meus sonhos
Eu só não vou deixar você ir
Eu vou manter você no meu coração
Eu não posso viver sem você
Eu não posso viver sem o seu amor.
"


Notas Finais


E é isso gente *-*
Epílogo longo, mas acho válido, afinal esse casal mereceu kkk
Vale lembrar que essa shortfic foi dedicada a minha linda Tati, pelo seu aniversário ♥
Então parabéns de novo, amiga.
Você merece *----*

Beijos lindos.
Espero ver vocês na minha fic, que está em andamento.
https://spiritfanfics.com/historia/o-sol-em-meio-a-tempestade-6582830

Até logo ♥


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