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História I Choose You - Capítulo Único


Escrita por: Mochi-Hae

Notas do Autor


Olá babys!!!

Aqui estou mais uma vez! Dessa vez eu lhes trago uma one shot novinha, com um couple bem diferente do que eu normalmente escrevo (HunHan e TaoRis) rs

Essa OS é para um concurso do EXO que estou participando, eu fiquei com o couple BaekChen e tema "Sexto Sentido" O nome do concurso é "They Never Know"

A capa foi feita pela minha salvadora @xiahbolic que realmente me salvou com essa capa! E ela arrasou <3 Muito obrigada mais uma vez, serei eternamente grata a você, de verdade <3

Enfim, espero que gostem^^

~~Boa leitura

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction I Choose You - Capítulo Único

Você acredita no destino? Afinal, o que é o destino? Alguns tratam o destino como algo imprevisível, algo que não pode ser mudado. Algumas pessoas nem sequer acreditam que ele existe, que ele é real.

Talvez, para muitos, o futuro seja algo inesperado, algo que você não pode adivinhar nem nos seus sonhos mais profundos, esse não era o caso de Byun Baekhyun.

Desde pequeno, Baekhyun conseguia prever as coisas, ele sempre sabia quando algo ia acontecer, mas, embora ele não temesse seu “dom”, ele preferia não interferir no que sabia que ia acontecer, então sempre ficava em silêncio permitindo que o destino conduzisse da maneira que preferisse.

10 de agosto de 2016 — Seul, Coréia do Sul

Em uma tarde de verão, Baekhyun e seu melhor amigo, Chen, tomavam sorvete juntos no parque, mais uma vez os amigos discutiam sobre o mesmo assunto.

—Já chega Chen, eu não vou te dizer. Isso não é algo para se brincar. —Baekhyun repetia mais uma vez. Já estava sendo uma tortura para ele tentar convencer o melhor amigo.

—Ah, por favor. Só uma espiadinha, hm? Não vai acontecer nada. —Chen pedia, fazendo o maior uso possível de chantagem emocional.

—Não! As pessoas não devem saber seu futuro, muito menos sua morte. Aqueles que sabem quando vão morrer, não vivem de verdade. —Baekhyun repetiu pela última vez, se levantando e jogando o papel sujo de sorvete fora.

Todos os dias eram a mesma coisa, desde que Baekhyun contou ao seu amigo sobre suas habilidades, o mesmo insistia em saber quando iria morrer. Segundo ele, queria apenas saber se estava perto, assim poderia aproveitar mais da sua vida.

Baekhyun era totalmente contra essa ideia, ele não achava que as pessoas deviam saber sobre sua morte, era algo terrível demais até mesmo para se pensar. Ele não concordava em interferir no futuro e sabia que contar a Chen seria algo desse tipo.

Dando-se por vencido, Chen parou de perturbar o garoto com isso e disse que não iria mais fazer isso. É claro que era uma mentira, sua curiosidade era infinita e não havia nada que ele não quisesse saber, ainda mais sobre si mesmo.

Na maior parte do tempo dos dois amigos, eles discutiam sobre suas ambições e objetivos de vida, para Chen isso estava mais que decidido. O garoto iria cursar administração em alguma das melhores faculdades e assim que se formasse, administraria os negócios da família Kim, o que já o deixava com o futuro garantido.

Para Baekhyun as coisas não eram tão fáceis, seus pais haviam morrido em um acidente de carro há alguns anos atrás e sua criação virou responsabilidade de sua tia Jinhee, ela era muito amorosa e sempre tentava ajudar seu sobrinho da melhor forma possível, mas, nem ela podia ajudar o pobre garoto a decidir sua vida.

Depois de pensar muito sobre o assunto, refletindo de todas as formas, não havia nada que o jovem Byun gostaria de fazer, não tinha hobbies, nem talento –segundo ele-, não havia nada que o motivasse. Em que ele trabalharia? Antes disso, no que se formaria? Ele considerava seu futuro totalmente arruinado, isso era o que o destino havia decidido para si e ele não interferiria.

—Por que não se torna um vidente? —Chen perguntou repentinamente, fazendo Baekhyun se engasgar com a água que bebia.

—Você não pode tá falando sério. —o loiro disse, tentando secar a água que havia caído sobre o balcão.

—Sim, eu estou. Pensa só, seria o emprego perfeito! Você não é uma farsa como a maioria que tem por aí, você preveria de verdade e as pessoas pagariam uma nota alta por uma consulta com você. —os olhos de Chen brilhavam em cada palavra. Ele não fazia ideia do quão ridículo soava para o outro.

—A resposta é não! Eu não vou prever o futuro para as pessoas em troca de dinheiro, isso nem faz sentido. Além do mais você sabe minhas regras... —Baekhyun começou, mas foi interrompido.

—Não interferir no futuro, sim, sim! Eu já sei, não sabe quantas vezes já tive que ouvir isso de você. —o moreno completa a frase. —Só acho que seria um ótimo plano, você não teria mais que pensar em uma faculdade, curso ou emprego, você estaria feito na vida.

—Eu posso cuidar de mim mesmo sozinho, não preciso que fique se preocupando com isso. —Baekhyun diz sério, sem intenção de soar grosseiro.

—Eu sei que sim. Mas, por quê? Por que você tem essa implicância sobre interferir nas suas visões, qual o pior que pode acontecer? —Chen pergunta curioso, realmente não entendia os motivos de seu amigo, se fosse ele em seu lugar já teria interferido em tudo que pudesse.

—Com o futuro não se brinca, em uma tentativa de tentar ajudar eu poderia causar um grande caos, então prefiro não mexer com isso.

—Então para que essas visões se você não faz nada com elas? —Chen pergunta indignado.

—Eu não sei, ok? Eu não sei porque tenho essas visões e qual o propósito delas e não quero saber, eu não quero e nem preciso dessas visões, então, por favor, não fale mais nelas, beleza? —Baekhyun diz irritado, jogando a garrafa de água com força no latão de lixo, saindo e deixando o outro sozinho e cabisbaixo.

Nada daquilo era fácil, suas visões não eram coisas comuns e tranquilas, eram sempre coisas complicadas e, na maioria das vezes, sem sentido. Dentro de si, Baekhyun sabia que havia uma razão para essas visões, algo que ele tinha que fazer, mas o quê? Desde que se entendia por gente ele tinha essas visões, sempre a mesma coisa, visões das mortes das pessoas.

É claro que Baekhyun havia contado para Chen sobre sua estranha habilidade, mas, não havia entrado em detalhes, na verdade, não havia contado nada além de que podia ver coisas.

O verdadeiro motivo que levava o garoto a não interferir não era por medo, mas sim porque sabia que era o certo. Baekhyun não tinha visões sobre o amor, novas amizades ou qualquer tipo de assuntos felizes sobre as pessoas, ele só via a morte. Antes de qualquer morte, ele via o fim da pessoa, detalhe por detalhe, algumas vezes eram pessoas conhecidas e em outras eram pessoas que ele nunca havia visto na vida.

Como contar para seu amigo? Chen não entenderia, ele jamais poderia ser um vidente, ninguém iria querer acreditar sobre sua própria morte e quando acontecesse já seria tarde demais. Era melhor assim, sem se intrometer, sem entender, sem falar para ninguém. Na única vez que havia tentado ajudar, acabou acontecendo da mesma maneira, ainda era doloroso só de lembrar...

~Flashback On~

17 de agosto de 2010 — Seul, Coréia do Sul

Era pra ser mais um dia quente de verão, mas naquela noite algo estava diferente, a chuva caia fortemente e parecia que uma tempestade se aproximava, em pleno verão? Isso não era algo nada comum, porém, não era isso que incomodava o jovem Byun naquela noite, não, o que o incomodava era bem diferente.

Na noite anterior, Baekhyun tinha tido um sonho, algo diferente do comum, algo sombrio e sem nenhuma felicidade. Pouca coisa se lembrava do sonho, eram como fragmentos de memória, só que não era uma memória.

Naquela noite ele havia acordado gritando, em meio ao suor cobrindo seu rosto, havia tido um pesadelo horrível. Havia um carro, não conseguia se lembrar detalhes sobre ele, tudo que podia ver eram dois faróis brilhando fortemente, como se viessem em sua direção. O carro havia saído da estrada e sem controle, caiu do enorme penhasco, afundando no gelado e profundo rio.

Baekhyun ainda podia ouvir o choro e ver as mãos se debatendo contra as janelas do carro, suplicando que abrissem. O carro estava completamente inundado e sua última visão foram longos cabelos loiros flutuando na água, logo depois ele acordou gritando, totalmente aterrorizado.

Seus pais que dormiam bem ao lado, entraram no quarto assustados.

—O que foi meu amor? O que aconteceu? —sua mãe pergunta em pânico. Só de vê-la, Baekhyun já se sentia mais aliviado, sempre era assim, a calma que ela transmitia era incomparável.

Relaxado nos braços de sua mãe, enquanto ela cantava uma canção, o jovem Byun fechou os olhos se permitindo voltar ao mundo dos sonhos.

Pela manhã, durante o café, Baekhyun não conseguiu parar de olhar para os cabelos de sua mãe, eram loiros como os de seu sonho, ele não podia acreditar, ele não queria acreditar. Uma sensação horrível surgiu em seu peito, precisava falar algo, tinha que avisar.

—Mamãe, vão sair de carro hoje? —perguntou, tentando esconder seu nervosismo.

—Pela manhã não, meu querido. Mas, temos um casamento para ir hoje á noite. —ela responde com um grande sorriso. Agora que Baekhyun pensava, sua mãe estava sempre sorrindo, ela parecia sempre tão feliz.

—Se eu pedisse algo, vocês fariam? —perguntou. Talvez, talvez se ele os impedisse de ir ao casamento, isso não aconteceria.

—O quê, meu filho?

—Não vão ao casamento, não quero perder vocês. —implorava, já sentindo seus olhos arderem pelas lágrimas que queriam cair.

—O quê? Baekkie, não vai acontecer nada conosco, hm? Não podemos faltar ao casamento, é um dia muito importante para a família Park, seu filho mais velho está casando hoje e eles são nossos amigos. —ela acariciava a cabeça do filho, tentando acalmá-lo, mas nada acalmaria o jovem Byun naquele momento.

—Então não vão de carro, peguem um trem ou ônibus, por favor. —tentava mais uma vez, talvez se insistisse eles mudariam de ideia.

—Baekkie, o que deu em você? Demoraríamos muito assim, se quiser pedimos um táxi e não vamos no nosso carro, está bem assim? —ela tentava lhe convencer. Não entendia o comportamento do filho, mas não queria chateá-lo.

Por bastante tempo Baekhyun pensou, tentando se lembrar do sonho, de mais detalhes. Chegou à conclusão de que o carro não era um táxi, talvez se eles não fossem no carro deles, o acidente não aconteceria.

—Está bem, obrigado mamãe. —agradeceu, se jogando nos braços de sua mãe. Mal sabia que aquela era a última vez que a abraçava.

Naquela noite chuvosa de verão, seus pais saíram para o casamento, Baekhyun foi deixado na casa dos Kim para passar a noite com seu melhor amigo, Kim Jongdae, mais conhecido como Chen.

Enquanto brincava, o jovem Byun se sentia totalmente tranquilo, tudo havia se resolvido, seus pais haviam ido de táxi, estavam a salvo e logo voltariam para buscá-los. “Talvez, aquilo tenha sido apenas um pesadelo” pensou o garoto, pouco antes de ir para a cama. Mas, ele estava enganado.

Pela manhã, Baekhyun acordou, cuidando de sua higiene matinal e descendo as escadas para tomar café em seguida. Ao chegar na cozinha, os adultos Kim o olhavam com um semblante muito triste.

Mal pôs os pés na cozinha e Chen correu para o garoto, o abraçando em meio ás lágrimas, repetindo o quanto sentia muito.

Ninguém precisou dizer o que havia acontecido, Baekhyun já sabia. O táxi não havia os salvado, foi ele quem os matou. Não tinha como interferir no futuro, era simplesmente impossível.

~Flashback Off~

Aquela foi a última vez que Baekhyun tentara interferir, desde então, quem tivesse que morrer, morreria na sua frente se fosse pra ser, mas ele não se intrometeria.

~~ICY~~

Na manhã do dia 15 de agosto, o jovem Byun estava terminando seu café quando um moreno altamente apressado, invadiu sua cozinha.

—Baek, nós vamos em um encontro! —Chen gritou de uma vez, fazendo o outro rir sem parar.

—Como é que é? —perguntou em meio ao riso, isso era simplesmente hilário demais. —Colocaram algo no seu cereal?

—Não. —Chen fez bico. —Kai e Sehun estavam me irritando hoje porque nós nunca fomos à um encontro.

—E daí? Somos melhores amigos, por que iríamos a um encontro? —perguntou confuso. Mataria aqueles dois quando tivesse a chance.

—Porque eu amo você, deveríamos ter um encontro. —o moreno respondeu, sem sequer hesitar. Baekhyun não sabia onde enfiar sua cara, tinha a certeza de que estava todo corado.

—Ainda com essa história? Lembra do que eu falei quando você se declarou na quarta série?

—Claro que lembro, você foi um grosso. —respondeu irritado. Baekhyun o estava achando incrivelmente fofo daquele jeito.

O jovem Byun realmente não queria aceitar o pedido do outro, temia o que poderia acontecer nesse encontro. Temia como as coisas iriam ficar no fim dele, não queria dá esperanças ao seu melhor amigo, não queria arriscar tudo.

Olhando aqueles olhinhos brilhando em sua frente, lembrando daquele sorriso lindo que o moreno dava para si, ele decidiu. Decidiu que daria pelo menos isso a Chen, pelo menos um encontro.

—Ok, vamos ter um encontro se é isso que você quer. Mas, não vai mudar nada, eu não tenho esse tipo de sentimentos por você e não vou namorar com meu melhor amigo. —mentiu. Aquela mentira o consumia de todo coração, mas não podia evitar, isso não era para acontecer.

—Tudo bem, eu aceito. Juro que farei você me beijar até o fim do encontro. —disse convencido, com um grande sorriso.

Baekhyun amava o sorriso de Chen, amava tudo em seu melhor amigo, amava-o por completo de todas as maneiras, mas não podia fazer isso, não podia ficar com ele.

—Aonde quer ir primeiro? —Chen perguntou, ainda sorrindo.

—Em um parque de diversões, nunca mais fui em um. —sorriu.

—Ok, eu te pego às 18:00, esteja pronto. —disse e se dirigiu até a porta.

—O quê? Por que só a noite? —perguntou confuso.

—Faz parte do plano, ansiedade é o primeiro passo. —virando-se de costas, piscou um olho para Baekhyun.

—Que plano? —gritou, vendo o outro se afastar.

—O plano para te conquistar! —acenou de costas, sumindo por completo em seguida.

Durante todo o dia, Baekhyun não conseguia parar de pensar sobre esse encontro, se esse era o plano de Chen, estava funcionando completamente.

Já estava perto das 18:00 e ele não conseguia escolher o que vestir, não queria parecer que havia se esforçado demais, mas, também não queria parecer totalmente desleixado.

Optou por uma camiseta branca simples e uma calça jeans preta, com tênis preto para completar, sua calça era extremamente colada do tipo de que gostava, Sua opção sexual era totalmente assumida, então não ligava se o chamassem de gay, era o que ele era e pronto.

Baekhyun deu um salto quando ouviu a campainha tocando e até mesmo estranhou, Chen sempre invadia e isso era diferente.

—Oi. —disse ao abrir a porta. Chen estava lindo, usava jeans pretos e uma camiseta social de manga curta azul marinho, com sapatos pretos. Estava um tremendo gato.

—Uau! Você está um gato. —disse o moreno, sua boca aberta quase babando. Baekhyun já sentia seu rosto quente, mas não pôde deixar de notar as flores que o outro carregava.

—Obrigado, você também. São para mim? —perguntou sorrindo.

—Sim, o que acha? —perguntou nervoso. Baekhyun podia notar suas mãos tremendo e não pôde conter o sorriso, Chen era sempre tão fofo.

—São perfeitas. —sorriu.

Após colocar as flores em um jarro, ambos foram para o parque de diversões. Era impossível dizer quem estava mais nervoso.

Chegando no parque, Chen quis andar em todos os brinquedos, parecia uma criança, se empanturrando de algodão-doce e refrigerante, Baekhyun só conseguia sorrir o tempo todo.

Deixaram por último a roda gigante, era o mais romântico segundo Chen. Baekhyun se sentia em um daqueles filmes clichês.

Entrando em uma das cabines, estavam muito próximos e Chen se aproveitou para abraçar o outro, sabia que ele não curtia muito alturas.

Um imenso silêncio se instalou na cabine, mas não um daqueles silêncios incômodos, apenas viram que não havia necessidade de palavras.

Deitado nos braços de Chen, o jovem Byun se sentia muito protegido, como se nada pudesse tocá-lo e todo o tempo pudesse parar ali, somente para eles e aquele abraço.

—Obrigado. —o moreno falou de repente. Baekhyun encarou seu rosto, mas ele não olhava para si, apenas para a imensa cidade de Seul através do vidro e em altura imensa.

—Pelo quê? —perguntou, permitindo-se relaxar no peito de Chen. Isso era tão bom.

“Queria poder ficar contigo e te fazer feliz, queria muito, meu amor” pensava Baekhyun.

—Por esse encontro, por ter ficado ao meu lado todos esses anos. Sempre achei que você me ajudou muito mais do que eu ajudei você, sinto muito por isso. —dizia triste.

—Ei! —disse o loiro, segurando seu queixo com o indicador. —Você esteve comigo sempre, até mesmo no momento mais difícil da minha vida, eu não teria suportado aquilo sem você. —confessou, segurando suas lágrimas.

Chen havia sido seu maior apoio quando seus pais morreram, ele foi a primeira pessoa a conseguir fazê-lo sorrir depois de um longo tempo, seria eternamente grato por aquilo. Devia tudo à ele, até mesmo sua vida.

—Eu amo você Baekkie, muito! —disse, se aproximando do outro lentamente.

—Eu sei. —sussurrou, seus lábios quase encontrando os outros tão desejados por si.

 

Sem saber o que dizer mais, Baekhyun permitiu aquele beijo. Seus lábios tocaram os de Chen, macios como algodão. Não era um beijo necessitado ou afoito, apenas um selar que continha um grande significado.

Permaneceram daquele jeito por longos segundos, até que o moreno se afastou sorrindo.

—Eu disse que te convenceria a me beijar. —sorriu, estava extremamente feliz.

—Você ganhou. —o loiro respondeu. Seu coração parecia que ia explodir.

Aproveitaram o restante do passeio, sem voltar a falar do beijo. Ambos sabiam que aquilo não mudava as coisas, seu relacionamento era o mesmo, apenas grandes melhores amigos.

Caminhando de volta para casa, conversavam animadamente, até um certo fato tirar o sorriso de seus rostos.

—Amanhã é o aniversário de morte dos seus pais, vai querer que eu vá junto? —perguntou cauteloso, sabia que aquilo era um assunto extremamente delicado.

—Eu preferia ir sozinho amanhã, se não se importar. —forçou um sorriso.

Pegando o jovem Byun de surpresa, Chen o abraçou de uma vez, um abraço realmente forte.

—Você nunca vai está sozinho, ouviu?! —afirmou, fazendo o outro dá um pequeno sorriso.

—Obrigado, por tudo. —agradeceu, retribuindo o abraço.

Sem força de vontade, Chen se afastou depois de longos minutos, deixando Baekhyun entrar pra dentro de casa.

Naquela noite, Baekhyun teve o mesmo sonho e sabia que não podia evitar, aconteceria novamente, mas ele não deixaria que fosse da mesma forma dessa vez.

~~ICY~~

16 de agosto de 2016 — Seul, Coréia do Sul

Pela manhã, Baekhyun preparou tudo que ia precisar. Oferenda para o túmulo, flores e sua pequena marmita.

Terminando o que precisava, colocou seu gravador dentro da bolsa e foi terminar de se arrumar.

Saindo pela porta, encontrou o que já esperava.

—Sabia que viria, nunca me ouve. —disse sorrindo ao ver Chen na sua bicicleta.

—Claro que não, prometo que deixo vocês conversarem sozinhos. —sorriu.

Sabia que não adiantava insistir, então, montou em sua bicicleta e se dirigiu ao cemitério para visitar seus pais.

Chegando lá nada havia mudado, o túmulo continuava no mesmo lugar, da mesma maneira. Nem acreditava que havia se passado 6 anos desde então, devia tudo ao Chen, não sabia como viver esses 6 anos sem ele.

—Vou deixar vocês conversarem. —falou, dando um leve aperto em seu ombro antes de se afastar.

Baekhyun não sabia bem o que dizer, não acreditava que seus pais realmente estivessem ouvindo.

—Oi mamãe, oi papai! Eu só tenho uma pergunta pra vocês. Dói? Morrer? Não acho que eu esteja pronto pra isso ainda. —dizia, enxugando as lágrimas que já começavam a cair.

—Hoje é o dia e não sei o que fazer, acham que vai dá certo dessa vez? Precisa dá certo, só dessa vez. Me ajudem, por favor. —implorou, se curvando em frente à lápide.

Permaneceu por duas horas ali, até decidir que era o suficiente. Depois de comerem a pequena marmita, se dirigiram para casa, empurrando suas bicicletas.

—Sente muito a falta deles, não é? —Chen perguntou, abaixando para pegar a garrafa de água que caiu da cesta.

—Muito.

—Eu não sei como você aguentou, só tinha 10 anos. Eu não consigo imaginar como deve ser perder alguém que se ama. —aquelas palavras foram como facadas no peito de Baekhyun, mas ele disfarçou da melhor maneira que pôde.

—Fica mais fácil com o tempo, o importante é não parar de viver e continuar. —forçou um sorriso.

—O que você tem? Está estranho o dia todo e não parou de olhar pro relógio.

—Não é nada, só preocupado com a tia. —sorriu. Chen não se convenceu, mas preferiu ignorar o assunto.

Baekhyun sabia que estava perto e não conseguia parar de olhar para as ruas, tinha que está pronto ou não daria certo.

Estavam prestes a atravessar a rua, quando o desastre aconteceu.

Chen atravessou na frente, quando um carro desgovernado apareceu de repente, vindo em sua direção.

Baekhyun estava pronto, aquela era a hora. Não deixaria que acontecesse novamente, não perderia o único que lhe restava.

O mais rápido que pôde, correu até Chen e o empurrou para fora da pista. Tudo que se pôde ouvir depois foi o barulho do pneu derrapando e o baque da colisão. Baekhyun havia sido atingido.

Voltando a si, Chen correu desesperado até o loiro.

—Baekkie, por favor, por favor não faz isso comigo. Acorda, por favor! Você não pode me deixar, por favor. Alguém chama a ambulância! —Chen dizia em pânico, suas mãos trêmulas seguravam o corpo ensanguentado do loiro.

O rosto de Baekhyun estava irreconhecível, todo coberto de sangue, enquanto o de Chen estava encharcado de lágrimas.

Chen não conseguia acreditar no que estava acontecendo, não fazia sentido. Aquilo não podia ser verdade.

A ambulância chegou 15 minutos depois, mas só encontraram um corpo sem vida. Baekhyun havia partido.

~~ICY~~

17 de agosto de 2016 — Seul, Coréia do Sul

O velório aconteceu no dia seguinte, a tia de Baekhyun estava em péssimo estado, era óbvio que não estava se alimentando, tinha perdido a irmã e o cunhado, agora também o seu sobrinho.

Amigos da família vieram para ver a cerimônia, Chen estava revoltado com tudo aquilo, a maioria daquelas pessoas nem o conheciam. E o pior de tudo, podia ouvir os cochichos por trás das suas costas.

“Foi ele, o garoto que ele salvou” um dizia.

“Pobre rapaz, deve tá se sentindo tão culpado” outra murmurava.

Não dava, sabia que tinha que fazer um discurso, mas pediu desculpas a todos e simplesmente saiu. Correu sem rumo, até chegar na casa de seu melhor amigo, agora falecido.

Usando sua chave de emergência, entrou na casa e correu para o quarto do amigo. Não sabia o que queria encontrar, mas precisava de algo. Não aguentava mais aquela dor, não era possível, ele não podia ter partido.

—Você disse que não era tão ruim, que essa dor passava. Você mentiu pra mim! Você mentiu pra mim! —gritava furioso, jogando tudo que encontrava, até que jogou uma bolsa, derrubando um gravador vermelho.

Chen reconheceu o gravador na mesma hora, ele havia dado de presente para o loiro quando seus pais morreram, disse à ele para usar como um diário, dizendo tudo que sentia. Foi o dia em que o fez sorrir pela primeira vez depois de tanto tempo.

Pegando o gravador do chão, deitou-se com ele na cama, apertando o botão de reproduzir. Esperava alguma coisa, sentia que tinha algo ali.

Depois de alguns segundos, ouviu um longo suspiro. Era ele, Chen sabia.

“Olá, Chen Chen. Vamos começar com o clichê. Se está ouvindo isso, significa que meu plano funcionou e eu não estou mais com você.

Sei que você deve está furioso e muito acabado, mas, irei te explicar tudo que aconteceu.

Para começo de tudo, eu menti pra você, mais de uma vez e eu sinto muito. Eu não vejo exatamente o futuro, eu apenas vejo a morte das pessoas.

O motivo deu não interferir é porque a morte é extremamente complicada e ela não pode ser evitada. Apenas uma vez eu tentei interferir no destino, era uma morte que eu não podia aceitar. A morte dos meus pais.

Embora eu tenha tentado impedir que eles morressem, não consegui. Tudo o que eu vi, aconteceu da mesma maneira. Desde então eu me perguntei o porquê dessa visão inútil se eu não podia salvar ninguém?

No dia que você me deu esse gravador, eu tive uma visão. Eu vi a sua morte. Vi o carro e seu corpo...seu corpo, morto.”

O som do choro de Baekhyun se misturou ao de Chen no grande silêncio do quarto.

Chen não sabia o que pensar, tudo estava uma completa confusão em sua mente. Baekhyun sabia o que ia acontecer e ele interferiu para salvá-lo.

“Me desculpa por está chorando...

Quando eu vi aquilo, eu não podia acreditar que estava acontecendo tudo de novo, eu não podia aceitar, não de novo.

Então, eu fiz de tudo para pensar numa maneira de evitar aquilo, porém, eu lembrei de como tentei evitar que acontecesse aos meus pais e apenas causei a morte deles. Mas aí uma ideia me veio à mente, e se eu não tentasse evitar? E se eu trocasse?

Alguém tinha que morrer naquele acidente, mas eu não iria permitir que fosse você, eu não podia. Então, passei todo o tempo aproveitando cada segundo com você, até que chegasse a hora em que eu daria minha vida por você.

Lembra quando se declarou pra mim na quarta série? Eu não pude te dizer que correspondia porque eu sabia que seria errado, eu sabia o que ia acontecer e não podia fazer isto com você, então eu conservei nossa amizade e escondi meus sentimentos por você, pelo seu próprio bem.”

Chen não podia acreditar naquelas palavras, todo esse tempo se matando e ele só estava tentando protegê-lo. Naquele momento ele pensava no quão terrível deve ter sido para Baekhyun guardar algo tão horrível para si, sem poder compartilhar com ninguém a sua dor, e para quê? Para que ele não morresse. Baekhyun havia sacrificado sua vida e a culpa era sua.

“Eu sei que vai se culpar e eu o proíbo. Eu exijo, na verdade, eu ordeno que seja feliz, que tenha uma vida maravilhosa. Você merece. Chen, depois dos meus pais terem morrido, você me deu, na verdade, você foi meu motivo para continuar vivendo, você me fez querer viver. Devo minha vida à você e por isso tomei essa decisão sem arrependimento ou medo.

Na verdade, minha atitude é totalmente egoísta, pois, para não ter que viver sem você, eu preferi morrer e te deixar sozinho. Eu sinto muito, sinto muito por te deixar sozinho, mas não sinto muito por não conseguir viver sem você.

Você sempre dizia que me amava e ficava furioso por eu não te responder nunca. Aqui vai. Eu amo você Chen Chen, amo desde que meus pais me levaram para brincar com o filho do vizinho rico, amo desde que você me deu meu primeiro carrinho de brinquedo e disse para sermos melhores amigos.

Amo desde que ficou ao meu lado quando meus pais morreram e eu passei a odiar tudo e todos e tratar todos mal, você foi o único que não desistiu de mim. Te amo desde que se declarou pra mim e disse que nunca desistiria, mesmo após eu mentir dizendo que não te via assim. Ah, como eu quis te beijar naquele dia.

Eu te amo muito. E eu sinto muito por ter feito você chorar.

Tenho um último pedido, seja muito feliz e nunca pare de viver, lembre-se do que eu disse. Siga em frente. Não olhe para trás, me prometa que não irá continuar sofrendo por minha causa, não quero isso pra você, quero que viva.

O destino me deu uma escolha, eu ou você. Eu fui egoísta e escolhi você, porque uma vida sem você seria o mesmo que morrer. Me perdoe por isso.

Na verdade, talvez nunca saberemos a verdade. Talvez naquela visão fosse eu o tempo todo. Acho que nunca saberemos se eu realmente interferi no destino ou se eu apenas contribuí para que ele acontecesse como deveria, em todo caso, eu ainda não me arrependo, de nada, nem mesmo um segundo sequer. Se você está vivo agora, então valeu a pena.

Lembre-se disso para sempre! Eu te amei, eu te amo, sempre amarei. E se eu tivesse que escolher de novo, ainda escolheria você. Eu escolhi e escolho você, meu amor!”

As lágrimas não paravam de cair, todo esse tempo Baekhyun o amava e ele nunca notou.

—Seu idiota, devia ter me dito, devia ter me dado a chance de opinar e te impedir de fazer isso, como pôde ser tão egoísta de me fazer passar por isso? Acha que não estou morrendo aqui sem você? Seu idiota! Byun Baekhyun, seu grande idiota! —Chen gritava com toda sua fúria, sem que as lágrimas parassem de cair.

Alguns anos depois, Chen seguiu sua vida, mas nunca esqueceu de seu amado e nunca mais amou ninguém depois dele. Seu futuro que havia sido traçado, agora se concretizava como se nada pudesse impedir. Chen nunca esqueceria sua maior prova de amor.

~~ICY~~

Baekhyun havia perdido aqueles que mais amava, não tinha um sonho, um objetivo, não tinha nada que quisesse fazer, não havia futuro para si. Seu único desejo foi salvar o único que lhe restou.

Pelo amor de Baekhyun, o destino o permitiu escolher, a sua vida ou a vida daquele que mais amava. O jovem Byun escolheu seu amado, mil vezes escolheria seu amado.

E você? Escolheria você ou a pessoa que ama? 


Notas Finais


Olá mais uma vez!

E então? O que acharam? Ficou boa? Horrível? Maravilhosa? Péssima?

Por favor me deixem saber, sério mesmo!

Vocês não fazem ideia de como fiquei nervosa com essa OS, eu não conseguia escrever, mudei de ideia várias vezes, quando finalmente escrevi eu não sabia se postava ou não rs

Enfim, espero que tenham gostado e que eu tenha conseguido passar uma mensagem para vocês com essa fic :)

~~Chu


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