História I Dare U To Love Me - De lírios a tulipas - Capítulo Único

Jaehyun observava tudo a seu redor, era uma manhã especialmente bonita. Tão bonita quanto o lírio que tinha em mãos.

Lírios, além de bonitos tem um belo significado, "te desafio a me amar".

Jaehyun entregaria aquela flor a alguém sabia o significado da mesma, e esperaria, contaria os segundos pra ver o que aconteceria depois.

Caminhava calmamente em direção aos grandes portões da escola, tinha um belo sorriso no rosto e suas esperanças eram tão altas que podia dizer que ultrapassavam os limites do céu. Jung sentia as borboletas voarem cada vez mais animadas em seu estômago. Seu coração batia descompassado e sua mente o dizia para desistir.

Mas ele não ouviria sua mente naquele momento, não era uma boa hora pra ser racional.

Assim que conseguiu chegar em seu armário, viu ele ali. A respiração foi cortada e seu coração parou. Ele parecia um bobo. Jung Jaehyun era, definitivamente, um bobo, mas um bobo apaixonado por Lee Taeyong.

O outro mexia desatento em seu armário, que era ao lado do de Jung. Pegava o material necessário para as primeiras aulas e quando terminou, finalmente percebeu o mais novo. Ele sorriu e se aproximou.

Quando ia falar com Jaehyun, notou a flor. "Um lírio", ele pensou e logo em seguida seu rosto mudou para uma expressão indecifrável aos olhos do Jung.

"Jaehyunnie, irá se declarar a alguém?" perguntou baixo e com uma voz estranha, diferente da voz doce habitual que usava para falar com o outro. Mesmo usando seu nome de forma carinhosa, não havia nenhum afeto em tais palavras.

Jaehyun se sentiu cabisbaixo com o tom de voz do outro, não sabia como lidar com o fato de talvez ser rejeitado, principalmente por Lee achar que ele goste de outra pessoa.

Os olhos do castanho fixaram-se ao chão, as lágrimas começavam a se formar. Ele era covarde demais para dizer a verdade, fraco demais pra não chorar por estar apaixonado por seu melhor amigo. Mãos gélidas foram ao encontro das lagrimas quentes que escorriam como uma torneira esquecida aberta.  O choque térmico fez Jung se assustar, e sem pensar muito se afastou alguns passos, estava surpreso, talvez mais que isso.

Os braços pálidos tão familiares a si, o trouxeram pra mais perto, num abraço na intensão de acalmar as lagrimas. Taeyong não gostava de ver o mais novo chorando, sentia como se fosse sua própria dor e nem ao menos sabia o porquê de tudo aquilo. Jaehyun se aconchegou entre a curva do pescoço do de cabelos mais escuros, apertou o abraço e ali tentou diminuir o choro.

Sentia-se tão errado por estar chorando por Lee, pior ainda por estar fazendo isso em sua frente. Sentia-se, porém, triste com o fato do outro nem imaginar o porquê de tudo aquilo, então com muita relutância, se separou do abraço.

Secou os olhos com as costas das mãos e encarou Taeyong. Seu semblante era preocupado e perdido, ele queria poder fazer algo pelo amigo.

                Jaehyun estendeu o braço que segurava a pequena flor para o que se encontrava em sua frente, enquanto observava o chão novamente. Podia sentir suas bochechas queimando e todas as borboletas em seu estomago fazendo a festa, revirando todo seu âmago.

                A flor foi delicadamente retirada de suas mãos. O choque térmico ocorreu novamente quando sentiu lábios quentes e macios contra os seus. Sentia que derreteria ali mesmo, naquele corredor vazio, se não fosse pelas mãos fortes o segurando.

                Queria voltar a chorar, não tinha certeza se o outro se sentia como si, não sabia se os sentimentos estavam no mesmo nível. Ele não queria estragar uma amizade de anos por um amor que nem era correspondido do mesmo jeito. Mas talvez, não se sentiria mal tendo uma parte de Taeyong pra si, por menor que fosse.

                Quando ósculo foi terminado, ainda não conseguia abrir os olhos, e sua primeira reação foi encostar aos armários e escorrer ate o chão, onde agarrou as pernas e esperou pelas lagrimas novamente. Mas elas não vinham, porque ele se encontrava feliz, como não esteve por muito tempo. Sentiu novamente o rosto sendo levantado pelas mãos de Lee, que sorria pra si tranquilamente.

                “Ei, Jaehyunnie” chamou, e dessa vez, diferente da ultima, pode sentir nas palavras toda a docura alheia, tão doce quanto mel. Sorriu e encarou o mais velho. “Sabe, eu estava realmente irritado”, Jung espreitou os olhos e fez uma cara de questionamento, “sobre a flor, sobre a possibilidade de você entrega-la a outra pessoa, não sei se saberia lidar” sorriu quando terminou de falar.

                Os olhos de Jung que haviam começado a encarar o final do corredor que abrigava apenas os dois, se voltaram rapidamente ao Taeyong sorridente, assim começando a sorrir também.

                “Mas hyung, você não me odeia?” perguntou, mesmo que estivesse feliz ainda era inseguro, e aquilo poderia ser mais uma brincadeira de mal gosto de Lee.  Uma risada bonita e alta fez eco por todo o corredor, e Jung sorriu também. Taeyong sorria tanto que acreditava que seu rosto poderia rasgar com o tamanho do sorriso que carregava.

                “Eu nunca te odiaria Jaehyunnie, nunca. E a proposito, você não precisa me desafiar a te amar, eu sempre amei” sussurrou a ultima parte, sorriu e fez o outro sorrir ainda mais. Era como uma competição bonita de sorrisos. O corredor tinha cheiro de felicidade, e estava preenchido de todo o amor que tinham guardado até aquele momento.

                Os lábios se uniram novamente, as mãos foram dadas e os corações foram, finalmente, libertados ao amor. Sentiam-se completos e queriam gritar para o mundo. O beijo repleto de paixão e ternura parecia melhor que o primeiro, era uma sensação ótima que podiam se acostumar facilmente, já estavam completamente viciados um ao outro.

                Levantaram-se e correram em direção ao jardim da escola, onde passaram todos os períodos, apenas os dois, apenas aproveitando todas as sensações de amar e ser amado na mesma intensidade. E naquele jardim repleto de *tulipas vermelhas, fizeram promessas mudas de se amar por toda eternidade.