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História About Sun And Soulmates (Let's Be Happy) - So Far Away (Musical Notes On My Skin)


Escrita por: malujigae

Notas do Autor


*inhales* BOI

vejo vocês nas notas finais.

Capítulo 3 - So Far Away (Musical Notes On My Skin)


- Você tem certeza que vai fazer isso mesmo? – A voz de Jimin soava apreensiva pelos speakers do celular.

- Tenho. – Jungkook respondeu com um tom que ele esperava que passasse certeza e finalidade, mas que ele sabia que soava nervoso, ele sentia o suor frio se acumulando por baixo do casaco de lã que ele estava usando.

Tudo tina sido preparado nos mínimos detalhes pelos pais deles, todas as datas milimetricamente calculadas, Jungkook só precisava fazer o pedido, e ele apenas assentiu enquanto o plano era repassado por eles na sala de jantar durante o café, enquanto sentia o seu estômago contorcer em nós. Ele sabia que não tinha escolha. No momento em que Chaeyoung acordou com as primeiras linhas da Marca dela formando o número 1997 na pele delicada do pulso dela Jungkook sabia que era isso que iria acontecer com eles.

Eles eram almas gêmeas afinal de contas.

Jungkook só gostaria que o pedido de noivado não tivesse que acontecer tão cedo – eles tinham só vinte anos de idade, eles tinham ainda tanto pela frente – mas os pais dela haviam sido impassíveis na decisão deles e os de Jungkook não haviam tido nenhuma objeção, eles eram tradicionalistas afinal. Depois que você conhecia a sua alma gêmea não havia nenhum motivo válido para não casar-se com ela imediatamente.

- Eu sei que ela é a sua alma gêmea mas... Eu não sei. – Isso parece errado, foi a frase não dita, mas Jungkook sabia, ele sentia na boca do estômago dele.

- Eu queria esperar mais um pouco, mas... – Esperar pelo quê? Foi o que os pais dele disseram naquela manhã, e as palavras morreram na garganta de Jungkook.

Esperar pelo quê?

Nem ele sabia pelo que ele queria esperar, ele queria esperar até parecer certo, até parecer que todas as frestinhas que faltavam no ser dele serem preenchidas, até que beijar Chaeyoung parasse de ser estranho e se tornasse natural. Ele amava ela, esse não era o problema, eles se conheceram ainda nos úteros das suas mães, eles cresceram juntos e Chaeyoung sempre foi uma força da natureza imparável com o sorriso largo dela e a competitividade que era quase tão forte quanto a de Jungkook, ela sempre esteve lá para brincar com ele de super heróis e ajudar com matemática enquanto ele a ajudava com ciências e mais tarde biologia, eles sempre foram próximos, mas, mas, ele não estava apaixonado por ela. E isso era um problema. Isso era um problema porque agora sempre que ele estava próximo dela ele se sentia obrigado a tornar os toques mais íntimos, a segurar a mão dela mesmo quando as palmas das mãos dele começavam a suar e a depositar beijos castos nos lábios dela quando o momento parecia apropriado, e isso inevitavelmente afastou eles.

Jungkook ainda amava ela, mas agora parecia que ele tinha sido tirado a força do seu lugar de melhor amigo dela para ser enfiado em um molde de amante no qual ele não cabia direito – era como usar sapatos um número menor que o seu pé – e isso criou uma estranheza, uma barreira de plástico filme transparente que tornava todas as ações mecanizadas e que parecia ficar cada vez mais grosso conforme os anos passavam.

Seus pais disseram que o amor viria com o tempo, que a Ligação faria isso por eles, que era praticamente impossível almas gêmeas não se apaixonarem, e Jungkook acreditou, Jungkook se agarrou nessa possibilidade com unhas e dentes porque ele sentia uma saudade latejante no fundo do peito dela,  de como ela costumava a ser, de como eles costumavam a ser. Ele sentia saudade de não ter que se preocupar com a forma que ele agia ao redor dela.

Então Jungkook estava caminhando agora com passos largos até o Centro de Comunicações e Expressão com a chave que Jimin tinha “pegado emprestada sem permissão” queimando no bolso esquerdo da calça jeans dele, na esperança de que isso restaurasse a intimidade que eles um dia compartilharam.

O plano era simples, Jungkook sabia que agora Chaeyoung estava no meio de uma aula – ele tinha quase certeza que era de teoria musical, mas talvez fosse história da música – mas em dez minutos seria o intervalo e Jimin iria mandar uma mensagem para ela pedindo que ela fosse até a sala de instrumentos de corda, onde Jungkook estaria esperando sentado no piano, pronto para tocar a música deles e pedir ela em noivado. Simples, prático e rápido, ele tentou se convencer enquanto limpava o suor da testa, o coração martelando com força contra a caixa torácica dele quando ele passou pelas portas do prédio cinza com cartazes colados em todas as paredes e subiu os oito lances de escada até o quarto andar, procurando com os olhos a sala 452.

Quando ele alcançou a sala ele parou em frente a porta azul, engolindo três respirações profundas antes de destrancar a porta e entrar, secando as palmas das mãos nas laterais da calça, o suor tinha feito com que elas ficassem ainda mais frias que o normal e Jungkook já tinha perdido a sensação nas pontas dos dedos. Ele checou a hora no celular e viu que ainda tinha sete minutos inteiros para surtar internamente e torcer para que ele não esquecesse as notas ou vomitasse em cima do piano.

Ótimo.

Sensacional.

Ele balançou as mãos e as esfregou em seguida, tentando forçar o sangue a circular de forma normal novamente e voltar para os dedos dele, caminhando nervosamente pela sala e ouvindo os seus passos ecoarem pelo chão de madeira e pelas paredes brancas.

Seis minutos e meio.

Ótimo.

Sensacional.

 

//

 

Yoongi não deveria estar no quarto andar, não agora pelo menos. Durante o intervalo os alunos não podiam ficar no andar onde eram guardados os instrumentos e os equipamentos importantes e caros da faculdade, mas ele achava extremamente irracional e injusto ser punido porque uns idiotas roubaram uma das mesas de mixagem dois anos atrás. Até mesmo porque coisas o tempo todo eram roubadas na faculdade, impedir os alunos de ficarem no quarto andar não impediria que coisas sumissem dele, até mesmo porque menos pessoas significava menos testemunhas, ou nesse caso nenhuma se não houvesse ninguém no andar.

Então ao ver dele, Yoongi estava fazendo um favor a eles estando no quarto andar. Afinal, e se alguém resolvesse que justo hoje iria roubar uma trompa francesa?

Satisfeito com a sua lógica, Yoongi deu de ombros e saiu da sala de equipamentos de mixagem trancando a sala e enfiando a chave no bolso antes de ir em direção ao banheiro. Ele não pretendia passar muito mais tempo no prédio do CCE, ele só queria finalizar algumas batidas e no apartamento que ele dividia com Jin ele não tinha os equipamentos que ele precisava para conseguir os sons que ele queria, mas seus pés travaram quando ele ouviu uma melodia horrivelmente familiar vindo de uma das salas.

Mas que porra?

Yoongi conhecia aquela melodia como a palma da sua mão cheia de calos - causados tanto por cordas de violão quanto por canetas – afinal, ele tinha passado meses debruçado sobre folhas e teclas de piano escrevendo e aperfeiçoando aquela música, ela era o bebê, a obra prima dele. A única pessoa que tinha o ouvido tocar “so far away” era o Namjoon, mais ninguém deveria conhecer essa música, quanto mais saber tocá-la.

Ah, isso não ia ficar assim.

Não mesmo.

Ele se sentia quase violado ouvindo alguém tocar aquela música, ela era tão pessoal, ele tinha imprimido tantos sentimentos em cada nota, em cada segundo de melodia, aquela música tinha um significado especial para ele e ele não ia deixar alguém simplesmente roubar tudo aquilo dele.

Yoongi marchou em direção ao som, ouvindo as notas soarem mais altas conforme o número das salas decrescia quando ele estava quase chegando na sala 452 ele ouviu a música parar com uma última nota solitária pouco depois do refrão, acabando antes da hora, pouco depois os passos dele alcançaram a porta e foi aí que ele irrompeu por ela, jogando-a contra a parede e assustando o garoto que estava sentado no piano e a garota que estava em pé ao lado dele, fazendo ambos pularem.

- O que caralhos você pensa que tá fazendo? Quem te deu o direito de tocar essa música? Em? – Yoongi gritou olhando no fundo dos olhos do garoto que parecia prestes a sair correndo. – Essa música é minha! Eu dei sangue, suor e lágrimas por ela!

- E-Eu não... Não foi... Eu... – O garoto começou a gaguejar ainda em choque pela interrupção e Yoongi tentou não pensar demais não quão bonito ele era, mesmo com os olhos arregalados e a boca aberta feito um peixe.

- Essa música é dele. – A garota interrompeu com os braços cruzados sobre o casaco verde escuro que contrastava com o cabelo loiro avermelhado dela.

- E quem é você?

- Eu sou a noiva dele, e ele não roubou a sua música, ela é dele. – Ela respondeu afunilando os olhos, com a postura firme e inabalada.

- Ah, claro, me conte quanto tempo ele gastou trancado em um quarto compondo ela? – Yoongi perguntou em uma voz cínica, deixando o veneno pingar pela ponta da língua, ele geralmente não perdia a calma dessa forma, mas aquilo era pessoal.

- Nenhum. – A voz do garoto soou baixa e rouca, fazendo a atenção de Yoongi voltar para o rosto quase infantil dele, com um nariz largo e olhos grandes e amendoados. – Eu não... eu não compus ela exatamente... Hmm – Ele continuou mordendo os lábios e Yoongi ficou ainda mais exasperado, mas quando ele estava prestes a gritar ainda mais o garoto parou ele, erguendo uma mão no ar. – Mas eu não roubei ela, eu... eu posso provar.

- Como?

E com isso o garoto prosseguiu, ficando de pé e virando de costas, por um momento Yoongi achou que ele fosse pegar alguma coisa na mochila escorada no piano, mas ao invés disso ele tirou o casaco marrom de aviador e em seguida ergueu a parte de trás do suéter bege junto com a camiseta que ele estava usando por baixo, exibindo costas levemente musculosas cobertas de pele clara e macia, e no topo de tudo isso uma partitura, - o equivalente a folhas inteiras de partitura – gravada na pele dele de forma permanente pelo Universo, e Yoongi sentiu seu corpo inteiro gelar, o sangue fugindo do rosto dele na velocidade da luz enquanto o coração dele parou, tudo ao redor dele se reduzindo a estática.

Ali, bem na frente dele, impressa para sempre na pele do garoto de olhos grandes e amendoados estava a partitura de “so far away”.

 

//

 

O ar na sala parecia estalar com a estática, de repente tudo tinha ficado quieto de mais, os únicos sons eram os das respirações dos três e Jungkook sentia os seus músculos tensos, ele queria abaixar o suéter e a camiseta novamente, mas ele tinha medo que se ele fizesse qualquer movimento a atmosfera pesada da sala fosse colapsar sobre eles e o soterrar.

As implicações daquilo eram... Algo.

E Jungkook definitivamente não estava pronto para lidar com, de forma alguma.

 

//

 

Quando Chaeyoung abriu a porta confusa com o porquê Jimin precisaria tão desesperadamente do moletom dele a última pessoa que ela esperava ver na sala de instrumentos de corda era Jungkook, mas ali ele estava, olhando diretamente para ela.

- Oi noona. – Ele soltou com um sorriso pequeno e nervoso nos lábios e ela o fitou levemente suspeita.

- Você nunca me chama de noona, a gente tem menos de sete meses de diferença. O quê você fez? – Ela perguntou dando passos cuidadosos em direção ao piano, inspecionando-o com os olhos para se certificar que Jungkook não tinha o quebrado e usado o Jimin para arrastá-la até ali para que ela concertasse o instrumento. – Por favor me diz que você não quebrou o piano.

- Não, não... Eu... Queria fazer uma surpresa pra você. – Ele deu um sorriso fraco e virou de frente para as teclas. – Não vai ser tão bom quanto se você estivesse tocando, até porque você faz aula desde que você aprendeu a sentar em um banquinho, - Ele soltou um risinho nervoso e Chaeyoung viu uma fina camada de suor cobrindo as têmporas dele. – Mas eu espero que você goste.

E então os dedos dele se moveram nervosamente pelas teclas por alguns segundos antes de ele finalmente posicioná-los na posição correta e começar a tocar a música deles.

A música não estava completa, a Marca de Jungkook continha apenas uma introdução e um refrão, mas ambos tinham escutado a composição juntos no dia em que ela apareceu nas costas dele, Chaeyoung o arrastando em direção ao piano de calda que ocupava o canto da sala da casa dela, fazendo ele ficar de pé em frente a ela para que ela pudesse ver e tocar a música para ambos. A melodia era linda e suave e completamente desconhecida, mas ela achou que talvez aquilo significasse que aquela música seria especial para eles, feita pelo universo sob medida para os dois.

Ver o Jungkook tocando aquela melodia que tinha um significado tão importante para eles fez algo se aquecer dentro dela. Jungkook nunca tinha feito aulas de piano, aquela era a primeira vez que Chaeyoung o via tocar qualquer coisa e aquilo fez orgulho borbulhar no fundo do peito dela, porque ele tocou a melodia inteira pressionando alguma tecla errada apenas duas vezes apesar do nervosismo claro no rosto dele. Quando a música acabou ele inspirou profundamente antes de soltar o ar, enfiar a mão no bolso e se virar para ela.

- Chaeyoung, - Ele começou. – Eu sei que você sabe que os nossos pais já tão planejando o nosso casamento, mas eu queria fazer pelo menos isso por conta própria. – Ele riu e tirou uma caixinha preta de veludo do bolso e Chaeyoung sabia exatamente o que era.

A aliança.

Era só o curso natural das coisas. Eles eram almas gêmeas.

Ou pelo menos eles achavam que eram.


Notas Finais


eu deveria estar escrevendo a minha resenha sobre o crátilo, mas YOONKOOK É MAIS IMPORTANTE E EU AMEI ESCREVER ESSE CAPÍTULO!

antigamente a Marca do Jungkook era "SUGA" e a do Yoongi era "#nochu", isso foi uma ideia que eu tive às três da manhã e depois eu percebi que era Muito Idiota então eu mudei tudo. ok? ok. ME DIGAM SE VOCÊS GOSTARAM DA MUDANÇA!

ah, e a Chaeyoung foi baseada na Rosé de Blackpink, MAS eu não sei nada sobre a personalidade dela, então ela é meio que uma personagem original mas não realmente? nome, aparência e aniversário serão os mesmos da Rosé, mas a personalidade não, ok? ok.

fora isso acho que é só, comentem, favoritem e eu vou lá fazer os meus 375 trabalhos.

TCHAU!


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