História I don't know how to love - Jjk Pjm (Revisão) - Cheiro tentador

       Fito intensamente o vidro da porta fumê do meu escritório, estava irritado e totalmente atarefado, queria pelo menos uma vez não ter que aturar mais um dia cheio de trabalho. Quanto mais precisava olhar para o monitor, mais irritado eu ficava, e ainda mais estressado ficava. Um loop tedioso.

Daria tudo para ter Park por perto, com aquele cheiro tentador. 

Aquele garoto me tirava dos eixos, e nunca saia da minha cabeça.

E nem valia a pena tentar tirar ele da mesma. 

Eu e Park, éramos de fato muito grudados. Ainda morávamos juntos, e trabalhavamos na mesma empresa. Passávamos a maior parte do tempo, flertando falhamente sem nunca chegar a um único beijo e irritando um ao outro. Mas em silêncio, sabíamos que nossas falhas, deixavam tudo ainda mais empolgante. Eu sei. Como dois adolescentes bobos e cheios de hormônios. Não me julgue. Não tenho culpa se é emocionante.

Enfim, uma relação sadia e falha. Daria tudo (ou não) para dar uns beijos naquele anão.

Quando percebi que uma ficha estava faltando ao revisar um e-mail que Park havia me enviado. 

Inferno. (Ou não)

Massageei minhas têmporas com meus dedos indicadores com preguiça, e logo depois segurei o telefone em minha mão. Digitei então o ramal de Jimin, esperando que ele atendesse o mais rápido possível.

- Sim... - o cortei antes que ele pudesse dizer mais alguma palavra. Gostava de o irritar.

- Venha até minha sala. Imediatamente.

  Desliguei o telefone e inclinei minha cabeça para trás na cadeira de couro preta, pendendo meus braços ao lado do corpo. Ouvi o barulho do elevador e me ajeitei de forma desconfortável, afinal, já não estava mais aguentando ficar ali sentado. Vi o momento que o pequeno ômega loiro passou pela porta e me fitou já cansado. Que isso? Te chamo para vir me apreciar, e me você me olha assim?

- Sim senhor. - fez uma apresentação apressada.

- Você se esqueceu de enviar uma ficha no anexo do e-mail, da empresa Akaito. - disse de forma lenta, observando cada traço do ser a minha frente.

-Sim senhor, eu irei preencher. Mais alguma coisa? - questionou nitidamente entediado com meu olhar.

     Claro, você gemendo alto enquanto eu te empurro na mesa...

- Um café e alguns brownies. - respondi sem vontade. 

- Sim Sr Jeon. - se curvou educadamente. 

- Já te disse pra não me chamar de Senhor. - falei irritado.

- Sim Sr Jeon. - ele me deu um meio sorriso malicioso e se virou.

Audacioso.

Mesmo com a calça social eu ainda tinha a visão perfeita de sua bunda farta. Como eu amava aquilo. E como eu amava aquele cheiro doce. 

Me levantei da cadeira e caminhei por meu escritório, buscando relaxar minha postura. 

Fui tirado de meu pequeno descanso, pelo som irritante do telefone tocando.

 - Caralho.

Atendi o telefone irritado, logo ouvindo a voz manhosa  de SunHee, agora filha adotiva de Mark e Jackson.

- Kookieeee... Você não vai vir me ver hoje? - falou tentando soar fofa, o que só me serviu para causar náuseas. SunHee nutria uma espécie de paixão platônica por mim.

-Eu não sei SunHee estou cansado pra caralho... - O que não era uma mentira, mas me caiu como uma boa desculpa para me livrar da ômega grudenta.

Desliguei o celular e fitei o teto, já estava me estressando quando Jimin entrou com o que eu havia pedido.

                    Park Jimin

 Meus olhos observavam a tela do computador fixamente enquanto meus dedos se moviam lentamente sobre o teclado. Sim, eu estava muito ccansado. Desde que fui adotado pela família Jeon minha vida é como uma corrida sem fim, não é como se eu estivesse reclamando mas o problema é que Jeongguk poderia fingir pelo menos por um minuto esquecer da minha existência. 

Todo o dia se ouve "Jimin" para lá e pra cá, mesmo que fosse muito bom escutar o meu nome ser pronunciado pelo tom rouco e grave do alfa à quem eu "pertenço", ao mesmo tempo, é um pouco irritante pois é como se não existisse mais ninguém para ele além de mim. Não que isso seja completamente ruim.

Permiti que meus olhos se fechassem. Pelo menos eu poderia tirar nem que fosse um minuto de sono. Mas claro que isso não foi possível. O som alto do telefone ecoou pela sala me provocando um susto que fez com que eu desse um pulo da cadeira e entrasse em alerta. Foi um ato no mínimo vergonhoso. Logo atendi ao telefone.

- Sim... - Disse de forma calma olhando para minha mão cheia de anéis ao redor dos dedos rechonchudos.

- Venha até minha sala. Imediatamente. -ordenou com a voz grave, me impedindo de completar minha frase. Patife.

 Suspirei pesado ajeitando o telefone sobre o seu suporte, indo em passos apressados para a sala do meu superior. Adentrei o elevador e guiei meu dedo até o botão que levaria até a sala do maldito e gostosissímo CEO.

Alguns minutos tortuosos se passaram e finalmente eu cheguei ao inferno, no momento que as portas se abriram eu saí dali, e entrei direto na sala de Jeon o olhando com uma expressão sonolenta e cansada.

- Sim Senhor. - Resmunguei rápido.

- Você se esqueceu de  de enviar uma ficha no anexo do e-mail, da empresa Akaito. - Ele disse de forma lenta enquanto me olhava, era um pouco vergonhoso, mesmo que eu já estivesse acostumado com isso.

- Sim senhor, eu irei preencher. Mais alguma coisa? - Falei em um tom baixo olhando para a folha em minhas mãos, evitando o contato visual com a besta. 

 Jeon pediu desinteressado um café como sempre fazia, para depois deixar tudo de enfeite em cima de sua mesa. 

Como ele me estressa.

Menos quando me pega e...

-Sim, com sua licença Senhor Jeon. - Falei me curvando por educação. Mesmo querendo mandar o maldito ir se ferrar, logo me cortando de pensar alguma besteira.

Ouvi sua queixa novamente sobre eu o chamar de "Senhor".

Claro.

Quer que eu te chame de besta? Até acho que combina mais.

- Sim Sr Jeon. - Sorri malicioso somente para o confrontar, logo me virando para sair dali.

Assim que sai do inferno,  caminhei até a cantina da empresa. Que Deus, ilumine o arquiteto que projetou esse lugar, se não fosse por ele, eu já estaria com as pernas doendo de tanto subir e descer escadas, atrás do café da besta.

Coloquei os brownies em cima de um prato pequeno e o café em uma xícara branca, arrumei tudo na bandeja metálica e sai dali retornando para o corredor da morte. Antes de entrar dessa vez pedi licença, já que ambas as minhas mãos estavam ocupadas segurando a bandeja. 

-Pos... Jimin... P-Pode entrar?

Ah nem ferrando.

Praguejei a todos os meus ancestrais.

Maldito gene ômega. MALDITO! 

O jeito que minha voz saiu me fez corar rapidamente, até virar uma barata do mar. Um completo camarão. Eu tenho quantos anos? Três?... Será que estou doente? Só o que me faltava, não posso me dar ao luxo de ficar doente. Doente da cabeça para ser mais específico.

Caraca, Jimin.

Mas saiu tão natural, que eu nem ao menos percebi.

                Jeongguk, Jeon.

Eu estava parado de fronte a parede de vidro do meu escritório admirando a cidade de Seul.

Sinto saudades de Busan...

Logo fui arrastado bruscamente para fora de minha melancolia saudosista, com uma voz rouca e falha. 

Mas que porra? Ele falou em terceira pessoa? A quanto tempo ele não fala dessa forma? Ele tem quantos anos? Três?

Caminhei em passos firmes até a porta, a abrindo de forma abrupta, o que fez o pequeno ômega dar um pulinho e se recompor. Teria sido uma graça, se a situação já não estivesse cômica o suficiente.

-Seu café... - falou baixo, mas o suficiente para minha audição alfa.

-Entre. - fingi desinteresse.

O mesmo passou por mim e caminhou de forma lenta até a mesa, o que foi uma tortura para mim, já que dava a impressão de que ele rebolava. 

E talvez ele estivesse realmente. 

Crispei os olhos, ao ver o sorrisinho que ele soltava através do vídeo do escritório.

Eu tenho certeza de que ele aprendeu a ser assim com o próprio diabo.

Ah, mas ele vai pagar caro.

 Aproveitei que ele estava desatento, e o abracei por trás colando nossos corpos.

 Senti seu corpo tensionar um pouco e ri soprado em sua nuca, o que o fez se arrepiar como sempre fazia. Envolvi sua cintura com meus braços e enfiei meu rosto na curvatura de seu pescoço depositando um beijo ali, o ouvi arfar e segurar meu ombro, me puxando mais para si. Apertei sua cintura e o empurrei contra a mesa, ouvindo um som manhoso. 

- Jeon... Seu demônio... - reclamou em um fio de voz.

- Você vai ver o demônio, babe. - falei rouco o que o fez estremecer. 

 Eu estava prestes a beija-lo, quando a porta foi aberta sem permissão. 

Não é possível.

Virei meu pescoço com Jimin se escondendo em mim, e fitei a garota que havia entrado.

Não. É. POSSÍVEL.

 SunHee.

Maldita SunHee. 

Suspirei pesadamente quando Jimin me apertou com suas mãozinhase.

O soltei resmungão e me virei para SunHee. 

Jimin pediu licença e se colocou a caminhar para fora.

Não.

Nãooooooooo.

Enquanto Jimin saía, a ômega lhe deu uma cotovelada, o que fez Jimin soltar um som doloroso. Um som horrível para meu lobo. 

Logo não pude conter o rosnado que soltei, o que fez Jimin se retirar ainda mais rápido, e SunHee se encolher.

 Teria de me desculpar com Jimin depois. 

Sentei em minha mesa, e apoiei minhas mãos em cada lado do meu corpo, cruzei minhas pernas e tombei minha cabeça para trás:

- O que quer aqui? - questionei exasperado. 

Ouvi o som de seu salto e logo senti suas mãos rodearem minha cintura.

                      Park Jimin

Os passos firmes ficavam cada vez mais próximos.

Droga.

Droga.

Bela droga.

E que droga de portas que foram abertas rapidamente de forma tão repentina. E que droga de susto másculo o que eu tive. Não que eu ligasse.

-Seu café... - Disse baixo com medo da minha voz fraquejar e me abandonar como fez minutos atrás.

Ao me dar passagem para passar, caminhei calmamente até a mesa de Jeon. 

Jeon demônio Jeongguk.

Como eu gostaria de socar aquela cara bonita. 

Observei o alfa através da janela do escritório, o que me fez o pegar olhando direto para  minha bunda.

Bonita não é? 

Eu sei. 

Sorri com audácia, e estava prestes a sair após colocar a bandeja sobre a mesa livre de papéis.

Isso, até sentir um corpo contra o meu.

Ele realmente não resiste.

Resmunguei baixo assim que seus movimentos rápidos deixaram meu corpo de frente para ele, me pressionando contra a sua mesa fazendo com que um arfar fosse rapidamente produzido por mim.

-Jeon... Seu demônio. - Resmunguei pensando em formas de não ceder a criatura nefasta.

Eu estaria muito contente se eu tivesse conseguido aguentar firmemente.

Porém, a essa altura do campeonato, a septuagésima geração de Parks, já havia sido amaldiçoada até os ossos.

Maldito genes ômega.

E maldito alfa cheiroso.

- Je... Jeon... - Disse baixo produzindo um som ainda mais manhoso que o primeiro.

Vamos Jimin.

Mostre quem é o ômega poderoso que existe em si mesmo.

Ah, a quem eu quero enganar? 

Me arrebenta logo cassete.

Senti sua respiração quente sobre o meu rosto, e já estava preparado para agarrar aquele homem.

Mas Deus não é tão benevolente.

Ele tem seus favoritos, e eu com certeza não sou um deles.

Maldita enviada SunHee.

Ao poucos controlei a minha respiração e puxei levemente o pano da camisa do alfa a minha frente.

Revirei os olhos irritado com a situação, e me preparei para sair.

Caminhei a passos rápidos e pesados, para fora dali.

Olhei diretamente para SunHee.

Ah, se eu pudesse acertar umas bolachas na testa dessa garota. Eu com toda certeza do mundo, faria. 

A detesto.

Passei ao lado dela, porém, não pude conter um gemido de dor ao ser atingido por aquela placa de titânio que ela chamava de cotovelo. 

Do que essa garota é feita? Bronze?

Ah, mas dessa vez ela não escapa. Quem essa urubu, pensa que é?

Deixa só eu arrancar esses...

Ouvi um rosnado vindo de Jeon, e por um rosnado, fui salvo de cometer um ato de ódio.

Não vai ficar assim. Juro que não.

Sai a passos firmes e apressados da sala.

Entrei no elevador, e levei a mim e meu corpinho que Afrodite me deu direto para meu escritório.

Balancei a cabeça, tentando levar meu ódio por SunHee para bem longe.

Péssima ideia.

Logo o cheiro de Jeon, voltou a pertubar meus pensamentos.

Droga.

Ele estava tão fodidamente perto.

Suspirei irritado, e me virei me encarando no espelho do elevador.

Eu estava uma bagunça.

Ajeitei meus fios loiros e minha camisa, apressadamente, antes de as portas se abrirem, revelando outros trabalhadores da empresa, que me olhavam com desdém.

Invejosos.

Ergui o queixo, e passei direto para minha sala, não me afetando com aqueles olhares imundos.

Tenho mais o que fazer, do que dar corda a tanta gente azeda.