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História I do too - I do too


Escrita por: dboyoongi

Notas do Autor


ahhh meu coração está doendo, não acredito que é o fim T.T espero que gostem xx

P.s: Leiam as notas finais, por favor, é importante.

Capítulo 10 - I do too


Fanfic / Fanfiction I do too - I do too

—  Três Meses Depois 

O banco do ônibus é frio, assim como tudo em volta devido ao inverno rigoroso. Afundo mais meu rosto no cachecol que envolve meu pescoço e respiro fundo, sentindo o cheiro fraco de perfume ali. Observo o sol se pondo conforme o ônibus segue sua rota.

Me sinto cansado, meus olhos pesados e uma dor de cabeça insistente me deixando irritado. O peso de acordar cedo, passar o dia na escola e agora estar indo para o outro lado da cidade, caindo sobre mim.

 Mas se quero ver Taehyung, esse é o único jeito.

 Já faz três meses desde aquele dia, três meses desde que o pai de Taehyung morreu e também, exatos três meses desde a última vez que eu o vi, no corredor daquela delegacia gelada.

 Os dias que se seguiram aquele parecem um borrão; eu consigo vê-los, mas não consigo entender o que estou vendo. Lembro de todos os dias em que eu precisei estar em algum tribunal, falando repetidas vezes o que aconteceu. Lembro quando meu pai chegou em casa e disse que eu não precisaria fazer mais aquilo, que haviam decretado como legítima defesa e que tudo havia sido arquivado.

 Lembro da saudade e do vazio que todos os dias se tornaram depois.

 Não vi mais Taehyung e nem sua mãe. Fiquei sabendo por uma das vizinhas que eles tinham se mudado e logo mais, soube na escola que ele também havia sido transferido.

 Foi um jogo de espera, acordando e seguindo com o dia normalmente, como se a falta dele não me machucasse a cada segundo que se passava. Mas eu entendia, sabia que ele precisava de espaço e que eu precisava respeitar aquilo.

 Mas isso não me impedia de sentir saudade. Sentia saudade de tudo, dos abraços, dos beijos, do calor de seu corpo sobre o meu, mas, principalmente, sentia saudade do meu melhor amigo.

Consegui me manter a par de sua vida graças ao meu pai, que havia descoberto o número de sua mãe para mim. Eu não ligava todos os dias (mesmo querendo) apenas uma ou outra vez no mês, para me certificar de que ele estava bem.

Os primeiros dias foram os piores. Fiquei sabendo que ele não saia do quarto, que não comia e que sua mãe não sabia mais o que fazer. Fiquei sabendo dos ataques de raiva e de como ele quase quebrou tudo ao saber que teria de ver um psicólogo.

O primeiro mês foi difícil, cheio de ataques e remédios para raiva e depressão, mas passou. Assim como tudo na vida, acabou passando. 

 O segundo mês consistiu nas terapias em grupo e se adaptar a nova escola. Foi difícil para mim, me manter longe e engolir o medo de ser esquecido. Mas ele estava bem, sua mãe dizia, então eu também tinha que estar.

O terceiro mês foi sem notícias, vazio e com o gosto amargo de que talvez eu não fosse mais tão importante como fora um dia. E então sua mãe me ligou, me deu um endereço e disse que Taehyung sentia saudades.

Peguei o primeiro ônibus logo depois das aulas, deixando apenas uma mensagem a Yoosung dizendo que não iria para casa.

Se não estivesse tão frio, já teria tirado as mãos dos bolsos e roído todos os dedos, o nervosismo deixando uma sensação ruim em meu estômago.

Sinto como se fosse vomitar quando desço do ônibus no bairro do endereço que me foi passado, observando as casas simples enquanto tento me acalmar.

A rua é calma e com muitas árvores, alguns carros e crianças brincando. Aperto meu casaco entre os dedos conforme me aproximo da casa número 520.

 É uma casa simples e bonita, com um pequeno jardim na frente e uma caixa de correio. Muito diferente do pequeno apartamento no meu condomínio.

 Me preparo para subir a pequena escada e bater na porta, mas ela se abre e alguém sai antes que eu possa faze-lo. Sinto minha respiração ficar presa na garganta ao vê-lo tão diferente da última vez.

 Seu cabelo não está mais loiro e sim um vermelho vibrante, coberto por sua costumeira touca preta. Taehyung parece estar mais alto, os ombros mais largos. Mas quando ele se vira e me vê ali, percebo que nem tudo mudou. 

 Seus olhos continuam os mesmos e ainda me olham da mesma forma.

 — Hoseok? — Sussurra, meu coração acelerando ao ouvir a voz rouca.

 Enfio as mãos de volta nos bolsos, mordendo minha boca e pensando no que dizer sem parecer um idiota ou desesperado.

 — Oi — Tento sorrir. — Tudo bem?

Antes que eu possa continuar sendo esquisito, Taehyung avança e me puxa para seus braços, do mesmo jeito que fazia quando nos encontrávamos no terraço para dividir nossos problemas com o pai.

 Solto a respiração que nem sabia que estava segurando e o abraço de volta, apertando meus braços em seus ombros, respirando fundo o cheiro de seu perfume. Suas mãos são firmes nas minhas costas, seu corpo grudado ao meu.

 Pisco rápido para não começar a chorar e passar vergonha. A dor constante em meu peito há três meses some devagar, deixando apenas a sensação calorosa de estar em seus braços novamente.

 — Senti tanto a sua falta — Murmura contra meu ombro. — A onde você se meteu? Por que não veio me ver?

 — Demorei para descobrir que você tinha se mudado — Explico. — E você precisava de espaço, Tae. Foi bom para você. 

 — Senti saudades do mesmo jeito — Resmunga e eu solto uma risada fraca. 

 Faço carinho em seu cabelo e fecho os olhos, afundando em seu calor.

 — Eu também. 

 Os minutos parecem horas, mas, lentamente, ele me solta e nós desfazemos o abraço. Suas mãos continuam segurando as minhas.

 — Você ia sair? — Pergunto. 

— Eu só ia dar uma volta pela vizinhança, é parte do meu tratamento. — Revira os olhos ao dizer o resto da frase. — Você quer vir comigo?

 — Eu vim te ver, não vim? É claro que eu quero.

 Quase posso ver o olhar apaixonado no meu rosto quando ele abre seu sorriso quadradinho e segura minha mão, me puxando para perto quando começa a caminhar.

 A vizinhança é bonita e silenciosa, muito diferente da antiga, onde o barulho de carros continua até altas horas da madrugada. É estranho, o silêncio, mas me permite ouvir sua voz com mais clareza e eu descubro que gosto disso.

 — Meu psicólogo é um cara legal — Comenta. — No começo eu achei que só fosse perder meu tempo, mas...realmente me ajuda, poder conversar sobre o que aconteceu com alguém. A escola também não é ruim, mas sinto falta da antiga.

 — Você sente vontade de voltar?

 Um sorriso fraco aparece em seu rosto e ele assente.

 — O tempo todo. Mas minha mãe está melhor aqui, mais feliz, torna as coisas mais fáceis para ela suportar. E como eu disse, não é de todo ruim aqui. — Olha para mim. — Eu só não me acostumei ainda com a distância.

— Eu posso vir te ver quando você quiser — Aperto sua mão. — Você pode ir me ver quando quiser também. Eu...

 Paro de falar.

 — O quê? O que foi?

Olho para baixo e mordo meu lábio inferior, minhas bochechas quentes de vergonha.

 — É besteira — Murmuro.

 Taehyung solta minha mão e segura meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos. Ele me encara sem dizer nada e eu suspiro, desistindo.

 — Por um tempo, eu...eu achei que você nem lembrava mais de mim, que talvez tivesse encontrado outra pessoa. Eu nem sabia se devia aparecer aqui.

 Minhas bochechas ficam ainda mais vermelha quando ele ri, alto, de um jeito que eu vi acontecer poucas vezes.

 — Você é muito bobo, Hoseok — Resmunga dando um tapinha em minha testa. — Você é meu melhor amigo e o cara que eu amo, é claro que eu não te esqueci. E se você não tivesse aparecido aqui, eu teria aparecido lá. Estava ficando louco de saudade.

 Sorrio tão grande que sinto minhas bochechas doerem, refletindo o que ele lança em minha direção enquanto se aproxima. Meu sorriso diminuí, mas apenas para acomodar seus lábios nos meus.

 Levo minhas mãos até seu pescoço e tiro sua touca, afundando meus dedos nos fios vermelhos enquanto ele me pega pela cintura, seus dedos apertando minha pele. Sua boca é quente e macia, os lábios levemente rachados pelo frio e seu gosto ainda é o mesmo. Me permito gemer quando sua língua encontra a minha, me beijando com vontade.

 É um beijo demorado e lento, recompensado todo o tempo em que ficamos longe um do outro. O beijo e deixo que ele me beije até que a falta de ar se torne insuportável, só então eu me afasto, sem fôlego e com um sorriso idiota na cara.

 — Que idiota — Murmura contra meus lábios. — Eu? Te esquecer? Tsc, que viagem, Hoseok.

 Reviro os olhos e mordo seu lábio inferior, sentindo algo realmente próximo a felicidade em meu peito. Uma sensação morna e calorosa que envolve todo o meu corpo, da cabeça a ponta dos pés e eu me agarro a ela, sem a mínima intenção de deixar ir.

 Ela ainda está lá quando Taehyung me leva para sua casa e ainda está lá quando ele me diz que sua mãe vai fazer um plantão no hospital e que seremos só nós dois. E continua ali quando comemos, ele me contando tudo sobre sua vida aqui e me perguntando sobre a minha lá.

 E eu digo tudo. Conto que ganhamos a competição estadual de matemática e que a Sook estava se mostrando uma nerd como o irmão, seu interesse por números extremamente adorável. Falo sobre meu pai, seu tratamento e como ele parece ficar melhor a cada dia.

 O ajudo a limpar a sujeira do jantar e o acompanho para o quarto logo depois, me sentindo quente ao ter seu olhar sobre mim.

 Enquanto conversávamos na mesa, a sensação havia diminuído para um ponto morno em meu peito, mas agora, enrolado nos lençóis com ele, sentindo seu corpo deslizando sobre o meu, sua respiração no meu ouvido, a sensação queima meu corpo inteiro.

 E explode até que tudo o que sobre são dois corpos cansados sobre o colchão, seus braços envolvendo meu corpo nu e minha cabeça sobre seu peito, o bater constante de seu coração em meu ouvido.

 — Não vai ser fácil — Diz baixinho, sua boca roçando em minha testa. — Ficar comigo, digo. Eu não sou mais quem eu era antes, Seok. Meu amor por você não mudou, mas eu sim.

 Levando meu rosto alguns centímetros e deixo um beijo em seu maxilar, ouvindo atento suas palavras.

 — Eu tomo remédios agora — Sinto seus dedos fazendo desenhos aleatórios em minhas costas. — Vejo um psicólogo toda semana. Tenho pesadelos às vezes, crises de raiva também.

 Levo minha mão até seu ombro e me aconchego mais em seu peito, soltando a respiração.

 — Você é muito idiota se acha que eu vou te deixar só por isso, Taehyung — Aperto meu rosto contra sua pele. — Eu te esperei por três meses, eu te amo a mais tempo do que eu consigo me lembrar. Isso não vai mudar só porque você não é mais o garoto que costumava a ser. Você mudou, mas eu mudei também. Meus sentimentos continuam os mesmos. Não tem antidepressivos ou pesadelos ou ataques de raiva no mundo que vai mudar isso.

 Sinto um beijo ser depositado em minha testa e fecho os olhos, deixando outro bem em cima de seu coração. 

 — Eu te amo — Sussurra contra meu cabelo. — Eu te amo, Hoseok.

  Quando fecho os olhos, posso ver tudo o que nós passamos. Posso ver todas as vezes em que ele me segurou no terraço, enquanto eu chorava e tentava esconder os machucados. Posso ver todas as vezes em que eu fiquei parado, deixando que ele quebrasse todas as plantas e garrafas em sua fúria, só para abraça-lo e mante-lo inteiro depois. 

Posso ver nós dois naquele corredor frio, tentando não desmoronar ao ponto de não conseguirmos nos refazer de novo. Posso ver os três meses longe dele, passando de modo devagar e doloroso.

E posso ver nós dois agora, duas pessoas quebradas, longe de serem perfeitas, mas completas. Mantendo uma a outra inteira, mesmo sendo difícil. Talvez isso seja amor de verdade.

Não respondo a sua declaração e não preciso. Posso sentir pelo jeito como ele me abraça, que Taehyung sabe que é amado.


 " — Você tem problemas com o pai, não tem? 

 Como você sabe?

 — Eu também tenho. "


 " — Eu faria de qualquer forma.

   — O quê?

   — Fugiria e me esconderia com você."


  " — Quem poderia me amar mais do que o meu melhor amigo?

  — Ninguém, Hoseok. — Sinto seus lábios em meu cabelo, sua voz rouca. — Ninguém poderia te amar mais do que eu. "


— Ninguém — Sussurro, sua respiração calma e uniforme o único som no quarto. — Ninguém poderia te amar mais do que eu.

Ele sabe.


Notas Finais


AAAAAAAAH CHEGOU AO FIM T.T

primeiro, eu gostaria de agradecer a todos que favoritam a fic, que comentaram e a todos que leram, realmente. Vocês não tem ideia de como escrever essa fic, ler os comentários de vocês me deixou feliz. Obrigada, obrigada. Você são incríveis.

essa fic é muito especial pra mim, de um jeito muito pessoal também, eu não apanho e minha mãe também não, mas eu também tenho problemas com o pai e escrever essa história, de alguma forma, fez eu me sentir melhor.

eu sei que eu demorei e peço desculpas por isso, não estou passando por uma fase boa t.t MAS aqui estou eu com o último capítulo e com a fic concluída, como prometido. Espero que tenham gostado desse final, eu me esforcei para que ele ficasse bom e mesmo não tendo gostado muito do resultado, espero que vocês gostem (/^∆^)/

ACHARAM QUE IAM SE LIVRAR DE MIM NÉ? nem pensar, já tenho outros projetos e logo vai ter mais fics, se vocês quiserem ler, é só ficar de olho no meu perfil. O que vocês acham? Querem mais uma fic? me deixem saber ~~

e mais uma vez, obrigada. mantenham-se saudáveis, amando nossos meninos e até a próxima fic

misaki xx


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