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História I do too - I'd run away and hide with you


Escrita por: dboyoongi

Notas do Autor


olha quem brotou novamente ~~ espero que gostem do capítulo e que estejam gostando da fic, muito obrigado pelos favoritos da introdução, fiquei muito feliz :)))

até as notas finais x

Capítulo 2 - I'd run away and hide with you


Fanfic / Fanfiction I do too - I'd run away and hide with you

Eu tinha 8 anos quando fui adotado por Jung Yoosung e seu namorado, meu outro pai, mas como era ilegal e proibida a adoção de crianças por parte de casais do mesmo gênero, apenas Yoosung possui a minha guarda. Logo depois, quando fiz 10 anos, ganhei uma irmã. Uma menininha chamada Sook.

Foi a melhor coisa do mundo poder sair do orfanato, ganhar dois pais e de quebra uma irmã caçula. Depois de toda uma infância sozinho, eu finalmente tinha uma família. E daquela vez, eu me permiti pensar que duraria para sempre.

Mas não durou.

As coisas iam bem entre meus pais depois da minha adoção, os dois se amavam e eu conseguia ver isso. E tudo continuou bem depois que a Sook chegou, talvez ainda melhor. Por isso eu não entendi quando os gritos e as agressões verbais começaram, não entendi porque os dois se olhavam com tanta raiva, tanto ódio. Não entendi porque meu pai levantou a mão para quem ele dizia 'eu te amo' todas as noites antes de dormir.

Mas eu tinha 12 anos e tinha esperança. Aquilo ia passar. Tinha que passar. Mas não passou e eu não conseguia entender o por que.

Da mesma forma que eu não entendi quando cheguei da escola e vi meu outro pai entrando em um carro com suas malas. Não entendi para onde ele estava indo e por que não ia nos levar.

Não entendi porque meu pai não chorou quando voltou do trabalho e encontrou um guarda-roupa vazio e seu filho mais velho sozinho no quarto que antes era de duas pessoas, mas que agora é apenas de uma.

Então eu comecei a chorar e perguntar a onde meu pai estava, por que ele tinha ido embora, por que, por que, por que. Foi no meio desses por que's que Jung Yoosung cometeu o mesmo erro de alguns meses atrás e levantou a mão para quem ele dizia amar.

Levantou a mão para mim.

Aquela foi o começo das agressões, a primeira de muitas.

Notas ruins na escola? Mal comportamento? Não cumpri com meus deveres? Não agi como um homem tem que agir? Tudo era motivo.

E foi no meio disso tudo, de um dos meus pais indo embora, do outro me batendo, da minha irmã caçula perguntando a onde estava seu outro 'papai', que eu conheci Taehyung.

Por um deslize eu havia ficado de recuperação em uma matéria e Yoosung não aceitou isso muito bem. Eu estava nas escadas, encolhido e tentando não encostar minhas costas em nada, ainda sentindo o cinto arder contra minha pele, foi quando ele apareceu.

Taehyung não disse nada, apenas sentou do meu lado e ficou me olhando, provavelmente estava olhando para as linhas vermelhas que eram fáceis de ver pela gola da minha camiseta.

E então ele começou a sussurrar, assim do nada, que havia escutado meus gritos enquanto andava a esmo pelos corredores do prédio. Perguntou se estava doendo muito e logo em seguida tirou um vidrinho laranja do bolso. Disse que havia pegado em casa e que era bom para sarar qualquer machucado.

Eu perguntei, com a voz tremida e fina demais para um menino, se aquilo funcionava e ele levou uns bons minutos até me responder que sim e então eu perguntei como ele sabia.

— É o que a minha mãe usa.

E eu não precisava ser um gênio para saber o que ele estava dizendo por trás dessas palavras.

— Você tem problemas com o seu pai, não tem? - Ele perguntou com a sua voz de garoto passando pela puberdade.

— Como você sabe?

— Eu também tenho.

E não teve um dia depois daquele, depois daquela conversa, que eu não passei ao lado do garoto magricela que estava sempre se metendo em problemas na escola por brigar, mas que não conseguia defender a única pessoa que importava.

O garoto que gritava e chutava as plantas no terraço toda vez que seus pais brigavam e sua mãe implorava para que ele saísse do apartamento, mas que nunca chorava.

O garoto que nunca derramava nenhuma lágrima, mas que estava sempre secando as minhas.

                               ////

Taehyung está me esperando encostado na parede quando saio pela portaria. Sua mochila está jogada de qualquer jeito no ombro e sua gravata frouxa em seu pescoço.

— Você demorou. — Diz assim que eu me aproximo, guardando seu celular no bolso.

— Eu tive que arrumar a Sook, minha avó vai ficar com ela esse fim de semana. — Respondi, já andando do seu lado.

Taehyung não fala nada, é comum pois ele não o faz muito de manhã, os olhos inchados e pequenos de sono. As vezes parece que ele ainda está dormindo enquanto caminhamos até o colégio.

— Você dormiu ontem? — Pergunto, preocupado ao ver como ele parece estar cansado.

— Não. — Murmura. — Fiquei acordado com a minha mãe.

Engulo em seco, sentindo meu peito apertar.

— Foi ruim? — Forço as palavras a saírem.

— Ele já fez pior. Mas sim, foi bem ruim. 

Fico em silêncio depois disso. Em parte porque não sei o que dizer e em parte porque eu sei que ele não quer palavras de consolo. Taehyung não suporta ouvir nenhuma delas.

Me contento em pegar sua mão e entrelaçar nossos dedos, apertando suavemente e me perdendo no sorriso fraco que ele deixa escapar.

Continuamos de mãos dadas o resto do caminho e eu me sinto aliviado por não ter quase ninguém na rua durante o percurso, não preciso de mais problemas.

— Obrigado. — Ele diz, apertando minha mão mais uma vez antes de entrarmos no colégio e ele solta-la.

Fico alguns minutos parado, observando sua figura se misturando ao mar de estudantes antes de desaparecer. O sinal toca e eu corro para pegar meus livros.

As aulas passam devagar e é uma luta constante para não abaixar minha cabeça e dormir ou até mesmo deixar de prestar atenção e só viajar um pouquinho. Mas sei que se qualquer uma dessas coisas acontecer eu vou levar uma bela advertência e eu já sei de cor as consequências disso.

Então me forço a prestar atenção e me esforço para entender o conteúdo, todas as fórmulas e cálculos, até o sinal indicando o fim do terceiro tempo tocar.

Pego meus livros e levanto, me preparando para ir para a próxima aula.

– Eu quero um relatório sobre a função desses sistemas até terça — Professor Park anuncia antes do final da penúltima aula. — Sem falta. Estão dispensados.

Jogo os livros na mochila, sem disposição para carregar nos braços e começo me arrastar até a tão sagrada última aula do dia. Já sonhando em voltar para o meu quarto.

É nesse momento que Namjoon, o presidente do conselho escolar, passa correndo por mim, Jin indo logo atrás.

Meu coração acelera e na hora sei que se trata do meu melhor amigo. Namjoon nunca corre assim a não ser que esteja acontecendo algo grave, como uma reunião ou uma confusão. E como nunca é a primeira opção, só me resta a segunda.

E se tem uma coisa que eu aprendi nesses anos de amizade, é que onde tem confusão, tem Kim Taehyung.

Agarro a alça da minha mochila e vou logo atrás, procurando com os olhos alguma rodinha de pessoas ou uma pequena multidão sedenta por violência. Não é difícil achar.

Tento dar a volta no pessoal, mas acabo tendo que me meter no meio, empurrando e pedindo desculpas enquanto tento chegar até o ponto da confusão. A imagem apesar de não me surpreender mais, ainda me assusta.

Taehyung tem mãos gentis; mãos macias que fazem carinho no meu cabelo quando eu não consigo dormir e ficamos acordados a noite inteira no terraço; mãos que seguram meu rosto quando eu choro e me fazem cócegas quando eu não consigo sorrir. Mãos que limpam machucados com delicadeza, as mesmas mãos fechadas em punhos que eu consigo ver causando eles em outra pessoa.

São dois garotos. Jin está segurando um deles e gritando para que o outro pare e eu não consigo ver Namjoon em nenhuma lugar a vista, provavelmente foi chamar o diretor.

Taehyung está batendo mas também está apanhando e eu me encolho a cada soco que ele não consegue desviar ou revidar. Olho em volta, implorando silenciosamente para que algum responsável apareça porque eu não posso me meter.

Se eu tentar separar e o diretor aparecer, vou levar uma suspensão e vão, com certeza, ligar para Yoosung. A última vez que eu levei uma suspensão por me meter em brigas, não pude ir a escola por três dias ou veriam os machucados no meu rosto.

Mas a briga continua e o outro garoto conseguiu derrubar Taehyung, os dois estão rolando pelo chão entre socos e pontapés e eu sinto em mim quando ele deixa um murro na barriga do meu melhor amigo.

Taehyung se encolhe, parecendo ofegar por ar, mas o outro garoto não para.

Dou um passo a frente.

Você não pode. Yoosung vai te matar.

Taehyung ainda não levantou. Dou mais dois passos.

Hoseok. As consequências. Você sabe as consequências.

Mas eu ignoro a voz na minha cabeça. Não importa as consequências, não quando o assunto for ele. Por Taehyung, não há nada que eu não faria.

É rápido e quando eu percebo, já estou em cima do outro menino, alguém que reconheço ser do mesmo ano que eu. Empurro ele com força, tentando afasta-lo.

— Para!

— Não se mete nisso, Hoseok!

Ele tenta avançar novamente e eu me meto no meio mais uma vez, recebendo um empurrão que me joga com força para trás. Mas eu não chego a cair porque Taehyung já levantou e me segura.

Seguro Taehyung de volta porque sei que ele vai voltar para a briga se eu não tentar impedir.

— Taehyung, para! É sério, o diretor...

Não consigo responder porque de repente estou no chão e Taehyung está em cima do garoto. Levo alguns segundos para assimilar que eu fui empurrado e não foi por ele.

Eu percebo o diretor antes de vê-lo realmente. Os alunos começam a sair apressados e eu vejo Namjoon.

— O que diabos está acontecendo aqui?

O garoto, de sobrenome Yoo, empurra Taehyung com força, olhando assustado para o diretor. O loiro não presta a mínima atenção no homem furioso a nossa frente e vem em minha direção, o idiota estatelado no chão, me ajudando a levantar.

— Você tá bem? — Pergunta preocupado.

— Eu tô...

— Os três. Na minha sala. Agora. — O diretor não grita e isso me assusta ainda mais. O assunto ficou sério.

Ótimo.

Uma briga de mais ou menos 15 minutos foi o suficiente para me render uma advertência e três dias em casa. Suspensão. Taehyung e o outro garoto, vão ficar depois da aula uma semana para ajudar na limpeza.

— Me desculpa — Taehyung sussurra minutos depois, na enfermaria.

— Fica quieto.

— Hoseok.

Ignoro e continuo limpando o machucado em sua boca e sobrancelha e os arranhões em seu maxilar.

— Hoseo...

— Por quê você faz essas coisas? — Resmungo, irritado. — Você acha certo? Sair batendo nos outros por causa dos seus problemas?

— Ele começou. Eu não vou pedir desculpa pela briga.

Reviro os olhos. Claro.

— Eu tô falando sério! Ele estava vindo atrás da gente, ele... Ele viu você pegando minha mão.

— E daí?

— Você sabe, Hoseok. Todo mundo nessa porcaria acha que a gente namora. Eu já estava nervoso e ele falou demais. Ele que começou, se você quer saber.

Solto um suspiro derrotado e largo o algodão molhado de álcool e agora, sangue. Coloco um curativo no corte em sua sobrancelha e outro nos arranhões.

— Você não pode sair batendo em todo mundo que falar maldade de mim, Kim.

— Não me chama assim. E é claro que eu posso.

Não consigo segurar e acabo rindo baixinho, sentindo suas mãos tocarem minha cintura e me puxarem para perto, até eu estar parado entre suas pernas. 

— Eles não vão ligar pro seu pai, vão?

Meu sorriso morre e eu sinto um arrepio de medo, pensando em qual versão do meu pai eu vou encontrar quando chegar em casa. O pai que lutou para me adotar, cuidou de mim e me amou ou o homem que foi deixado pelo marido e bate em mim.

— Vão. Já devem ter ligado a essa hora.

A expressão no rosto de Taehyung se torna sombria, a mesma expressão que ele usa toda vez que sai nos chutes com alguém.

— Não vou deixar ele te bater de novo.

— E você vai fazer o que? Plantar guarda lá em casa?

— Eu dou um jeito.

— Tae.

O loiro fica em silêncio por alguns segundos antes de sorrir e descer a mão da minha cintura para o meu bolso, sem a mínima vergonha, pegando meu celular.

— O que você tá fazendo?! — Pergunto em pânico. — Taehyung!

— Relaxa — Sorri — Mandei uma mensagem dizendo que você vai passar a noite aqui estudando com o clube de matemática e então nós dois vamos pro terraço e ficamos a noite lá.

— Ele nunca vai cair nessa.

— Na verdade, vai sim. Jimin esqueceu o celular comigo hoje cedo, já mandei uma mensagem do dele confirmando a história.

— O líder do clube de matemática? Namorado do Jungkook?

— Esse aí mesmo. Eu sou um gênio, pode falar. Já estava planejando isso desde hoje cedo.

Reviro os olhos de novo, um hábito rotineiro quando estou com ele e Taehyung ri alto, o sorriso quadradinho aparecendo em seu rosto.

Ele me abraça, erguendo o rosto para conseguir me olhar naquela posição, os olhos escuros me analisando com cuidado. Levo minhas mãos até seu cabelo, tirando os fios loiros de seu rosto, me inclinando em sua direção.

Não sei quando essa coisa de nos tocarmos desse jeito começou. Não sei quem beijou quem primeiro, não sei quando esse acordo mútuo teve início. Não é amizade colorida, mas também não é namoro. Somos...nós.

Sinto que devia me sentir incomodado, mas não me sinto. Taehyung me tem e eu o tenho. Isso é o bastante por agora.

Nossos lábios se encontram em um meio termo e eu suspiro contra sua boca, soltando seu cabelo para enlaçar meus braços em seu pescoço, abrindo minha boca e sentindo sua língua encontrar a minha.

Taehyung tem gosto de bala de hortelã e sangue, pelo corte no canto de seu lábio inferior, mas eu não ligo. Não quando ele me segura e me beija desse jeito.

Não é um beijo longo, o medo de alguém entrar e nos ver assim me impedindo de continuar. Me afasto devagar, deixando um selinho demorado em seus lábios antes de me afastar completamente.

— Eu estava pensando ontem à noite, quando minha mãe conseguiu dormir — Começa, ainda me segurando. — A gente poderia, você sabe...

— O quê?

— Fugir. Nós dois.

O quê?!

Fecho os olhos e deito a cabeça em seu ombro, rindo fraco. A ideia é ridícula demais.

— É sério. Eu poderia arrumar um emprego e a gente poderia achar um lugar barato e só... Sair daqui. Disso. Ninguém nunca mais ia te machucar.

O abraço com força, sentindo meu coração aquecido e dolorido ao mesmo tempo.

— Isso é lindo — Sussurro. — Mas é só um sonho, Taehyung. Você sabe que a gente não pode. Eu não vou deixar a Sook com ele e você não vai deixar sua mãe.

— Podemos dar um jeito. Algum dia.

Volto a fazer carinho em seu cabelo, os olhos fechados, imaginando um futuro onde nós dois estamos juntos e longe daqui. Um sonho bonito, mas muito distante.

— Meu pai me caçaria até me achar. — Comento.

Taehyung ri, seu ombro batendo de leve contra minha testa.

— Eu faria de qualquer forma.

— Faria? O quê?

Sua voz fica baixa e suave quando ele responde, tão diferente da voz do garoto que estava distribuindo socos e obscenidades há uma hora.

Eu fugiria e me esconderia com você.

   


Notas Finais


OLÁ

Espero que tenham gostado, esse ficou maior, como prometido ~~ e explicou melhor a situação do Hoseok, logo mais à frente vai ser a do Taehyung, o valentão do kpop ajwjsjs brincadeira

A história vai ser Hoseok P.O.V mas talvez tenha o ponto de vista do Taehyung em algum momento. Lembrando que nessa história o Taehyung é alguns centímetros mais alto que o Hoseok.

Gostaram? Devo continuar? Podem dizer o que acharam, ia me fazer muito feliz hehe até o próximo capítulo

Misaki


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