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História I don't fucking care - O Coitadinho


Escrita por: wftmoose

Notas do Autor


Oie amores <3

Não tenho nada para falar então...Até as notas finais!

Capítulo 4 - O Coitadinho


Fanfic / Fanfiction I don't fucking care - O Coitadinho

POV Lúcifer

 

   Acordei, um pouco sonolento, com os poucos raios de luz que passavam pela janela. Sentei na cama esfregando meus olhos, em uma tentativa falha de acordar mais rápido. Olhei para o lado e Crowley não estava em sua cama, fazendo com que passasse pela minha cabeça a possibilidade de estar atrasado.

   Em um salto, saí da cama e abri a porta do banheiro, pegando a escova de dentes que havia deixado lá no dia anterior. Coloquei a pasta rapidamente, me apressando em escovar os dentes o mais rápido possível. Abaixei para cuspir o conteúdo em minha boca, enxaguando-a com um pouco de água. Quando fui levantar a cabeça, olhei para o espelho e vi o reflexo de Crowley bem atrás de mim. Estremeci da cabeça aos pés e derrubei o objeto em minhas mãos involuntariamente, por conta do susto.

   - Que droga, Crowley! – gritei com minha respiração alterada.

   - Está com medo de algo? Em dias normais é você quem me assusta – respondeu com um sorriso brincalhão nos lábios. Ele pegou a escova do chão e me entregou – De nada.

   Passei as mãos pelo rosto, bufando por ter acordado.

   - Que horas são? – bocejei

   - São quase 6 horas, porquê?

   - Não acredito que acordei tão cedo... – disse para mim mesmo.

   - Volta a dormir então, gênio.

   - Agora não dá. Eu já levei um susto, levantei correndo...Será um pouco difícil de dormir de novo – disse virando de costas para pegar uma toalha – Inclusive, isso foi por sua causa, então se sinta culpado.

    - Como assim? – perguntou confuso.

    - Quando eu vi que você não estava na sua cama, achei que estivesse atrasado – disse suspirando – Enfim, já aconteceu. O que eu preciso mesmo é de um banho quente, então...Até daqui a pouco, imbecil – ouvi ele dando um risadinha e logo depois sentando em sua cama.

 

POV Castiel Novak

 

   - Será que você pode parar de falar por um maldito segundo? – gritei com Nathaniel, após ouvir uma série de reclamações sobre a minha demora no banho.

   - Eu vou reclamar isso com a diretora, você é um péssimo colega de quarto – revirou os olhos.

   - Digo o mesmo a você – diminui o tom de voz, me concentrando na música que estava escutando – Nerdizinho de merda... – falei para mim mesmo, mas, aparentemente, foi alto demais.

   - O que você disse? – gritou incrédulo, se aproximando de mim.

   - Você tem dois ouvidos, até onde eu sei – ignorei-o totalmente.

   - E uma boca, para contar tudo isso que você falou, seu...seu bruto. A diretora irá puni-lo por isso.

   - Blábláblá diretora, blábláblá punição...Que parte do “eu não me importo” você não entendeu? – já estava ficando cansado – Quer saber? Vá se ferrar, eu tenho coisas mais importantes do que ficar discutindo com alguém sem argumentos.

   Saí do quarto aliviado, pois odiava aquele clima de discussão. Estávamos brigando desde quando eu havia acordado, o que era insuportável. Mandei uma mensagem para a Charlie, perguntando onde ficava o quarto dela. Eu precisava rir um pouco, meu dia tinha começado de uma forma terrível.

   Ela me respondeu rapidamente, questionando o porquê de ter perguntado aquilo. Resolvi não falar nada e apenas ir até lá. Bati na porta, ouvindo alguém murmurar alguma coisa do outro lado. Fui atendido por uma garota loira, extremamente bonita.

   - Olá Castiel, o que faz aqui? – ela perguntou sorrindo, mas ao mesmo tempo confusa.

   - Oi, então...Desculpa, eu já devo ter te visto, mas não sei seu nome – falei meio desajeitado.

   - Jo Harvelle, prazer – ela disse estendendo a mão. Apertei gentilmente – Entra.

   - Calma, como você sabe meu nome? – disse a olhando, um tanto quanto confuso

   - Você é o novato que “enfrentou” o Dean, não é?

   - Ah, agora eu sei o porquê de me conhecer – sorri amarelo.

   Entrei no quarto, percebendo que, apesar de ainda estar cedo, as meninas já haviam arrumado suas camas. Estava olhando envolta, quando Charlie saiu do banheiro. Ela levou um susto, fazendo com que eu e Jo ríssemos de sua expressão.

   - Novak, seu filho da puta – disse ela com a mão no peito.

   - Bom dia para você também, ruiva.

   - O que você está fazendo aqui?

   - Visitinha – sorri – Aliás, vocês são muito organizadas. Fiquei impressionado.

   - Isso é totalmente culpa da Charlie, porque se ela não estivesse aqui, até caixinha de chiclete você ia encontrar no chão – a loira disse e eu ri alto – Brincadeira, mas ela é a Srta. Organização, literalmente.

   - Não exagere – a ruiva revirou os olhos – Enfim, achei que você acordava mais tarde, por isso a surpresa.

   - Eu posso ter essa cara de mendigo, mas eu sou responsável – ri da minha própria piada, sendo acompanhado pelas meninas.

   Ouvi a porta sendo aberta e levei um susto. Quando vi quem era, coloquei o rosto entre as mãos.

   - Tá de brincadeira... – sussurrei para mim mesmo, vendo a figura de um loiro entrar no quarto.

   - Dean! O que está fazendo aqui? – Charlie perguntou animada.

   - Visitinha – ele sorriu e as meninas olharam para mim.

   - O que foi? – perguntei como se tivesse perdido alguma coisa.

   - Vocês falaram exatamente a mesma coisa – Jo disse e Charlie segurou o riso.

   - O que ele está fazendo aqui? – Dean me olhou com desprezo.

   - O mesmo que você, princesa – direcionei meu olhar para ele – Mas eu acho que já vou indo, preciso pegar algumas coisas no armário ainda.

   - Tá bom... – Charlie estranhou um pouco, mas logo esqueceu – Tchau.

   - Tchau Jo, tchau ruiva – passei pelo loiro e o olhei de cima a baixo – E...tchau, princesa.

   - Vadia – ele murmurou.

   - Idiota – respondi e fechei a porta, seguindo meu rumo.

 

POV Charlie Bradbury

 

   Apenas com 3 dias de convivência com Castiel, já sabia mais ou menos como ele era: simpático, levemente tímido (mesmo que ele não percebesse), fofo, engraçado, sarcástico e, principalmente, provocador. Essa característica também poderia ser atribuída ao Dean, mas o moreno é quem fica em primeiro lugar.

   Outra coisa que havia notado, e que todos concordavam, era que Dean e Castiel eram muito parecidos. Não de aparência física, mas o jeito de ambos era idêntico. As respostas, as piadas, as perguntas...muitas coisas foram feitas da mesma forma. Tentei convencer o loiro disso, mas ele, simplesmente, ignorava e negava esse fato.

   - Vocês falaram a mesma coisa quando eu perguntei o que faziam aqui, ele te respondeu como você faz com o seu irmão, e você ainda quer contestar? – perguntei incrédula.

   - É óbvio! Aquele babaca não se parece nada comigo – ele disse enfatizando o “nada”

   - Admita, vocês são idênticos – disse Jo olhando com um sorriso de canto.

   - Calem a boca, pelo amor das tortas – fechou os olhos resmungando.

   Resolvemos não falar mais nada, pois seu orgulho o impedia de admitir isso. Mesmo se ele quisesse seria impossível, ele odiava o moreno com todas as suas forças. Castiel, por sua vez, não parecia ter ódio e sim um certo incômodo, o que era bom de uma certa forma.

***

    Eu e Dean conversávamos enquanto a professora passava algumas pequenas frases na lousa, completando aquilo que ela havia explicado grande parte da aula. Muitas vezes o loiro se distraía e olhava fixamente para o teto, como se estivesse cavando coisas em sua mente. Sorrisos carregados de maldade e sarcasmo (como era de se esperar) saiam de seus lábios, fazendo com que eu me perguntasse o que diabos ele estava planejando, afinal, não ficava alheio com facilidade, só quando estava elaborando algum plano diabólico mentalmente.

   O sinal tocou e deixei grande parte das minhas coisas na sala, até porque ficaríamos ali mesmo depois do intervalo. Olhei para Dean e ele levantou me seguindo até o corredor.

   - Eu preciso resolver algo – ele disse enquanto eu guardava coisas inúteis dentro do armário.

   - E precisa ir sozinho...sei – revirei os olhos – Tá, vai lá, só não faça merda.

   - De forma alguma – ele me devolveu um sorriso diabólico, que me fez ter medo do que poderia estar planejando. De uma certa forma, sabia que não era coisa boa.

   Mesmo recebendo a “ordem” de que não deveria segui-lo, fui atrás dele sem que percebesse. A curiosidade era grande e, pela minha experiência, ainda não havia matado o gato.

   De longe vi ele esbarrando forte em Castiel, que reclamou da atitude do mais velho. Continuou jogando os livros em seu armário, como fazia antes de terem quase arrancado seu ombro.

   Logo vi o loiro se reaproximando do moreno, o que me fez pensar na pior das hipóteses. Esse ano definitivamente seria idêntico ao ano passado.

 

POV Castiel Novak

 

   Após a pancada que levei no ombro que, obviamente, havia sido proposital, eu só queria ser deixado em paz. Não bastasse o meu dia ter começado com alguém enchendo meu saco, teria que continuar da mesma forma.

   Bufei e guardei o último livro que restava, suspirando de alívio por, finalmente, poder comer. Quando ia começar a andar, Dean me prensou contra os armários fazendo com que eu gemesse de dor.

   - TPM tem limite. Não sou seu saco de pancada e, muito menos, seu namorado para ficar me prensando assim – tentei desviar, mas ele me impedia. Estava começando a ficar impaciente.

   - Sabe, Castiel, eu tenho de você – franzi o cenho, completamente confuso – Com esse seu jeitinho, todo metido, que se acha superior aos outros, sabe? Você é só um coitado querendo atenção e isso me dá pena – ri alto, percebendo que pessoas desocupadas nos observavam.

   - Olha quem fala...

   - Eu não iria querer ser seu pai, sinceramente, você deve ser uma decepção – parei de rir e o olhei surpreso, sentindo uma pontada em meu peito – Ah é, ele não está aqui para ver a merda que o filho dele se tornou, não é? – tirei sua mão, que estava ao lado da minha cabeça, apoiada em um dos armários.

   - Cale a boca.

   - Você é um revoltadinho, que justifica suas atitudes pelas perdas. Você é apenas uma montanha de lixo, que todos desprezam. Sua maior arma é tentar zoar os outros para ganhar destaque, ser o diferente ou sei lá...talvez enterrar a dor que você sente? – meu sangue já borbulhava e meus olhos queimavam de raiva.

   - Dean, já chega – Lúcifer se intrometeu.

   - Ouviu o que eu disse, Castiel? Você não passa...de um...pequeno...merdinha! – ele dizia pausadamente com o rosto cada vez mais próximo do meu, cuspindo aquelas palavras na minha cara. O olhei com fúria nos olhos – Não vai fazer nada...? Princesa – aquilo foi a gota d’água.

   Soquei seu maxilar com vontade, fazendo ele cambalear para trás. Cada soco que eu desferia em seu rosto era um xingamento do outro, em relação a minha família. Aquele era meu ponto fraco e o desgraçado sabia disso. Quando ele caiu no chão, subi em cima dele dando mais e mais socos, até que senti alguém me puxar bruscamente. Quando olhei para a figura era um homem velho, com os cabelos consideravelmente grisalhos, possuía uma barba e carregava um olhar irritado.

   - Você, para a diretoria – ele disse apontando para mim – E você – apontou para Dean, que ainda estava no chão com o rosto coberto de sangue – Alguém o leve à enfermaria.

   Fui arrastado até uma sala com uma grande porta de vidro, pela qual já havia entrado, mas não por esse motivo. Encarei a mulher que estava sentada, indiferente, apesar de um frio percorrer minha espinha. Não queria queimar meu filme com uma semana de aula.

   - Este garoto estava brigando com Dean nos corredores da escola e... – ele foi interrompido.

   - Onde o Dean está, Bobby? – a mulher perguntou confusa.

   - Na enfermaria – ele olhou para mim, jogando toda a culpa nas minhas costas.

   - Está bem, pode voltar para as suas funções, Sr. Singer – ela comandou e o homem saiu apressadamente.

   Ela me encarou por alguns segundos e indicou para que eu me sentasse. Eu a olhava calmamente, transparecendo que não estaria muito preocupado com as consequências, até porque já sabia quais seriam.

   - Você não vai tentar se explicar? – a ruiva me perguntou como se esperasse que eu já tivesse feito aquilo. Eu tombei a cabeça para o lado, um tanto quanto confuso – Todos os alunos chegam aqui e fazem um escândalo. Você simplesmente ficou calado, como se não tivesse a menor importância.

   - Do que adiantaria eu me explicar? Os castigos seriam os mesmos, a única coisa que mudaria é que minha reputação com você estaria totalmente ferrada, Srta...

   - Rowena – ela completou – Você está certo, mas eu gostaria de saber o que aconteceu, para que eu possa conversar com o Winchester.

   Contei o que havia acontecido, sem mudar minha expressão, e ela pareceu acreditar.

   - Sabe, Castiel...As pessoas podem falar o que quiserem de você, não importa o que falem. Mas família é algo que eu, particularmente, acho que não se deve mexer. Ele realmente passou dos limites – ela me olhava como se entendesse exatamente o que eu sinto – Nós explodimos quando ouvimos coisas desse tipo, e como você mesmo disse,não queria nada disso.

   - Não mesmo.

   - Eu não acho que a culpa foi sua, não totalmente. Por isso, irei apenas lhe dar uma advertência – disse escrevendo algo em um pedaço de papel e me entregando, logo em seguida.

   - Obrigado, Srta. Rowena – sorri de leve.

   - Não me agradeça por isso – fui até a porta e, quando ia sair, ela chamou minha atenção – Vou conversar com ele amanhã, quando possível – assenti e acenei com a mão para me despedir.

***

   Entrei na sala e todos me encararam assustados. Provavelmente, acharam que seria suspenso ou voltaria com um membro amputado, mas eu até estava sorrindo. Até para mim aquilo era estranho. Todos falavam daquela mulher como uma bruxa, mas ela não havia demonstrado isso em nenhum momento. Talvez fosse o jeito dela de se vestir: sempre com vestidos longos e chamativos, unhas compridas com muitos anéis e salto alto.

   Sentei em meu lugar e observei a carteira de Dean vazia. Um sentimento de alívio surgiu em mim, fazendo com que eu suspirasse involuntariamente. Mas como nem tudo na vida é flores, ouvi a porta sendo aberta e um Dean cheio de curativos pelo rosto entrou, sendo acompanhado de Charlie e Lúcifer.

   A professora o olhou, se surpreendendo com os machucados.

   - O que aconteceu, Dean? – perguntou assustada.

   - Pergunte para ele, talvez saiba explicar melhor do que eu – olhou para mim sarcástico e sentou em seu lugar com os braços cruzados. A Srta. Harvelle, professora de história, logo entendeu e continuou a escrever na lousa.

***

   Conforme andava pelos corredores, algumas pessoas me olhavam torto, enquanto outras olhavam como se nada tivesse acontecido. Muitas garotas paravam Dean para saber o que havia acontecido, o que me irritava. Não era como se ele fosse o coitadinho, até porque ele tinha pedido para ser agredido.

   De qualquer forma, a única coisa que eu queria era paz. No meu quarto, certamente, não encontraria, então fui à biblioteca. Aproveitei e comecei um trabalho de ciências. Estava me preparando psicologicamente para voltar aos dormitórios. Até pensei na possibilidade de encontrar Charlie ou Jo, mas elas deveriam estar com aquele “Losechester” naquele momento.

   Eu só queria ser enterrado num buraco e nunca mais sair de lá.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo!

Deixem o favorito e o comentário, me ajuda muito <3 Tirem suas dúvidas comigo também. Pode ser por mensagem ou pelos comentários mesmo..

Beijooss <3


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