— Amor, você tem certeza que o Minhyung vai ficar bem?
Chittaphon perguntava aflito, enquanto sentava ao lado do marido, o abraçando. Seu coração estava apertado por saber que seu filho estava sofrendo. Minhyung, desde que foi adotado pelos dois quando bebê, demonstrava ter um problema sério com assuntos relacionados a idas ao hospital, sangue, machucados e injeções. Ele tinha um medo tão grande que beirava o irracional e aquela era a segunda vez que ele precisaria ficar dias no lugar por conta de uma cirurgia.
O garoto já tinha chorado e gritado, implorando pelos pais que infelizmente não poderiam acompanhar durante o procedimento. Era muito sofrimento para uma criança de oito anos passar e aquilo fez o pai do garoto chorar. O outro pai, Jaehyun, tentava se manter forte para acalmar Chittaphon e depois seu filho, quando eles já o pudessem ver.
— Nosso garoto vai ficar bem, amor… Ele provavelmente já está sedado agora. Vai dar tudo certo.
Depois de algumas horas, os médicos apareceram e disseram que a cirurgia tinha sido um sucesso e que Minhyung acordaria após algumas horas. Chittaphon suspirou aliviado entre os braços de Jaehyun.
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Minhyung acordou sentindo seu corpo levemente paralisado. Conforme seus sentidos voltavam, um sentimento de desespero começou a tomar seu corpo, ainda mais quando viu seus braços conectados por aparelhos estranhos e uma dor aguda o fez gritar quando a curiosidade o atiçou a mexer ali.
Não tardou para que as enfermeiras aparecerem e verem que o menino estava tentando sair dali. Estava tão aflito que tiveram que chamar o médico para o verificarem.
— Eu quero meus papais! — A voz infantil falava conforme chorava. No jeito que o garoto estava, a única alternativa foi pedir para que os pais dele entrassem ali. O rosto de Chittaphon estava com uma aparência cansada e com olheiras, não se diferenciando de Jaehyun. Assim que entrou, o mais baixo correu até o filho, o abraçando com cuidado enquanto sentia sua roupa ser segurada pelos dedos pequenos. As lágrimas molharam sua camiseta e ele depositou um beijo na cabeça do filho, o largando apenas para que Jaehyun o pudesse abraçar também.
— Papai, eu quero ir embora… — Choramingou nos braços do mais alto, enquanto o segurava e não o soltava de maneira alguma. — Eu não quero mais ficar aqui!
— Meu amor, você vai precisar ficar aqui mais alguns dias até você ficar melhor. — O choro dele aumentou e seu rosto foi acariciado. — Mas eu e o papi vamos ficar com você o tempo todo, hm? Você não vai ficar sozinho…
— Eu não gosto de hospital… — Falava enquanto fungava. — Tá doendo aqui… — Apontou o local onde tinha feito a cirurgia. — Não me deixa sozinho papai, eu tenho medo…
— Eu prometo que não vou te deixar, mas você precisa ficar mais calmo para sarar mais rápido, ok? — Perguntou enquanto o marido acariciava os fios do menino, o vendo assentir com a cabeça enquanto tentava segurar o choro.
Depois de uns minutos com a companhia dos pais e de se alimentar, o garoto adormeceu.
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Uns dias se passaram e Minhyung se sentia solitário. Por mais que os pais não o deixassem em momento algum — só quando o médico lhe pediam para que pudesse examinar melhor o garoto ou quando se revezavam para irem fazer seus afazeres de adultos —, sentia falta do amigos, principalmente Donghyuck, que era o seu melhor amigo. Sentia saudade da companhia dele e de como se divertia enquanto brincavam.
— Você tá bem, meu amor? Está quietinho hoje. — Chittaphon comentou, enquanto acariciava as costas da mão do filho. Estava sentado na poltrona ao seu lado. Jaehyun estava dormindo naquele momento em sua casa, já que ficaria a noite e madrugada com ele.
— Estou com saudades do Hyuckie. — Fez um biquinho. — Ele vai vir me ver?
— Eu posso trazer ele aqui se você quiser. Você consegue esperar um pouquinho até eu ir buscá-lo? — Perguntou, vendo Minhyung sorrir como fazia tempo que não sorria. O garoto assentiu sua cabeça repetidas vezes, de forma animada. O pai do garoto sorriu, telefonando para a mãe de Donghyuck, que por sinal era uma amiga muito querida. Os garotos literalmente cresceram juntos por esse motivo.
Depois de uma hora, Donghyuck apareceu pela porta e Minhyung sentou-se sorridente, abraçando o amigo fortemente.
— Estava com saudade, Hyung! — O garoto mais novo comentou, entregando uma sacola para o amigo. — Eu trouxe um pedaço de bolo de chocolate para você sarar rapidinho. — Comentou, orgulho de si mesmo por ter pedido para o tio de consideração comprar um bolo para o amigo para que ele pudesse dar a Minhyung.
— Eu também estava com saudade, Hyuck. Eu prometo sarar rapidinho para brincarmos! — Juntaram os dedinhos mindinhos como sempre faziam quando tinham seus planos cúmplices. — Eu não aguento mais ficar aqui.
— O tio Ten disse que logo você vai poder voltar pra casa e eu vou poder dormir lá uma semana inteira, vamos brincar muito! Eu vou ficar aqui enquanto você não poder voltar.
— Mas é muito tempo, Hyuck. Você não vai poder ficar aqui… — Lastimou. Recebeu mais um abraço forte do amigo.
— Mesmo que eu não fique aqui todos os dias eu te prometo que sempre estarei ao seu lado, Hyung. — O garoto comentou sorridente. — Agora abre o bolo para eu experimentar por favor!
Minhyung riu daquele comentário. Donghyuck tinha aquele lado engraçado e animado que só ele tinha, que deixava a vida dele muito mais feliz. Ele só esperava que seu melhor amigo nunca saísse do seu lado.
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