Madu.
Acordei com batidas na porta de casa, olhei no relógio e eram oito da manhã e eu levantei me arrastando e fui até a porta. Quando olhei no olho mágico vi o rosto de Thiago e entrei em desespero.
- Já vai, tô procurando as chaves. - gritei.
Fui correndo pro banheiro e escovei os dentes, soltei os cabelos e passei um pouquinho de perfume e fui correndo atendê-lo. Quando abri a porta ele estava segurando um buquê de flores e uma cesta cheia de coisas gostosas e eu não consegui conter o sorriso, e ele sorriu junto.
- Bom dia, feliz aniversário! - ele disse.
- Bom dia, que lindo! - sorri dando passagem pra ele entrar.
- Te trouxe um café da manhã especial. - ele disse colocando tudo em cima da mesa.
- Muito obrigada Thiago. - sorri ainda boba.
- Quero te desejar um monte de coisas boas, e que você seja muito muito muito feliz. - ele disse me abraçando.
- Não precisava tudo isso, só de lembrar já estava bom. - eu disse quando a gente se soltou.
- Claro que precisava, você tá sendo uma parceirona merece. - ele disse me puxando pra mesa.
- Ai, tem chocolate! - eu disse abrindo a cesta.
Tomamos café da manhã juntos e conversamos mas eu não prestava atenção em algumas coisas que ele falava porque eu só conseguia ficar admirando aquele rosto tão lindo dele, a forma como sua boca se mexia quando ele sorria e os seus olhos nos meus.
- E aí? - ele estalou os dedos na minha frente.
- Desculpa, o que você disse? - perguntei.
- O que vai fazer hoje? - perguntou rindo.
- Vou jantar com os meus pais, é uma maneira deles se encontrarem também. - eu disse sorrindo.
- Isso, você é esperta. - ele sorriu.
- Sou tão esperta que estou te convidando também. - eu disse.
- Não Madu, que isso...é uma comemoração familiar. - ele disse.
- Por isso mesmo, você é meu amigo e dos meus pais também. - eu disse.
- Não sei...- ele coçou a nuca.
- Me ajuda vai, se as coisas complicarem pelo menos você pode me ajudar. - eu pedi fazendo beicinho.
- Tá, e o que eu ganho com isso? - perguntou rindo.
- A minha maravilhosa companhia. - eu me gabei e ele revirou os olhos ainda rindo.
- Eu aceito. - ele disse e eu o abracei.
- Valeu mesmo. - sorri.
- Como se sente com 18 anos? - perguntou me ajudando a por os pratos sujos na pia.
- Uma dangerous woman super sexy. - eu disse e ele me encarou com uma sobrancelha arqueada.
- Sério? Uma mulher perigosa? - ele perguntou rindo.
- Porque não? Esse 1,65 aqui tem muita coisa viu? - eu disse sorrindo.
- Eu sei bem disso. - ele disse dando uma conferida em mim dos pés a cabeça.
- Quer dizer, não sei. - ele chacoalhou a cabeça e depois virou-se de costas.
- Eu já vou, que horas eu passo aqui? - perguntou.
- As sete. - eu disse.
- Tudo bem. - ele disse dando um beijo na minha testa.
- Eu ia dizer pra você estar lindo, mas isso eu não preciso nem dizer né? - brinquei e ele gargalhou antes de sair do meu flat.
Eu estava feliz que ele estava começando a reparar em mim de uma forma diferente, percebi que ultimamente ele tem mais contato comigo e estamos mais a vontade um com o outro e eu estou adorando isso.
Passei o dia tentando decidir que roupa usaria hoje a noite para impressionar os meus pais e Thiago também, cuidei do meu cabelo e da minha pele pela tarde enquanto conversava pelo Skype com Murilo. Quando a noite foi chegando eu comecei a me arrumar e espiar Thiago pela janela do meu quarto e vi que ele estava colocando uma camisa de manga e não pude deixar de ver o quão lindo ele estava.
Eu tinha escolhido um dos meus vestidos favoritos e assim que o coloquei no corpo fiquei pensando se Thiago gostaria tanto quanto eu, escolhi um salto porque eu queria ficar a altura - literalmente - dele hoje e quando ele bateu na porta eu fui correndo atender.
- Uau, você tá linda! - ele disse me olhando de cima à baixo.
- Que bom que gostou. - sorri.
- Gostei mesmo. - ele sorriu.
- Você também está lindo. - eu disse.
- Podemos ir? - perguntou.
- Só vou pegar a minha bolsa. - eu disse voltando ao quarto.
Passei mais perfume porque eu estava sentindo que a noite iria ser muito boa hoje, peguei a bolsa e as chaves e nós saímos de lá. Ele abriu a porta do carro pra mim, estava sendo tão delicado e cuidadoso que fazia meu coração até acelerar, mandei mensagem para os meus pais e minha mãe falou que já havia chegado lá e o meu pai disse que estava só estacionando.
- Chegamos. - ele disse parando o carro.
- Vamos, mal posso esperar para vê-los. - eu disse sorrindo.
Quando entramos no restaurante eu avistei minha mãe e fui ao seu encontro mas assim que vi meu pai se aproximar da mesa meu coração quase pulou pra fora, fui andando llentamente - provavelmente com uma cara de chocada - até chegar a mesa e assim que ele me viu sorriu pra mim.
- Oi querida, feliz aniversário...espero que não se importe mas eu trouxe minha namorada. - ele disse e a vagabunda sorriu pra mim.
- Oi Madu, tudo bem? - perguntou.
Thiago.
Ver Juliana ali naquela mesa com tamanha cara de pau foi ruim pra mim, mas pra Madu foi pior ainda porque seu pai lhe apresentou como 'namorada'. Percebi a raiva nos olhos azuis brilhantes dela e a puxei de leve para se sentar ao lado de sua mãe.
- Thiago, que bom que veio! - ele levantou para me cumprimentar.
- Oi Rafael, a sua filha quem me convidou. - sorri.
- Querida, eu te comprei um presente mas ficou no meu carro...depois eu pego pra você. - ele disse e Madu só observava.
- Tudo bem. - ela respondeu sem muita animação.
Quando nossos pratos chegaram percebi algo tocar minha perna por debaixo da mesa e quando olhei eram as pernas de Juliana, olhei para ela que sorria maliciosamente e discretamente para mim e eu fui obrigado a afastar um pouco minha cadeira.
- Estou feliz que estamos jantando juntos no aniversário da minha pequena. - Rafael disse.
- O jantar era em família. - Anna disse sem olhar para ele.
- Estamos em família. - ele disse parecendo não entender o que até eu entendi.
- Desculpa, mas a sua namorada não faz parte da família. - ela disse afiada e Madu a encarou.
- Desculpe Anna, mas o Thiago também não faz parte da família. - Juliana disse.
- Pra mim ele faz sim, é meu amigo, amigo dos meus filhos e é uma pessoa de confiança então eu o considero família. - Anna tocou minha mão e eu sorri.
- Por favor Anna, não destrate a minha namorada. - Rafael pediu.
- Eu concordo com a minha mãe porque era pra ser jantar de família. E você trouxe a sua vagabunda junto pra que? - Madu se pronunciou.
- Maria Eduarda, eu não vou admitir que você fale mal da Juliana na minha frente. - ele reclamou.
- Vira de costas que eu continuo falando, não tem problema nenhum. - ela disse e eu segurei o riso.
- Já chega, para de se comportar assim! Eu te proibo de falar assim dela. - ele disse sério.
- Eu tenho duas coisas essa noite: 18 anos e Liberdade de Expressão e eu vou falar com a mulher que destruiu a minha família da maneira que eu quiser. - Madu disse e eu sorri com tamanha atitude.
- Não enquanto depender do meu dinheiro, você não pode criticar a minha vida enquanto a sua for um lixo. - ele disse e eu fiquei chocado.
- Você passou dos limites Rafael! - Anna levantou e saiu do restaurante.
- Você estragou tudo pai! - Madu levantou quase chorando.
- Não vai embora não docinho, fica pra sobremesa...ouvi dizer que a daqui é ótima. - Juliana disse provocando.
- Enfia a sobremesa nesse seu rabo! - ela disse e saiu andando.
- Ela extrapolou os limites. - ele resmungou e eu levantei também.
- Não trate a sua filha como segunda opção, você pode se arrepender de ter escolhido a primeira. - eu disse antes de correr atrás de Madu.
Quando saí do restaurante ela estava encostada no meu carro chorando e eu o destravei e abri a porta para ela entrar e ela pegou o celular pra ligar pra Anna mas ela não atendia.
- Ele estragou tudo. - ela disse tentando secar as lágrimas.
- Eu sei, foi injusta a maneira com que ele te tratou. - eu concordei.
- Me leva pra casa, por favor? - pediu.
- Claro. - eu disse.
Dei partida no carro e ela ainda estava chorando e eu fiquei com tanta pena porque ela estava imaginando de uma outra forma esse jantar e o Rafael levou a Juliana o que pareceu um tipo de afronta a menina, quando chegamos na frente do seu flat eu desci do carro e abri a porta pra ela sair.
- Quer que eu te deixe sozinha? - perguntei.
- Eu deveria dizer que sim, mas a sua companhia parece ser o tipo de coisa que vai me acalmar um pouco. - ela disse e eu sorri.
Entramos e chamamos o elevador, ela estava mais triste do que irritada e isso dava pra ver pelo seu olhar e por ela não ter dito uma palavra.
- Você ficou mexido por vê-la? - perguntou.
- Não, eu não estou mais ligando pra isso. - eu disse.
- Não mente. - ela disse.
- Não estou mentindo. - defendi.
- Está, tenho certeza que ainda gosta dela. - ela disse e eu revirei os olhos.
- Não gosto. - eu disse.
- Me prova então. - ela me encarou.
Empurrei-a na parede do elevador e coloquei suas mãos para cima e beijei sua boca, seria mentira se eu dissesse que esse não era meu pensamento desde que a vi hoje a noite antes de irmos pro jantar. Ela estava irresistível e eu me permiti continuar o beijo mais e mais até o elevador abrir no andar dela, ela procurou as chaves na bolsa pra enfiar na porta e eu aproveitei para beijar sua nuca e colar suas costas no meu corpo.
- Você tá me deixando louco. - eu disse mordendo seu ombro.
Quando ela finalmente abriu a porta nós entramos nos beijando e eu fechei a mesma com o pé enquanto ela tirava os saltos. Pequena, porém o que não tinha de tamanho tinha de atitude porque ela já foi me levando para o seu quarto e eu a empurrei na cama ficando entre suas pernas e puxando seu vestido pra cima apertando mais e mais as suas coxas.
- Me faz ser tua, Thiago. - ela disse.
Eu não nego que eu queria mas eu sabia que aquele não era o momento porque ela estava vulnerável e eu não tinha 100% de certeza se deveria fazer aquilo. Parei o beijo e ela me encarou.
- O que foi? - perguntou e eu coloquei seu cabelo atrás da orelha.
- Não é pra acontecer hoje. - eu disse.
- Porque não? - perguntou.
- Essas coisas tem que acontecer quando se tem certeza. - eu disse e ela me encarou confusa.
- Eu tenho certeza. - respondeu.
- Mas eu não, você tá chateada com o que aconteceu e não é assim que uma garota deve ter a sua primeira vez. - eu disse e ela sorriu.
- Está mesmo preocupado com isso? - perguntou.
- É claro que sim. - sorri.
- Então dorme aqui comigo, só dorme. - pediu.
- Não sei se devo. - eu disse pensando.
- Deve sim. - sorriu e me beijou.
E eu cedi, ela trocou - na minha frente - de roupa me fazendo babar no seu corpo, e eu tirei minha roupa também ficando apenas de boxer e deitei na sua cama do seu lado.
- Juro que não vou te tarar. - ela disse.
- Eu confio em você. - eu disse rindo.
Ela estava deitada de costas pra mim e eu a puxei pra mais perto colando seu corpo no meu, coloquei o rosto na curva do seu pescoço sentindo seu perfume inebriante e seus cabelos macios sobre meu rosto. Nunca tinha sido tão importante um momento desse pra mim e eu nem sabia se era certo, mas eu estava curtindo.
...
Acordei de manhã com uma respiração no meu pescoço me arrepiando e eu abri os olhos vendo quw havíamos trocado de posição e ela estava deitada no meu peito. A camisa fininha de seda me dava uma plena visão dos seus seios perfeitamente desenhados no tecido, ela abriu os olhos quando eu beijei sua testa e deu um sorriso pra mim.
- Bom dia. - eu disse.
- Bom dia. - ela sorriu.
- Madu! Abre aqui, eu preciso falar com você. - escutamos a voz de Rafael e levantamos bruscamente.
- Vai embora pai, eu não quero falar com você! - ela gritou.
- Se você não abrir, eu vou entrar. - ele ameaçou.
- E agora? - sussurrei pra ela que parecia tão perdida quanto eu.
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