Madu.
Escolhi meu vestido preto de renda e calcei os saltos e desci, faltavam poucos minutos pra todo mundo chegar e a vovó estava ansiosa. Cada passo que eu dava próxima a Thiago eu sentia o olhar da minha mãe sobre mim e eu fingia não ver, sei que as consequências de ter contado a sobre o que eu sinto por ele seriam porque ela ficaria de olho em cada passo nosso.
- Vó, não sou muito de fazer discursos mas a senhora merece que eu use esse meu lado oculto. Você sempre cuidou de mim enquanto a mamãe trabalhava e sempre levava eu e o Marcelo pra fazer biscoitos na sua casa...lembra? - eu disse e ela sorriu emocionada.
- Sou muito grata por te ter na minha vida e eu só quero dizer que eu te amo muito e que você sempre vai ter a sua pequena florzinha pra te ajudar, te apoiar e cuidar de você. - eu a abracei e todo mundo aplaudiu.
Até eu estava chorando quando nos soltamos, olhei pra Thiago que tinha um sorriso brilhante no rosto. Enquanto o pessoal ajudava minha avó a cortar o bolo e servir eu fui até o jardim da casa e encontrei Maurício brincando com uma rosa, sentei-me ao seu lado e ele sorriu pra mim.
- Porque está sozinho aqui? - perguntei.
- Estou pensando na vida. - ele disse.
- Alguém em específico? - perguntei.
- Você. - ele disse me olhando.
- Eu, o que eu fiz? - perguntei.
- Sei lá, acho que te ver de novo mexeu comigo. - ele disse e eu fiquei sem graça.
- Não me zoa...- eu ri.
- Se eu tivesse zoando eu faria isso? - ele perguntou.
E no mesmo instante sua boca foi de encontro a minha me beijando suavemente, me afastei dele delicadamente e ele me olhou confuso.
- O que foi? - perguntou.
- Eu não posso, eu gosto de outra pessoa. - eu disse e a voz de Thiago ecoou da porta.
- Madu! Vem. - ele me chamou com a mão e eu levantei.
- Desculpa Maurício, mas a gente é só amigo. - eu disse e fui até o encontro do Thiago.
- O que tava rolando ali? - ele perguntou passando a mão na minha cintura.
- Estávamos conversando. - respondi e nós fomos para a sala.
- Agora é hora de beber! - minha vó gritou.
- A parte que eu mais gosto. - eu disse.
- Pega leve. - ele disse no meu ouvido.
- Pegar em que? - passei a mão pela cintura dele.
Na hora em que o pessoal começou a beber Maurício estava no jardim com uma garrafa de vodka na mão e me olhava a todo segundo, Thiago me provocava por debaixo da mesa da varanda onde eu, ele, meu pai e minha tia conversávamos sobre a vida.
Sua perna roçava na minha e sua mão passava pela minha coxa me causando arrepios incríveis, meu pai e minha tian conversavam tão concentrados que nem percebiam nossas trocas de olhares e sorrisos até que Maurício começou a confusão.
- Você não quis ficar comigo por causa desse cara? - ele perguntou com a voz embargada.
- O que? - perguntei e todo mundo parou pra prestar atenção nele.
- Tá pensando que eu não vi? Vocês dois estão de rolo? Ele é velho pra você Duda. - ele gritava e todo mundo olhava.
- Do que ele tá falando? - meu pai perguntou.
- Ele tá bêbado. - minha tia disse.
- Cara, por favor...- Thiago disse levantando.
- A Duda tá pegando esse cara! - ele começou a gritar rodopiando com a garrafa de bebida na mão.
Eu estava ficando nervosa já até que ele me puxou pela mão me abraçando e eu tentei me soltar mas não consegui pelq força de seus braços.
Thiago.
- Solta ela. - Thiago pediu.
- Você é amigo do Rafa...ai Rafa, seu amigo tá comendo a sua filha! - ele começou a falar e eu percebi o nervosismo dela.
- Eu sou amigo dela e você tá bêbado, por favor solta ela e vai pra casa. - eu disse.
- Maurício, para com isso e larga ela...- Rafael disse e em seguida puxou Madu dos braços dele.
- Por favor, vai embora. - Madu pediu.
- Eu vou, casalzinho. - ele gargalhou e depois saiu se esbarrando no portão.
- Você tá bem? - perguntei e ela assentiu.
...
Acordei de manhã sentindo um arrepio nas costas e quando abri os olhos ouvi seu risinho e me virei vendo seu rosto, ela estava beijando minhas costas com aquela carinha safada que ela tem.
- Que belo jeito de acordar. - eu disse.
- Vamos pra praia. - ela disse.
- Agora? - perguntei.
- Sim, o pessoal todo vai. - ela disse.
- Tá, eu só preciso...- eu ia dizendo mas ela me cortou.
- Dez minutos pra se arrumar. - me deu um selinho.
Ela saiu sorrindo e eu levantei pra me arrumar, quando estava saindo do banheiro levei um susto com a prima mais velha dela que estava parada no corredor. Levei a mão ao coração e ela gargalhou.
- Desculpa te assustar. - ela disse rindo.
- Não posso morrer agora não. - sorri junto.
- Então...eu estava te reparando desde a hora que chegou ontem e eu te achei tão gato. - ela se aproximou de mim e eu recuei.
- E-eu? - perguntei.
- Sim, e me deu tanta vontade de saber qual a mágica desses lábios. - ela disse encostando em mim e aproximou nossos rostos.
- Uma pena que ele seja gay. - a voz de Madu surgiu e a loira me soltou.
- Gay? - ela perguntou.
- Pois é Luísa, ele é gay...por isso que somos melhores amigos. - ela disse e eu segurei o riso.
- Ah meu Deus, me desculpa. - ela disse envergonhada.
- Tá tudo bem. - eu disse.
- Eu vou esperar vocês no carro...- ela disse saindo.
- Logo gay? - perguntei e Madu sorriu.
- Não iria deixar ela ficar contigo. - ela disse amarrando o cabelo.
- Porque não? - perguntei sorrindo.
- Porque caso você ainda não saiba, você é meu. - ela disse me olhando fixamente.
E eu gostei do instinto possessivo.
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