História I feel in love. - O que ela ainda quer?

Thiago.

Fui na empresa pegar meus documentos morrendo de medo que Rafael estivesse lá pra arranjar confusão e deixei Madu dormindo em casa, quando cheguei lá fui para a minha sala pegar meus pertences e David entrou com a cara fechada. Ótimo, até meu melhor amigo está bolado comigo!

- Só vim pegar as coisas, já vou embora. - eu disse.

- Como é que você foi se meter nessa e ainda mentir pra mim? - ele perguntou.

- Eu sei David, desculpa...- eu disse sentando.

- Eu te perguntei cara, porque não me contou? - perguntou sentando na minha frente. 

- Nem eu sabia que estava apaixonado por ela David, eu neguei o máximo que eu pude e eu tentei resistir cada vez que ela me olhava ou me tocava. Mas...ela é diferente cara. - eu disse e ele assentiu. 

- E o Oscar? Você precisa conversar com ele. - ele disse.

- Eu sei e vou conversar, eu não queria magoar ninguém. - eu disse e ele sorriu.

- Você tá mesmo apaixonado por ela né? - ele perguntou sorrindo.

- Sim, estou. - respondi. 

- E tá feliz? - perguntou. 

- Muito, ela me faz feliz em cada coisa que ela faz. - eu disse sorrindo.

- Então eu apoio, você é meu amigo e se você tá feliz é tudo o que importa. - ele disse levantando.

- Obrigada irmão, me desculpa de novo. - levantei também. 

- Me da um abraço aqui vai! - ele disse e eu fui ao seu encontro.

- Agora eu preciso conversar com o Oscar. - eu disse quando nos soltamos.

- Ele tá no terraço com um sanduíche e um suco. - ele avisou.

- Assim que terminar aqui eu vou...- eu disse. 

- Deixa que eu organizo suas coisas...vai lá. - ele disse colocando minhas coisas na caixa. 

- Obrigada. - sorri e ele também. 

Subi e encontrei ele no terraço do jeitinho que David falou, sentado sozinho olhando a paisagem. Me aproximei e eu sei que ele sabia que eu estava ali porque ele respirou fundo e largou seu lanche de lado.

- O que você quer aqui? - ele perguntou. 

- Podemos conversar? - perguntei.

Madu.​​​​

Ontem a noite eu e Thisgo conversamos bastante sobre essa situação toda e eu fui  bem cansada, acordei com batidas brutas na porta, levantei completamente desnorteada e vesti a camisa de Thiago para atender a porta.  Quando abri dei de cara com a minha mãe com uma cara não muito boa.

- Oi mãe. - eu disse.

- Posso entrar? O...- ela estava dizendo mas eu interrompi.

- Entra, o Thiago não está. - eu disse e ela assentiu.

- Ele te deixou só aqui? - perguntou sentando no sofá. 

- Ele foi na empresa pegar as coisas dele, já que o seu marido ferrou a vida dele. - eu disse.

- Madu, não é isso...é que você afrontou seu pai com esse casinho. - ela disse e eu encostei na porta.

- Mãe, ele não é um casinho. Ele é meu namorado. - eu disse e ela revirou os olhos.

- Madu você não tá pensando direito, vai escolher um cara que você nem conhece direito ao invés de ficar do lado do seu pai? - ela perguntou levantando.

-  Não estou escolhendo nada, eu só acho que vocês não tem direito de escolher quem eu namoro. - eu expliquei e ela riu.

- Você está se enganando. - ela avisou.

- Não mãe, eu o amo. Você não sabe o quanto eu o amo. - eu disse com os olhos marejados.

- Você é uma criança pra ele minha filha, ele só quer dormir com você e depois vai te dar um pé na bunda. Desista enquanto é tempo. - ela disse me olhando nos olhos.

- JÁ CHEGA! Para! Cansei! Chega de me tratar como uma criança porque eu não sou, tá ouvindo? Eu o amo e eu vou ficar com ele quer você queira ou não. - eu explodi.

- Vamos pra casa filha, volta pros seus pais. - ela pediu.

- Eu não volto pra lá nunca. - eu disse irritada.

E nessa hora Thiago entrou no apartamento com uma caixa cheia de seus pertences, ele sentiu o clima estranho e pôs a  caixa no chão em seguida fechou a porta. 

- Tá tudo bem por aqui? - perguntou.

- Sim, eu vim buscar a minha filha. - minha mãe disse.

- Eu não quero ir, e não vou. - eu disse.

- Você vai sim! - ela puxou meu braço.

- Solta ela Anna. - Thiago pediu.

- Não se meta! - ela gritou com ele.

- Sai daqui mãe, por favor. Eu já disse que não vou voltar para a casa de dois preconceituosos problemáticos. - eu disse com raiva e ela levantou a mão pra mim.

- Esta é a minha casa e aqui eu não permito que você encoste um dedo na minha namorada. - Thiago se meteu entre nós duas.

- Você vai se arrepender Maria Eduarda Scalon. - ela disse e abriu a porta.

- Uh, que medo! - esnobei e ela foi embora.

Sentei no sofá extremamente exausta daquela situação toda, eu só queria que eles entendessem que eu não sou mais um bebê que eles querem proteger do mundo. Tenho direito de viver e quebrar a cara por conta própria, tenho direito de fazer minhas escolhas e eu não sou propriedade deles.

- Tá tudo bem? - ele perguntou.

- Obrigada por me defender. - eu disse e ele agachou na minha frente.

- Não podia deixar ela te bater. - ele disse.

- Você conversou com os meninos? - perguntei.

- Sim, o David foi na minha sala e a gente se acertou. O Oscar custou a entender mas acho que estamos bem. - ele sorriu.

- Que bom! - eu sorri e alguém bateu na porta.

- Se for ela de novo fala que eu morri. - reclamei e ele foi atender.

- Bom dia casal. - ouvi a voz de Juliana e quando olhei ela estava sorrindo na porta.

- Ah não, Satanás acorda cedo! - resmunguei. 

- O que você tá fazendo aqui? - Thiago perguntou. 

- Precisamos ter um papo, nós três. - ela disse entrando no apartamento. 

- Desculpa querida, só faço negócios com o diabo depois do meio dia. - eu disse e ela riu.

- Não quer nem saber o que eu tenho pra falar? - perguntou.

- Nem se eu fosse cega ou surda. - eu disse por fim.