História I feel in love. - Ops!

Madu.

Não queria acreditar que meus pais tinham razão sobre Thiago mas infelizmente eles tinham, hoje é o terceiro dia que eu acordo chorando e as vezes me acho gramática ao extremo por isso porém eu o amo e não consigo diminuir a dor que sinto ao saber que ele não quer mais nada comigo. Resolvi descontar a raiva na academia que tem aqui perto e acordei cedo pra isso porque depois das dez da manhã minha motivação acaba e eu volto a ser a menina chorona de sempre.

- Madu, você por aqui? - Leandro perguntou quando entrei.

- Tá achando que eu não voltaria? - sorri e ele também. 

Comecei com algo bem leve só pra iniciar o dia e em seguida aproveitei para dar uma corridinha na esteira, coloquei os fones de ouvido e tentei não pensar nele. Mas de repente ouvi uma gritaria e uma pessoa caindo da esteira do outro lado da academia, parei o que estava fazendo pra ver o que estava acontecendo e quando cheguei perto eu vi ele desmaiado no chão. 

- Thiago? - perguntei me aproximando mais. 

- Você o conhece? - Léo perguntou.

-  Sim. - eu disse.

- Pessoal, por favor vamos dar espaço...- Léo pediu e a galera foi se afastando.

Ele pegou um pano úmido e passou no rosto dele e em poucos minutos ele abriu os olhos, lentamente ele se sentou no chão enquanto Léo verificava se ele estava bem. Ele me olhou noa olhos e eu fiquei sem reação mas ao mesmo tempo eu senti como se fosse desmontar somente com aquele par de olhos castanhos a me olhar.

- Você está bem? - perguntei.

- Sim. - ele respondeu.

- O que foi que houve cara? O treino estava pesado pra ti? - Léo brincou e ele ficou de pé. 

- Não, só não comi direito hoje. - ele sorriu.

- Vou pegar um sanduíche natural pra você, tem uma barraquinha aqui perto. - ele disse e Thiago assentiu.

Ele sentou-se numa cadeira de frente pra mim e eu não conseguia não me preocupar com ele porque era mais forte do que eu, me agachei a sua frente e ele nem me olhava nos olhos.

- Porque não está se alimentando direito? - perguntei.

- Ando ocupado. - ele disse ainda sem me olhar.

- Ocupado com outras mulheres que você engana? - perguntei irritada.

- Ocupado tentando arrumar emprego. - ele disse me cortando. 

- Desculpa, é...mas você tem que se alimentar. - eu disse sem graça. 

- Eu sei Madu, mas eu tô cheio de problemas na cabeça. - ele disse e finalmente olhou pra mim.

- Eu era um deles né. - eu disse e ele negou.

- Sabe muito bem que nunca foi um problema pra mim. - ele disse levantando e eu me levantei também. 

Foi muito bom vê-lo porém foi ruim ao mesmo tempo porque eu sinto tanta falta dele e não entendo como ele fez aquilo comigo, me afastei e peguei minhas coisas acabando com meu total ânimo pra malhar e voltei pra casa.

Thiago.

Esses últimos dias tudo o que eu tenho sentido é falta da Madu e cada dia sem ela eu me sinto mais canalha pelo que eu fiz, mal como e só ando bebendo e até o trabalho que eu cosnegui só poderei ir daqui a duas semanas. Vê-la hoje foi tortura porque eu fiz o melhor pra protegê-la e mesmo assim me sinto vazio e mal.

- Oi. - ele disse quando eu abri a porta de casa.

- Oi cara. - eu disse dando espaço pra ele entrar.

- O que foi que aconteceu? - ele perguntou. 

- Eu e a Madu terminamos. - eu disse.

- O que? Porque? - ele perguntou chocado. 

- Se eu te contar você jura que não conta pra ninguém? - perguntei.

- Conta. - ele pediu.

- Olha Oscar, eu sei que você gosta dela...e eu sei que se eu mentisse você iria me odiar então eu prefiro te dizer o motivo. - pausei e ele me encarou confuso. 

- O pai dela me procurou depois da briga e me pediu pra me afastar dela porque ele disse que eu nunca iria dar a vida que ela merece, que eu nunca vou dar a ela um futuro digno e que eu posso estragar tudo...e eu pensei tanto nisso que quase enlouqueci porque eu acho que ele tem razão. - eu disse e ele sentou do meu lado.

- E você não vai lutar por ela? - perguntou.

- Como? Ele ameaçou fazer eu não conseguir emprego...como eu posso dar um futuro pra ela sem trabalhar? - perguntei.

- Você podia ter pedido conselho aos seus amigos, antes de desistir. - ele disse.

- Achei que você fosse ficar feliz com o caminho livre pra você conquistar ela. - eu disse e ele riu.

- Thiago, eu sou seu amigo e o que te faz pensar que o pai dela me aceitaria? - perguntou.

- Você tem quase a idade dela, é um orgulho pra ele e seus pais são amigos dele. - eu disse e ele negou.

- Eu acho que o Rafael não quer acreditar que a filha dele cresceu. - ele disse.

- De qualquer forma eu a perdi, ela não quer mais saber de mim. - eu joguei a cabeça para trás. 

- Eu entendi que vocês dois se gostam e precisam se entender, então tem que conversar com ela. - ele sugeriu.

- Obrigada, de verdade. - sorri pra ele.

- E precisa arrumar esse apartamento e parar de beber. - ele disse olhando em volta.

- Como sabe que bebi? - perguntei rindo.

- Esse lugar só tem cheiro de whisky e roupas sujas. - ele disse e eu tive que concordar.

- Não desista dela, sei que você a ama. - ele disse indo até a porta. 

- Como eu faço isso? - perguntei.

- Você sabe. - ele disse antes de sair.

Depois que ele saiu eu segui o conselho de arrumar o meu apartamento e quando finalmente abri meu armário vi algumas roupas dela que eu não queria e nem iria devolver porque eu resolvi tentar trazer ela de volta. Oscar estava certo e o que eu sinto por ela é mais forte do que eu imaginava e eu sei que posso dar um jeito, sei que posso construir um futuro bom pra ela. 

...

Uma onda de determinação se instalou em mim e eu fui procurar por ela, na casa dela não havia ninguém então eu passei na academia mas também não a encontrei. Fiquei andando por quase uma hora pelas ruas até que esbarrei em alguém acidentalmente.

- Desculpa, eu não...- pausei quando vi quem era.

- Murilo. - eu disse surpreso. 

- Ah não, nem vem...- ele disse dando as costas.

- Espera, por favor...sabe onde a Madu está? - perguntei.

- Não, e se soubesse não iria dizer pra você. Sei o quão babaca você foi com ela. - ele disse irritado.

- Eu vacilei feio mas eu quero arrumar esse erro, só me ajuda. - pedi desesperado. 

- Ela saiu com o David, parece que foram até a casa da avó dele. - ele disse.

- Você não vai se arrepender, eu juro! - eu disse apressado.

Saí correndo até a casa da avó de David e imaginei que ele já soubesse de tudo através do Oscar e eu realmente espero que ele tenha conseguido convencer ela de que eu fiz aquilo pelo bem dela. Eu estava um pouquinho longe de lá mas até consegui chegar rápido devido ao fato de eu ter corrido mais do que o Bolt numa maratona, quando cheguei a frente da casa da avó de David a porta estava entreaberta mas o silêncio reinava então eu entrei e fui olhando os cômodos para ver onde eles estavam e quando cheguei a sala meus olhos arregalaram e meu coração disparou.

- Eu sei o que estou fazendo. - ela sussurrou.

E os dois se beijaram fazendo minha coragem de falar alguma coisa se esvair pelo chão automaticamente, fiquei ali parado - estático-  olhando a garota que eu amo beijar o meu melhor amigo.