Madu.
Eu estava abalada e estava tendo pesadelos sobre aquela noite por longos dias e isso estava me deixando maluca, não tenho pisado no trabalho porém escondi da minha mãe o que aconteceu. Aproveitei o tempo e passei a fazer aulas de direção porque estava pensando em comprar um carro pra mim e eu felizmente passei nos exames e estava apta a dirigir. Thiago está resolvendo algumas coisas do trabalho já que agora ele vai assumir a Scalon e por isso ele está um pouco sumido.
- Mãe, o que está fazendo? - perguntei entrando na cozinha.
- Doce de leite caseiro...lembra que você adorava quando criança? - ela disse sorrindo.
- Sim. - sorri também.
- Quer alguma coisa? - perguntou.
- Sim, te contar que eu aprendi a dirigir. - eu disse e ela abriu a boca em forma de O.
- Sério? - perguntou chocada.
- Todos esses dias em que eu tenho saído de manhã cedo, foi pra auto-escola. - eu expliquei.
- Então estava fazendo mais de uma aula por dia. - ela deduziu e eu assenti.
- E eu penso em comprar um carro pra nós. - eu disse.
- Filha, carro é responsabilidade...quer mesmo comprar? - perguntou e a campainha tocou.
- Quero. - sorri e fui abrir a porta.
Assim que abri vi um ramo de rosas vermelhas cobrindo o rosto de alguém que as abaixou para sorrir pra mim, não pude deixar de sorrir também ao vê-lo e ele me entregou as flores e eu dei espaço pra ele entrar.
- Oi amor. - ele disse me dando um selinho.
- Tenho novidades. - eu disse.
- Eu também, mas conta você primeiro. - ele disse e eu coloquei as flores num jarro.
- Aprendi a dirigir. - eu disse e ele sorriu vindo me abraçar.
- Parabéns, essa é a minha garota! - ele disse e eu agradeci.
- Qual a sua novidade? - perguntei e ele sentou no sofá.
- Já resolvi a parte burocrática e chata da empresa e eu quero você comandando comigo lá. - ele disse e eu arregalei os olhos.
- Eu? - perguntei surpresa.
- Sim, não vai ser mais assistente ou algo do tipo porque aquela empresa é sua também e você manda nela tanto eu e seu pai. - ele disse me puxando pra sentar no colo dele.
- Eu...preciso me demitir da empresa do Leo.- eu deduzi e ele assentiu.
- Sobre ele...eu tinha terminado com você por causa dele. Achei que tivesse rolando algo entre você e ele. - ele disse e eu o olhei confusa.
- Entre eu e o Leo? Ele é gay. - eu disse rindo e ele arqueou a sobrancelha.
- Gay? Ah meu Deus! Eu realmente achei que você tivesse transado com ele. - ele disse e eu dei um tapinha no seu braço.
- Thiago! - eu reclamei entre os risos.
- Desculpa minha linda, eu não sabia. - ele disse colando nossas testas.
- Você acha mesmo que eu ia te trocar por outra pessoa? - perguntei beijando seu maxilar.
- Não. - ele disse.
- Não o que? - perguntei indo para o seu pescoço.
- Não raciocinei na hora...- ele disse com a voz falhando.
- Oi crianças. - minha mãe apareceu.
- Oi sogrinha. - ele sorriu.
- Eu vou dar uma saída e já volto. - ela disse pegando a bolsa.
- Mãe, pra onde você vai? - perguntei estranhando sua pressa.
- Vou...é...encontrar uma amiga. - ela disse um pouco nervosa e em seguida saiu.
- Ela tá estranha. - eu disse.
- Ela está afim de alguém. - ele disse simples e eu levantei do seu colo puxando ele pra cozinha.
- Que nada. - eu ri.
- Não percebeu que a pressa e o nervosismo só aumentaram quando você perguntou ? - ele perguntou e eu olhei pra ele.
- Você acha? - perguntei.
- Sim, e também não há problemas né? Sua mãe é jovem e bonita...tem mais é que aproveitar a vida. - ele disse e eu sorri.
- E a gente podia aproveitar também. - ele disse com um olhar sugestivo.
- Como? - perguntei e ele se aproximou.
- Viaja comigo? - pediu.
- Pra onde? - perguntei curiosa.
- Interior, tem uma casa lá que é dos meus tios mas ninguém está lá no momento e fica perto de um lago incrível. - ele disse mordendo meu lábio.
- Quando? - eu perguntei.
- Amanhã. - ele disse.
- Eu topo. - eu disse e ele se animou.
Thiago.
Ontem a noite nós jantamos juntos e conversamos sobre a possibilidade de Anna ter um namorado ou estar interessada em alguém, a deixei em casa para arrumar as coisas para a viagem e fui pra minha casa. Eu estava feliz em poder passar um tempo longe de tudo só com ela e talvez fosse até bom ficarmos uns dias fora pra que eu pudesse fazê-la pensar em algo além daquela noite horrível.
De manhã acordei cedo e coloquei tudo o que iríamos precisar no meu carro e passei pra busca-la, ela estava com uma carinha linda de sono e eu recebi avisos de Anna para cuidar muito bem dela e aproveitar muito o tempo juntos e assim nós seguimos viagem.
- Nunca havia viajado com um cara com permissão. - ela disse.
- Nunca havia viajado com você sem medo dos seus pais. - eu disse e ela sorriu.
- Eu tive outro pesadelo ontem a noite e acordei completamente ofegante e assustada. - ela comentou.
- Queria ter estado do seu lado pra te abraçar. - eu disse e ela estava olhando pelo retrovisor.
- Mas você estava. - ela pausou e olhou pra mim. - Peguei sua camisa que deixou lá em casa e a agarrei pra dormir. - ela sorriu.
- E conseguiu dormir? - perguntei.
- Sim, eu senti teu cheiro e fiquei pensando em você até dormir de novo. - ela disse.
- Esses dias que vamos estar juntos eu vou te abraçar a noite inteira e você não vai ter que se preocupar com esses pesadelos. - eu disse e ela concordou.
Duas horas e meia dentro daquele carro e nós cantamos todo tipo de música da rádio e assim que chegamos a casa ela me olhou empolgada, o lugar tinha uma piscina enorme e um jardim daqueles de tirar o fôlego e ainda dentro da propriedade havia um pequeno lago rodeado de árvores.
- Que casa linda! - ela disse olhando ao redor.
- Gostou? - perguntei e ela assentiu.
- Amor, preciso te contar uma coisinha que eu descobri ontem depois que você foi embora. - ela disse e eu coloquei as malas no chão.
- Diz amor. - eu disse tirando meu tênis.
- Não contei nem pra minha mãe. - ela disse e eu fiquei confuso.
- O que houve? - perguntei.
- Tô grávida. - ela disse e eu arregalei os olhos completamente chocado.
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