Madu.
Thiago teve razão de ficar chateado comigo aquele dia porque eu realmente não deveria ter mentido pra ele sobre Lucas e então resolvi me prevenir antes que piorasse as coisas entre nós, peguei meu carro novo ontem e fiz o que deveria ter sido feito e no meu primeiro rolê nesse carro eu fui até a casa de Lucas e coloquei as fotos que ele me deu no correio dos pais dele.
- Onde está? - perguntei quando ele atendeu.
- Em casa, indo pra empresa. - ele disse.
- Desce aí que eu vou contigo. - eu disse.
- Vou só pegar meu carro. - ele avisou.
- Eu te levo no meu. - eu disde me gabando.
- Já pegou seu carro? - ele perguntou animado.
- Claro. - eu disse.
...
- Porque anda tão sumidinha assim? O que está aprontando? - perguntou quando nós estávamos perto da empresa.
- Quero fazer faculdade. - eu disse e ele me encarou surpreso.
- Que bacana amor, do que quer fazer? - perguntei.
- Talvez Contabilidade, mas não sei se tenho QI pra isso. - eu disse.
- Você é muito inteligente pra qualquer coisa que queira fazer. - ele elogiou e eu sorri.
Entramos no prédio e eu reencontrei tanta gente bacana que meses atrás eu não queria nem olhar para a cara e que agora eu sinto até saudades.
- Fico feliz que queira estudar e preencher o seu futuro de coisas. - ele disse já dentro do elevador.
- Eu também, penso em me matricular em janeiro. - eu disse e ele assentiu.
Eu queria me interar mais com a empresa e ver o quão bem ela estava indo me fez sentir vontade de trabalhar aqui novamente e eu até conversei com André e com Thiago sobre isso, passamos a manhã lá e quando descemos pra ir pra casa eu recebi uma mensagem do meu pai.
"Pode passar aqui em casa agora? precisamos conversar!"
- O que será que aconteceu? - ele disse pensativo depois de ler também.
- Espero que eu não tenha feito nada. - eu disse intrigada.
Quando chegamos a casa do meu pai eu confesso que estava com medo do que ele queria conversar comigo e quando ele abriu a porta eu não sabia se ele estava chateado com alguma coisa pois sua expressão era neutra.
- Se você quiser eu te espero aqui fora. - Thiago disse pra mim.
- Entra Thiago, você é da família. - meu pai disse e eu sorri.
- Cadê a Débora? - perguntei enroscando minha mão na de Thiago.
- Lá em cima no quarto. - ele disse.
- E o que você queria falar comigo? - perguntei com um certo medo da resposta.
- Venham. - ele disse subindo as escadas e nós nos entreolhamos.
- O que cê fez? - Thiago sussurrou pra mim.
- Eu não sei. - eu disse e nós subimos atrás dele.
Nós seguimos ele pelo corredor e quando chegamos numa porta ele a abriu revelando Débora deitada na cama com um bebê nos braços, de primeira eu não entendi mas quando ela sorriu pra nós eu levei as mãos à boca me aproximando dela.
- Ah meu Deus. - eu disse sorrindo.
- Oi irmãzinha! - Débora disse virando ela para eu ver.
- Surpresa! - meu pai disse e eu sentei na cama.
- Quando ela nasceu? - perguntei.
- Sábado de noite. - ela disse.
- Parabéns pela garotinha, ela é linda! - Thiago disse sorrindo.
- Eu posso segurar? - perguntei limpando as mãos.
- Claro. - ela disse me entregando.
- Oi maninha. - eu disse acariciando o rosto dela.
Thiago.
Eu fiquei olhando pra Madu naquele momento e acabei encontrando bem mais motivos pra ela ser especial porque o jeito como ela ficou olhando a irmã foi totalmente apaixonante, saímos de lá direto pra casa dela e eu acabei me lembrando do que tinha pra falar.
- Ah amor, não sei se devo ir...- ela disse.
- Porque não? É só um jantar com uns amigos...quero te apresentar. - eu disse e ela me encarou.
- Não vou atrapalhar? - perguntou.
- Não, claro que não. - eu neguei.
- Tá bom então, eu vou. - sorriu.
Quando chegamos na casa dela ela entrou toda contente e a mãe dela estava na cozinha, sentei no balcão e ela sentou do lado.
- Vocês aqui, essa hora? - ela perguntou parecendo assustada ao nos ver.
- Vou sair mais tarde com o Thiago, tudo bem? - Madu disse e ela assentiu.
- É só um jantar. - eu disse.
- Ah mãe, a gente foi na casa do papai hoje...eu conheci a Malu. - Madu disse sorrindo.
- Que bom. - ela disse.
- Pronto Anna, agora eu já...- um cara surgiu na cozinha.
- Ricardo? - Madu perguntou confusa.
- Oi querida. - ele sorriu mas ela não.
- Você o conhece? - perguntei percebendo um incomodo no olhar dela.
- Sim. - ela disse.
- O...o Ricardo veio me...é...veio me ajudar. - Anna gaguejou.
- Porque não assume logo pra ela, querida? - ele disse abraçando Anna que estava visivelmente sem graça.
- Assumir? - Madu perguntou.
- Nós estamos namorando. - ele disse sorrindo.
- Esse é o meu genro, Thiago. - Anna me apresentou.
- Prazer. - ele estendeu a mão e eu apertei.
- Nós vamos subir. - Madu disse me puxando pela mão.
- O que foi aquela tensão toda? - perguntei quando chegamos ao quarto dela.
- Nada. - ela disse deitando na cama.
- Amor, eu te conheço. - eu disse deitando em cima dela.
- Quando eu tinha uns doze anos ele estava lá em casa trabalhando com o meu pai e ele ficou olhando eu e a minha prima tomar banho. Quando eu descobri disse que ia contar ao meu pai e ele disse que se eu fizesse isso ele ia tirar meu prejudicar meu pai no ramo da advocacia. - ela explicou.
- Que desgraçado! - eu disse incrédulo.
- E agora esse idiota namora a minha mãe. - ela disse revirando os olhos.
- Vou ficar de olho nele. - eu disse.
...
- Vermelho ou preto? - ela perguntou com dois vestidos na mão.
- Azul. - eu disse apontando o que ela nem tinha pego no armário.
- Nunca usei ele. - ela disse.
- Experimenta então. - eu disse.
E não é que ela ficou linda com ele? Claro que ela já é linda de qualquer jeito porém...quando ela calçou os saltos ficou do meu tamanho.
- Ah amor, sério? Eu gosto de você baixinha. - eu disse e ela sorriu.
- Mas sem os saltos eu fico no seu peito. - ela disse.
- É bem melhor. - eu disse e ela assentiu.
Quando ela ficou pronta nós saímos de lá e passamos na minha casa para que eu pudesse me arrumar e em meia hora nós já estávamos no restaurante e assim que entramos eu avistei Alex, João e o Felipe sentados na mesa conversando e rindo.
- Oi pessoal. - eu disse.
- Capitão! - Alex levantou pra me abraçar.
- Ainda lembra desse apelido? - perguntei rindo.
- É claro. - ele disse sorrindo.
- Essa é a minha namorada, Madu. - apresentei.
- Olá. - ela sorriu.
- Oi Madu, é um prazer. - eles a cumprimentaram.
Fizemos os pedidos e começamos a jogar conversa fora, expliquei que quando era pequeno tinha o sonho de ser jogador de futebol e com isso me tornar capitão de um time e eles começaram a me chamar assim quando viram a carreira totalmente diferente que iniciei. Eles adoraram ela e já se sentiam todos confortáveis como se não tivessem se conhecido há pouco tempo.
- Vou ao banheiro. - ela sussurrou pra mim e eu assenti.
- Ela é muito legal. - Felipe disse bebericando o vinho.
- Ela é incrível cara. - eu disse sorrindo.
- Soube escolher alguém que realmente preste. - João me zoou.
- Com licença senhor, aqui está. - o garçom disse me entregando uma bebida colorida.
- Desculpa, mas eu não pedi isso. - eu disse confuso.
- A moça da mesa sete quem lhe ofereceu. - ele disse e eu olhei pra trás.
Juliana filha do Satanás estava aqui!
- Boa noite rapazes. - ela disse.
- Que diabos você faz aqui? - perguntei.
- Só vim dar um oi. - ela disse e eu revirei os olhos.
- Quem é essa? - Alex perguntou confuso.
- A criança que Satanás abandonou no mundo. - eu disse.
- Não seja tão rude. - ela riu.
- Então você é o próprio Satanás? Adorei o tom de loiro hein, no inferno vocês descolorem cabelo é? - perguntei.
- Estou mais pra princesa. - ela disse enrolando uma mecha de cabelo nos dedos.
- Muito obrigada, mas eu não quero. - eu disse lhe devolvendo a bebida.
- O que essa piranha em 3D faz aqui? - Madu perguntou surgindo na frente dela.
- Prefiro ser chamada de sereia, e vim te oferecer essa bebida. - ela disse jogando o líquido colorido todo no vestido da minha namorada.
- Meu vestido caríssimo! - Madu resmungou.
- Que garota maluca! - Felipe disse levantando.
- Amor, segura minha bolsa que eu vou dar na cara dessa sereia em decomposição. - Madu disse jogando a bolsa no meu colo.
- Agora é oficial, você tem a melhor namorada do mundo. - Alex disse se divertindo com a situação.
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