História I feel in love. - Surpresa!

Madu.

Fiquei pensando no que ele havia dito e não pude deixar de sorrir ao lembrar do beijo, acordei no dia seguinte e dirigi até a empresa pra matar a saudade de lá e quando coloquei os pés pra dentro André veio falar comigo seguido de Belle.

- Seja lá o que for que você fez, desfaça. - ele disse. 

- Bom dia pra vocês. - eu disse confusa.

- O que foi que você disse ao Thiago? - Belle perguntou.

- Nada, porque? - perguntei com medo.

- Ele chegou com uma cara de quem dormiu pouco ou chorou muito e tá trancado na sala desde que  chegou, já recusei várias ligações porque ele sequer me responde. - ela explicou.

- Tem uma chave reserva debaixo da planta depois do elevador. - eu disse pegando o elevador e eles me seguiram.

Assim que o elevador abriu eu olhei debaixo da planta pegando a chave que abria a porta da sala dele e assim que abrimos ele estava dormindo no sofá. Agachei na sua frente e tirei seus cabelos da testa e ele abriu os olhos confuso e assustado mas ao me ver ele deu um pequeno sorriso, André e Belle  saíram da sala após ver que ele estava bem.

- Porque não respondeu eles? Eles estavam preocupados. - eu perguntei e ele se mexeu um pouco. 

- Eu dormi. - ele respondeu. 

- Não dormiu bem? - perguntei.

- Não, passei a noite inteira arrumando nosso apê e pensando em você. - ele disse e eu não resisti e sorri. 

- Ah meu Deus...- eu disse sem saber o que fazer. 

- Madu, por favor...volta pra mim. - ele disse afagando meus cabelos. 

- Eu só passei aqui pra dizer que eu to indo embora hoje. - eu disse. 

- Onde você está? Eu já fui na sua avó e lá você não está...então eu não sei mais onde procurar. - ele disse sentando. 

- Por favor, não procura. - eu pedi.

Antes que ele pudesse dizer alguma coisa eu corri pro carro e dirigi de volta pra casa e o caminho todo eu fui pensando em tudo o que ele disse...ele comprou uma casa pra nós e ainda espera que eu volte pra ser feliz com ele. Cheguei em Belford por volta das três da tarde e minha mãe estava regando as plantinhas da casa da minha avó quando eu estacionei o carro, ela sorriu e abriu o portão ao me ver.

- Cheguei! - sorri.

- Se não tivesse deixado a carta eu podia jurar que foi sequestrada. - ela brincou.

- Cadê o pessoal? - perguntei. 

- Nos fundos. - ela disse.

- Como está o seu pai? - perguntou. 

- Está bem, a Malu tá enorme e tão espertinha. - eu disse sorrindo. 

- Você viu o Thiago? - perguntou. 

- Sim. - pausei respirando fundo. - Ele comprou uma casa para nós dois, e está esperando que eu volte. - expliquei.

- Filha...- ela sorriu. 

- Não posso. - eu disse e meu celular tocou.

- Alô? - atendi sem olhar.

- Eu sei onde você está e não vai ficar aí por muito tempo. - ele disse e logo eu reconheci a voz.

...

Eu não sabia que o Thiago tinha vindo aqui e só agora minha avó me contou que não disse a ele que eu estava morando aqui perto porque sabia que eu não queria e eu espero que ele continue sem saber porque eu só o faço sofrer e não posso prende-lo a mim até eu decidir voltar.

Thiago. 

Se passaram mais quatro meses desde que eu vi a Madu e estou cada dia pior, na segunda é aniversário dela e eu me sinto mal por não comemorarmos juntos porque ela está longe. Também não tenho visto meus amigos porque estou atolado de trabalho e quando a gente se vê o único assunto de que eu sei falar é sobre ela, Oscar está enroscado com uma garota nova e David conheceu uma na última reunião de trabalho que tivemos e eles estão se falando desde então e eu...bom, no momento eu estou namorando a tela do computador enquanto decido se apago ou não as nossas fotos antigas porque sinceramente agora eu não sei se ela vai voltar.

Amanhã  eu tenho que ir pra São Paulo para uma reunião apesar de estar sem animação nenhuma pra isso, comecei a arrumar a minha mala e liguei pra David porque ele disse que tomaria conta do apê pra mim enquanto eu estiver fora e quando eu chegar domingo eu terei que preparar uns papeis pra entregar ao diretor de uma faculdade aqui perto.

Tentei dormir o mais cedo possível porque teria que acordar cedo, sonhei com uma moça que eu não sei quem é mas que me dizia que as coisas boas vem quando menos esperamos.

...

- Passaporte aqui, documentos, os papéis...- eu disse conferindo a mala pela manhã. 

- Oi David. - atendi o telefone. 

- Quer que eu te leve no aeroporto? - perguntou. 

- Não, obrigada, já pedi um táxi. - eu disse.

- Pode deixar que eu tomo conta de tudo pra você. - ele disse.

- Valeu mesmo irmão, a chave tá com o Caio da portaria e eu já deixei avisado que você iria aparecer por lá. - eu disse.

- Ok, boa viagem. - ele disse e eu sorri.

- Obrigada. - eu disse antes de desligar.

Assim que o meu táxi chegou eu desci com as coisas e reforcei na portaria que se David ou Oscar aparecessem aqui era pra deixar subir, quando entrei no táxi fiquei olhando a foto dela que eu não tiro da tela do meu celular e que pra mim é uma das mais lindas.

- Está tudo bem, amigo? - o taxista perguntou.

- Não, o amor dói. - eu sorri e ele assentiu. 

- Eu fiquei assim quando a minha esposa me largou. - ele comentou. 

- E o que fez pra tentar ficar bem? - perguntei.

- Arrumei outra mulher. - ele disse rindo e eu ri também. 

- Mas no meu caso eu não conseguiria me apaixonar por outra mulher. - eu disse.

- Tem tantas novinhas por aí. - ele disse e eu olhei novamente a foto dela na tela.

- O meu problema tá aí amigo, me apaixonei por uma mulher mais nova do que eu...que é mais madura do que eu. - eu disse e ele riu.

- E ela foi embora e eu nem sei onde ela está, e eu sinto a falta dela a cada segundo...nós íamos casar. - eu disse olhando o meu anel no dedo.

- Essa moça te lançou um feitiço mesmo, até teu jeito de falar é de apaixonado. - ele disse quando chegamos ao aeroporto.

- Eu sou completamente apaixonado por ela. - eu disse sorrindo sozinho.

Desci com as malas e fui direto fazer o check-in porque cheguei quase na hora do embarque, não vou nem contar pra vocês como vão ser esses três dias porque vão ser só de trabalho e minha agenda tá com reuniões marcadas praticamente o dia todo desses três dias.

...

Hoje é domingo e eu tive minha última reunião de manhã e cinco e meia da tarde e eu estou comendo alguma coisa antes de embarcar de volta pra casa, estou tão cansado e recebi uma mensagem de David dizendo que assim que eu desembarcasse ele iria me buscar. Fico feliz por ter amigos como ele e Oscar que me ajudam sempre que preciso e que aturam minha conversa de apaixonado quando a gente se encontra, assim que entrei naquele avião minha maior vontade era dormir e assim eu fiz.

Quando desembarquei às sete e quinze por conta de um atraso eu enviei mensagem pra David e não demorou muito para ele vir me buscar.

- Como foi lá? - perguntou. 

- Conseguimos muitos contratos e o Luís vai visitar a empresa no próximo fim de semana. - eu disse.

- Olha como você está conseguindo as coisas. - ele riu.

- Se eu sou bom de papo. - eu disse rindo também. 

- Eu alimentei suas plantas. - ele disse.

- Obrigada. - sorri e ele parou o carro na porta do meu prédio. 

- Obrigada pela carona. - eu disse antes de sair.

- Preciso ir, encontrar a minha garota. - ele disse sorrindo e eu acenei pegando a minha mala.

Subi cansado e quando cheguei à porta do apartamento me toquei de uma coisa: eu não tenho plantas. Assim que abri a porta e acendi à luz eu percebi que havia algumas plantinhas e flores lindas pela casa e eu só soube rir, peguei o celular pra enviar uma mensagem de agradecimento mas havia uma mensagem dele.

"Me agradeça depois."

Sorri e fui direto pro banho e depois comi alguma coisa antes de ir pro quarto assinar alguns papéis que eu entregaria amanhã cedo numa faculdade aqui perto, minha casa ficou tão mais feliz com as plantas que o David colocou lá que eu acho que passei uns cinco minutos só olhando pra elas e regando-as. Peguei meu carro e dirigi para a faculdade e quando estacionei vi que tinha muitos alunos entrando ainda e isso me lembra a Madu...me lembra que ela deve estar estudando uma hora dessas em algum lugar que eu não faço ideia de onde seja.

- Bom dia, eu estou procurando o diretor Alan. - eu disse para uma moça no corredor.

- Você é da empresa Scalon né? - ela perguntou e eu assenti sorrindo.

- Ele está na sala 15 do segundo andar. - ela disse e eu agradeci. 

Subi seguindo a ordem de salas e quando achei a sala 15 percebi que ele estava conversando com os alunos que preenchiam a sala junto à um professor e assim que ele me viu me chamou com os dedos.

- Bom dia. - eu disse sorrindo.

- Bom dia. - o coro de alunos disse.

- Meus queridos alunos, eu tenho uma grande novidade. Consegui a licença para a reforma do nosso auditório e graças a empresa de advocacia Scalon eu farei isso o mais rápido possível. - ele disse e o pessoal começou a aplaudir.
 
- Oi gente, eu sou o Thiago e sou também dono da Scalon e me sinto muito honrado de fazer esse projeto acontecer e fico feliz que a obra vai começar logo e podem confiar que tudo dará certo. - eu disse e alguém levantou a mão no fundo da sala.

- Sim? Alguma pergunta? - o professor disse.

- Eu estou feliz que tenham escolhido a Scalon para representar a obra, meus pais adoram essa empresa. - um garoto disse e eu sorri.

(Coloquem para tocar: Colbie Caillat - What If)

- Eu também estou muito feliz que tenham escolhido a Scalon. - ouvi aquela voz e virei rapidamente para ver de onde vinha.

Assim que olhei para o canto esquerdo da sala - no qual eu estava de costas - pude vê-la em pé sorrindo e demorei alguns segundos para processar que era ela ali mesmo  porque parecia um sonho e ela estava sorrindo como se tivesse feito aquilo de propósito até que o diretor disse:

- Essa é a nossa nova aluna Maria Eduarda Scalon, filha do Rafael Scalon, dono da empresa e...- o diretor estava dizendo mas eu o interrompi.

- E meu sogro. - completei olhando pra ela que sorria.

- Hoje é aniversário dela, vamos cantar parabéns antes da aula. - o professor incentivou.

Enquanto todo mundo cantava e aplaudia ela eu só conseguia sorrir porque ela estava olhando pra mim com aquele sorriso lindo no rosto, eu não podia acreditar que ela estava de volta. Eu esperei tanto tempo por isso e estava quase perdendo as esperanças e imaginando que eu tinha perdido ela pra sempre.

- Parabéns Maria Eduarda, seja bem vinda a nossa turma de Contabilidade. - o diretor disse sorrindo.

- Faz um pedido pra durar pro resto do ano. - o professor disse rindo.

- Obrigada, mas eu não preciso pedir mais nada. Tudo o que eu preciso está bem aqui na minha frente. - ela disse olhando pra mim.

Ninguém estava entendendo nada até que ela saiu do seu lugar e veio até a mim correndo e me abraçou pelo pescoço colando sua boca na minha enquanto todo mundo gritava e festejava mesmo sem entender. A  m i n h a  menina estava de volta e me surpreendeu novamente, como é possível eu me apaixonar mais ainda por ela? A abracei forte depois disso ousando a sussurrar no ouvido dela que nunca mais a deixarei ir embora e o mais bonito disso tudo foi ouvi-la dizer:

- Nunca fui embora de verdade se sempre estive no seu coração.  

"Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."  
 
- Mário Quintana.