Jimin gemeu ao remexe-se em sua cama, seu corpo ainda estava todo marcado e ainda muito dolorido. Seu progenitor — como de costume — havia recolhido algumas peças de roupas suas e ido para algum lugar, passaria umas duas semanas longe e depois voltaria para sua casa.
Um pouco relutante e por ouvir sua barriga reclamar por comida, se levantou envolto do seu cobertor, apoiando-se em tudo que encontrava no caminho e desceu para a cozinha. O rosado se perguntava como havia conseguido chegar em casa e com isso lembrou-se automaticamente da reação de Jungkook quando viu seu corpo marcado.
Ele havia reagido como seu pai havia falo.
— J-Jimin, o que é...i-isso em seu corpo? — questionou o maior, com a voz falha, por esta tremendo e ainda imóvel no local que ficou.
Jeon estava perplexo com o que havia acabado de ver. O corpo do garoto estava totalmente marcado por manchas arroxeadas e vermelhas, tinham marcas de mãos, cortes... O garoto estava destruído! E agora sentimentalmente ao ver as expressões faciais do maior. Aquele homem havia lhe dito tanta coisa e agora vinha em sua mente algumas delas; "Ele é igual a mim", "Ele vai te abandonar como todos", rondavam seu subconsciente o atormentando.
— O q-que você está f-fazendo aqui? — questionou o ômega, levando o lençol até a altura do seu pescoço, enfiando seus braços por baixo do mesmo.
— Você d-desmaiou. — inspirou e suspirou algumas vezes, tentando fazer seu lobo se acalmar, assim como a si mesmo. — O que são essas marcas, hyung?
— Eu não q-quero falar, só sai daqui Jeon. — se afastou um pouco para o canto da cama. — As pessoas são sempre assim, ficam me interrogando. — murmurou. — Não precisa ter pena, só não fala mais comigo, ok? Eu v...
— Jimin! — o acastanhado havia se exaltado. Percebeu isso ao ver o menor se encolher e logo depois algumas lágrimas rolarem por seu rosto.
Ele havia usado sua voz de alfa consigo!
Assim que o menor desabou em lágrimas, WooChu chegou ao quarto e tirou o alfa de perto do rosado, o cedando em seguida.
O ômega fechou seus olhos, respirando um pouco ao chegar à porta da cozinha, para recuperar o fôlego que guardou apenas para descer as escadas.
— Hyung, — citou o lúpus. — Você deveria estar deitado.
Jungkook, caminhou até Jimin, que se assustou ao ouvir e sentir o cheiro do alfa em sua cozinha. O choque foi tão grande que quase foi ao chão, se não fosse pelas mãos do mesmo segurarem seu corpo.
— O q-que você está fazendo? — questionou o menor, ao que Jeon seguro-o em seu colo carregando-o até o sofá na sala.
— Você não está em condições de andar. — deitou o corpo do rosado sobre o sofá. — Espera um pouco, vou trazer seu almoço.
Jungkook correu de volta para a cozinha, para terminar de preparar o Gomtang*, um dos pratos que havia aprendido com seu omma e combinava perfeitamente com o momento. Estava frio, além de se adequar com o tempo, o caldo dá ao corpo um grande impulso de energia e o ômega precisava bastante. Enquanto o alfa colocava a comida sobre a vasilha, Jimin o fitava da sala; tentava entender o que de errado tinha com o Jeon. O acastanhado havia quebrado uma de suas promessas para consigo e estava agindo como se não tivesse acontecido nada.
— Por que está fazendo isso? — questionou, assim que o lúpus adentrou a sala novamente. — Você não precisa fazer nada por mim, não precisa sentir pena. Eu já estou acostumado a ficar sozinho, com todos foram assim, então não preci...
— Hyung. — suspirou, para se acalmar, logo em seguida agachando-se em frente ao rosado, que agora estava sentado. — Eu não estou com pena de você, não vou me afastar e não adianta você tentar, porque eu vou continuar indo até você. — segurou as mãos do menor, acariciando-as com ambos seus polegares. — Me perdoe por não cumprir com nosso acordo quando falei com você na frente dos outros e ter alterado minha voz, mas não foi minha intenção. Eu te juro que não queria fazer aquilo e te dou minha palavra que nunca mais irei fazer isso.
— Por que você insiste tanto? — realmente, Jimin tentava entender o motivo do alfa querer tanto estar perto de si.
— Eu já te falei. — sorriu o acastanhado. — Eu gosto de você, hyung.
— Eu não entendo... Por que? — Jeon franziu o cenho, com a pergunta do ômega, que continuou ao perceber sua confusão. — Eu não sou sociável, não gosto de estar perto de muitas pessoas, não sou delicado, não gosto de usar cores muito claras, não ando como um ômega deveria andar, não tenho uma voz suave, não sou fofo, nada do tipo. — suspirou o menor, só agora percebendo que havia segurado sua respiração. — Resumindo Jeon, eu não sou um ômega normal. Como todos os outros.
— Eu gosto disso. — se aproximou, ficando ainda mais próximo do rosado. — Eu não ligo se você não quer estar com outras pessoas, contando que comigo seja diferente, para mim não tem problema. Cores são o de menos, hyung, isso são só estereótipos feito pela sociedade, um ômega não é obrigado a usar cores claras, você não precisa andar como todos os outros. Só você que não percebe o quanto você é fofo, sensível, delicado... Sua voz é tão encantadora. Eu gosto de você assim, do jeito que você é e, não como a sociedade impõe. — Jungkook se levantou o suficiente para estar próximo ao rosto do menor e beijou sua bochecha, logo após sussurrou em seu ouvido. — Eu gosto de você do jeitinho que você é, Jimin-Ah.
— Estou com fome. — sussurrou, ao que o alfa se afastou o fitando.
— Fiz gomtang*, espero que você goste. — Jeon pegou a vasilha com a comida, colocando-o sobre seu colo. Pegou um pouco com a colher e levou em direção a boca do ômega.
— Eu posso comer sozinho, Jeon. — questionou, sentindo um rubor sobre suas bochechas.
— Vai, hyung. — sorriu. — Por favor?
Mesmo relutante, o ômega abriu a boca e o alfa levou a colher para dentro da mesma, retirando-a depois de depositar a comida ali. Jungkook gargalhou junto ao menor, pelas suas ações, mas ainda assim continuou a alimentá-lo.
— Jeon? — chamou assim que o acastanhado voltou da cozinha, sentando-se ao seu lado. Havia ido levar os pratos e acabou por lavar a louça, seca-las e guardá-las. — Não acha que está tarde?
— Está querendo me expulsar, Jimin hyung? — questionou, aparentemente indignado com a atitude do mais velho.
— Não quis dizer isso! — Jimin tentou argumentar, mas o outro ainda demonstrava estar chateado.
— Depois que eu cuido de você, quer me abandonar? — pôs sua destra sobre seu peito, demonstrando estar ofendido com a atitude alheia.
— Idiota. — socou levemente o braço do alfa. — Estou falando porque eu estou com sono e seus pais devem estar preocupados com você.
— Quer subir? — o menor assentiu. — Vamos lá. — se levantou.
— Não, Jeon. — questionou ao que o lúpus o pegou sobre seus braços novamente. — Eu posso subir sozinho. — resmungou manhosamente, tentando se afastar.
— Você está terrível, Jimin-Ah. Não tente fazer esforço, só vai piorar.
Jimin ficou de cabeça baixa o caminho todo para seu quarto, brincando com seus dedos para não focar na face do maior. O ômega estava feliz em saber que, finalmente, alguém estava realmente demonstrando estar se importando e preocupado consigo. Pela primeira vez em toda sua vida, o rosado estava se sentindo acolhido, protegido e amparado por outro alguém que não fosse a si mesmo e seu lobo estava contente com os atos do lúpus. Já Jungkook, sentia seu coração se apertar em seu peito. Seu lobo estava demonstrando que ele não lhe pertencia e que ele não queria Jimin, ele queria sua alma gêmea e o mesmo não estava gostando nada disso, ele queria o Park e não iria se importar com decisão de seu lobo.
Ele o faria mudar de ideia.
— Jeon? —chamo-o após ter tomado um banho rápido, enquanto o alfa preparava sua cama, vestiu-se com uma roupa confortável e deu alguns passos para fora do banheiro.
— Pode falar, hyung. — Jungkook foi até o garoto, ajudando-o a se deita em sua cama e o cobriu com um cobertor.
— Você que me trouxe para casa? — expôs sua dúvida, que começou antes mesmo de ver o alfa em sua cozinha. O acastanhado assentiu. — Jeon, seus pais eles...
— Jimin, eu já avisei a meu omma que estou aqui. — sorriu, afim de passar algum conforto para o menor. — Não se preocupe, ok? — foi a vez do menor assentir.
Os olhos do ômega já começavam a pesar, com os afagos que o mais novo lhe fazia em sua cabeça. Mexeu-se, se ajeitando para dormir, já sentindo o sono lhe invadir, quando o maior retirou sua mão e iria se afastar do ômega para ir até seu celular, que se acendeu indicando uma chamada do loiro. Deu graças aos céus por estar no silencioso. Jimin segurou seu braço, assim que o alfa ameaçou se levantar do seu lado.
— N-Não vai embora. — sussurrou baixinho, o suficiente para o outro ouvir e voltar a se sentar. — Fica aqui, comigo. — o rosado fechou seus olhos.
Jeon não precisou falar nada, apenas soltou a mão do menor do seu braço, vendo-o abrir seus olhos minimamente por conta do sono e levantou o cobertor deitou-se com as costas sobre a cabeceira da cama, repousando a cabeça alheia sobre seu peito e voltou a afagar as madeixas rosadas. Após Jimin dormir, o alfa tratou de enviar uma mensagem para Yoongi, avisando-o que não pode atender e que depois irião conversar.
I Feel You
— Omma? — Jungkook adentrou a cozinha, já sabendo que Jin estaria ali.
— Bom dia, meu amor. — beijou-lhe as bochechas. — Como o Jimin está?
— Ele está melhor, mas ainda está muito mal. — suspirou o mais novo. — Acordou duas vezes ontem a noite, só vim pegar umas roupas e volto para a casa dele.
— Vai dormir lá de novo? — questionou, preocupado.
— Sim. O pai do hyung, vai passar uns dias fora e ele não está em condições para fazer quase nada. — bebericou um pouco de café, o qual seu omma lhe entregou.
O alfa pegou a xícara, depois de pedir para seu omma esperar um pouco e subiu para seu quarto, indo até seu guarda roupa. Jogou algumas peças de roupas dentro de uma mochila e foi organizar algumas coisas para levar.
— Ele está tão ruim assim? — questionou Seokjin, ao chegar à porta do quarto do seu filho.
— Ele está horrível, omma. — levou o copo até os lábios, bebericando mais um pouco do café. Voltou a guardar o restantes das coisas e fechou sua mochila em seguida. — Te conhecendo tão bem do jeito que te conheço, garanto que se você vê-se como está o corpo do hyung, você iria chorar.
— Meu Deus, Jeon. — caminhou até o acastanhado, retirando a xícara de sua mão e o levando até a escada. — Volta logo, vai que o garoto está prestes a morrer agora?
— Obrigado, omma. — beijou-lhe a bochecha. — Avisa ao appa que irei dormir fora de novo e provavelmente, se o Jimin hyung ainda estiver assim, é provável que eu só volte na segunda. Já que faltei ao campus hoje.
— Não se preocupe, meu anjo. — afagou as madeixas acastanhada do seu filhote. — Se o Jimin estiver melhor, traz ele aqui em casa no domingo? — suplicou o mais velho.
— Eu sei que vocês querem conhecer o hyung, mais perto, dessa vez. — completou, vendo seu omma gargalhar brevemente. — Mas o Jimin hyung, está muito doente.
— Por favor? — juntou seu lábios, formando um bico extremamente fofo.
— Ok! Eu prometo tentar trazê-lo aqui no domingo. — sorriu. Iria tentar convencer o ômega.
— Obrigada, meu bebê. — beijou-lhe a bochecha. — Agora volta para o seu Jimin hyung. — deu um leve tapa um sua nádegas. — Beijos. — mandou-lhe alguns beijos no ar, ao que o seu filho se afastava de si, indo até a porta de entrada da casa.
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