— Pai? — chamou pelo ômega, ao que adentrou a sala.
— Meu, anjo. — Jin veio de encontro ao loiro, beijando-lhe as bochechas quando parou em frente a si. — Como foi seu dia?
— Foi normal. — Yoongi sentou-se no sofá junto ao mais velho. — Cadê o Jeon? Ele não foi hoje ao campus, fiquei preocupado.
— Ele está na caso do Jimin. — suspirou. — Ele está precisando dele no momento.
— Heat? — questionou, o alfa.
— Não, um pouco mais drástico que isso. Quando o Kook voltar ele te explica. — levantou-se do sofá, estendendo a mão para que o alfa pudesse segurá-la e assim ele o fez, caminhando em direção a cozinha.
— Boa tarde, appa. — cumprimentou o homem, almoçando a mesa.
— Boa tarde, querido. — Namjoon, sorriu para o loiro. — Almoça conosco?
— Claro, a comida do papai é a melhor do mundo. — sentou-se ao lado do alfa moreno.
— Você está namorando e não contou 'pra gente, Yoongi? — questionou, Nam.
— Eu? Não. — o garoto negou diversas vezes com a cabeça.
— Eu notei um cheiro, ou melhor, dois em você quando chegou. — falou Seokjin, ao entregar um par de hashi ao mais novo.
— Ah, eu esbarrei com dois ômegas no corredor. — ditou. — Inclusive, eles são da sala do Jeon.
— Nomes? — perguntou, Jin.
— Hoseok e Taehyung, mas, pai, prometa que não vai fazer como fez com o Jimin, por favor? — suplicou o loiro, ao que viu um olhar cúmplice ser direcionado ao alfa mais velho.
— Posso tentar, mas não prometo nada. — picou para o alfa. — Qual deles você gosta?
— Eu não sei. — sentiu uma quentura se formar sobre suas bochechas. Não estava preparado para esses tipos de pergunta. O casal soltou um pequeno coro de "hmm".
— Como eles são? Vocês conversam muito? — questionou Namjoon.
— Eles são bem legais, são meio desastrados as vezes, mas nada fora do normal. Pelo que entendi eles são melhores amigos, se conheceram ao chegar no campus e desde então não se separaram mais. Não sei muitas coisas sobre eles. — suspirou. — E não conversamos muito, começamos a nos falar a uns três dias, mas não é todo dia.
— E você já tem essa quantidade de informações? — Jin questionou surpreendido. — Andou pesquisando sobre os ômega, não foi?
— Só... Um pouquinho. — sorriu.
— Sinto, mais um, cheiro de gente apaixonada no ar. — cantarolou Nam.
— Appa!
— Aish, que lindinho. — apertou as bochechas de Yoongi. — Meu bebê está vermelho.
— Não precisa ter vergonha, filho. — sorriu. — Amar alguém é uma dádiva, imagina quando esse amor é em dobro? — os alfas gargalharam ao ver a expressão na face do ômega.
— Kim Namjoon, você me respeite!
E o restante da tarde se seguiu assim: entre riscos e zoações para com o alfa loiro, que tentava a todo custo não corar com as brincadeiras de seus pais.
I Feel You
Jimin se remexeu a cama, resmungando em seguida, por sentir seu corpo doer e empurrou o cobertor um pouco para o lado, esticando — o tanto que conseguia — seu corpo e coçou seus olhos em seguida para se acostumar com a claridade.
— Bom dia, hyung. — o ômega abriu seus olhos e rapidamente voltou a cobrir seu corpo e rosto com o cobertor. Resmungando, ao que sentiu seu corpo doer ainda mais.
— O que está fazendo aqui? — questionou, sua voz saiu incrivelmente rouca, por ter acabado de acordar e por estar sob o pano.
— Não precisa se machucar por minha causa, hyung. — Jeon, que até então estava sentado na cama, se curvou um pouco, apenas para ficar próximo a cabeça do menor. Sussurrou. — Você que me chamou e não me deixou ir embora. — sorriu ao ver o corpo alheio se encolher.
— Agora não quero mais. — empurrou o alfa com o pé. — Saiu daqui, Jeon. Anda!
— Vou descer para preparar seu café, você consegue tomar banho sozinho? — por breves segundos, teve o vislumbre das bochechas avermelhadas do mais velho.
— Aish, Jeon É claro que sim, vai embora logo! — voltou a empurrar o maior.
Jungkook resmungou algumas coisas, a qual o rosado não se deu o trabalho de ouvir e esperou alguns minutos para tirar a coberta de cima da sua cabeça, se surpreendendo com a presença do alfa ainda ali. Imaginou que ele já tivesse descido e que o cheiro, era por ele ter passado a noite em seu quarto. Jimin iria cobrir seu rosto novamente, dessa vez reclamando pela brincadeira do lúpus, mas foi impedido pelo mesmo.
— Não precisa ter vergonha Jimin-Ah — sorriu ladinho, com a visão das bochechas rubras do rosado. — Eu quero conhecer todos os seus lados, inclusive essa sua face cheinha ao acordar. — beijou-lhe em sua bochecha e correu para fora do quarto, quando o ômega ameaçou lançar uma almofada em si.
— Idiota! — gritou, ouvindo o gargalhar alheio. — Aish, esse garoto viu!
O Park resmungou, se levantando de sua cama a passos lentos, se agarrando em alguns objetos e caminhou até o seu guarda-roupa, pegou algumas peças de roupas que pudesse ficar confortável e pôs-se a caminho do banheiro. Despindo-se, assim que adentrou ao cômodo. Agora sem nenhum pano que o cobri-se, o garoto andou para o box, ligando o chuveiro e relaxando de imediato ao sentir a água quente sobre seu corpo. Terminou suas higienes matinais e por fim colocou as peças de roupas que havia pegado: calça moletom branca, uma camisa de mesma cor e um agasalho azul claro. Calçou suas pantufas e caminhou arrastadamente até sua cama, voltando a enrola-se entre os cobertores.
— Jimin, não era para você ter colocado a camisa. — adentrou ao quarto, com uma bandeja na mão, vendo os braços do menor coberto com as mangas do agasalho. — Vamos ter que tirá-la.
— P-Por que? — o rosado, não queria ter gaguejado, porém não conseguiu se controlar ao que o alfa se aproximou de si.
— Lembra quando você passou uma pomada nas minhas costas? — arqueou uma sobrancelha, fitando o menor. Jimin assentiu. — Então essa pomada é muito boa para hematomas, se você passar por uns três a quatro dias as marcas vão sumir mais rápido, meu pai que me deu. — sorriu orgulhoso.
Pode parecer doentio, uma coisa nada agradável, dentre outras, mas Park Jimin tinha um pouco de inveja toda vez que o garoto citava seu outro pai. O ômega nunca soube o que é tem uma mãe, alguém que se preocupa-se consigo, que lhe desse carinho, amor e tudo o que os pais deveriam passar para os filhos. Porém, Jimin nunca soube o que é o carinho, o amar, ser amado... Estava começando a aprender agora uma das principais coisas que os pais deveriam ter para com seus filhos: preocupação, mas estava aprendendo com alguém totalmente diferente, alguém que nem deveria demonstrar tais sentimentos para si, mas que a cada dia queria mostrar mais e mais ao menor, que ele se preocupava verdadeiramente consigo.
Jimin perguntava-se, sempre, se sua omma estivesse viva, ao seu lado: ela seria como seu progenitor, ou diferente? Como o Jeon era consigo. Porém nunca saberia como seria sua omma, ela havia morrido e não voltaria a vida.
O alfa não poderia negar que apreciou o corpo de seu hyung, por alguns breves minutos, antes de aplicar a pomada sobre suas costas fazendo uma massagem com o gel. Não havia visto na enfermaria, pois estava mais preocupado com as hematomas no corpo do garoto, do que em apreciar o corpo alheio. Jimin tinha um belo corpo, seu abdômen era bem definido pelas aulas de educação física e por ter feitos alguns treinamentos no campus à um tempo atrás, suas costas eram um tanto largas e bem marcadas, pelo menos até onde o rosado havia levantado a camisa, pois uma parte ele não deixou exposta. Jimin acabava por soltar alguns baixos gemidos, por conta da dor que sentia ao que o gel passava por alguns cortes em sua pele, fazendo o lobo interior do lúpus se descontrolar ao ponto do mais novo morder seu próprio lábio inferior para conter que um gemido escapasse de sua boca.
— Está bom, Jeon. — abaixou a camisa ao sentir os dedos finos do acastanhado tocarem, sorrateiramente, o início de sua cicatriz, mesmo ele não sabendo o que tinha ali. O alfa iria protestar, mas Jimin se levantou. — Eu faço o resto, sozinho, depois.
— Mas, hyung ain... — o menor o interrompeu.
— Sem perguntas Jungkook, por favor. — suplicou.
Jeon apenas se conteve e assentiu brevemente, pondo um sorriso em seu rosto para que o clima se esvai-se.
— Vamos fazer um trato. — sentou-se sobre seus joelhos, na cama, vendo o menor se deitar novamente. — Eu não te faço mais perguntas e você não me chama mais de Jeon, ok?
— Vou te chamar de quê, pelo amor de Deus, Jeon? — gargalhou brevemente, arrancando um sorriso do lúpus.
— Não sei. — deu de ombros. — Me chama de Jungkook, Kook, até mesmo Kookie eu estou aceitando, menos Jeon. É muito formal, hyung.
— Está certo, coelho. Vou parar de te chamar de Jeon e voc... O que foi? — questionou, ao ver o mais novo arquear uma sobrancelha e tombar sua cabeça levemente para o lado, em completo desentendimento. Jimin achou seu ato extremamente fofo.
— Coelho? — arqueou uma de suas sobrancelhas, com um sorriso adornando sua face. — Essa é nova.
— Nunca te falaram que você lembra um coelho? — agora foi a vez do ômega tombar sua cabeça, fazendo Jeon quase apertar suas bochechas. O lúpus negou. — Quando você sorrir. — apontou para a boca a sua frente. — Seus dentes me fazem lembrar os do coelho.
— Você está querendo dizer que tenho dentes avantajado, indiretamente, hyung? — fingiu estar ofendido, pondo uma mão sobre seu peito. Sabendo que o outro ficaria nervoso.
— N-Não, eu so quis d-dizer que... Sabe... Seus d-dentes... Aish, Jungkook! — empurrou o maior com o pé e cobriu seu rosto, sentindo-o esquentar. — Você fica fofo. — sussurrou.
— O que disse? — o alfa puxou o coberto do rosto alheio, com um sorriso brincalhão. Ele havia ouvido, sua audição super apurada captou seu sussurro, mas ele queria ouvir alto e claro. Jimin negou. — Se não falar, vou ter que ter encher de cosquinhas.
— Você não seria capaz. — Jeon apoio suas mãos sobre a cama, ficando sobre seus joelhos e caminhando sorrateiramente até o rosado. — Você é fofo com eles. — cobriu seu rosto novamente, dessa vez com as mãos.
Jungkook retirou suas mãos, vendo o rubor em suas bochechas. Jimin mantinha seu olhos fechados, porém os abriu ao ver que o alfa ainda segurava seus braços, mas não havia feito nada. Jeon o fitava, como sempre, queria guardada qualquer expressão nova do ômega em sua mente, cada detalhe de seu rosto, de seus olhos, sua boca e suas orbes castanhas para nunca esquecê-las. O mais velho estava prestes a protestar, depois de se dar conta de que estava fitando o menor a muito tempo, mas foi surpreendido ao ter seu rosto tomado por beijos. O que lhe causou uma crise de risos.
— J-Jeon. — chamou em meio aos risos, mas de nada adiantou. O lúpus continuava a distribuir beijos por toda sua face. — Jungkook! Para.
— Você é tão lindo, Jimin-Ah. — sussurrou ao distribuir um último beijo sobre sua fronte.
— Idiota! — o ômega lhe empurrou, após notar que suas mãos estavam livres a algum tempo.
Jeon deitou-se ao seu lado, ainda sorrindo, e puxou o menor para próximo de si; sem o machucar, mas ouvindo o mesmo resmungar um "pare, idiota!", que foi prontamente ignorado. O alfa envolveu sua cintura, fazendo-o encostar sua cabeça em seu peitoral.
— Você precisa comer, hyung. — respirou fundo, inalando o cheiro do ômega.
— Como se você me deixasse. — resmungou, brincando com a barra da camisa do maior. — Você não me deixou comer!
— Vem! — engatinhou até a bandeja com os alimentos, pegou-a e sentou de frente para o rosado. — Abre a boca.
— Para Jungkook. — resmungou, cruzando seus braços e formando um biquinho com seus lábios. Esse, que o acastanhado achou extremamente fofo. — Eu não sou uma criança e minhas mã... — o maior o interrompeu, enfiando um morango em sua boca. — Idiota! — socou, levemente, o braço alheio, assim que engoliu a fruta.
— Um idiota que você está começando a gostar. — Jeon beijou-lhe sua bochecha.
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