Duas semanas já se passaram e nunca mais vi a Camila. Confesso que sinto falta das loucuras dela, da amizade dela, mas ficar longe dela é a melhor escolha. Nessas duas semanas ela não frequentou a faculdade. Acho que pelo plano deles de querer me meter nos "negócios" ter falhado, ela saiu da faculdade.
- Boa noite seu Antônio- Me despeço dele e saio da lanchonete começando a andar rumo a minha casa.
Sabe quando você sente que está sendo seguida? Eu estava com essa sensação horrível. Olhava pra trás e ninguém me seguia. Quando eu voltava a andar, parecia que tinha sim alguém me seguindo.
Respirei fundo e continuei andando cantarolando uma música qualquer, torcendo pra chegar em casa logo. Senti uma mão segurar meu braço o que me fez soltar um grito e uma mão rapidamente tapou a minha boca.
- Não devia andar sozinha à essa hora - Escutei aquela voz familiar, ao me virar encarei ele, Justin estava ali bem na minha frente.
- Está louco? Me agarrar desse jeito na rua?
- Desculpa ai bebê, só queria te avisar pra não andar desprevinida - Encara meus olhos. Seus olhos cor de mel são lindos tenho que admitir.
- Bebê uma merda!
- Não vai mesmo querer participar do assalto ao banco?
- Quer mesmo falar disso no meio da rua? E não, eu não vou participar disso - Jogo meu cabelo e volto a andar mas ele me segurou novamente - Me solta garoto.
- Pensa bem, milhões e milhões na sua conta, tem certeza que não quer?
- Não! Eu não quero, prefiro trabalhar honestamente - Olho ele - Agora você pode soltar meu braço por favor?
- E por que eu soltaria?
- Eu acho melhor você soltar!
- Toda marrentinha - Suas mãos rodearam a minha cintura apertando a mesma. Meu peito bateu em contato com o seu e nossas respirações ficaram próximas. Encarei seus lábios que estavam a centímetros de distância dos meus e o empurrei afastando ele.
Comecei a correr e não pude deixar de ouvir sua risada debochada. Ao chegar em casa, a minha respiração estava ofegante, eu corri até chegar em casa.
O que deu em mim de quase beijar ele? Quase beijar um marginal? Ainda bem que eu o empurrei! Ah que nojo! Beijar aquela boca vermelha e carnuda... pera ai o que? Que nojo beijar aquela boca que chupa qualquer uma inclusive a menina que se dizia ser a minha amiga.
Mas acabei lembrando que eu já tinha beijado ele antes. Ele foi o cara que eu beijei na balada!
Meu celular começou a vibrar, mensagem e mais mensagens uma atrás da outra. Ao olhar visor uma me chamou a atenção.
"Encontrei uma pista que pode te levar até seus pais"
Meu coração ficou apertado. A vontade era de sair correndo e ir até a casa dela ver o que era, mas se for mais um dela com o Justin? Eu não vou la! Isso deve ser armação deles dois!
Me joguei na cama pensando em várias e várias coisas. Isso é sacanagem, apelar logo para um assunto que é importante pra mim. Meus pais!
{...}
Acordei no meio da madrugada com barulhos estranhos vindo da cozinha. Meu coração disparou, me levantei em silêncio e segui rumo a cozinha com um puta medo. Ao entrar não vi ninguém, apenas a janela aberta e batendo com o vento.
Fechei a mesma e voltei para o quarto vendo meu celular vibrar novamente. O peguei e vi que era mais uma mensagem da Camila.
"Mayla acho que sei onde seus pais estão"
Bloqueei a tela do celular e me deitei me cobrindo. O celular vibrou novamente e era uma mensagem de um número desconhecido.
"Entrei e saí da sua casa fácil fácil"
O filha da puta do Justin entrou na minha casa? Desgraçado! Admito, estou morrendo de medo de uma hora ele entrar aqui e fazer alguma coisa comigo por eu não ter topado participar desse assalto estúpido com eles.
Tentei dormir mas os barulhos de antes voltaram e agora eu levantei destemida. Quero encontrar esse desgraçado.
Ao chegar na cozinha ele estava sentado em uma das cadeiras. O encarei furiosa e me aproximei do mesmo.
- Gosta de joguinhos é? - Cruzei os braços o encarando.
- Joguinhos? Não! Isso não é comigo, aceita logo participar do assalto que eu te deixo em paz.
- Por que querem tanto a minha participação nisso?
- Porque fica mais fácil pra todos nós fugirmos, ninguém vai desconfiar de você- me encara de cima a baixo.
- Vai te catar Justin! Agora sai da minha casa - Estendo o braço em direção a porta.
- Se bem que isso aqui não pode ser chamado de casa - Levanta rindo e anda em direção a porta.
- Como é? - O puxei e dei um tapa no rosto dele que me olhou com fúria. Pronto, morri.
- Não deveria ter feito isso - E como eu imaginei. Um soco acertou em cheio o meu rosto, o que me fez cambalear e cair sentada com o nariz sangrando - Isso é pra você aprender que não se deve bater em nenhum homem -E saiu andando.
Minha cabeça doía, minha visão estava embaçada. O soco foi tão forte que cortou a minha bochecha. Me levantei e caminhei até o meu quarto logo entrando no banheiro. Ao me olhar no espelho me assustei. Meu nariz estava sangrado de mais e minha bochecha bem cortada. Limpei meu nariz estancando o sangue, fiz um curativo na minha bochecha e me deitei.
Não quero olhar pra cara desse babaca nunca mais! Eu devia ir na polícia o denunciar por invasão domiciliar e agressão, mas isso me causaria um grande problema e eu não quero isso.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.