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História I Hate Love You reescrita - Trinta e quatro


Escrita por: Percabeth201

Capítulo 35 - Trinta e quatro


★ - Trinta e quatro

Pov's Percy 

Estou caminhando em uma rua muito clara, o sol estava bastante forte e eu tinha que cobrir os olhos com as mãos para poder olhar para a rua. 
Várias crianças brincavam e as suas mães estavam estão conversando alto. 
Era um dia normal. 
Uma cena normal. 
O que chamou a minha atenção foi a fonte que estava a poucos metros de onde eu estava. 
Mas eu não me lembrava de ter visto essa fonte aqui em San Francisco. 
Eu me lembro que eu tinha visto essa fonte quando eu estava em Londres. 
Em um passeio com a Annabeth eu tinha deixado os meus sentimentos falar mais alto. E a tratei como a minha namorada. 
Me lembro que eu a peguei no colo e ameacei a jogar dentro da água - coisa que eu nunca faria- e ela me deu um sorriso tão iluminado que fez com que o meu coração se aquecesse. 
Antes eu a via como uma universitária gostosa que estava me dando momentos de prazer, mas depois daquele sorriso eu a vi como uma garota que iria mudar a minha vida para sempre. Pois ela já havia mudado o meu coração, e por mais incrível que possa parecer, eu a amei naquele momento. 

_Percy? - escuto alguém chamar o meu nome. 

Me viro saindo dos meus pensamentos, mas eu não vejo ninguém. Todos estão do mesmo jeito quando os vi pela primeira vez. 
Eu só não sei como que eu vim parar nesse lugar. Eu não deveria estar em Londres. 
E eu não estou. 

_Me ajude Percy- é a voz da Annabeth. 
_Annie- a chamo- estou aqui querida. 
_Por favor- implora- ela precisa de você.
_Quem? - pergunto encarando o céu. 
_Ela- insiste- então trate de aparecer logo. 
_Estou aqui- tento seguir o som da voz. 
_Não está- chora- ela vai morrer. 
_Quem? - pergunto outra vez. 

O silêncio. 
Caminho mais um pouco e o tempo começa a escurecer, as crianças somem juntamente com as suas mães. 
E perto da fonte está uma criança. 
Ela era muito frágil, os seus cabelos eram de um loiro pálido, e ela estava chorando muito. 
E aquele choro fazia com que o meu coração doesse. 

_Me ajude- a menina chora. 
_Claro- me ajoelho ao seu lado- Emily? - me assusto quando reconheço a garota. 
_Só você pode- a garota chora e desaparece. 
_Emily- acordo gritando. 

Acordo sentindo uma dor muito grande no peito. O meu coração estava muito acelerado, e eu estava suando frio. 
Um medo dominou a minha mente. Mas eu não sei por que eu estou sentindo esse medo. 
E só agora que eu me lembro do meu sonho estranho, e não sei por que agora depois de mais de quatro anos eu fui me lembrar dessa fonte. 
Acho que eu nunca contei para a Annabeth que foi naquele momento em que eu a amei. A amei profundamente, e seria capaz de fazer qualquer coisa para que ela sorrisse daquela forma. 
Mas agora o que eu estava sentindo era dor. Uma dor muito forte. 
E uma tristeza muito profunda. 

_Por que será que eu sonhei com a Emily? - sussurro- e por que ela estava pedindo a minha ajuda? 

Me lembro do seu choro, e sinto o meu coração se apertar mais ainda. 
Aquilo me pareceu tão real, que ainda posso sentir o calor do sol no meu corpo. E ouvir o som das crianças brincando. 
Mas eu também ainda consigo escutar a Annabeth me pedindo ajuda. 
Ela me pareceu tão angustiada, tão desesperada. E com muito medo. 

_Será que aconteceu algo com a Emily- penso assustado. Apesar de não ser o pai daquela garota, eu a amo muito e me preocupo com a sua saúde- será que a Annie já a levou ao pediatra? Será que é muito cedo para ligar para ver como elas estão? 

Me levanto e começo a procurar o meu telefone que está em cima do criado mudo. Eu vou ligar para a Annie, apenas para saber se esta tudo bem, e ouvi a sua voz para me acalmar. 

_Mas se alguma coisa tiver acontecido? - penso angustiado. 

Tento achar o meu telefone apenas pelo tato mas não consigo o encontrar. 
E o estranho era que eu tinha quase certeza de que eu tinha colocado o celular em cima do criado mudo quando cheguei do casamento. 
Mas ele não estava lá. 
O procuro pela cama, mas o resultado é o mesmo. 
Indignado acendo a luz e encaro o meu quarto que não estava nada arrumado, provando que não seria fácil encontrar nada no meio daquela bagunça. 
Me levanto e volto a procurar o telefone no criado mudo, e também em cima da cama entre as cobertas, mas como antes eu não o encontrei. 
O procuro pelo quarto, no meio das roupas - limpas que estavam em cima de uma cadeira, e sujas que estavam espalhadas pelo chão. 

_Oh aonde se escondeu? - resmungo. 

Coloco uma camisa e procuro o meu telefone pela casa toda. E não o encontrei em lugar algum. 
Tento refazer os meus passos de ontem a noite e eu tenho certeza de que eu estava com o meu celular quando cheguei em casa. 

_Claro que eu estava- penso- pois eu liguei para a Julia antes de dormir. 

Então era mais provável que ele estivesse no criado mudo, ou na minha cama. Mas ele não estava em nenhum desses lugares. E isso era muito estranho. 
Era como se ele tivesse desaparecido do nada. 

_Ou alguém o pegou- sussurro- mas quem poderia vir aqui apenas para pegar o meu telefone? 

Por mais que eu pense eu não consigo encontrar uma resposta para essa pergunta. 
Ainda muito desconfiado vou em direção ao banheiro para tomar um banho e quem sabe poder esclarecer as idéias. 
Jogo um pouco de água fria no rosto e tento me lembrar aonde eu tinha colocado aquele maldito telefone. 
Mas tudo me dizia que quando eu adormeci o meu celular estava no criado mudo. 
Eu não estava tão louco assim. 
Tudo bem que eu estava ansioso por causa da viajem, mas mesmo assim eu ainda não estava louco. Ainda não. 
É o pior é que eu não tenho certeza se a Annie vai mesmo me encontrar. Se algo tiver mesmo acontecido? Se ela tiver me ligado para dizer que não iria mais me ver e que decidiu ficar com o seu noivo? Ou se até mesmo ela agora nesse momento estiver pensando que eu estou a ignorando. 
Se eu tivesse um telefone fixo eu poderia ligar para ela, e tiraria de vez essa angústia do meu coração. 
Faço a minha higiene pessoal e tomo um banho relaxante. 
A água quente tinha o dom de me deixar menos tenso. Mas hoje isso não aconteceu. 
E acredito que estou mais nervoso do que antes. 
E eu não entendo de onde veio essa angústia, e esse pensamento de que algo muito ruim estaria acontecendo. 
Troco de roupa e depois começo a fazer as minhas malas. O meu vôo para o Japão era para as 14: 50 e eu não poderia me atrasar. 
Se as coisas lá fossem tão boas quanto eu esperava, a minha vida iria mudar e muito. E mudar para melhor. 
Depois de arrumar as minhas coisas e pegar o meu passaporte eu fui para a cozinha para preparar algo para comer. 
E como eu estava muito nervoso eu apenas fiz um pouco de café e o tomei em pequenos goles. 
Eu sei que não é só a viajem que está me deixando assim. Eu estou com medo de que algo ruim possa ter acontecido com a pequena Emily. 
Volto a procurar o meu telefone em todos os lugares que eu não tinha procurando antes. 
Até mesmo verifiquei a lata de café, e de açúcar. Olhei até mesmo dentro do microondas e na geladeira. 
Nos cantos da casa o telefone também não estava. Cheguei a procurar até mesmo dentro do lixo, e tudo foi em vão. Aquele celular não estava na minha casa. 

_Então aonde ele está? - digo alto. 

Eu tenho certeza de que tem alguma coisa errada nisso. E o pior é essa sensação de que algo ruim está acontecendo nesse momento e eu não posso fazer nada para ajudar. 
Eu não posso deixar de pensar que é a Annabeth que precisa dessa ajuda. 
Eu poderia dar uma passada rápida no hotel aonde ela está apenas para saber se esta tudo bem com ela. 

_Mas será que tudo está bem? - suspiro e encaro o relógio- se eu for depressa eu a pego em casa e não vou me atrasar para pegar o meu vôo mais tarde. 

E é isso o que eu vou fazer. 
Mas será que ela iria achar que estou ficando louco em aparecer do nada para saber se estava tudo bem? 
Ou iria pensar que estou forçando a barra para que ela decida logo e venha morar comigo no Japão? 
Mas foi ela que me disse que me quer. 
Foi ela que me disse que quer tentar novamente. E que me ama mais do que tudo. Pois agora podemos ficar juntos. 

_É isso o que eu vou fazer- decido. 

Pego as chaves do meu carro e me levanto da cadeira aonde eu tinha me sentado para tomar café. 
Quando termino de colocar a xícara em cima da pia eu escuto a campainha tocando. 
Acelero o passo e abro a porta da frente.
Estou ansioso e penso que é a Annabeth que resolveu me fazer uma surpresa já que eu não atendia o telefone. 

_Oi meu- começo a falar e me calo diante das duas pessoas na minha frente- amor? 
_Papai- a Julia diz sorrindo. 
_O que está fazer aqui princesa? - a pego no colo e dou um beijo no seu rosto. 
_Ela veio se despedir- alguém diz mais alto. 
_Reyna- me surpreende. 
_Ou será que iria viajar sem falar com a sua filha? - diz ríspida. 
_Eu disse que iria passar na sua casa mais tarde- tento controlar o meu humor- mas fico feliz que veio filha. 

As duas entraram e eu fechei a porta ainda desanimado. 

_Esta sozinho? - a Reyna sussurra- não queremos ter interrompido nada. 
_Claro que estou sozinho- digo um pouco alto. 
_A Julia queria muito te ver- diz mudando de assunto. 
_Eu também queria a ver- sorrio- o que você quer lá do Japão filha? 
_Uma boneca- sorri- me trás uma boneca bem bonita. 
_Trago quantas quiser- era incrível como a Julia me deixava mais tranquilo.
_E pra mamãe? - me encara- vai trazer algo pra ela. 
_Sim- um belo pedido de divórcio. 
_Só o seu pai voltando já é o meu presente- a Reyna diz simpática. 
_Vou te trazer mais do que a minha presença querida- digo tentando afastar o sarcasmo. 
_Não precisa- insiste. 
_Aceita mamãe- a Julia sorri animada- e quando vamos viajar juntos? 
_Quando o papai voltar - digo. 
_Os três? - pergunta. 
_Sim os três- ou quatro. 
_Eba papai- se anima mais. 

A Reyna sorri e é bastante simpática. 
E isso é muito estranho, pois a Reyna não é simpática assim comigo. E olha que estou lhe jogando milhares de indiretas. 

_Quer comer algo filha? - pergunto e olho o relógio, eu ainda tenho tempo. 
_Tem panquecas papai? - pergunta tímida. 
_Eu faço pra você- ela sorri. 

A pego e fomos até a cozinha. 
Pego os ingredientes e começo a fazer panquecas para a Julia. 
A menina se sentou em uma cadeira, e a Reyna ficou em pé, enquanto se apoiava na mesa. 

_Deveria se sentar- resmungo depois de uns cinco minutos. 
_Eu prefiro ficar te admirando de pé- sussurra- é mais gostoso. 
_Reyna- digo sem a encarar. 
_Estou mentindo?- sorri- é delicioso te ver fazendo panquecas, me lembra dos velhos tempos. 
_Devem ser muito velhos mesmo- digo sem paciência- pois eu não me lembro. 
_Éramos tão felizes- sussurra. 
_Falou e disse- digo baixo- éramos. 
_Eu ainda te amo como da primeira vez- diz alto. 
_Aqui as panquecas filha- ignoro a Reyna. 
_Amo muito- insiste- eu sempre vou te perdoar meu amor. 
_Perdoar? - repito. 
_Das suas traições- diz baixo- dos seus deslizes. 
_Outro motivo para cada um seguir o seu caminho- suspiro. 
_Percy- resmunga- não faz assim. 
_Querida- tanto ser simpático- não temos mais volta. 
_Não é verdade- insiste _Somos uma família- encara a Julia comendo- ela é tão nova para ver os pais brigando. 
_Não estamos brigando- digo- e nem vamos. 
_Amor- continua- se não brigamos então por que ficar separados? 
_O amor acabou- sou direto- simples assim. 

A Reyna me encara mas resolve me ignorar. 
Ela não entende que eu não a amo mais.
Ela não entende que eu amo outra pessoa. Não entra na sua cabeça que o nosso amor acabou. 
O que vivemos foi um romance de " adolescentes" eu nunca a amei. Tudo o que eu sentia por ela era tesão que acabou quando eu soube que ela estava grávida, e eu fui obrigado a me casar com ela. 
Eu fui um idiota em ter continuado com ela apenas por pena. Apesar de não a amar, ela não merece que eu sinta pena dela, ao invés do amor que ela acha que eu sinto. 
Eu tentei ser discreto, eu tentei ser direto. Mas nada disso parece funcionar com a Reyna. É como se ela só escutasse o que lhe convém. 

_A Julia também gostaria de nos ver juntos, não é filha? - a Reyna pergunta. 
_eu- a garota nos encara assustada. E o garfo fica suspenso entre a boca e o prato. 
_Não a pressione- me irrito- pode comer tranquila. 
_Você a escutaria se ela dissesse que te apóia em nós abandonar- rosna. 
_Eu a escutaria se fosse uma decisão dela- digo- e não o que você gostaria de ouvir. 
_Filha diga- grita- fale a verdade pro papai. 
_Reyna pare- me irrito. 
_Fale meu amor não tenha medo- a Reyna insiste- nada vai lhe acontecer minha filha- ela diz encarando a filha. 
_É papai- diz encarando o prato- eu iria ficar muito feliz se vocês voltassem a morar juntos. 
_Verdade filha- pego na sua mão- não tenha medo. 
_Verdade- me encara mas desvia o olhar- eu também quero muito ter a minha mãe e o meu pai juntos. 
_Filha- suspiro. 

Se isso for mesmo verdade, eu tenho que arrumar um jeito de explicar para a Julia que mesmo separado da mãe dela eu ainda a amo muito. 

_Minha filha- suspiro- o papai te ama muito. 
_Eu sei- ela diz. 
_E isso não vai mudar- digo firme. 
_Até parece- a Reyna resmunga. 
_Reyna- suspiro baixo. 
_Mas não vai amar a mamãe- diz encarando o chão- e isso não é certo papai. 
_Eu sempre vou amar a sua mãe- garanto- mas vai ser um amor diferente.
_Do mesmo jeito que diz que vai me amar ?- fala mais alto. 
_É diferente- suspiro- você é a minha filha. 
_Eu sei- resmunga. 
_Então eu vou te amar como sempre amei- continuo. 
_Como vou saber se é verdade- diz olhando a mãe. 
_Vai ter que confiar no papai- agora eu tenho certeza de que a Reyna a obrigou a falar isso. 
_Mas eu não quero ver vocês dois brigando- diz baixo. 
_O papai e a mamãe não vão brigar- digo- não é mesmo Reyna? 
_Não sei- diz alto. 
_Eu não vou brigar- a encaro. 
_Filha- diz me ignorando- o seu pai esta nos abandonando por causa de outra mulher. 
_Reyna- rosno- não é assim filha. 
_Então não está nos largando para ficar com outra? - grita furiosa- ele não vai te amar do mesmo jeito Julia. 
_Vou ter uma madrasta? - diz incerta. 
_Sim- a Reyna grita- e uma falsa irmã a tiracolo. 
_Quem? - pergunta baixo. 
_A tia Annabeth- a Reyna grita- o seu pai prefere morar com ela e nos abandonar.
_Não vou te abandonar filha- garanto- e eu não estou deixando a sua mãe apenas por causa da sua tia. 
_A Annabeth é a culpada de tudo- grita encarando a menina - filha me ouça quando eu digo que a sua própria tia deseja a nossa infelicidade. 
_Não é assim Reyna- suspiro- ninguém tem culpa de nada. 
_Aquela vadia- grita. 
_Olha como fala na frente da menina- digo. 
_Para de defender aquela mulher- continua gritando. 
_A defendo por que ela não tem culpa de nada- insisto. 
_Sim ela tem- diz e volta a encarar a filha- Julia você não vai morar com aquela mulher. 
_Não coloque a Julia nessa situação- exclamo- esse assunto é só nosso. 
_Não foi o suficiente ter me traído antes- grita. 
_A Annie não tem culpa das nossas brigas- me irrito- somos os únicos culpados. 
_Agora a culpa é minha- ri. 
_Nossa- insisto. 
_Não mesmo- continua gritando e começamos uma briga. 
_Não briguem- a Julia chora- não gosto quando fazem isso. 
_Não vamos mais brigar meu amor- me abaixo e pego na sua mão. 
_Promete? - pergunta ainda chorando. 
_Prometo- a Abraço- eu te amo muito minha filha. 
_Mas vocês ficam brigando e se acusando- ela diz abafando o choro- não vêem que eu amo os dois e não posso os ver assim. 
_Me desculpe- sussurro- não vou me esquecer que está aqui e não merece ver os pais brigando. 
_Se for para sempre brigar- diz encarando a mãe- não podem ficar juntos. 
_Eu amo o seu pai- a Reyna resmunga- mas ele não me ama. 
_Por isso não podem ficar juntos- diz limpando o rosto- eu não entendo as coisas dos adultos, mas eu entendo que quando duas pessoas não se amam mais, elas não podem ficar juntas. 
_Mas eu amo o seu pai- a Reyna insiste. 
_Depois- sussurro para a Reyna- chega de discussões na frente dela. 

A Reyna força um sorriso. 

_Isso não é certo- digo baixo- Reyna. 
_Não é certo o que você está fazendo- resmunga. 
_Mas a Julia não tem culpa- insisto- me empresta o seu celular? - pergunto mudando de assunto. 
_O meu celular? - repete. 
_O meu sumiu- suspiro. 
_Deve estar na casa da Annabeth- diz irônica. 
_Deve- sorrio- me empresta o seu? 
_E o que você vai fazer? - pergunta. 
_Fazer uma ligação- sorrio- eu preciso checar o meu vôo. 
_Não pode fazer isso por email- pergunta. 
_Não- insisto- vai ser rápido, eu te prometo. 
_Vai ligar pra ela? - diz incerta. 
_Vou ligar pro aeroporto- garanto- apenas isso. 
_Que estranho o seu telefone sumir- diz procurando o seu telefone e me entregando- como vai entrar em contato com a gente? 
_Arrumo outro no aeroporto- garanto. 
_Está bem- resmunga. 

Nesse momento a Julia derrama suco no chão e a Reyna se afasta. 
Ela sorri prestativa e pega um pano na pia e limpa a mesa e o chão. Mas eu sei que ela está tentando ao máximo não brigar com a Julia. 
Eu fico mal em ter que viajar e deixar a minha filha com essa mulher que não a ama. 
Eu não entendo quando a Reyna se tornou essa mulher fria que usa a própria filha. 
Disco os números depressa e ligo mesmo para o aeroporto - se a Reyna soubesse as minhas verdadeiras intenções ela não me deixaria usar o seu telefone. 
Depois de um tempo desligo o telefone, e como a Reyna ainda estava distraída aproveito para ligar depressa para outra pessoa. 
Ligo para a Annie. 
O telefone chama diversas vezes então a secretaria eletrônica atende. Desligo o telefone frustrado. 
E me seguro para não dizer nada alto para que a Reyna suspeite de algo. E também apago o registro da chamada e suspiro. 

_Por que será que ela não está atendendo o telefone? - penso preocupado. 

Agora eu tenho mais certeza de que algo ruim realmente aconteceu. 
Mas se tivesse acontecido a Reyna iria me falar não? 
Não, ela não iria me falar mesmo, e isso me deixa mais irritado ainda. 
Isso de não saber o que está acontecendo com a pessoa que mais se ama é um verdadeiro castigo. 
Será que ela não quer falar comigo por que deve ter me ligado e eu não atendi o telefone - já que o meu celular sumiu- e agora está achando que eu não quero a ver? 
Ou talvez ela se irritou e está me ignorando - mulher quando é ignorada faz coisas que até eu tenho medo de pensar. 
Ou talvez ela não pode atender o telefone por que está ocupada com alguma coisa. 
O pior é pensar que ela se entendeu com o Apolo e os dois estão nesse momento se reconciliando com altos Beijos românticos. 
Ou será que ela resolveu voltar para Londres de uma hora pra outra. 
Ou se ela tiver sido forçada a voltar? 
Só de imaginar que aquele idiota a forçou a fazer alguma coisa. Ou até mesmo a tenha a machucado, eu não gosto nem de imaginar nenhuma dessas possibilidades. 
Mas algo aconteceu. E disso eu tenho certeza. Eu só não sei o que foi. 

_Ligou? - a Reyna aparece do meu lado. 
_Sim, obrigado- lhe entrego o seu telefone. 
_Algo errado? - pergunta me encarando.
_Não- digo firme- está tudo certo. 
_Esta com uma cara- diz baixo- tem certeza de que esta tudo bem? 
_Tenho- digo alto- o que poderia ter acontecido de ruim? 
_Não sei- morde os lábios- então está tudo certo? 
_Esta- perco a paciência- até parece que você fez algo errado e está com medo de que eu tenha descoberto. 
_Que nada- diz nervosa- preciso retocar a maquiagem. 
_O banheiro fica no final do corredor- digo surpreso com a mudança de assunto. 
_Obrigada- diz e sai quase correndo. 
_Que estranho- penso. 
_Juju- sussurro aproveitando que a Reyna saiu. 
_Sim papai- diz me encarando. 
_Precisamos conversar sem a mamãe por perto- digo. 
_Sem a mamãe- se assusta. 
_A verdade é que a tia Annabeth não vai ser a sua madrasta- falo direto. 
_Não? - pergunta confusa. 
_Ela vai ser a sua segunda mamãe- falo e ela se assusta. 
_Mamãe? - pergunta. 
_Sim- digo baixo. 
_Não entendo- sussurra- eu já tenho mãe. 
_Por isso a sua tia vai ser a sua segunda mãe- suspiro. 
_Vai se casar com ela? - pergunta me encarando- a mamãe falou a verdade. 
_Não sei filha, se vou me casar com ela- digo- mas a mamãe não disse a verdade, a Annabeth é uma boa pessoa e você sabe disso. 
_Ela é boa- concorda. 
_Se lembra que você falou sobre duas pessoas não se amar? - pergunto. 
_Sim- responde. 
_Você ainda é muito pequena- ela sorri- mas a verdade é que eu amo a Annabeth. 
_Sempre a amou? - pergunta um pouco alto. 
_Sim filha- concordo- você pode não se lembrar mas eu sempre a amei. 
_Eu me lembro- sorri- de poucas coisas, mas estou vendo como gosta dela. 
_Muito- sorrio. 
_Acho que vou gostar de ter duas mães- diz tímida. 
_Não imagina como eu fico aliviado- a Abraço forte- você sabe que o meu amor por você nunca muda não é? 
_Sei- diz sorrindo- eu também gosto da - ela para pra pensar- mamãe Annabeth. 

Fiquei muito feliz em saber que o veneno da Reyna não tinha afetado a Júlia. 

_Por que estão abraçados? - a Reyna pergunta. 
_Nada- digo firme- eu vou morrer de saudades da minha filha. 
_Só isso- diz alto. 
_Acha pouco- suspiro. 
_Vocês vão se falar todos os dias- resmunga- não se pra que esse drama todo. 

Engulo a vontade de dizer umas boas verdades para a Reyna, mas a Julia já nos viu brigar muito. 

_Quer almoçar com o papai filha? - pergunto. 
_Já - a Reyna diz rápido. 
_Agorinha tenho que sair- digo- querida se quiser ir embora eu levo a Julia antes de ir pro aeroporto. 
_Eu te ajudo com o almoço- diz sorrindo- o meu presente de despedida. 

Depois de um tempo o almoço estava pronto e comemos os três juntos. 
O telefone da Reyna tocou e ela saiu discretamente. 

_Vou sentir a sua falta filha- digo sincero- se eu tivesse tudo certo eu te levava comigo. 
_Também vou sentir saudades- chora- eu não queria ficar sozinha com a mamãe. 
_Eu volto logo- garanto- e vou fazer de tudo para você voltar a morar só comigo. 
_Verdade papai? - pergunta animada. 
_Verdade- garanto. Vejo a Reyna voltando- aconteceu algo- a cara dela estava sem expressão. 
_Não- sorri- a mamãe querendo conversar a toa. 
_Vão pra lá? - pergunto. 
_Talvez- diz pensativa. 

Depois de almoçar eu pego as minhas malas. 

_Vou sentir saudades- Abraço a Julia muito forte. 
_Também- chora baixo. 
_Se comporte- sussurro- o papai vai ligar todos os dias. 
_Vai comprar outro telefone? - pergunta. 
_Vou- digo- assim que eu chegar no aeroporto eu o compro e ligo para te passar o número. 
_Vem- a Reyna tira a Julia do meu colo- o papai tem que ir. 
_Até Reyna- digo quando ela pensa em me abraçar. 

Depois de me despedir das duas pego um táxi e vou para o aeroporto. 
Agora é esperar para ver se a Annie vai aparecer. 
E não estou com um bom pressentimento. 
Vou até uma pequena loja e compro outro celular novo. Felizmente eu me lembrava do número do telefone da Annie e de algumas outras pessoas. 
Depois de testar o telefone eu dou uma volta pelo aeroporto e tento encontrar a Annie no meio de todas aquelas pessoas que iriam viajar, e os que iriam se despedir. 
Ando de um lado para o outro e checo o meu telefone a cada segundo. 
Eu tinha mandado uma mensagem para a Annie explicando que eu tinha perdido o meu telefone e esse era o meu número novo. 
Mas ela não me ligou. 
Eu já tinha perdido as esperanças de que ela fosse realmente aparecer. Pois já estava claro que ela não iria vir se despedir. 
E isso machucava, e machucava muito. 
A hora do meu vôo chegou. 
Sigo as outras pessoas e entro no avião. 
Me sento no meu lugar e encaro a janela. 

_Eu queria tanto ter me despedido de você- penso suspiro. 

Depois de poucos minutos o avião começa a decolar, e um sentimento de tristeza tomou conta do meu corpo. 
Porém algo estranho aconteceu. 

_Me desculpe pelo transtorno- a voz do piloto saiu pelos auto falantes do avião- tivemos um pequeno problema e teremos que aterrissar. 

O avião já estava no chão novamente. E uma aeromoça nos levou para a sala de embarque para poder esperar até que outro avião estive preparado. 

_Será que vai demorar muito? - pergunto. 
_Não se preocupe senhor- a mulher responde- esse problema logo estará resolvido. 

Fico em pé em um canto e pego o meu celular e fico o encarando e procurando por alguma chamada perdida ou alguma mensagem de última hora. 
Mas não tinha nada. 
Algumas pessoas do meu lado estão nervosas andando de um lado para o outro sem parar e isso já estava me irritando. 
Estou tão distraindo com uma cena de um casal discutindo na minha frente que levo um susto quando alguém chama o meu nome. 
No começo eu achei que poderia ser outra pessoa, pois ninguém ali me conhecia. 
E quando encarei a multidão eu não vi ninguém conhecido. 
Um sentimento estranho tomou conta do meu corpo, estava quase saindo daquele lugar quando eu a vi. 

_Percy- ela chamou. 

Ela está entrando na sala. 
O Seu olhar está diferente, como se ela tivesse corrido muito. 
Os Seus cabelos estão bagunçados, e as suas roupas estão amarrotadas. 
É como se ela tivesse ficado sentada durante muito tempo, e teve que sair correndo sem saber para onde ia sem pensar. 
A minha Annabeth, estava caminhando na minha direção. E vejo o alívio no seu olhar quando me viu. 
Ela está diferente, os seus olhos estão vermelhos, como se ela tivesse chorando por muito tempo. 
Se eu tinha dúvidas de que algo ruim tinha acontecido, agora tudo foi confirmado. 
Estou assustado, e a cada passo que ela dá na minha direção é como se o meu coração estivesse sendo cortado. 
E ela começou a correr e ignorando as pessoas que a encaravam. 

_Annie- digo baixo quando ela para na minha frente. 
_Graças a Deus que lhe encontrei- diz baixo me encarando. 
_Teve um problema no vôo- explico pois ela olha ao redor. 
_Ainda bem- ela me abraça muito forte. 
_O que aconteceu? - pergunto a abraçando e sentindo o quanto que ela está triste - você não veio se despedir. 
_É que a Emily passou mal- diz me abraçando muito forte. 
_Passou mal? - me preocupo mais ainda e o meu sonho de hoje de manhã volta a minha mente. 
_Ela está no hospital- diz me encarando - e está internada. 
_O que ela tem? - pergunto a encarando também. 
_Uma anemia- sussurra - e muito profunda. 
_Anemia? - digo assustado 
_Mas ela precisa de muito sangue- continua- mas o sangue dela é muito raro. E por isso que ela não é compatível com o meu sangue. 
_Não? - digo a encarando. 
_O seu sangue é O+ - diz baixo. 
_O+ ?- me assusto pois o seu sangue é igual ao meu. 
_O seu sangue é igual do pai dela- explica- por obra do destino o meu sangue não presta pra ela. 
_Ainda bem que ele pode a salvar- digo baixo. Ainda sem entender o motivo dela estar lá quando a filha está no hospital. 
_Sim- ela me puxa- por isso você tem que se apressar. 
_Por que- Digo sem entender nada. 
_Por que só o seu sangue pode a salvar- diz alto- por que você é o pai dela. 
_Pai dela? - penso assustado- como assim eu sou o pai da Emily. 
_Você tem que vir logo- me puxa. 
_Annie- sussurro- como assim? Você me disse que ela não é a minha filha. 
_Eu menti- grita- agora por favor a salve. 

Deixo que ela me puxe pelo aeroporto. 
Eu ainda estou em choque. 
Ela me arrasta até o estacionamento e entramos em um carro. 
E antes de colocar o cinto ela começa a dirigir. 

_Antes de sair de San Francisco eu descobri que estava grávida- diz baixo- eu ia contar mas aí veio a doença da Reyna aí fiquei com medo. 
_Eu não ia te deixar sozinha- digo baixo.
_Por isso fui embora- admite- a minha mãe tinha me dito que eu não deveria magoar a minha irmã então eu fui embora- ela para pra respirar- mas naquela mesma noite eu sofri um acidente. 
_A cicatriz- concluo e ela concorda. 
_Quase morri- diz baixo- fiquei um tempo desacordada, mas quando acordei felizmente eles tinham avisado apenas a tia Thalia, e eu a convenci a irmos para Londres sem avisar a ninguém. Graças a Deus o bebê não sofreu nada. Em Londres eu tentava estudar e conciliar a gravidez e estava bem, apenas com umas mudanças de humor. Eu queria te ligar mas eu fui egoísta, pois você já tinha a sua filha, e o meu maior presente foi descobrir que era gêmeos. 
_Gêmeos? - me assusto. 
_Sim- sorri- fiquei radiante, e isso me deu forças para seguir em frente. William e Emily. Arrumei tudo, do quarto as roupas e estava ansiosa para os ter nos braços. Mas antes do parto eu passei muito mal e os médicos disseram que eu tinha sofrido um aborto. Eu chorei muito pois eu os queria muito. E quando falaram que eu tinha que fazer uma cirurgia para os retirar eu quis morrer. Então decidi que queria morrer com eles, mas aí a minha tia armou com a enfermeira e me aplicaram algo para dormir. Quando eu acordei eu estava mal e a tia explicou que quando foram fazer uma ultra som eles viram um coração batendo, e pelo menos a Emily estava viva. E me dediquei a dar tudo pra ela. Mas eu não posso dar o meu sangue- ela chora- o Apolo sabia da gravidez pois nos conhecemos quando eu estava grávida. 

Enquanto ela explicava ela dirigia muito depressa. Mais de uma vez eu pedi para dirigir mas ela só disse que tinha que chegar depressa ao hospital. 
Mas eu tinha medo dela bater o carro ou coisa parecida, pois ela estava muito perturbada. 
Mas a verdade é que eu também não estou em condições para dirigir. Pois ainda estou chocado com toda essa revelação. 

_Como você tinha a Júlia- continua- eu pensei que fosse me tomar a minha filha se soubesse a verdade, e eu iria ficar sozinha. 
_Nunca iria a tirar de você- sussurro- mas eu te perguntei tanto. 
_Admito que errei em não lhe dizer antes- explica- é um assunto muito delicado para se dizer depois de uma transa. 
_Mas- me calo. 
_Eu ia te dizer, mas não queria que pensasse que era para te impedir de viajar- admite- toda a hora não parecia a certa. 

Chegamos ao hospital. 
Saímos do carro e ela sai me arrastando. Pois estou com um sentimento de alegria e choque que não me deixa andar rápido. 
Passamos por vários quartos e chegamos ao quarto da Emily, a minha filha. 
A filha que eu desejei tanto que fosse minha. Pois mesmo sem saber a verdade eu já amava essa menina mais do que o meu coração podia explicar. 
Chegando ao quarto me assusto pois todos estavam lá. Todos mesmo, os Chase e até mesmo a Reyna e o Apolo- que me lançou um olhar mortal. 

_Doutor- a Annie chama- eu o trouxe. 
_Percy? - a Reyna caminha na minha direção sem entender nada. 
_O sangue dele vai salvar a Emily- a Annie diz ao médico- apenas o seu sangue. 
_O que está acontecendo aqui? - a senhora Atena exige. 
_Vem comigo- o Médico me chama e o sigo. 

Ele me leva até uma sala e faz uns rápidos exames e algumas perguntas e depois tira uma boa quantidade do meu sangue. 

_Você vai salvar a sua filha- explica colocando um curativo no meu braço. 
_Depois do sangue ela vai ficar bem? - me desespero. 
_Vai- garante- ela vai poder precisar de um pouco mais de sangue. Mas ela tem o pai como doador. 
_Sim- digo baixo- estou aliviado_Eu posso a ver? 
_Sim- concorda- mas depois trate de comer algo. 

Caminho de volta ao quarto e a vejo. 
Ela estava tão indefesa deitada naquela cama. 
Os seu braços estavam muito magros e sem vida. 
E me matava ver a minha filha naquele estado. 

_Minha filha- me emociono e pego no seu dedo. 

Eu era um idiota em não ter notado as semelhanças desde o momento em que a vi. 

_Ela é a minha filha- o Apolo diz entrando no quarto- não se esqueça disso. 
_Mas eu sou o pai biológico- digo baixo. 
_Não- diz hostil- apenas eu sou o pai da Emily. 

O ignoro pois eu não queria brigas. 

_Não tem nenhum direito sobre ela- diz baixo- eu não vou permitir. 
_Você não tem que permitir- respondo- simples assim. 
_Você abandonou a Annabeth grávida, e que homem faz isso- diz alto. 
_Eu nem sabia que ela estava grávida- me defendo- eu nunca a deixaria sozinha. 
_O Apolo sabe a verdade- a Annie diz- podemos conversar? 

Ela me leva até a sala de espera. 

_Obrigada- me abraça- você a salvou. 
_Se o vôo tivesse saído na hora certa eu não teria a salvado- falo amargo. 
_Mas isso não aconteceu- sorri. 
_Por pouco- resmungo magoado. 
_Por que esta com essa cara? - pergunta.
_Você mentiu- digo- queria que eu estivesse feliz. 
_Me desculpe- diz encarando o chão. 
_Já parou pra pensar que se tivesse me falado quando chegou teria evitado muita coisa? - rosno- eu perdi tanto do crescimento dela. 
_Mas agora vai estar presente- garante. 
_Sim- digo. 
_Percy- a encaro- não vai me perdoar? 
_Querida acredito que é melhor dar um tempo nisso que estamos vivendo- digo sem a encarar. 
_Como assim? - pergunta. 
_Estou magoado com você- sou direto- os meus sentimentos mudaram. 
_Mudaram? - repete. 
_Não confio em você- respondo- como posso te amar assim. 
_Amando- sussurra com lágrimas nos olhos. 
_Vamos dar tempo ao tempo- digo baixo- mas eu quero passar um tempo com a minha filha. 
_Você vai a tirar de mim? - pergunta chorando.★


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