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História I hate U, I love U - Proposta


Escrita por: OhSunYuri

Capítulo 29 - Proposta


 

  Faziam duas semanas do falecimento de Sehun e Luhan. Não sei como, mas Luhan pode se despedir de mim e dos outros garotos. Eu sabia que ele continuaria lá, nos olhando, mas isso não foi o possível para me fazer parar de chorar. 

  Eu não consegui entender como dois carros colidiram, os dois ficaram em estados realmente deploráveis, e apenas o carros dos meus amigos teve vítimas. As pessoas do outro carro saíram ilesas.

Todos sofreram de seu jeito, KyungSoo por exemplo não entendia a partida dos dois, pra ele a ficha ainda não tinha caído. Minseok pouco chorou, mas era evidente como ele estava detonado. Tao pela primeira vez pareceu sério, ele abraçava o namorado chorão que não conseguia ficar perto do caixão. E eu, não sabia como reagir.

  Lembro de ter sonhado com ele na noite após seu enterro, foi quando ele perguntou de Minseok e eu tive que explicar meio por cima sobre nós, incluindo Park Chanyeol. O sonho até foi agradável, conversamos bastante e o expliquei como talvez seria lá em cima. E a despedida, bom, muitas lágrimas e abraços. Ele fazia muita falta.
 
  

  Acordei mais uma segunda feira de mais uma semana comum da minha vida. Levantei de minha cama indo em direção ao banheiro do quarto, já não esperando muito daquele dia, seria apenas mais um dia comum. Foi o que eu pensei, até chegar o último paciente do turno da manhã.

 

   - Doutor, posso mandar o próximo paciente entrar? - Concordei ainda virado para a janela. Escutei ela chamar o paciente por "Sr Park" e escutei a porta fechar.

  

   - Então... Como vai sr Park? - Perguntei e peguei o bloco de notas.

   - Estou tendo problemas para dormir... 

  Meus olhos arregalaram e minha respiração parou quase como automático. Meus olhos arderam e eu mordi os lábios. Memórias que eu tentei esconder e esquecer por anos daquele garoto passaram por minha mente em questão de segundos. O mundo pareceu ficar mudo depois de eu ter escutado aquela voz de tanto tempo atrás soar perto de mim. Minha pele queimava e meus lábios necessitavam daqueles nos meus. "Calma Baekhyun, é apenas uma voz parecida. E se não fosse, você o esqueceu, é passado." (Ata que o esqueceu, ata. Ps autora)

   - I-insonia pode ser causada por algum trauma ou problema pessoal... - Disse tentando soar tranquilo. Mesmo que eu soubesse que não fosse ele, atendia todos os meus pacientes daquele jeito. Tenho uma ótima dedução de quando alguém está mentindo, mas isso não tinha nada haver com essa minha estranha mania. Eu gostava de ajudar e escutar as pessoas, mas nunca precisei vê-las pra isso.

   - Eu voltei pra Coréia depois de muito tempo, e tem uma pessoa aqui... Longa história.

   - Mas eu estou aqui para lhe escutar, o consultório está vazio e você tem todo o tempo que precisar para falar hoje - Disse e ele suspirou pesado, começando a contar toda sua história.

   - Tudo começou quando eu entrei em um banheiro e vi um garoto chorando no oitavo ano, depois daquele dia eu me apaixonei completamente. Ele retribuía o sentimento, mas acabou não deixando fluir no início por ter visto eu com uma garota - Escutei o barulho de cadeira rangendo, como se o homem estivesse se ajeitando - Minha mãe faleceu em um acidente e quando eu vi eu já estava morando na casa do garoto por nossas mães se conhecerem. Tivemos uma adaptação e um relacionamento turbulento, e quando eu achei que iríamos ter paz... - O Park suspirou pesado - Foi ai que eu tive que ir para os Estados Unidos com meu pai. 

  Naquele momento eu não tinha palavras para aquilo. Não queria me iludir ou ter esperança mas... Tudo se encaixava tão bem. A curiosidade de virar a cadeira e poder reencontrar quem eu tanto esperava depois de anos estava me matando.

   - Isso que eu nem citei o fato de o  garoto ser totalmente orgulhoso e emburrado, mas eu o amei, e amo,  mesmo assim - O homem riu fraco.

   - E qual o motivo de você ter voltado para a Coréia? 

   - Um casal de amigos meus faleceu em um acidente a duas semanas, outro acontecimento que mexeu muito comigo. Eu o vi no enterro, mas ele não me viu... - Calma Baekhyun, era só coincidência, pare de se iludir. E também que se fosse ele ali, atrás de mim, não mudaria nada. Afinal, ele tem uma vida bem sucedida nos Estados Unidos, e ele é passado - Eu pensei em voltar antes mas... Ele já tinha alguém.

   - E você pretende entrar em contato com esse garoto? 

   - Não só pretendo como vou. Pedi transferência da empresa de Nova York pra cá, estou procurando um lugar para dividir com alguém, que não seja tão caro, afinal meu cargo na empresa diminuiu pela minha transferência - Ele cortou a fala no meio da frase - Outra longa história. 

   - Bom, essa foi a conversa mais estranha que eu já tive com um paciente - Ri fraco.

   - Por quê? 

   - Porque se você for quem eu penso ser, eu seria o garoto que você procura - O silêncio se fez presente e eu me virei de cabeça baixa - Estranho, não?

   - Muito.

  Ele tinha mudado muito pouco. Os cabelos ainda eram pretos, o mesmo físico, os mesmos olhos. Ainda parecia o garoto de 16 anos de anos atrás. Tirando uma pequena cicatriz que tinha em sua testa, meio escondida até, mas não passaria despercebida por mim. O terno e a gravata preta o deixaram com cara de homem responsável, coisa que ele nunca foi. 

  Foi um choque revê-lo. Ficamos nos encarando sem dizer uma palavra, acho que nem tinham palavras para dizer naquele momento. Chanyeol sorriu, pude perceber seus olhos lacrimejando.

   - Você continua o mesmo de sempre, sabia? - Ele disse e continuou sorrindo. O maior começou a chorar e eu abaixei a cabeça, não queria chorar em sua frente. Não depois de tanto tempo - Eu senti sua falta sabia? - Concordei ainda de cabeça baixa.

   - Eu também senti sua falta... muita - O encarei e "engoli" o choro - Me conte Park Chanyeol, como está sua vida? - Sorri e ele retribuiu.

   - Bom, eu tenho tudo que preciso... - Ele deu de ombros e continuou falando - Tenho o que preciso pra sobreviver. Casa, trabalho, tenho até uma namorada. Não uma namorada, mas acho que algo sem nenhuma importância. E eu tinha, na verdade. Mas ainda sim, me falta alguma coisa.

  Admito que escutar a parte da garota me deixou um pouco pra baixo, talvez muito. O que você esperava, Baekhyun? Que ele gostasse de você pra sempre? Ele fez o certo, seguiu em frente. Eu fiquei remoendo o passado e me deixei preso a ele. 

   - Tinha? - Ele concordou.

   - Terminei com ela a umas semanas - Ele sorriu pequeno e eu franzi o cenho - Eu não gostava dela do mesmo jeito, mas ela parecia gostar muito de mim. É como se eu estivesse preso aqui.

   - Você não está preso ao lugar, e sim em pessoas... - Disse em um murmúrio - Mas você disse que está procurando alguém para dividir uma casa? 

   - Sim - O mais novo falou parecendo controlar as palavras.

   - Infelizmente não conheço ninguém que eu possa indicá-lo para isso... Mas continuando sobre a insônia, você tinha boas noites de sono antes? Nenhum hábito ruim?

   - Acho que não... Dormia as dez, acordava as sete - Ele deu de ombros.

   - E alguma doença como depressão ou ansiedade? 

   - Ansiedade sim, depressão não.

   - Ansiedade é uma das causas da insônia, pode ser esse o motivo.

   - Você não pode me indicar algum remédio para dormir? - Ele disse sério. 

   - Esta brincando né? - Ele negou confuso - Psicólogos não receitam remédios, se quiser remédio posso te mandar para um psiquiatra...

   - Não! - Ele disse alarmado - Digo, é... Sem remédios por enquanto - Chanyeol sorriu sem graça.

   - Então pode voltar aqui na semana que vem, para sua primeira sessão de terapia, está bem? - Sorri e ele concordou sorrindo também.

  Ele saiu e eu desabei. O que é isso? 

 

 

- Baekhyun? Está tudo bem? - Minseok perguntou. Era horário de almoço, estávamos na praça de alimentação do hospital onde ele trabalhava, afinal a clínica fazia parte do hospital e eu precisava conversar.

   - Sim - Falei. O mais velho me encarou e não pareceu convencido.

   - Está tudo bem? Mesmo? 

   - Não - Choraminguei e joguei a cabeça para trás - Seok, Chanyeol voltou pra Coréia.

   - O que? - Ele me encarou sem expressão no rosto, não parecia nem surpreso.

   - Eu não sei...

   - Fala logo caramba - Ele disse irritado.

   - Park Chanyeol veio para o enterro de Sehun e Luhan, e decidiu ficar por aqui.

   - E como sabe disso? - Ele deu uma mordida em seu sanduíche, parecendo desinteressado.

   - Ele está tendo problemas com sono e marcou uma consulta comigo - Minseok concordou pensativo - Por que não parece surpreso? - Ele desviou o olhar pro chão e deu mais uma mordida em se sanduíche - Você sabia? - Ele engoliu e tossiu, agora parecendo surpreso - Kim Minseok, me responde! 

   - Grita mais alto que eu acho que o pessoal do Brasil não escutou... - Ele bebericou seu suco.

   - Para de rodeios e fala logo, você sabia né? - Cruzei os braços.

   -  Ok, desisto - Ele levantou as mãos em sinal de rendição - Chen tinha me contado que ele voltou, mas o próprio Chanyeol pediu segredo.

   - Mas por que ele pediria segredo? - Ele balançou a cabeça e deu de ombros em sinal de não saber também - Hyung... Eu estou estranho... Nervoso, irritado, distraido, ansioso, e isso tudo é culpa dele!

   - O que é culpa de quem? - Tao perguntou. Meus outros dois amigos chegaram e sentaram conosco.

   - Culpa de Chanyeol - Minseok disse enquanto bebia seu suco - Ele voltou pra cá e foi numa consulta com o Baekkie - Tao disse alguma coisa em mandarim, provavelmente um xingamento, e tapou a boca logo depois. KyungSoo não teve reação.

   - Ok, vou ser curto e grosso - Do começou - Tu vai chegar no teu homem, vai beijar ele e se não der para ele arrumo uma que dê.

   - Ata - Disse e revirei os - Eu não queria problemas pra minha vida agora, sabe? Queria um pouco de paz...

   - Sinto muito, mas querer não é poder - KyungSoo disse - E admite logo, você o quer.

   - Concordo com o Kyung. Admite Byun Baekhyun, a primeira coisa que você quis fazer quando o viu foi beijá-lo - Tao disse enquanto pegava uma batata frita do meu prato.

   - É... Não, cale a boca, chinês abusado. Eu me senti normal.

   - Você acabou de me falar que se sente igual a um adolescente - O Kim riu fraco - Você contradiz o que você mesmo fala, Baekkie.

   - Aish... Fica quieto, Seok...

   - Tenho que ir - KyungSoo disse enquanto olhava o celular e se levantava.

   - Mas você acabou de chegar - Minseok protestou.

   - Eu vim fazer um exame de rotina e pedi para Jongin vir me buscar, e agora ele chegou - Ele se despediu de nós - E vê se escuta o que eu falei, Byun Baekhyun.

   - Ata.

 


  Já era quinta feira, na segunda feira da semana passada Chanyeol tinha ido consultar comigo e aquilo foi um choque. Foram tantas emoções sentidas naquele momento que eu não sei distingui-las. Vou mentir pra que? O garoto me enlouquece.

  Estava voltando do meu horário de almoço, o primeiro paciente da tarde era ocasionalmente Park Chanyeol, quem eu encontrei sozinho na sala de espera do meu consultório. Ele conversava no telefone e, bom, eu não iria passar ali. Não antes da minha secretária. Então acabei ficando para escutar sua conversa. Curioso e intrometido? Eu? Que isso, rs.

   - Elena! - Ele disse e riu. Elena? Quem é Elena? - Não, não aconteceu nada. Ainda - Ele fez uma pausa pra escutar a tal de "Elena" - Bom, quando ele me viu ele segurou o choro... Ya! Não grite no meu ouvido sua louca. E como vão as coisas com o Evan? Não me diga que continuam brigando e voltando como duas crianças - Ele ficou sério por um tempo - Como assim vocês dois não importam? Não vou falar mais nada sobre ele se não me contar sobre o Evan...


  Me encostei na parede, quem era essa mulher? Aish... Ele estava falando de mim pra ela? Não, pera.

   - Quer saber a verdade? Eu queria é ter o beijado quando o vi, mas eu fiquei sentado, chorando e sem saber o que fazer - Escutei o garoto falar - Eu sei, só que está muito cedo pra mim chegar nele e dizer "Ei Baekhyun, eu ainda te amo, vamos reatar?" Por que eu nem sei se ele sente o mesmo, mas acho que não.

  Na mesma hora levei um susto. Acabei derrubando meu copo de suco em mim mesmo.

   - Aish... - Disse um pouco mais alto do que deveria e logo escutei a voz de Chanyeol e passos vindo até mim.

   - É... Tá tudo bem? - Ele me olhou sem graça. Eu estava sem reação. Tremendo e paralisado. Queria abraçá-lo e dizer que sentia o mesmo, mas meu Deus, por que era tão difícil? 

   - Eu... Não sei - Disse e fui andando calmamente até minha sala. O que foi que aconteceu?

 

   - Doutor, posso chamar o primeiro paciente? - Concordei.

   - Chanyeol, tenho uma proposta para te fazer - Sorri quando o vi entrar na sala.
   

 



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