História Eu te odeio! - Por que você esta na minha barraca?

2 semanas depois...

Vamos, turma, todo mundo entrando no ônibus - diz o professor, passando repelente contra mosquitos no braço.

Não acredito, já se passaram 2 semanas de aula, e eu ainda me lembro da minha ex-namorada. O que tenho que fazer para esquecer essa mulher?

De repente, vejo Joice e ela pergunta:

-Oi, Victor, você quer se sentar do meu lado?

Ela me pergunta com uma leve timidez e um pouco vermelha. Acho que ela está afim de mim. Na sala de aula, ela não para de ficar me olhando.

-Sim, claro, por que não?

Quando estou entrando no ônibus, o Edu me empurra. Fala sério, ele quer arrumar confusão logo de manhã?

-Pô, seu otário, presta mais atenção.

-Ah, foi mal, desculpa aí.

-Bora, Joice, deixa esse otário pra lá.

-Tudo bem, até que ele é bem gatinho.

-É, eu sei, ele é... O que você disse?

-Ah, nada, não.

Ela ri e vira o rosto para o outro lado, envergonhada. Fala sério, ela acha ele bonito. Se bem que beleza não é tudo nesse mundo.

Depois de algum tempo, o ônibus começa a partir para o acampamento.

-Que ansiedade! Nunca fui para um acampamento. Ela fala olhando pela janela

-Sério? Eu já fui quando estava no sexto ano.

-E como foi?

-Ah, sei lá, foi legal. Foi tipo um passeio da escola. Eu não lembro muito bem.

A gente começa a conversar sobre vários assuntos aleatórios, e ela começa a ficar com sono, pois acordamos cedo para pegar o ônibus da nossa excursão. Já que o professor disse que o caminho pode demorar um pouco.

-Victor, acho que vou dormir um pouco, estou com um pouco de sono.

-Tudo bem.

Olho para trás e vejo a maioria dormindo ou mexendo no celular. Merda, logo hoje eu esqueço meu celular.

-Ei, Victor, victooor, ei!

 

-Que saco, o que você quer, cara?

-Fala baixo, o pessoal está dormindo.

-Tudo bem, o que você quer?

-Pergunto olhando sério para ele.

-Desculpa por eu te ter empurrado, é que eu estava fugindo da Érica.

-Por que? ela é tão linda.

-É, eu sei, mas eu não gosto dela, e parece que ela quer ficar comigo.

-Pô, dá uma chance para ela, ela é linda e bem legal.

-é pode ser.

Diz ele não se importando muito.

Depois de 5 horas dentro do ônibus, chegamos a uma trilha no meio de uma floresta, bem bonita, cheia de pinheiros altos e outros nem tanto. Parece que teremos que andar até um lugar onde o professor disse que montaram nossas barracas.

-Bem, turma, tomem cuidado, estamos bem longe da cidade, já é uma floresta. Fiquem sempre perto do grupo - diz o professor, olhando para a gente como se fôssemos crianças.

O grupo começa a andar seguindo a trilha, quando alguns alunos começam a reclamar que o sinal da internet não está pegando.

-Não, fala sério, não pode ser, logo nesse fim do mundo vou ficar sem internet? Hahaha, como vou ler minhas fanfics e meus yaoi? - diz Érica, quase chorando.

-O que é yaoi? - pergunta Eduardo, meio confuso, olhando para ela.

-É um desenho onde os homens enfiam...

-Cala a boca, Wes, senão eu enfio uma na sua garganta.

Wes olha para ela rindo e continua:

-Opa, que delícia. - Ele ri. - E o plano, Érica, vai dar certo?

-Cala a boca, seu besta.

-Que plano, gente? Quero participar - pergunto curioso.

-Nada, não, Victor, mas não se preocupe, de certa forma você está nele.

-Tudo bem - falo meio confuso, mas sem dar muita importância.

Depois de 20 minutos, chegamos. Tinham várias barracas montadas, todas muito "lindas", e havia uma bem grande no meio. Parece que é onde guardam tudo o que vamos precisar nesses dias que estaremos acampando.

-Todo mundo presta atenção, já que isso não será um acampamento de verdade, será mais uma excursão pela floresta - diz o professor.

-Então, não ficaremos muito tempo aqui nas barracas, só ficaremos quando formos dormir e quando formos comer, tudo bem?

-Siiiiim!

-O quê? Não escutei.

-Siiiiiiiiiiiiiiiim!

-Atá, então, gente, vamos andar para podermos recolher os materiais.

Esse professor deve tá doido, mal chegamos e ele já quer fazer a gente andar de novo.

-Professor, a gente mal chegou, deixa a gente pelo menos descansar - fala Eduardo, todo suado.

-É, gente, estou só brincando. Vocês podem descansar e dormir, só quando forem 15 horas é que iremos para a floresta.

-Atá, pensei que o senhor estava ficando doido.

Como é, Dylan?

-Ah, nada, não, professor.

Sei, irei dormir um pouco.

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-Ei, professor, isso aqui é uma pedra? - pergunta Érica, segurando uma pedra bem estranha.

-Deixa eu ver. Hum, não, isso aí é cocô duro.

-Ai, meu Deus, que nojo, que nojo, que nojo.

-Então, turma, vamos voltar, já está tarde.

-Caraca, tomara que essas sejam as pedras certas que o professor pediu, senão estaremos ferrados.

-Ei, Victor, lembra daquele lago que passamos ao lado?

-Sim, o que tem?

-Bora lá nele?

-Tá louco? Já está ficando quase de noite, e se a gente acabar se perdendo?

-Não se preocupe, eu sei o caminho.

-Mano, isso vai dar merda, então bora logo.

-Por que eu fui aceitar? E se a gente encontrar um urso? Não, pior, um leão! Ah, mas aqui não tem leão. Já estava bem escuro, não conseguia enxergar quase nada, nem mesmo o nosso grupo.

-Chegamos, eu vou entrar.

-Como assim? A gente não trouxe roupa de banho, seu otário.

-E quem disse que eu vou entrar vestido?

-Fala sério, você vai entrar pelado?

-Com certeza.

Ele começa a tirar toda a roupa e fica apenas de cueca, uma cueca box, por sinal.

Ele fica de frente para o lago e tira a cueca. Olha para mim e pula na água. Até que ele tem uma bunda bem grande e redonda, maior que dá minha ex.

O que? O que estou pensando?

-Vem, você não vai entrar?

-Acho que não.

-Vem logo, seu fraco.

-Fraco é o seu pai.

-Então vem logo.

Diz ele, insistindo.

-Tá bom, eu vou, mas você não vai ficar me olhando tirar a roupa, né?

-Por que? Eu não posso?

-Vai se catar, Eduardo. Se vira logo.

-tá bom, tá bom.

Parece que é gay essa porra.

Quando tiro toda a roupa, entro no lago, que por sinal estava com a água meio morna. Começo a nadar, é muito relaxante. Então, mergulho por alguns minutos.

Nossa, como isso é bom, como é bom sentir essa sensação de paz.

-Eduardo, até que está bem legal nadar nesse lago.

-Sabia que você ia gostar.

Eu vejo uma pedra bem grande no lago e vou até ela. Chegando lá, me escoro nela, fecho os olhos e começo a imaginar coisas sem sentido. Pondero sobre como seria minha vida se não tivesse estudado nessa escola durante todos esses anos.

De repente, ouço a água se mexer, mas não vejo ninguém. Será que o Edu foi embora e me deixou aqui? Aquele filho da puta

Mas então, ele se levanta na minha frente, olhando para mim.

-Seu merda, pensei que você tinha ido embora.

-Victor, sabe por que eu não quero ficar com a Érica?

-Porque você não gosta dela?

-Também, mas é porque eu gosto de outra pessoa. Só não sei se essa pessoa gosta de mim.

Fico um tanto confuso. Nunca imaginei que ele realmente pudesse gostar de alguém. Ele parece tão idiota. Começo a rir internamente.

-De repente, ele começa a se aproximar de min, eu começo a ficar nervoso, Quando alguém nos chama.

-Eduardooooooo, victooooooor, onde estão vocês?

Ficamos submersos na água por cerca de dois minutos, até que finalmente levantamos bem devagar para ver se conseguimos enxergar alguém na escuridão. Não vemos ninguém.

-Bora, Edu, vamos nos vestir. Você lembra do caminho, né?

-Claro, você pode confiar em mim, seu mané.

Então, vamos nos vestir logo.

Quando terminamos de nos vestir, seguimos em direção à floresta para tentar encontrar a trilha. Estava muito escuro e não víamos nada.

-Victor, onde você está?

-Estou aqui.

-Aqui onde? Te achei.

-Vem, segura meu pulso.

Chegando no acampamento, a Joice nos vê.

-Onde vocês estavam? Eu e a Érica tivemos que encobrir vocês dois. Falamos que vocês estavam com a gente na nossa barraca, eu fui até procurar vocês.

-Desculpa, Joice, eu fui naquele lago com o Edu.

-É, mas eu que falei para ele vir comigo.

-Mas eu nem vi vocês.

-Acho que a gente já estava voltando por outro caminho.

-Tudo bem, vão comer, já vai dar 21 horas, ainda tem comida pronta.

Depois disso tudo, decidimos procurar um pouco de comida para comer. Eu me sento na mesa que está na barraca maior e o Edu se senta comigo do outro lado. Eu olho para o Edu com uma cara furiosa.

-E aí, meninos, onde vocês estavam? - Chega a Érica perguntando para nós.

Não precisam responder, eu já "shippo" vocês dois.

-Você chupa nós dois? Tá doida, Érica? - Fala o Eduardo com uma cara de confuso de novo.

-Aff, fala sério, idiota.

-A Joice chega por trás de mim bem devagar e fala no meu ouvido bem baixinho:

Oi, Victor, me espera na nossa barraca com tudo desligado, vou te fazer uma surpresa.

Não sei como eu não fiquei excitado só com ela falando isso no meu ouvido, mas eu acho que eu já sei o que vai rolar hoje.

Depois que termino de comer, resolvo escovar os dentes e ir bem rápido para minha barraca. Ai cara, que nervosismo! Nunca fiz isso numa barraca, sabendo que tem várias pessoas perto de mim.

Quando eu chego na barraca, deito e fico esperando ela. Passam-se quase dez minutos e nada dela chegar. Está tudo escuro e muito frio, então visto até um casaco.

Quando, de repente, ela chega bem devagar. Eu já havia deixado a barraca com o zíper aberto para que ela entrasse sem eu precisar abrir.

Impaciente, não espero e logo a beijo. Ela retribui na mesma hora.

Quando ela me beija de volta, arrepio todo o meu corpo. Sem dúvida, este é o melhor beijo da minha vida, que boca maravilhosa.

Vou abaixando a mão e, de repente, toco em algo estranho. Assusto-me na hora.

-Espera, Érica, agora não... um voz grave fala.

-O quê? Eduardo?

Não me diga que estou beijando o Eduardo e não a Joice? O que esse idiota está fazendo na minha barraca? O beijo que eu juguei perfeito, era do Eduardo?

-Victor, é você?