História I Hate You, but I Think Love You - Capítulo 28: Leigh-Anne

O sol entrava pela janela, iluminando suas costas expostas já que ela estava deitada com a cara enterrada no travesseiro. O lençol pendia da sua cintura, se estendendo pelo meu corpo. Havia um enorme sorriso em meus lábios.

Eu sei que deveria acordá-la senão iríamos nos atrasar, mas deuses, ela estava tão linda dormindo daquele jeito. Me ergo em meu cotovelo, admirando meu belo trabalho em suas costas. As linhas vermelhas desciam até sumir embaixo do lençol azul claro.

Encaro o relógio sobre o criado-mudo e resmungo, voltando a me jogar de costas na cama. Perrie se mexe ao meu lado, despertando aos poucos. Seus olhos azuis piscam consecutivas vezes antes de se abrirem. Eu congelo, temendo sua reação depois da noite que tivemos.

Ela sorri de uma forma idiota e se ergue um pouco. Meus olhos descem até seus seios agora expostos. Ela percebe isso, corando um pouco ao puxar o lençol.

― Desculpe. ― minha voz sai rouca por ser a primeira vez que a uso hoje.

― Tudo bem. ― ri, negando.

Ela joga os cabelos para trás, ainda segurando o lençol com o braço. Eu me sentia em êxtase, com um incomum, mas mesmo assim prazeroso, bom humor.

― Perrie ― ela me olha com atenção. ― Eu… eu… ― ela abre um radiante sorriso e me empurra, deitando-me na cama e logo sentando em meu colo. Eu arfo com o contato de nossas intimidades.

― Sssshhh ― ela se inclina, beijando meus lábios. Não me importo que mal havíamos acordado e poderíamos estar com mau hálito, eu retribuo ao ato na mesma intensidade.

Minhas mãos voam às suas costas, puxando-a ainda mais de encontro a mim. Nunca me senti assim antes, tão… tão… acesa pela manhã. Perrie enterra as mãos em meus cabelos, que a propósito deveriam estar horríveis após acordar, puxando-os, levando sensações incomuns por todo meu copo.

― Leigh… ― ela geme, sentindo meus dedos tocando lentamente em sua região sensível.

Meu celular começa a vibrar enlouquecidamente no criado-mudo. Eu reviro os olhos, deitando-me novamente no travesseiro. Olhamos ambas em direção ao objeto. Perrie puxa o lençol, descendo da cama e se enrolando no mesmo.

― É o Harry. ― digo acompanhando-a com o olhar. Pego o celular e o aperto entre meus dedos, controlando minha frustração. Maldito Harry.

― Só queria checar se está tudo certo pra mais tarde. ― diz ele logo que atendo a ligação.

― Eu vou te matar. ― rosno, apurando minha audição. Por sorte, Perrie havia entrado no banho.

― O que eu fiz? ― Harry ri, estranhando minha reação.

É claro que não digo a ele o motivo da minha raiva.

― Nada ― mordo a língua. ― E sim, está tudo certo. Que horas você pretende passar na escola? ― olho em direção a janela, admirando o calor do sol entrando pelas frestas da persiana.

― Acho que logo após meu trabalho. Umas 4 horas?

Como Luke fazia parte da equipe de teatro, assim como Perrie ajudava na mesma, ele provavelmente sairia às 4:30pm.

― Certo. ― nada no mundo é perfeito. ― Perrie e eu estaremos lhe esperando, ou melhor, Perrie estará.

― Tudo bem ― ele ri. ― Vou deixar você estudar. Até mais tarde. ― ele encerra a ligação antes que eu explique que nem havia levantado da cama ainda.

Aproveito que Perrie ainda estava no banho e torno a me aconchegar entre seus lençóis, inalando o seu perfume impregnado no travesseiro de fronhas azuladas. Seu cheiro estava por todo canto, embriagando-me. Eu podia me viciar com o seu aroma.

A quem eu queria enganar? Já estava mais do que viciada.

Sorrio bobamente, revivendo a noite anterior segundo por segundo, toque por toque, e, beijo por beijo. Havia sido perfeito e muito melhor do que eu imaginava. Afasto alguns fios de cabelo dos meus olhos e resolvo me erguer. Não queria que ela me pagasse ali, agindo como uma completa idiota enquanto ela estava tomando banho.

Já dentro do meu quarto, separo apenas um jeans, saltos e um suéter para usar por baixo da jaqueta. Mesmo que houvesse algum sol lá fora, o frio ainda se fazia presente. Respiro fundo consecutivas vezes antes de sair do quarto enrolada em meu roupão de banho, sabendo que encontraria Perrie coberta apenas pela sua toalha do Olaf.

― Debbie mencionou que dia eles pretendem voltar? ― Perrie pergunta assim que me vê saindo do quarto.

― Acho que no domingo. ― digo observando-a me encarar demoradamente, logo concordando. ― Porque? ― me aproximo dela.

― Está tão bom sem eles, eu só queria que durasse um pouco mais… ― não consigo evitar o sorrisinho bobo que surge em meus lábios. Aperto o roupão ainda mais contra meu corpo, concordando com ela.

― Também queria. ― afasto uma mecha do seu cabelo que estava grudada a pele molhada e sorrio, inclinando-me para beijá-la.

Ela sorri contra meus lábios.

― Talvez você devesse ir tomar banho logo, antes que a gente se atrase.

― Certo. ― me afasto rapidamente dela, correndo em direção ao banheiro.

― Rápido!

-x-

― Ele está atrasado. ― choraminga ela pela quarta vez em menos de cinco minutos.

― Não, ele não está ― rio, puxando-a novamente para detrás do enorme tronco da árvore. ― Combinamos as 4 horas, mas você sabe que Luke só sai 4:30pm ― ela escora as costas na árvore e segura em minhas mãos, apertando meus dedos com força. ― Ai Perrie! ― ela ri da minha dor, massageando meus dedos em seguida.

― Tem certeza que Harry virá? ― seus olhos azuis esquadrinham meu rosto.

― Ele ligou essa manhã para confirmar. ― encolho os ombros e olho mais uma vez em direção a entrada da escola. Como em um passe de mágica, o Impala preto surge no final da rua em um som perfeito de motor lubrificado e muito amor que Harry dedicava ao veículo.

― Isso é…? ― Perrie olha na mesma direção em que eu olhava e sorri abertamente ao ver o carro sendo estacionado enfrente a escola. Nós nos olhamos demoradamente e logo voltamos nossa atenção ao garoto que descia do veículo. Harry tinha seus longos cabelos soltos e usava uma camiseta salmão aberta, mostrando uma camisa preta. Suas tatuagens nos antebraços estavam à mostra.

― Ele parece hétero pra você? ― Perrie me lança um olhar entediado o que só me faz soltar uma risadinha.

― Vamos lá. Não seja uma estraga prazeres. ― lhe dou um selinho e a empurro para fora da árvore onde estávamos escondidas.

― Espera. Você não vem junto? ― gira nos calcanhares, olhando-me com medo.

― É o Harry, Pezz ― digo com simplicidade. ― Além do mais, tenho quase certeza que eu não estou namorando com ele e sim você. ― ela revira os olhos, assentindo.

― Já sabe o que fazer não é? ― eu apenas concordo e beijo sua bochecha, logo ela me dá as costas, caminhando lentamente em direção ao garoto escorado no Impala. Harry acena com a cabeça à Perrie. Ele tinhas as mãos nos bolsos da calça jeans preta super justa. Nós pés, suas botas pareciam reluzir a luz do sol.

Queria poder ouvir o que Harry diz a ela para fazê-la rir antes mesmo que se encontrassem.

Olho ao redor, procurando por qualquer sinal de Luke e, por sorte, o garoto não tarda a aparecer. Vejo o mesmo caminhando pela lateral do prédio junto a um grupo de amigos seus do teatro. Tiro meu celular muito rápido do bolso, quase o deixando cair diante da afobação e digito uma mensagem à Perrie.

Você: boa sorte
ele está vindo ¬¬'