― Eu tô um arraso não tô? ― não posso evitar a risada.
― Esse foi o melhor visual hétero que você conseguiu? ― pergunto abraçando-o.
― Ei, eu estou muito másculo!
― Não com essa camiseta rosa, Harry. ― ele sorri e olha ao redor.
― Como é esse tal de Luke? ― eu me escoro de lado no carro, de forma que ficasse próxima a ele.
― Você vai ver quando ele aparecer.
― Espero que seja bonito, Perrie ― diz ele com seriedade. ― Eu não me afastei do meu trabalho com meus carros para vir até aqui manter um nerd longe de você. ― eu prendo a risada.
― Você sabe que eu tenho um ótimo gosto. ― Harry arqueia uma sobrancelha ao meu olhar. Eu lhe lanço um sorriso malicioso.
― Ew!
Ainda rindo, tiro meu celular do bolso ao senti-lo vibrar.
― Leigh disse que Luke está vindo ― me controlo para não olhar em direção ao prédio as minhas costas. ― Ahm... o que a gente faz?! ― ele ri do meu desespero.
― Calma, apenas respire fundo ― ele tira uma mexa de cabelo que caia enfrente aos meus olhos. ― Vamos fingir que estamos em uma conversa super animada, O.K? ― vejo ele olhar de esguelha para o lado. ― É o moreno alto?
― Sim ― solto o ar lentamente pelos lábios. Harry segura em minha mão, entrelaçando nossos dedos. ― O que você―
― Ele é bonito! ― seu sorriso surge, rasgando seu rosto.
― Harry! Foque no que é importante.
Ele concorda, revirando os olhos e molhando os lábios.
― Finja que está rindo de alguma coisa ― diz ele, sério. ― Ele vai se sentir mal ao saber que está com alguém que te faz rir.
Meus pensamentos voam em direção a Leigh-Anne. Queria que fosse ela ali, segurando minha mão. Odiava o fato de que não podíamos aparecer juntas em público. Odiava.
― Perrie ― Harry me acorda do transe. Eu concordo e finjo rir de algo. Eu estico meus braços, passando ao redor dos seus ombros. ― Ela está aprendendo ― ele ri divertido e aproxima o rosto do meu ouvido. ― Estou fingindo que você é o Lou, finja que sou Leigh.
― Já estou fazendo isso há muito tempo ― respondo assim que ele afasta o rosto. ― Apenas não me beije.
― Que nojo!
Seguro a vontade de gargalhar.
Ele acaricia a maçã do meu rosto e quando está prestes a falar mais uma asneira a voz nos atinge.
― Perrie? ― olhamos ambos em direção ao garoto. Luke nos encarava, parecendo irritado e ao mesmo tempo ferido.
― Luke ― sorrio de uma forma seca. Ele se aproxima mais. ― Como vai?
― Você não acha que já me machucou demais? ― eu pisco, atordoada. ― Trazendo esse cara aqui. Qual é o seu problema?!
― Ei cara, relaxa ai ― Harry fica entre nós dois. ― Quem você pensa que é pra falar assim com ela? ― Luke parece surpreso, porém isso só o irrita mais. Ele se aproxima de Harry, cerrando os punhos.
― Eu ainda não falei com você, seu otário. Eu estou falando com ela ― aponta o indicador para mim e me lança um olhar irado. ― Pensei que você não fosse o tipo de garota que ficava se agarrando com os caras em público. Parece que me enganei.
Harry o empurra com força, surpreendendo-o.
― Nunca mais, repito, nunca mais, fale com Perrie assim ― se aproxima dele que massageava o peito, incrédulo com a atitude do outro. ― Melhor ainda, jamais fale assim com qualquer outra mulher.
― Quem você pensa que é―
― Já parou para pensar que talvez seja por esse tipo de atitude que sou eu que estou namorando com ela e não você?
Luke me olha como se perguntasse se eu não iria fazer nada para defendê-lo. Eu apenas o olho com nojo. É claro que suas palavras tinham me ferido, afinal eu não quis acreditar que ele realmente havia falado aquelas coisas para Leigh-Anne quando ela me contou. Aquele não era o Luke que eu conhecia. Não era o Luke que parecia se importar comigo.
― Fique longe dela ― Harry diz, sério. Nunca havia o visto daquela forma. ―, pro seu próprio bem. ― ele me olha e anda em direção ao carro, abrindo a porta do carona para mim. Lanço um último olhar ao garoto incrédulo ainda nos encarando. Eu entro no carro e em seguida Harry também.
Quando nos afastamos da escola, só consigo afundar no estofado de couro e respirar fundo.
― Obrigada, Harry.
― Não me agradeça ― ele me olha rapidamente. ― Leigh é minha melhor amiga e sei o quanto ela gosta de você, isso faz com que eu goste de você também ― sorri adoravelmente. ― Eu disse a você que eu estou muito másculo hoje. ― acelera com o carro.
-x-
― Porque você não me deixa ir até lá e socá-lo até a morte? ― ela entra em casa, batendo a porta.
― Porque Harry já fez o suficiente por hoje ― digo a olhando. ― Agora será que você pode parar de reclamar igual um bebe? ― ela faz um muxoxo e cruza os braços.
― Não me chame de bebe ― sorrindo bobamente, eu a puxo para um abraço apertado. ― Você tem um cheiro tão bom! ― meu corpo se arrepia por completo ao sentir seu hálito batendo em meu pescoço. ― Me deixa tonta.
― Leigh... ― falo em tom arrastado.
― Diga ― ela ergue o olhar em direção ao meu rosto.
― Você quer subir? ― seus olhos escaneiam minha expressão. Ela parece confusa por segundos até compreender o que eu quis dizer. Ela então sorri e acena um pouco sem graça. Admito que ver Leigh-Anne nervosa era uma das coisa mais prazerosas do mundo.
Seguro em sua mão e guio escada à cima.
― Espera Pezz ― olho-a por sobre o ombro enquanto ela tirava o celular do bolso. ― É a mamãe. ― eu a encaro demoradamente. Debbie provavelmente só queria saber como estávamos e bater-papo furado com ela.
― Ligue depois. ― falo e assim que nossos olhos se encontram ela sorri, assentindo. Recusa a ligação de Debbie e eu volto a puxá-la em direção ao seu quarto. Apesar de nervosa, eu me escoro na porta ao entrarmos e a olho com um sorriso confiante nos lábios.
― Senti sua falta. ― ela se aproxima, selando nossos lábios.
-x-
― Sua pele é tão macia... ― ela resmunga algo desconexo enquanto continuo a deslizar meus dedos pelas suas costas nuas e expostas. Havia arranhões ali, mas os mesmos mal apareciam graças ao tom achocolatado de sua pele.
― Ainda arde ― resmunga de forma abafada. ―, mas eu gosto.
Sorrio abertamente ao me inclinar em direção a primeira linha avermelhada. Deslizo meus lábios por toda a marca, enquanto Leigh-Anne arfa e geme manhosamente.
― Pezz, não faz assim...
― Assim como? ― meu tom inocente a faz girar e me encarar, segurando o lençol ao redor dos seus seios.
― A sua sorte é que eu acho sexy seu cinismo ― trocamos um sorriso enquanto vamos em direção aos lábios uma da outra. Sento em seu colo e entrelaço meus braços ao redor do seu pescoço.
Seria mentira se eu dissesse que minha nudez não me incomodava um pouco. Sim, eu me sentia à vontade junto a Leigh-Anne, mas ao mesmo tempo estar completamente exposta daquela forma me causava certo receio.
Ela aperta minha cintura e puxa meu corpo mais de encontro ao seu. Somos mãos e lábios. Arfares e gemidos sedentos.
Percebemos tarde demais os sons no corredor. Com um pulo, saio do colo de Leigh-Anne e cubro meu corpo com o lençol enquanto ao mesmo tempo a porta é escancarada.
― Leigh, tentei ligar para o seu... ― a voz da mulher morre lentamente enquanto seus olhos percorrem a cena.
― Adivinha quem chegou mais cedo?! ― eu congelo ao ver papai parando às costas de Debbie. Ele encontra meu olhar e vejo apenas a confusão ali, porém logo a mesma dá lugar a uma expressão de nojo.
― Perrie, vista suas roupas ― olho para Leigh. Ela estava séria. ― Agora!
Papai corre em direção ao banheiro, enquanto eu pulo da cama e recolho minhas roupas. Tudo que vejo antes das lágrimas alcançarem meus olhos, é Debbie arrancar Leigh-Anne da cama aos gritos.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.