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História As desvantagens de conhecer Kim Taehyung - Abraços quentinhos de um resfriado.


Escrita por: httpaozinha

Capítulo 5 - Abraços quentinhos de um resfriado.


O vento frio da manhã me fez despertar, me enrolei mais nas cobertas a procura de calor. Minha cabeça doía, era como se tivessem passado mil bois por ela. Maldita ressaca!

Mal enxergar eu conseguia, tudo girava. Se eu me lembrava da noite passada? Jamais. E se tudo já estava ruim ao meu ponto de vista, só piorou quando olhei para o lado e dei de cara com o castanho que dormia sereno, quase um anjo (quase). E aí, eu gritei.

— Cala a boca! Meu ouvidinho!

— M-Me diz o que você está fazendo aqui, agora!

— Mas não é obvio? Dormindo.

Revirei os olhos e aí eu pude prestar mais a atenção no meu estado. Era quase apavorante ver que eu só estava vestida com uma camisola rala ao lado da pessoa que eu mais me enojava nesse mundo.

— Por que você está dormindo comigo? O que aconteceu ontem à noite?

— Quer que eu te explique tudo? Huh, bom. Então, quando uma mulher e um homem s....

Solucei. — Não isso seu babaca!

— Não querida, não transamos se é isso que você quer saber.

E aí eu me permiti suspirar aliviada. — Então por que eu estou vestida assim?

— Porque a senhorita não tem a capacidade de se vestir sozinha depois de um porre. Além disso, - ele riu – você deveria era me agradecer por eu não te deixar sozinha naquele banheiro imundo, chorando e fedendo a vomito.

— Seu cretino!

— Sua iludida.

Mesmo com a cabeça dolorida, eu consegui me lembrar dos porquês que eu estava naquela fossa. Claro, Jeon. Não seria fácil esquecer tão cedo a cena patética que eu vi, e não só ela, mas também a que eu passei com Taehyung. E eu espero que por misericórdia eu continue sem me lembrar o que aconteceu logo que chegamos aqui. Obrigada, amnesia!

— Jogou tudo que tinha que jogar na minha cara? Ótimo, agora vá embora daqui.

Ele bufou e revirou os olhos, pegando suas coisas e caminhando até a porta. — Da próxima vez que você se meter em alguma furada, não conte comigo para te ajudar. – Chateado.

O castanho bateu a porta com força e saiu do quarto. Quando eu me olhei no espelho, eu vi como tudo estava limpo e organizado. Minhas roupas que foram usadas na noite passada estavam devidamente guardadas no cesto de roupas sujas, meus cabelos estavam presos em uma trança (que obviamente não foi eu que fiz) e meu rosto limpo, sem nenhum vestígio de maquiagem. Ele tinha feito tudo isso por mim, sem ter a menor obrigação. E aquele doloroso sentimento de culpa bateu forte. Sem pensar, apenas corri para fora do quarto e bati no seu, que estava trancado.

— Taehyung... por favor, abre a porta. 

Mais três batidas. Nada.

— Olha, me perdoa... eu fico feliz que tenha cuidado de mim, que tenha me limpado e essas coisas. Eu sei que não nos damos muito bem, mas eu queria te agradecer de qualquer maneira.

Quando o barulho da porta se destrancando soou, eu pulei em cima do maior. Involuntariamente.

— Que garotinha mais boazinha.

— Calado! Antes que eu me arrependa disso.

Ele respirava forte e seu braços me cercavam firmemente, era bom. Seu calor passava para mim, me sentia segura. O que era novo para mim aconteceu, meu rosto esquentou.

— Obrigado por ficar bem, garotinha.

[...]

Recebi ligações e mensagens inquietas de Jeongguk todo o fim de semana. O garoto estava preocupado com meu sumiço e nem ao menos entedia o porquê, na verdade, nem eu, o que não importava, visto que eu não falaria com ele tão cedo. Eu precisava me acostumar com a ideia de que meu coração partido deveria ser restaurado. Mas ele não precisava saber disso, talvez nunca.

O Kim pediu para que eu o ajudasse com os afazeres de casa, mesmo que já tivéssemos empregadas, mas elas estavam de folga e ele tinha um TOC horrível com limpeza, era assustador, sério. Quando éramos pequenos, ele tinha mania de limpar a carteira da escolinha com medo de ficar gripado, dizia “essas criancinhas ranhentas assoam o nariz na mão, eu é que não quero ficar dodói”, como se ele fosse o garoto mais velho do mundo. Mas eu aceitei e, enquanto eu limpava o andar de cima e a cozinha, ele limpava o de baixo junto com o jardim.

Tocava músicas animadas na rádio.

— Ei, olha o que apareceu no nosso quintal. – Um latido agudo, pelagens creme, caninos pequenos, um filhote. – Estava comendo as hortênsias da mamãe.

— Taehyung!....

— Não vem com sermão não. Eu já perguntei se era de alguém e todos disseram que não.

— Tudo bem... mas caso alguém apareça, vamos devolver.

— Entendo. – O castanho dava beijinho de esquimó no cãozinho que se revirava serelepe. – Vamos te dar um banho, coleguinha.

— Vamos?

— É! Vamos. Você me deve uma, esqueceu?

Revirei os olhos tomando o seja lá que raça for essa. Ele pediu para que eu buscasse alguma coisa cheirosa para lhe dar banho. Quando voltamos, o Kim estava com uma mangueira em mãos e sem camisa, olhei sugestiva e apenas recebi um “o que é?” em troca. Ótimo. E mesmo nos esforçando muito, o animal não parava quieto. E eu não estou falando do cachorro.

— Porra Taehyung, segura ele direito.

O filhote se debatia molhado e jogava água para todos os lados, deixando tanto eu quanto o castanho ensopados.

Filhotes não são para pessoas sem capacidade de paciência, ou para um Kim.

[...]

Depois de longas horas, um banho num filhote inquieto e uma casa limpa e organizada, pedimos pizza. O cão dormia e Taehyung o olhava brilhante.

— Você gostou mesmo dele, não foi? – Perguntei.

— Eu amo animais.

— Eu também.

— Papai não me deixava tê-los, ele tinha alergia e dizia que só serviam pra dar dor de cabeça. – Sua respiração estava pesada – Ele nunca me deixou fazer o que eu gostava, era um péssimo pai.

— Você me odeia não é? Sabe, por entrar na sua vida.

Negou veemente. – Não odeio. De alguma forma, foi bom... e se não fosse por isso, não estaríamos onde estamos.

Assunto encerrado. O clima pesava muito, e só piorava por ver o Kim de cabeça baixa, suspirando forte. Abriu a boca e respirou intenso, puxando e soltando o ar, como se tivesse acabado de correr uma maratona. E eu continuava comendo minha pizza, inquieta, muito inquieta. Aquela situação estava começando a me cabular e, céus, quase tive uma parada cardíaca quando um gemido lhe escapou.
 

Eu pensava em coisa nada puras.

 

— Tae?

Sem resposta. Era preocupante. Me permiti olhar em seu rosto: pálido, boca seca, olhos fechados e suando frio. Kim Taehyung estava com febre.

— Taehyung, cadê seu celular? – Com muito esforço, o castanho tirou o aparelho do bolso e desbloqueou. – Por favor, fica acordado. – Preocupada, disquei o número de Yoongi, que foi a primeira pessoa que me veio à mente.
 

“Alo?”

— Suga?

“O que faz com o celular do V?” – Educado, como sempre.

— Ele tá queimando de febre. Eu não sei o que eu faço, por favor, me ajuda!

“Relaxa, eu já chego aí.”

Com muito esforço, eu deitei ele no sofá. O cobri com seu edredom e coloquei uma toalha molhada em sua testa, apenas esperando que o Min aparecesse. Suas expressões, mesmo doloridas, eram perfeitas. Cada traço, cada detalhe, tudo, era perfeito e cabia muito bem nele. Os fios castanhos deslizavam pelos meus dedos enquanto eu lhe acariciava, sua respiração regulou.

— Fique bem, garotinho.

[...]

Suga não demorou sequer uma hora para aparecer, e trouxe Jimin e Hoseok junto. Eles pediram para que eu buscasse o mesmo remédio que ele tinha me dado quando eu fiquei com febre e por apenas alguns segundos, ele despertou, tomou o remédio e sorriu, agradecido. Enquanto ele dormia, nós devoramos o resto da pizza e o Park sugeriu que assistíssemos algum filme.

— Vamos assistir The Conjuring. – Pediu Hope, com seu olharzinho travesso. – Sempre que a gente se reúne, vocês sempre escolhem o filme, é um cú.  

— É porque você sempre quer ver a porra desse filme chato. Todo mundo aqui já assistiu essa merda, até você.

— Mas é ai que tá a graça, cubinho de açúcar, comentar com os amiguinhos.

— E se a gente assistisse O Iluminado, ou algo assim? – Perguntei.

— Boa! – Jimin gritou da cozinha e eu praguejei dizendo que falasse mais baixo. Acordar Taehyung já era uma merda, e seria pior agora que ele estava doente.

Mesmo a contragosto, Hoseok sentou e assistiu ao filme, ou pelo menos tentou. Era bem tarde e eu os convenci de que não teria problemas em dormir em casa, era bem obvio que a Sra. Kim não voltaria tão cedo, como de costume. Cada vez que o relógio avisava que estava tarde, o sono batia forte e meu corpo amolecia, fraco, sonolento.

— Pode dormir, eu cuido dele pra você. – Suga tomou-me, me embalando até que eu dormisse em seus braços.

[...]

03:32am. Uma maldita insônia. E um Kim fora da “cama”.

Todos dormiam, até Yoongi que me prometeu que ficaria acordado. Ok, não vamos confiar mais nele.
Procurei o fugitivo por todos os cômodos, terminando em seu quarto, que era onde ele estava. Carregava o cãozinho que dormia confortável em seus braços.

— Oi.

— Oi..

— O que faz acordado?

— Posso te perguntar a mesma coisa.

— Insônia, e você?

— Frio. Aquele cobertorzinho que você me deu não esquenta.

Seu rosto transparecia o obvio, ele estava irritado. – O que você tem?

— Nada, intrometida.

Revirei os olhos e toquei sua testa, não estava mais tão febril quanto antes. — Você ainda está com febre.

Enquanto eu o tocava, verificando seu estado, ele me queimava, furioso. Até apertar meus pulsos, impedindo qualquer movimento. Aquilo foi o estopim.

— Que merda está acontecendo com você?

— Por que dormiu com ele?

— O quê!? Taehyung você... está com ciúmes?

Mesmo achando que ele negaria até a morte, mais uma vez, eu fui surpreendida.

— Morrendo. – Suas mãos puxaram as minhas e um abraço foi dado. Talvez fosse por culpa do seu estado febril, mas ele estava tão quente. – Dorme comigo, da mesma forma como eu dormi com você aquele dia.

— Só essa noite, Kim.

 



Querido diário,
Taehyung é quentinho e dormir abraçada com ele foi a melhor coisa que já me aconteceu em muito tempo. Talvez, essa não seja a última noite que dormiremos juntos.


Notas Finais


um passarinho me contou que Kim Taehyung é mais quente que o Jacob


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