História I lost it. - Minayeon - I found It.

Eu amo o outono. Pra mim é uma das melhores estações do ano. O clima é tão gostoso. As paisagens são tão lindas. É tudo tão encantador. 

Nessa estação do ano a movimentação na cafeteira fica maior. As pessoas gostam de tomar café enquanto conversam sentindo aquele clima meio frio meio quente, observando as folhas caindo lentamente em direção ao chão. Eu também gosto. É lindo.

Acordo disposta. Gosto de trabalhar. Observar os amigos e os casais que se juntam pra bater papo é legal, as pessoas hoje em em dia não valorizam muito a companhia das pessoas ao seu redor, então quando vejo as pessoas se juntando em um local e conversando por horas enquanto tomam um simples cappucino é gratificante, é fofo.

- Como disse - acordo me sentindo diaposta, mas ao mesmo tempo brava, já que o meu "despertador" foi o senhor Lee gritando e batendo em minha porta.

O senhor Lee é nada mais nada menos que o dono do apartamento onde moro. Como estou na crise, não estou conseguindo pagar os aluguéis e ele está ficando sem paciência. Estou com medo do que ele irá me falar quando eu abrir a porta.

Arrumo meus cabelos, escovo os dentes e coloco meu roupão. Abro a porta e o mesmo me encara bravo.

- Precisamos conversar - diz o senhor de meia idade - pois então diga o que quer falar - disse com a voz confiante, mas com medo do que virá a seguir.

- duas semanas - ele responde simplista - an? - digo desentendida - te dou duas semanas pra arranjar um local onde morar, se não encontrar, sinto muito mas terei que te despejar - como assim?! Só duas semanas? Eu não vou conseguir achar outro lugar - digo preocupada, afinal, onde acharei um local barato (e que eu possa pagar nas condições que eu estou) em duas semanas?! É praticamente impossível.

- Desculpe senhorita Mina, mas realmente não ta dando, arranjei uma nova inquilina e ela virá em três semanas, então você terá que se apressar pra arranjar outro lugar - ele diz calmo - e fique tranquila, os aluguéis atrasados eu não cobrarei, afinal, te conheço a muito tempo, mas realmente agora você não poderá mais morar aqui - dito isso ele sai e me deixa com os pensamentos a mil.

O que farei? 

Como arranjarei uma moradia em menos de duas semanas?

Decido tomar um banho e me ajeitar pra ir ao trabalho, já que acordei alguns minutos mais cedo. 

Me arrumo, tomo meu café, saio de casa e vou em direção à estação de metrô, que fica bem perto de casa.

Nesse pequeno trajeto, minha cabeça lateja de tantas informações e preocupações que a ocupa. Como conseguirei fazer isso eu não sei, mas terei que dar um jeito, afinal, não tenho opção.

[...]

- Bom dia Mina - Momo me cumprimenta ao me ver chegar à cafeteria, ela está sorridente como sempre, não sei como ela consegue às - quase - 6 horas da manhã ser tão alegre, mas isso é bom, transmite energia.

- Ta tudo bem? - Momo pergunta parando na minha frente ao ver que não à respondi, eu estou com muitos pensamentos na minha cabeça, estou bem aérea, não posso ser despejada de jeito nenhum.

Momo mora com os pais por isso nem adianta eu pedir pra morar com ela por um tempo. Sem chance. E a minha outra amiga - Sana - divide o apartamento com o namorado, ou seja, sem chance.

Quando percebo que a mesma continua parada na minha frente esperando uma resposta eu digo - Ah, bom dia, desculpe não responder, estou bem aérea hoje.

- Reparei, e qual seria o motivo disso? - diz olhando em meus olhos - o Sr. Lee quer me despejar e só me deu duas semanas pra eu arranjar um lugar pra ficar, estou desesperada - digo aparentemente normal, mas por dentro estou louca de preocupação.

Momo me conhece, somos amigas à muito tempo, então ela sabe que em situações como essa gosto de ficar sozinha pensando - não que eu não goste de conselhos, mas prefiro pensar sozinha e ficar na minha quando passo por uma situação ruim.

                                    [...]

O tempo passou mais rápido do que eu imaginei. Talvez sinto isso devido a minha enorme distração de hoje. Derramei café em dois clientes e confundi os pedidos umas quatro vezes, estava com a cabeça nas nuvens - graças ao senhor Lee, muito obrigada - mas enfim, o que importa é que já estou no meu último turno - o turno da tarde que eu divido com Sana - e estou ansiosa pra chegar em casa e ir pesquisar logo os detalhes do apartamento novo que tenho que arranjar.

Não contei a Sana sobre o que aconteceu hoje cedo, ela se preocupa muito e eu gosto de resolver meus problemas sozinha, além de que não adiantaria, ela mora com o namorado, não teria como me ajudar. Por isso por enquanto vou deixar em off.

[...]

- Tchau, vai com cuidado, se cuida - Sana se despede me dando um abraço e fechando a cafeteria.

Hoje o nosso turno acabou mais cedo, pra mim não fez diferença já que só fico uma parte do turno da tarde, mas Sana ficou muito alegre ao saber que poderia aproveitar essas "horas de folga" com seu namorado.

- Tchau, aproveite o dia com seu namorando - digo um pouco mais alto devido a nossa distância.

- Pode deixar - responde ela com uma expressão maliciosa em seu rosto que me fez rir. Acenamos uma pra outra antes de cada uma seguir seu caminho.

Ando despreocupada em direção à estação de metrô. Eu gosto de andar de metrô. Observar as paisagens enquanto escuta música é relaxante e me desestressa um pouco.

Pago minha passagem e entro em direção à parte de dentro, passando pelas catracas, e ficando onde os metrôs ficam esperando o necessário pra mim. Ao olhar pra baixo encontro um lindo colar prateado jogado no chão. Deve ter caído da bolsa de alguém. Decido então entregar à algum segurança.

Depois de alguns minutos caminhando encontro um parado perto às catracas a que havia passado à poucos minutos.

- Com licença - ao escutar ele se vira pra mim - Encontrei esse colar no chão do metrô, alguém deve ter pedido - educadamente ele pega o colar da minha mão - Me passa seu número e seu nome, quando a dona achar ela poderá lhe agradecer - achei que esse costume de agradecer quando alguem devolve algo perdido pra nós só tinha no Japão, me enganei, aceitei a proposta e anotei em um papel minhas informações.

Ao escutar o barulho do metrô chegando corro em direção à ele, estava apressada pra ir pra casa, queria resolver as coisas do apartamento, então não podia perder esse metrô e esperar mais uma hora e meia por outro.

Ao adentrar no metrô, sento e coloco e meus fones no ouvido, escutando uma música calma e esperando a hora de descer.

[...]

É impossível. Sinceramente. Estou em frente à este computador a quase duas horas e não encontro nenhum apartamento acessível pra mim e pra minha condição financeira. Estou ferrada. É isso.

Sou acordada de meus pensamentos com o som irritante do toque do meu celular, decido não atender mas ao ver que a pessoa está ligando descontrolavelmente pra mim decido e ver o que é.

Número desconhecido

Estranho o fato do número que está enchendo o meu saco ser desconhecido e finalmente atendo a ligação.

- alô - diz a voz feminina do outro lado da linha.

- alô, quem fala?

- ah, perdoe meus modos, sou a Nayeon, você não me conhece mas eu te agradeço muito, você encontrou o meu colar.

Ah então é isso.

- ah, tendi, não foi nada, meu nome é Mina, prazer.

- prazer só na cama Mina - dou uma risada abafada com sua reposta

- mas sério - ela continua - tu não tem noção do quanto esse colar é especial pra mim, como posso te agradecer?

- não precisa agradecer, só fiz o certo, pra mim isso já é suficiente.

- estou falando sério, quero te recompensar, como posso fazer isso?

- me deixe morar com você.