História I Love Her Anyway - Confronto

A atenção estava completamente voltada para ambas as garotas, Chloé tinha um ar superior e duvidava completamente do que Marinette poderia fazer a seu respeito. Na verdade, sabia que ela não faria algo realmente a altura de seus insultos, ela era fraca, doce, gentil e bastante ingênua, uma pessoa com esse tipo de personalidade, não é capaz de ferir os sentimentos de alguém.

Do que Marinette vai insulta-la? Oxigenada? Loira de farmácia? Nada do que ela pensasse ia ser bom o suficiente, não com os diversos insultos se formando na mente maldosa da mesma.

— Então, cabeça de ervilha, tempo é dinheiro. — ela disse olhando para as mãos e bocejando em seguida. — Se não vai realmente fazer alguma coisa, eu tenho compromissos a cumprir.

Marinette começa a gargalhar.

— Compromissos? — ela pergunta sarcasticamente. — Com o que?

— Com... — ela para a frase. — Isso não dá sua conta sua pobre.

— Posso não ter tanto dinheiro, mas tenho muitas coisas que você nunca vai ter. — Marinette responde.

— Tipo o que? — Chloé pergunta debochada.

— Bom, já que perguntou. — ela encara os olhos azuis da loira e começa. — Tenho amigos que estão comigo, por gostarem de mim e não porque eu sou opressora ou dou presentinhos fajutos para encobrir atos maldosos, eu não preciso ameaçar ligar para o meu pai para conseguir tudo o que eu quero, pois sei muito bem aceitar perder, diferente de você.

Todos estavam surpresos com as palavras ditas por Marinette, não que algo fosse mentira, mas ela nunca havia tido esse tipo de coragem de enfrentar a loira totalmente. Chloé estava com o sangue fervendo, parecia que alguém tinha colocado seu corpo dentro de um caldeirão de tão quente que ela se sentia, sua respiração estava descompassada e o coração batia tão forte, que ela conseguia escuta-lo ao pé do ouvido.

— Você Chloé, é mimada e gosta muito de ver os outros sofrerem, gosta de quebrar o coração deles, já fez isso tantas vezes. — ela disse. — Seu principal alvo sou eu, realmente não sei o porque, mas isso não me importa mais, porque eu não me importo mais com esses seus atos infantis e completamente idiotas.

Marinette suspirou.

— Quer me insultar? Insulte. — o coração da mestiça batia tão ou até mais forte do que o coração de Chloé. — Quer me fazer sentir mal? Faça. Porém isso não vai mais me afetar em nada, até porque, não sou eu que mato a cada dia um pedaço, mesmo que minúsculo de bondade.

E em seu ato final, Marinette termina a discussão com a frase :

— Eu sinto pena de você! — o sinal toca no momento em que as palavras terminam de sair da boca dela.

Os alunos começam a se dispersar, Chloé que não havia conseguido se pronunciar direito na discussão, começa a marchar furiosa para a sala e Sabrina, como de costume vai atrás da loira como um cachorrinho. Marinette e seus amigos por outro lado, permanecem do lado de fora do colégio.

— Mari, você arrasou! — Alya comemora, podia-se notar a animação e orgulho na voz da morena. — Acabou com a chata da Chloé.

Marinette sorri fraco.

— O que foi, princesa? — Adrien pergunta.

— Eu... — ela respira fundo. — Eu nunca falei assim com ninguém.

— Não fica assim, a Chloé mereceu. — ele disse. — Infelizmente, ela é assim desde muito tempo.

— A Chloé não é a melhor das pessoas. — Nino se pronuncia.

— Ela é uma pessoa horrível. — Alya fala olhando para Marinette. — Não merece pena, até porque, quem tem pena é galinha.

— Concordo, infelizmente. — Adrien suspira. — Ela ficou assim depois que a Audrey foi embora.

— Audrey? — Marinette pergunta, a confusão estava evidente em seu tom.

— A mãe dela.

***

Nathaniel encontrava-se embaixo de uma árvore no parque, com as mãos entre os cabelos e a mente mais revolta que o mar em dias de lua cheia, não conseguia achar uma justificativa plausível para ter beijado Sayad. Pena de si próprio? Consolo? Eram tantas perguntas, que ele queria poder desligar a função de pensar.

Os olhos de Nathanaël percorriam todo o verde do local, nunca pensou que se tornar adolescente viria acompanhado de tantas confusões externas e principalmente, de confusões internas, era difícil tentar assimilar o furacão de sentimentos que se amontoava dentro de si próprio, nunca passou por isso, nunca tinha nem cogitado a ideia de poder ficar tão confuso e indignado com as próprias ações.

Nathanaël sentiu uma mão deslizando suavemente por seu ombro, um toque delicado, feito por mãos que já carregaram o peso do mundo e das dores vividas, mãos macias e deliciosas de serem tocadas. Sayad não precisou nem falar, ou sequer se esforçar para isso, ele sabia que ela estava ali, sabia que ela não iria se pronunciar caso ele não fizesse isso antes, ela era do tipo que quando estava tentando entender algo, não se intrometia no espaço da pessoa e a deixava falar por si.

— Então...— ele começou. — Me desculpa pelo beijo.

Sayad suspirou.

— Todos nós já agimos por impulso alguma vez, Nath! — ela disse e sorriu. — Eu entendo que você só me beijou como uma defesa.

— Defesa de que exatamente?

— Da sua tristeza, uma defesa para amenizar o que seu coração está sentindo, para amenizar sua dor interna.

— Eu sinto muito, por ter usar! — Nathanaël disse, sua cabeça estava baixa e seu tom de voz se alterava entre as palavras da frase. — Eu realmente gostava da Marinette, ou pensava gostar.

— Bom, sinto te informar, mas essa pode não ser sua primeira decepção amorosa. — ela disse. — Você é jovem, Nath! Não deve ficar triste por que uma garota não corresponde seus sentimentos, isso é normal e mesmo que doa na hora, um dia você vai rir disso.

— Você fala como se já tivesse se decepcionado. — ele retruca, um minúsculo sorriso compreensivo aparece no rosto do ruivo.

— Bom, eu nunca me apaixonei, não tenho como me decepcionar. — ela devolveu. — Mas meus amigos da Síria, já sofreram algumas decepções e me procuravam para receber algum conselho.

— Então, você faz o tipo amiga da dor de cotovelo?

— Bom, se com isso quer dizer que tomo as dores deles para mim, está certo. Sou amiga da dor de cotovelo, na verdade eu ajudo a lidar com ela.

— Tipo uma pscicologa? — Nathanaël fala com um sorriso debochado no rosto.

— Tipo uma pscicologa! — ela devolve o sorriso debochado.

Sayad leva a mão esquerda até a cabeça do ruivo e bagunça os cabelos dele.

— Então, vamos para a escola? Não podemos perder as aulas.

— Vamos! — ela estende a mão para ele, que aceita e se ergue do chão. — Obrigado, por me ajudar.

— Eu disse que sempre estaria aqui, não disse?

***

Marinette sentia o clima pesado na sala de aula, a raiva que Chloé estava sentindo se evidenciava e se confirmava a medida que o tempo passava, era muito desconfortável ficar em um ambiente com tanta energia negativa, e ainda mais, sabendo que a energia tinha endereço em si própria.

— Hey! — Alya cutuca o braço de Marinette com a ponta do dedo. — Você está prestando atenção?

Ela sacode a cabeça saindo de seu devaneio.

— Prestando atenção em que exatamente? — ela pergunta.

— Na aula, claro! — Alya responde.

— Eu estou um pouco distraída.

— Jura? Eu nem havia percebido. — ela rebate irônica.

— Eu estou incomodada com essa energia negativa no ar. — ela admite.

—. A Chloé está mais pesada que o normal. — um sorriso debochado passa pelos lábios de Alya.

— Alya, acha que ela pode tentar fazer algo contra mim?

— Porque exatamente ela faria algo contra você?

— Sabe que sem motivo ela já me humilha e esnoba, imagina agora depois do que eu falei. — ela completa.

— Exatamente! — ela disse. — Você falando ou não essas verdades de hoje, ela vai te importunar.

Marinette suspira.

— Sinto em te informar, Mari. — Alya fala. — A Chloé sempre vai ser um pé no saco.

— Concordo...