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História I Love Her Anyway - Surpresas


Escrita por: noirdetails

Notas do Autor


Então meus amores, venho aqui (~ o mais rápido possível) postar o capítulo quatro. Espero que gostem e que aproveitem.

Beijinhos.

Capítulo 5 - Surpresas


Sayad andava distraída pelas ruas Parisienses, sua vida mudara de modo considerável, agora ia a escola e não usava mais nada que lembrasse sua terra, abandonara toda e qualquer tradição Siría, agora vivia em Paris e não pretendia mudar. As aulas no colégio Francoise-Dupont eram divertidas, ainda mais com a companhia de Nathanaël que em pouco tempo havia se tornado um grande amigo, porém, o que deixou a morena mais impressionada foram os heróis mascarados de Paris; eles pareciam saídos de um conto, não que ela tivesse conhecimento de muitos contos ou que conhecesse muitos filmes, sua antiga situação não a permitia viver normalmente. Quem diria que ela estaria indo a uma sorveteria com o menino que esbarrou sem intenção no primeiro dia de aula. Nathanaël estava ajudando-a muito, tanto nas aulas quanto para entender e saber andar em Paris.

– Nath, aonde fica esse lugar que você quer me mostrar? – ela perguntou. Estava ansiosa dependendo do lugar com toda certeza se surpreenderia.

– Fica logo ali na frente.

Com mais alguns passos dados Nathanael finalmente para de andar e apresenta a Sayad um salão de beleza.

– Um salão de beleza? – ela pergunta. Jamais havia estado em um antes e por isso o nome não era estritamente explicativo e não esclarecia nada para a jovem árabe.

– Sim. – respondeu. – Você me disse que nunca tinha feito o cabelo, nem pintado as unhas e como um bom amigo, vim te ajudar a apagar aqueles anos em que você não podia ser uma garota comum.

Envergonhada ela agradeceu baixinho.

– Carmen! – Nathanaël chamou ao avistar uma mulher loira de estatura mediana.

– Olá Nath. Como vai? – ela perguntou dando um abraço no mesmo. – Quem é essa linda menina?

– Vou bem. – ele disse rindo. – Esta é Sayad, uma amiga minha que precisa de uma das muitas mágicas que você faz na minha mãe todo o mês.

– Pode deixar comigo querido. Ela está em boas mãos.

– É, eu sei que está. – disse. – Sayad, vá com ela.

– Mas, e você?

– Vou te esperar aqui.

Depois de duas horas Sayad estava pronta e completamente mudada, com um corte de cabelo novo e uma cor diferente ela estava se sentindo outra pessoa. Carmen havia retirado todas as pontas secas dos fios castanhos da mesma e feito uma hidratação profunda para reaver a vida perdida dos cabelos da jovem, agora Sayad não tinha mais os cabelos virgens; Carmen tratou de fazer uma californiana com um castanho um pouco mais escuro que o tom natural de cabelo da morena e fez reflexos com um tom mais claro de castanho. Nas mãos da jovem árabe repousavam unhas de acri-gel pintadas de azul-ciano, todos os pontos eram para realçar a beleza natural dela.

– Magnific! – Carmen comemorou ao ver o resultado final, porém o rosto da morena não transpassava emoção alguma. – O que foi querida? Não gostou?

Sayad sacudiu a cabeça negativamente.

– Então o que foi?

– É que eu nunca pensei me enxergar assim.

– Assim como?

– Assim, tão bela e arrumada. Me sinto outra pessoa. Nem pareço mais com a mesma menina de semanas atrás.

– Porque você não é meu bem. – Carmen disse bondosamente.

– Obrigada. Muito obrigada.

– Disponha.

Sorrindo Sayad finalmente saiu da sala particular de Carmen e respirou fundo antes de encarar Nathanaël. Não sabia o que ele ia pensar ao vê-la tão mudada, nem ela mesma sabia o que pensar, sentia-se diferente e estava diferente.

– Nossa! Uau... – foi tudo o que Nathanaël conseguiu pronunciar. – Eu sabia da fama que precedia a Carmen, porém, não sabia que era tanta.

– Estou muito estranha?

– Estranha? – ele gargalhou. – Está linda Sayad.

– Obrigada. – ela disse. Sentia um calor diferente lhe subir a face; Estava ficando com febre? Ou seria mais um dos muitos sentimentos dormentes acordando em si?

– Obrigada Carmen. Amanhã te pago.

Carmen piscou e os dois saíram do estabelecimento.

– Vamos comemorar a nova você no shopping?

– Não sei o que é um shopping, mas...estou disposta a descobrir.

***

Adrien e Marinette ficaram com a melhor nota entre todos os alunos da sala, com a apresentação que fizeram não era para ser menos, porém, Marinette sentia Adrien um tanto quanto diferente quando estavam juntos desde a entrega do trabalho tinham se falado normalmente, mas não era mais a mesma coisa estava tudo diferente. Semana após semana foram passando e, quando os alunos da Françoise-Dupont piscaram os olhos um mês havia se passado e o baile de inverno seria dali a algumas horas, o que deixou todos alvoroçados e nervosos, esperavam muito desse baile e desejavam fortemente que fosse a melhor noite de todas.

– Mari, tem certeza que não esqueceu nada? – Alya perguntou pela vigéssima vez no dia.

– Sim, Alya. Tenho certeza. – ela disse pegando os vestidos e acessórios. – Fique calma e relaxe.

– Difícil ficar calma. É a noite do baile Mari, tem que ser tudo perfeito.

– Eu sei que você e mais outros alunos tiveram o trabalho de organizar tudo e tals, então esqueça e relaxe. Não acha que depois do seu trabalho duro merece um pouco de diversão não?

– Acho. Acho que mereço. – admitiu entre risos.

As horas corriam e Marinette e Alya também, faltava apenas colocarem os acessórios e darem os retoques finais na maquiagem. Alya estava com uma maquiagem pouco elaborada, as cores foram pensadas para realçar os olhos verdes-acizentados da mesma; nas palpebras de Alya repousava um pouco de sombra prata, a parte interna dos olhos da mesma foi iluminada com uma sombra branca e por cima de tudo um delineado preto. O vestido preto com uma fenda combinou tanto com os elementos no rosto quanto com os outros atributos do visual.

Marinette por outro lado tinha nos olhos uma sombra azul-ciano com um delineado marrom, abaixo dos cílios inferiores o lápis marrom foi passado marcando mais o olhar da mestiça e por dentro da linha d’água tanto dos olhos dela quanto nos olhos da amiga o lápis de olho preto finalizou o visual.

– Estamos prontas? – Alya perguntou colocando o salto fechado preto.

– Quase. – ela respondeu finalizando a coroa de trança com mais um grampo, faltava somente colocar o salto azul escuro aberto e o vestido também com uma fenda. – Ainda quase...e agora estamos prontas.

Ela disse terminando de encaixar o fecho.

– Vamos?

– Vamos.

A música tomava conta de cada pedaço da quadra de esportes de Françoise-Dupont. E o som alto confundia-se com as batidas do coração descompassado de Marinette; ainda mais depois que boa parte das atenções do baile voltaram-se para ela. Marinette sem querer tornou-se o atrativo do baile por conta de dois fatores a serem levados em consideração : sua beleza e o sorriso tímido estampado em seus lábios. Sorriso o qual derretia o coração de alguns dos presentes, apenas pelo fato de que a simples curva nos lábios da mestiça transpassavam muito mais do que somente felicidade. Era o o sorriso de alguém altruísta. Era o sorriso de alguém gentil. Era o sorriso de quem se preocupava com os outros. Simplesmente era o sorriso da Marinette.

– Então Mari? O que achou da decoração? – Alya perguntou tirando a amiga do estado de inércia a qual a mesma se encontrava.

– Eu achei tudo lindo Alya. – disse elevando a voz para que pudesse ser ouvida pela morena. – Esses flocos de neve feitos com papel ficaram lindos e todo o resto também.

– Obrigada! – agradeceu. – Rose, eu e mais umas três pessoas tivemos trabalho.

– Tenho certeza que todos estão apreciando muito bem o esforço que foi feito por vocês.

– Assim espero. – ela disse. – Mari. Vou procurar o Nino. Tudo bem por você?

– Tudo, tudo. – respondeu sorrindo. – Vá sem preocupações; qualquer coisa estou sentada na mesa perto da estátua.

– Okay.

***

Adrien andava impaciente de um lado para outro, estava tentando uma reaproximação com o irmão e por isso tentava convencê-lo a ir o baile com ele. O que até o momento estava sendo um total fracasso. Se não podia ter o amor do pai, pelo menos irmão queria ter uma boa relação com o irmão, porém, Félix não ajudava.

– Vamos Félix. – tentou pela décima vez. – Vai ser divertido. Quem sabe essa sua carranca não melhore.

– Haha, engraçado você né?

– Muito. – retrucou debochado.

– Já disse que não vou.

Adrien suspirou pesado e cedeu.

– Okay, okay. Fique aí com sua tristeza. – disse. – Mas, caso mude de idéia... sabe aonde me encontrar.

– Não vou mudar de idéia. Não conte com isso.

***

Chlóe e Sabrina rondavam Marinette de modo ameçador, até parecia que elas eram duas predadoras prestes a atacarem uma presa. Marinette joga a cabeça para o lado e suspira, aturar a Chlóe e a fiel escudeira já estava ficando cansativo.

– Vai mesmo continuar me rondando Chlóe? – Marinette pergunta. Ao longe Alya vigiava a amiga atenta a qualquer sinal que obrigasse sua interferência. – Vai arrumar uma labirintite, querida.

– Você me chamou de querida?

– Olha. Você escuta bem. – ela disse fingindo surpresa. Seu lado Ladybug começava a tomar conta. A personalidade forte de seu alter-ego de pouco em pouco se entranhava com a parte delicada de  Marinette.

– O que? – Chlóe gritou, porém, não causou surpresa em ninguém por conta da música alta.

– O que quer Chlóe? – Marinette perguntou entediada. Queria curtir o baile e procurar Adrien para conversar. – Quer saber, com licença.

– Volte aqui sua cabeça de ervilha. – Chlóe disse pegando no braço da mestiça.

– Me solte. – Marinette disse se virando e puxando o braço com força. Acidentalmente acertando a bochecha da loira.

– Chlóe! – Sabrina gritou desesperada. – Porque fez isso Marinette?

Alguns alunos que estavam prestando atenção na discussão surpreenderam-se com a atitude diferente de Marinette.

– Não foi de propósito. Ela estava me segurando, eu só queria me soltar. – disse começando a correr entre as pessoas, dando de cara com Adrien. – Com licença Adrien.

Ela disse continuando a correr, tão rápido quanto Adrien chegou no baile saiu. Não entendeu o porque de tanta agitação por parte de Marinette mas, queria descobrir e logo.

– Marinette! – gritou. Precisava alcançá-la.

– Adrien? – ela disse surpresa. – Porque veio atrás de mim?

– Porque queria conversar com você.

– Vá embora por favor. Eu já estraguei a minha noite não quero estragar a sua.

– O que houve?

Ela respirou fundo antes de responder.

– Dei um tapa na Chlóe. – respondeu rápido.

– Como eu conheço bem a Chlóe sei que foi ela quem deve ter pedido. – disse. – Mas, me explica essa história direito.

– Okay... – ela concordou contando tudo. – E foi isso. Eu não queria mais ela estava me segurando com força.

– Esqueça isso. Vamos voltar para o baile. – ele disse.

– Não quero voltar.

– Vamos Mari, por favor.

Ela suspirou relutante.

– Por mim.

Tomando coragem Marinette pega na mão de Adrien e volta para o baile, os olhares voltam-se novamente para ela e ainda eram de surpresa, então, para tentar amenizar a situação ela se solta da mão de Adrien e pede o microfone emprestado.

– O que está fazendo Mari? – Alya pergunta se aproximando da amiga.

– Estou mostrando que não sou como a Chlóe. – respondeu. – Com licença. Tenho uma coisa a dizer.

Marinette procurou Chlóe no meio dá multidão e quando a achou pediu a Nino que a iluminasse com o holofote.

– Chlóe sinto muito. Não foi minha intenção te acertar, só queria me soltar, me desculpe. Eu não quero que tudo piore ainda mais entre nós. Só digo uma coisa, como alguém que quer o seu bem, não continue sendo assim ou até a Sabrina vai se afastar. Mude Chlóe, mas mude de verdade. – finalizou entregando o microfone.

– Marinette. Ela não merecia isso.

– Sei disso Alya. Não sou orgulhosa como ela e afinal, ela pode até me considerar uma inimiga mas, eu nunca desejei o mal dela. – Marinette sorriu. – Para algo nascer um dos dois lados tem que dar um passo.

Uma salva de palmas encheu os ouvidos dos presentes na quadra, Marinette reconhecer seu erro na frente de todos deixou até Chlóe surpresa.

– Mari, você foi incrível. – Adrien disse se aproximando. – Acho que a Chlóe pode aprender umas coisas com você.

– Concordo com você, Adrien. – Alya disse, porém logo se interrompeu. – Vamos dançar.

– Mas Alya, eu n...

– Nada de me contrariar senhorita Marinette. – ordenou. – Para a pista de dança agora.

– Mas, eu não sei dançar. – protestou indignada.

– Aham, e eu sou um unicórnio. – disse sárcastica.

– Quer dançar comigo? – Adrien perguntou tímido. Dançara com Marinette a um mês atrás e agora não sabia se ainda tinha intimidade para isso.

– Claro. – Marinette disse aceitando o convite.

Junto com eles outros casais também dançavam pela quadra. De início os passos de ambos eram no ritmo de uma valsa, a única coisa que Marinette sabia dançar.

– Deixe-me te conduzir. – Adrien disse com a boca próxima ao ouvido da mestiça. Todos os pelos do corpo de Marinette se levantaram, estava arrepiada.

Sem responder nada Marinette deixou-se ser guiada por Adrien, ele a rodopiou e depois puxou-a de volta para si voltando para os passos de valsa e em seguida mais dois rodopios. Pouco a pouco as pessoas foram abrindo espaço para que o casal dançasse, surpreendendo Marinette; Adrien joga o corpo da mesma para trás e lentamente a puxa para a posição inicial para em seguida afastá-la. Com o braço esticado e de mão dada com Adrien, Marinette tem o corpo puxado, girando duas vezes encostando as costas no peitoral do loiro, devagar Adrien continua a conduzir a dança na posição em que estavam. Ela o encarava e vice-versa. As sensações que percorriam o corpo de ambos era diferente dá que sentiram ao dançarem no escuro. Ali olho no olho.

Verde no azul. Face a face.

Podiam sentir o coração bater acelerado e os pensamentos embaralhando. Com as notas da música ficando mais baixas Adrien novamente gira o corpo de Marinette e ao fim o deixa bastante próximo do seu. As respirações colidiam devido a proximidade excessiva, o peito da mestiça subia e descia rapidamente assim como o do loiro.

– Marinette...

– Adrien?

Ela perguntou ainda ofegante.

– Podemos conversar?

– Podemos.

A salva de palmas quebrou a bolha onde eles se encontravam. Estavam tão imersos e concentrados na presença um do outro que esqueceram estar no baile.

– Não sei como esses dois ainda não estão juntos. – comentou Alya com Nino.

– Nem eu. – gargalhou. – Mas, eu tenho  o que eu quero em meus braços.

Nino puxa Alya para perto e a beija com ferocidade.

– Vai com calma apressadinho. – ela disse ofegante.

– Difícil. Muito difícil. – ele respondeu.

– Porque muito difícil?

– Essa sua provocação em forma de vestido está me enlouquecendo. – admitiu.

– Então vou sair daqui. – ela disse.

– Fica. Eu tento me controlar.

***

Marinette e Adrien caminhavam em silêncio colégio a fora, a ansiedade tomava conta do peito da mestiça; não sabia o que Adrien queria conversar e isso a deixava apreensiva. O loiro por outro lado não sabia como seria a reação da mestiça quando ele lhe confrontasse, estava se sentindo confuso, o pouco tempo que passou com Marinette estavam fazendo-o duvidar dos sentimentos que nutria por Ladybug, por isso havia se afastado tanto da mesma, queria um tempo para pensar para por as idéias no lugar e arrumar o jeito certo de abordar o assunto e introduzi-lo em uma conversa com ela.

– Mari? – chamou-a. Era agora ou nunca.

– Uhm. – respondeu.

– Se eu te perguntar uma coisa promete que não vai ficar brava?

– Prometo. – ela deu de ombros. Talvez o assunto que ele quizesse falar com ela não fosse tão importante como pensara.

– Você me mandou um cartão no dia dos namorados?

Marinette pigarreia e começa a tossir compulsivamente, tinha se engasgado com a própria saliva de tão nervosa que ficou ao escutar a pergunta.

– Eu...eu...eu...

– Fique calma. Pode me falar, não sou um monstro.

– Eu...eu... – antes de responder ela fecha os olhos com força e respira fundo. – Mandei.

– Você me ama?

– S-s-sim. – ela gaguejou. Nunca imaginou que seria descoberta pelo loiro, mesmo os sinais de sua paixão sendo tão evidentes.

– A quanto tempo?

– Seis meses e meio.

– Como? Como se apaixonou por mim? – ele queria sanar todas as dúvidas para no fim responder.

– No nosso primeiro dia de aula. – disse. – Mais especificamente na hora da saída. As coisa que me disse, quando a ponta dos nossos dedos se tocaram e seus olhos dóceis fixos nos meus. Depois disso não consegui ficar normal perto de você. Sempre gaguejando, vermelha ou envergonhada. – Marinette estava soltando tudo que estava guardado. A coragem ainda estava com ela até agora. – Nem um mísero presente eu consegui te entregar no dia do seu aniversário.

– Entendi. – disse pausadamente. – Você me deu um presente?

– Sim.

– O que era?

– Um cachecol azul ciano.

Os olhos de Adrien se arregalaram.

– Mas, Nathalie me disse que foi um presente do meu pai. – argumentou surpreso.

– Ela mentiu. Fui eu quem fiz, no dia eu vi sua felicidade ao pensar que tinha sido um presente do senhor Agreste, então, não quis estragar.

Adrien suspirou.

– Hey! – Marinette chamou-lhe a atenção. – Agora vai ficar esse clima estranho entre nós?

– É que... eu não sei o que dizer.

– Eu também não saberia o que dizer. – ela respondeu sorrindo tímida. – Bom, eu vou para casa. Estou com sono.

Ela se levantou para sair mais foi impedida ao sentir a mão de Adrien no pulso.

– Espera! – ele disse praticamente gritando.– Deve estar me achando um babaca não é?

– Não. – respondeu gargalhando.

– Eu não sei o que falar para você.

Marinette solta o ar preso na garganta. Ele não a tinha rejeitado nem aceitado, o que na concepção da mestiça era uma boa coisa.

– Diga o que seu coração estiver falando. Foi isso que eu fiz.

– Os poucos dias que passamos juntos Mari me confundiram. Eu pensava amar profundamente uma pessoa e agora depois de ter-mos nos aproximado eu não sei mais o que sinto.

Com a cabeça baixa e o coração ferido nas mãos Marinette forçou-se a falar. Era duro para ela saber que ele amava outra pessoa. Outra menina.

– Tudo bem, mas eu... eu tenho que ir. – soltando-se da mão do loiro Marinette correu para casa.

– Eu sou um babaca.

– Tenho que concordar. – Plagg respondeu saindo do paletó de Adrien.

– Obrigado por me ajudar. – retrucou irônico.

– Disponha. – Plagg respondeu ácido.

– Preciso esfriar a cabeça. Por os pensamentos no lugar. – disse. – E nada melhor para esfriar a cabeça do que saltar por Paris a noite.

– Não! Não, não, não e não. – Plagg disse tentando escapar.

– Plagg, me transforme!

***

Pulando em prédios próximos da Torre Eiffel, Chat Noir apreciava a brisa gélida contra o rosto, gostava da sensação de liberdade proporcionada por seu alter-ego. Ele não tinha que ser perfeito, não era obrigado a manter aparências, podia ser quem realmente era. Um gato de rua. Um ser humano livre.

Assim que os pés do loiro tocaram a estrutura da Torre, a presença de mais uma pessoa pôde ser notada.

– Que prazer te ver, my lady. – disse assustando a joaninha.

– Quer me matar de susto seu gato bobo?! – ela disse com uma das mãos no peito.

– Jamais. – respondeu pegando a mão dela e beijando-a.–Tivemos a mesma idéia ao que parece.

– Sim. – disse. – O que te trouxe aqui?

– Vim pôr os pensamentos no lugar. E você?

– Idem. Preciso pensar também.

– Problemas?

– Alguns e você?

– Problemas também. – respondeu. – Ás vezes acho que é mais fácil derrotar um akuma do que resolver meus problemas de adolescente.

– Penso do mesmo jeito. – ela disse. – Porque as coisas não podem ser mais fáceis? Porque quando tentamos resolver um problema, ele aumenta ou o resultado é desastroso?

– Não sei, my lady. – suspirou. – Posso te pedir um conselho?

– Claro. Isso se me der um também. – ela disse. Virou-se para encara-lo, precisava de um amigo e Chat Noir estava ali com tantos ou até mais problemas do que ela. E ainda queria que ela o ajudasse. – Preciso de um conselho de alguém sincero.

– O que faria se não soubesse como controlar seus sentimentos?

– Ah, isso é uma pergunta difícil. – retrucou. – Sou péssima em controlar meus sentimentos. E sou pior ainda em tentar entendê-los.

– Estou com um grande dilema. – Chat respondeu.

– E qual seria? – a curiosidade tomava conta de Ladybug, queria saber o que afligia o parceiro.

– Sabe, se declararam para mim. E eu não soube como reagir, afinal, é difícil escolher entre duas pessoas, ainda mais quando está se amando ambas.

– Realmente complicado, Chat. – ela respondeu após um longo suspiro. – Sei que é fácil falar mas, uma hora ou outra terá que escolher entre essas duas pessoas.

– Eu sei, eu sei. – ele disse bufando irritado. – E é isso que me deixa apreensivo. Não quero sair mal na história e nem machucar alguém.

– Chat?

– Sim?

– Seus problemas vão se resolver. Quem sabe só não precise de uma boa conversa com alguém de confiança.

– Tem razão, my lady. Obrigado por ajudar esse gatinho confuso aqui.

– Disponha. Mas agora, tenho que ir. – ela respondeu. Deu um beijo na bochecha do mesmo e completou – Obrigada por me ajudar e até amanhã, quem sabe.

– Até my lady e disponha. – disse. – Conte sempre com seu gatinho aqui.

– Gato bobo! – ela disse rindo, para enfim, sair definitivamente do campo de visão do loiro.

– Vou seguir seu conselho minha joaninha. E vai ser agora. – disse para si próprio.

***

Os pés de Marinette tocaram a madeira clara da sacada, a conversa que tivera com Chat ajudou-a a perceber que tem que se dar tempo ao tempo, não podia esperar que seus sentimentos fossem correspondidos, afinal, o mundo não era como um conto de fadas. Não na vida dela, disso tinha certeza.

– Marinette? – a voz de Tikki, acorda a mestiça de seus devaneios.

– Sim, Tikki. – ela respondeu apoiando-se na grade da sacada.

– Foi muito legal o que fez pelo Chat. Ajudou ele e eu pude sentir vocês mais conectados.

– Não foi nada. Ele é um gato bobo mais ainda sim é alguém que eu considero muito.

Tikki sorriu.

– Vocês são uma dupla Mari. Um depende do outro, já te disse isso.

– E eu guardei isso para mim. – ela respondeu rindo.

– Falando sozinha, princesa? – Chat disse assustando a mestiça, rapidamente Tikki desceu para o quarto e se escondeu.

– Chat Noir? – ela perguntou surpresa. – O que faz aqui?

– Preciso conversar. – disse. – Sua casa tinha uma luz acessa, então...

– Quer conversar comigo? O que houve? – ela disse preocupada. Jamais pensou que a pessoa que ele considerava de confiança fosse ela.

– Problemas. Tantos problemas.

– Venha. Entre – Marinette disse guiando o loiro para dentro do quarto. – O que te aflige?

– Meu coração. É isso que me aflige.

– Seu coração? – perguntou fazendo uma careta confusa.

– Sim. Ele só me confunde e meus pensamentos contribuem para isso. – respondeu tristonho.

– Me conte tudo. Quem sabe eu ajude.

Cortando ou modificando partes que pudessem revelar a Marinette sua identidade, Adrien contou realmente tudo; desde os problemas de relacionamento como o pai até a parte da sua confusão depois da declaração por parte da mestiça. E Marinette também contou o pouco que lhe afligia, tirando assim como o gato um peso dos ombros.

– Somos azados. – disse Marinette.

– Acho que em partes é minha culpa. – ele disse, fazendo com que Marinette o encarasse confusa. – Devia se afastar desse gato preto aqui.

– Que bobagem, Chat. – ela respondeu. – Não tenho esse tipo de superstição. E não preciso de mais má sorte, obrigada.

Finalmente um sorriso se formou nos lábios do loiro. Marinette involuntariamente fez uma piada que conseguiu deixa-lo mais feliz. Não sabia da onde a garota tirava tanta paciência para ajudar e ainda resolver os próprios problemas.

– Então, somos dois. – ele disse. – Obrigado por me escutar, mesmo não sabendo quem sou por trás dessa máscara.

– Disponha. – respondeu sorrindo. – Tenho certeza que faria o mesmo por mim.

– Preciso ir, princesa. – disse. As horas estavam passando e ele precisava voltar para casa. – Mas, se quiser eu volto. Não posso te procurar só quando estiver com problemas, isso seria puro interesse.

– Tudo bem, Chat. Obrigada e volte sempre. – ela disse rindo.

– Voltarei. – ele disse beijando a bochecha da mesma, em seguida saindo para sumir no breu dá noite.

***

Bridgette caminhava calmamente pela rua, recebera um chamado de Fu. Não pisava em Paris a exatos onze anos, o tempo em que foi estudar no interior da França, onde tornou-se Ladybug e viveu grandes aventuras, conhecendo um gato extrovertido e assanhado demais para o gosto dela. Não sabia se todos os antigos parceiros de luta estariam lá, porém, duvidava muito; estavam espanhados pela França, cada um em um canto seguindo com as próprias vidas, tentando acostumar-se com a normalidade.

Os olhos azuis de Bridgette encaram com cuidado a porta. Tomando coragem a mesma bate duas vezes e espera. Em seguida Fu abre a porta e lhe dá passagem.

– Olá Bridgette, a quanto tempo. – o sorriso na face do chinês era evidente. Sentira falta da menina.

– Digo o mesmo, mestre. – ela respondeu com um sorriso tão grande ou até maior.

– O que ela faz aqui? – Félix pergunta incomodado.

– O que você faz aqui? – ela perguntou relembrando o passado.

– Acalmem-se – pediu Fu. – Tenho um assunto muito importante a tratar.


Notas Finais


Então o que acharam? Marichat, Adrinette e Ladynoir, foi muito para vocês? Bridgette e Félix, então o que será que aconteceu?


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