História I Love You But I Hate Me || L3ddy. - Um Poste..

Quinta - Feira. ~ 09h20 da manhã. 

No dia seguinte eu acordei sentindo meus olhos arderem, fui ao banheiro e me olhei no espelho. Meus olhos estavam inchados e vermelhos, minha pele avermelhada e irritada. Suspirei e lavei meu rosto, escovando os dentes. 

Eu ainda estava muito abalado, voltei ao meu quarto e vi uma camiseta sua, peguei-a e a coloquei em cima da cama, fitando-a e pensando como iria ser daqui para frente. 

Segui à cozinha, meus pais não estavam em casa aparentemente, vi um bilhete na geladeira, o destaquei e o li.

"Lucas, tivemos que levar a Mina no veterinário, nada grave, só para um exame de rotina mesmo! Seu café da manhã está no microondas, esquente e coma, tá? Voltamos logo, te amamos! 

~Carminha e Otto. <3 "

Sorri fraco e liguei o microondas, esquentando o mesmo. Quando terminou, o peguei e coloquei um pouco de café, seguindo até a sala. Comi calmamente assistindo TV. 

Minutos depois eu senti meu celular tocar, era um número desconhecido, estranhei e atendi.. 

Eu: Alô? 

XXX: Lucas? Aqui é a Sandra! —fiz careta, tentando lembrar. 

Eu: Sandra..? —pensei mais um pouco.— Ah, olá! 

Sandra: Bom, O Marcos me disse que você começaria.. Semana que vem, não? 

Eu: Sim, começaria sim. —sorri. 

Sandra: Ok, quando seu material pode ser enviado à sua casa? 

Eu: Hm.. Na sexta a noite, pode ser? 

Sandra: Claro, pode sim! Er.. Junto vai sua tabelinha de fotos, ok? Marcos é um pouco exigente, já está meio que un exemplo das fotografias que ele mais gosta. Mas acho que não será tão difícil pra você. 

Eu: Que isso, obrigado. — ri tímido.

Sandra: Bom, Lucas..

Eu: Me chame de Luba! —sorri. 

Sandra: Ok, Luba. — deu ênfase en meu apelido.—Pode me chamar de Sange. —ela riu fraco.— Tenho que ir. 

Eu: Ok. tchau, tchau, Sange!

Sandra: Tchau! — desligou. 

Peguei o prato e o copo e os levei até a pia, eu ouvi a campainha tocar, "será que mamãe esqueceu as chaves?"-pensei, seguindo até a porta.

Eu: Esquecei as chaves, Carmin.. — falei abrindo a porta, e então o fitei.

Lucas: Eu vim pegar minhas coisas.. —falou, olhando para o chão. 

Eu: V-você não.. —ele me cortou. 

Lucas: Luba, não dificulte as coisas, só me deixe pegar as minhas coisas.. —levantou o olhar, mas desviando dos meus. 

Eu: Lu.. Precisamos conversar, por favor.. —pedi, minha voz estava começando a ficar embargada. 

Lucas: Conversar para que? Para você mentir para mim? —soltou, ele olhei pro chão.

Eu: Eu nunca menti para você.. —disse, o fitando. Ele novamente desviou o olhar do meu.— Para de fazer isso, am.. 

Lucas: Não me chame de amor, Lucas.. —pediu, frio.

Eu: Você nem imagina o quanto está sendo injusto comigo.. —disse baixo. 

Lucas: Você quer falar de injustiça? Lucas, você empurrou a Fernanda e fez ela perder o bebê! O que você quer que eu fale? "Ah, você fez certo" e passe a mão em sua cabeça? Eu não a amo, eu não a queria por perto.. Mas ela esperava um filho, um filho meu. Infelizmente não escolhemos quem amamos, né!? Isso deveria ser um erro.. 

Eu: V-você diz que.. —eu o fitei, abismado.— Você quer dizer que se arrependeu? Você arrependeu de tudo o que vivemos, Lucas? —eu disse, dando passos para trás.— VOCE QUER DIZER QUE TUDO O QUE VIVEMOS FOI EM VÃO POR QUE VOCÊ ACREDITA MAIS NA SUA PUTINHA DO QUE EM MIM, QUE SOU SEU NAMORADO, LUCAS OLIOTI? —disparei as palavras em sua cara, indignado. 

Lucas: Você entendeu muito bem.. 

Eu: DESDE O COMEÇO EU TE DISSE QUE TINHA MEDO DE ME MACHUCAR COM OUTRO RELACIONAMENTO, E OLHA O QUE VOCE ESTA FAZENDO COMIGO, LUCAS.. OLHE.. —gritei, ele suspirou.— V-VOCÊ.. VOCÊ NÃO IMAGINA O QUANTO EU TE AMO, SEU IDIOTA! O QUANTO EU FARIA PARA TE FAZER FELIZ, EU ESPERO, DE VERDADE, QUE VOCÊ SAIBA DA VERDADE! ESPERO QUE NÃO SEJA TARDE DEMAIS! —cuspi as palavras a sua frente, o vi prensar os lábios e olhar para o chão, caminhando até as escadas, subindo-as. 

Me sentei no sofá e enfiei meu rosto numa almofada, tudo parecia tão.. Real.. E do nada tudo se torna.. 

Uma coisa tão.. Dolorosa e inexplicável. 

Por que isso tinha que acontecer? Quando eu realmente acho a pessoa certa, quando eu sinto que meu relacionamento vai para frente, quando eu tenho certeza de tudo.. Uma coisa mínima.. Destrói tudo na qual eu construí com meu sonho.. 

POR QUE EU FUI NAQUELE MALDITO HOTEL? PARA QUE, LUCAS? PARA QUE? Eu poderia me deitar com ele, eu poderia o abraçar por trás e ignorar totalmente aquele obscuro que só iria estragar. 

Eu não aguento, sempre é assim.. Ou a pessoa erra comigo, ou o relacionamento era seco, ou algo (ou alguém) estraga minha felicidade, QUAL É O PROBLEMA COMIGO? 

Eu cansei dessa vida. O que vai acontecer comigo daqui por diante? Com certeza meu destino já está traçado.. Eu vou viver infeliz, sendo um velho gordo e rabugento, que vive triste e sozinho. Esse sim, é o meu destino. 

Se for assim, para que viver? Qual é o sentido de viver nessa vida que, na qual, não é para mim? Eu não serei feliz, para que respirar. Meu único sentido real dessa vida, é o sentido da morte. 

Me levantei do sofá e olhei para as escadas.. "Seria muito clichê.."- pensei. Caminhei para fora de casa, meu carro estava do lado de fora, voltei para casa e peguei minhas chaves.. 

Lucas já estava descendo as escadas, e então eu fui rápido. Entrei no carro e dei a partida.. “Acelera, foca e acerta. Sem dor, sem sofrimentos.”- assenti suspirando, olhei para trás e Lucas olhava confuso. Voltei a olhar para frente e apertei o acelerador, focando apenas num poste. 

Deixei a velocidade tomar o carro, porém tudo em minha volta parecia correr lentamente, olhei para frente e vi a última coisa: O poste e um esbranquiçado à minha vista.. 

E ali, acabou meu sofrimento.. 

...