História I Love You, Idiot Elf! - Especial - Estarei Ao Seu Lado Até O Fim

O silêncio da floresta recaia em uma harmonia encantadora com o canto afinado dos pássaros presentes, o Sol já em sua altura máxima alcançada banhava a terra com seu abraço quente trazendo não somente a paz como a sensação de felicidade, isso se não fosse um pequeno som inquietante que se trazia no interior da vasta floresta. Ao perto o som se revelava mais alto brevemente cortado pôr soluços sufocantes, encostado em uma pequena árvore que dali a muitos anos se tornaria em uma frondosa Cerejeira um pequeno elfo chorava escondendo o rosto nos joelhos, enquanto abraçava ainda mais fortemente suas pernas o mesmo não percebeu uma pequena figura se aproximando de si, sendo atraída pelo som.

- Por que choras? - indagou uma fina voz, gentilmente. A criança levantou a cabeça se deparando com dois olhos cor de esmeraldas que o observavam com compaixão. A elfa de mesma faixa etária que ele abriu um sorriso sem se importar em vêr suas bochechas coradas e os brilhantes olhos de água vermelhos e inchados, secando rapidamente as lágrimas o menino abaixou a cabeça, envergonhado. - Não precisa ficar com medo, sou uma amiga. - completou a garota se agachando para ficar na mesma altura que ele.

- Não estou com medo. - respondeu-lhe fazendo bico. A menina sorriu, admirando seus cintilantes cabelos azulados. 

- Não me respondeu a primeira pergunta. Por que estava chorando?

- Os meus pais morreram... - soltou o elfo sem olha-lá nos olhos. A garota se entristeceu, sem saber o quê dizer, o silêncio aumentou sobre o ambiente, nem os pássarinhos se atreviam a cantar. 

- Eu sinto muito... Mais o quê houve? 

- Eles foram atacados pôr um guerreiro mal. E eu nem pude me despedir. - sem conseguir segurar mais o choro o menino soltou as lágrimas, soluçando alto. Se aproximando a elfa o abraçou, afagando seu macio cabelo, seu coração doía dentro do peito ao ve-lô assim, sem ao mesmo conhece-ló. 

Depois de um longo tempo o pequeno elfo se afastou, secando as lágrimas. Sentia vergonha em chorar na frente dos outros mas com ela era algo bem diferente, a mudez nas palavras fizeram-no corar e ao olhar para a garota notou que a mesma o observava, gentilmente. 

- Você têm mais alguém da família?

- Não. Era só nós três. - confessou, tristemente. A elfa abriu um sorriso e pegando em suas mãos atraíu a atenção do garoto. 

- Então venha comigo, moro em uma vila no coração da floresta e sei que vão te receber de braços abertos. O lugar é bom e pacato e todos são gentis. Aceita?

O menino a olhou, atentamente, notando sua mão estendida. Não se sentia disposto a deixar seu lar e muito menos se entregar a mercê da caridade mas o sorriso e o brilho nos olhos dela o faziam querer novamente a segurança e a proteção de uma família. Sorrindo fracamente estendeu o braço, segurando em sua alva mão.

- Sou Ezarel. - anunciou, baixinho.

- E eu me chamo Luzzie. Prometo que jamais o deixarei sozinho, Ezarel. É uma promessa.

~***~

Muitos anos depois...

- Luzzie! Luzzie! Onde você está? - gritou Ezarel, preocupado. Havia pôr tempo caminhado a procura da elfa desaparecida que sumirá sem deixar vestigios, com os nervos quase a explodir de receio o mesmo caminhou em direção a floresta sem perceber uma figura se esgueirar para detrás de uma árvore o observando atentamente. De repente a criatura correu até ele o empurrando com força contra o chão que no momento quase infartou com o "ataque". Gargalhadas soaram em seus ouvidos e olhando para cima notou a elfa de cabelos loiros se curvando de tanto rir. - LUZZIE?! Quer me matar de susto? 

- Ezarel... Você... Gritou... Feito... Uma... Menina... - ainda gargalhando a moça tentava falar sem pausamento enquanto respirava com dificuldade. O elfo de cabelos azuis se levantou fingindo têr raiva antes de cair na risada também. - Desculpa, mas não resisti a fazer uma brincadeira.

- Hey, eu que faço brincadeiras assim. Não vale. - sorriu Ezarel estendendo a mão para ajuda-lá a se levantar - Você me deixou preocupado, quase que peço ajuda da Europa. 

- Sinto muito, querido. Não queria te deixar assim. - retribuíndo o sorriso Luzzie segurou em sua mão, caminhando lado a lado dele. Os dois andaram até pararem pôr debaixo de uma majestosa Cerejeira, tirando de ambos suspiros felizes. - Você se lembra de quando nos conhecemos? Eu te encontrei chorando, sentado nessa mesma árvore. 

- Sim, foi nesse dia que soube o quanto te amava sem ao mesmo te conhecer. - comentou o elfo sorrindo para a mesma. - Você teve tanta compaixão e bondade comigo que me fez sentir uma paz imensa, seus olhos carregados de suavidade e seu sorriso amoroso, sem falar dos seus cabelos que absorvem toda a luz do Sol. Você é linda e única para mim, Luzzie. É pôr isso que sempre vou te amar. 

A elfa ruborizada com as palavras que ouvirá baixou a cabeça, tímida. Seu coração doía martelando com violência dentro do peito, sabia que ele era sincero consigo, o amava mais que tudo na vida tanto que lhe entregará seu próprio coração, ainda sim... Sabia que não era verdade. 

- Luzzie? Está tudo bem? Disse algo errado? - perguntou o elfo, preocupado. A moça levantou o rosto, abrindo um belo sorriso.

- Não. Claro que não. Você disse as palavras mais doces que eu já ouvi e isso só prova o quanto eu sou especial para você. Eu também te amo, Ezarel. Sempre amei e sempre vou amar. 

Tocado pelo que ouvirá o elfo a abraçou, sentindo seu calor enquanto a enlaçava trazendo-a cada vez mais próxima de si.

- Isso é bom. Imagina nossos filhos como serão, tomara que sejam idênticos a você. - sorriu ele afagando seus cabelos ondulados. O apertando mais fortemente Luzzie sorriu, mesmo sabendo que pôr mais que o amasse jamais seria amada da mesma maneira. Seu coração não lhe pertencia.

~***~

 ( Época da quebra do Grande Cristal )

- Ewelein, como ela está? - perguntou o Chefe da Guarda Absinto agarrando a mesma pelos ombros, pôr mais que estivesse surpresa com seu ato violento a enfermeira suspirou, querendo apenas ser breve e sincera em suas palavras. Olhando em seus olhos verdes que nublavam em desespero a elfa se entristeceu. - Diga que ela está bem, Ewelein. Por favor...

- Sinto muito, Ezarel. Inúmeros faerys de diversas raças estão enfraquecendo depressa, inclusive Luzzie. - o alquimista largou seus ombros, a olhando como se a mesma tivesse contado uma mentira - Fiz tudo que podia para inverter a situação, mas pôr ser uma simples elfa da floresta seu organismo não aceita a medicação de ervas fazendo-a enfraquecer depressa, sem contar que a causa é ainda maior com o Cristal quebrado. Eu sinto muitíssimo, Ezarel. Mas Luzzie está a beira da morte.

Sem ouvir mais nada o elfo correu o mais rápido que suas pernas permitiam, não podia perde-lá. Não podia. Ao chegar ao Grande Salão que no momento era ocupado pôr inúmeras macas que eram usadas pôr faerys fracos e mortos o mesmo caminhou até o final de um corredor de pessoas que choravam amargamente pôr seus entes queridos até encontrar uma maca em questão. No instante seus olhos se encheram de lágrimas, a figura deitada moribunda era a mesma que um dia forá a elfa mais cheia de energia e beleza que já virá, os cabelos que eram banhados pela luz do Sol estavam apagados em um tom acinzentado acompanhados pela palidez de sua pele, o peito subia e descia lentamente com a fraca respiração antes de seus olhos se abrirem revelando o tom verde-esmeralda apagado sem o brilho de antes. Ao perceber o elfo alquimista próximo de si a moça abriu um fraco sorriso, sentindo uma forte dor no peito ao vêr suas lágrimas que desciam pôr sua face abatida.

- Que situação triste, não? - disse em um fiapo de sussurro - Tinhamos tantos sonhos de casar, têr filhos, e olha agora... Estou quase nos braços da Morte.

Se aproximando o rapaz acariciou sua bochecha, se esforçando para segurar as lágrimas que continuavam a sair.

- Não diga isso, esses sonhos vão se realizar. Vai ficar tudo bem, estou aqui com você. - sem responder Luzzie pegou em sua mão e virando sua palma para cima depositou um frio objeto na qual o mesmo não pôde vêr, fechando-a com delicadeza a moça abriu um fraco sorriso cansado.

- Desde quando eu te conheçi soube no instante que meu coração te pertencia, todos esses anos que passamos juntos só me trouxeram boas lembranças que sinto prazer em recordá-las. Você sempre foi único, Ezarel. Sua personalidade, beleza e graça faz de você um elfo agraçiado, e embora eu te ame mais do que tudo sei que nunca me amou da mesma forma.

- Do quê está falando? - surpreendeu-se ele - Luzzie, eu te amo! Você é o amor da minha vida, a única que sempre amei. 

- Não, meu amado. - respondeu-lhe com os olhos turvos de lágrimas - Seu coração nunca me pertenceu, embora estejamos desde a infância juntos eu jamais fui seu amor verdadeiro. É pôr isso que quero que me prometa que achará sua amada, quando encontrá-la entregue-lhe isso. - abrindo sua palma se revelou um bonito colar de pingente de vidro na qual em seu interior continha uma pequena flor amarela cintilante. O elfo arregalou os olhos, era o colar que ela havia ganhado de seu pai quando completará 50 anos de idade ( 5 anos na faixa etária humana ) - Ache seu verdadeiro amor e entregue-lhe seu coração, Ezarel. Prometa que quando achar essa moça você irá ama-lá e protege-lá de todo mal. Me prometa. 

- Não! - negou, firmemente - Você é meu verdadeiro amor, Luzzie. Sempre foi. Nunca vou amar outra, nunca!

A elfa suspirou, tossindo logo em seguida. Sua expressão era serena, como se estivesse contando uma história a uma criança.

- Mas é preciso, meu querido. Caso o contrário passará a vida inteira na mais pura dor... Me prometa, me prometa...

Um longo suspiro escapou de seus lábios e lentamente seus olhos foram se fechando, até sua cabeça tombar para o lado. Ao perceber sua respiração cessada e olhos fechados o elfo entrou em desespero.

- NÃO! - gritou levantando sua cabeça em direção a si - Luzzie! Luzzie! Volte para mim, por favor! Eu te amo, volte! Por favor.... LUZZIE!!!

O grito ecoou pôr todo o QG atraíndo a atenção de todos, Ewelein que estava pôr perto correu até ele verificando seu pulso, nada. Chorando no mais puro desespero o alquimista trouxe-a para si, num último abraço. 

- Eu prometo que jamais amarei outra mulher, Luzzie. É uma promessa. - murmurou a abraçando mais fortemente.

Em sua mão ainda permanecia o cintilante colar.