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História I Love You, Idiot Elf! - De Humana À Sereia


Escrita por: ArqueiraDaLua

Notas do Autor


Hellooo ^////^ ~ desvia dos tiros, pedras e bombas ~
Ok. Eu sei que devo boas desculpas para vcs devido a essa LONGA sumida como tbm sei q alguns ficaram preocupados isso, a explicação é que nessas últimas semanas ocorreram alguns problemas pessoais, o trabalho tem cansado demais, ai teve o feriado e BAM! Lá vai mais ocupação, fiquei tão sem tempo que nem pude responder os comentários passados mas saibam que eu li todos e amei cada um. Sério, obrigado! ^^

Essa semana terei provas e trabalhos para entregar por isso talvez demore para postar o próximo, só hoje preciso estudar para três provas que cairão Segunda ~ que drogaaaaa ~

Espero que gostem desse cap, ficou comprido mas né? Fazer oq? E outra coisa: LEIAM AS NOTAS FINAIS! É IMPORTANTE!

Capítulo 27 - De Humana À Sereia


Fanfic / Fanfiction I Love You, Idiot Elf! - De Humana À Sereia

Nuvens cinzentas era tudo o que se via ao longo do caminho, o Sol resolverá se esconder levando consigo todo o brilho do tempo que outrora irradiava calor, era como se o próprio céu prevece uma tragédia eminente ou se preparasse para jorrar suas densas lágrimas sobre à terra.  O vento frio aumentava seu fluxo provocando a liberação de diversas folhas que se desprendiam das árvores fazendo o ambiente ficar em um perfeito clima outonal.

Contudo, caminhando sem pressa em uma trilha lamacenta o estranho casal de raças opostas evitavam se falar devido as preocupações que lhes dominavam, Ezarel comandava o caminho pensando o tempo todo no "sacrifício" que deveriam realizar quando chegassem ao seu destino já a moça que se encontrava ao seu lado repensava diversas vezes na profecia que receberá da Velha. Nada fazia sentido. Sabia que era apenas mais uma humana ( pôr mais que soubesse que era metade faery ), mesmo assim uma "Fada do Cristal"? O que isso significava? Múltiplas perguntas rodeavam sua mente fazendo-a refletir sem cessamento. 

"A confiança nos outros traz a traição, o Amor que nutre em seu peito será sua destruição. E no fim a Morte te levara, traída e sofrida por quem mais amava." Conseguia distinguir perfeitamente aqueles olhos opacos e vazios a encarando sem piedade enquanto a segurava quase a cortar sua pele devido as grotescas unhas retorcidas, a imagem era aterrorizante. 

Concentrada demais para pensar em qualquer outra coisa Lua não percebeu à chuva que caía até que o elfo a tocou no ombro atraindo sua atenção.

- Estamos quase chegando, acha que consegue prosseguir o caminho? - retirando algumas mechas prateadas do rosto a moça assentiu antes de apertar os braços entorno de si para lhe aquecer, estava completamente ensopada devido as gotas gélidas que caiam fervorosamente. Reparando em seu estado silencioso o mesmo bufou alto antes de parar novamente. - Esquece, vamos encontrar um abrigo antes que você congele até a morte.

Lua não teve tempo de responder sendo puxada bruscamente pelo pulso até uma pequena caverna que se encontrava próxima dali, o aperto de Ezarel era forte e extremamente macio, um espirro escapou de suas narinas fazendo o alquimista se preocupar ainda mais com ela. Sabia que não deveria andar na chuva ainda mais com uma humana tão frágil. A caverna em que se encontravam era pequena mais aconchegante e no momento em que pisaram em seu solo sentiram-se ambos melhores.

- Vamos ficar aqui até a chuva parar, parece que essa tempestade vai longe. - o ignorando completamente a moça se escorou até o fundo da caverna abraçando os joelhos, seus dentes batiam com força uns com os outros embora nem se importasse, queria tanto descobrir a verdade. Por que sua vida sempre dava uma reviravolta quando tudo estava no caminho certo? De repente sentiu algo pesado cair sobre si a envolvendo num toque gostosamente quente, seus olhos se arregalaram ao ver o elfo próximo de si a cobrindo com a capa negra que Nevra lhe derá de presente. 

- O que está fazendo? - murmurou enquanto puxava a capa ainda mais contra si, o tecido pesado era macio roçando sua pele delicadamente.

- Você precisa se aquecer, está completamente molhada e além disto não quero correr o risco de perder minha escrava. - a garota nada disse apenas encarando-o, se agachando em sua frente Ezarel a olhou fixamente. - Está tudo bem? Quase não falou nada nesses últimos dois dias, desde que encontramos a Velha para ser mais exato.

A albina gelou enquanto encarava aquele par de olhos verde-água que tanto adorava, com a chuva seus cabelos azuis estavam grudados na pele dando-lhe uma aparência sexy e marcante ao mesmo tempo, não conseguia acreditar que "ele" a atrairia, seria possível? Ezarel, justo seu amor mais profundo seria capaz de fazer algo contra si? Deixando um longo suspiro escapar de seus lábios a mesma abaixou os olhos querendo mais que tudo esquecer dessa maldita profecia.

- Só estou preocupada com essas sereias. - mentiu evitando trocar olhares com ele - Em meu mundo elas são grandes feiticeiras que atraem homens para o fundo do mar com seu canto mágico.

- Aqui é a mesma coisa. - riu ironicamente ele dando de ombros - Mais se é assim eu vou preparar algo para comermos e ver se consigo fazer uma foqueira, estou com frio também.

-  Não quer minha capa? 

- E ficar com o seu fedor em minha pele? Não, obrigado. Se bem que... - o elfo abriu um sorriso malicioso fazendo a garota se arrepiar dos pés a cabeça, era o primeiro sorriso que via dele desde que visitaram a Velha. Antes que pudesse perguntar algo o mesmo se lançou em sua direção a abraçando fortemente, no mesmo instante todo o ar que continha em seus pulmões foi perdido. - Prefiro que você me esquente.

- O q-quê? - gaguejou ela sem o empurrar. -  M-mais suas r-roupas estão...

- Prefere que eu as tire? - sussurrou o alquimista ao pé de seu ouvido querendo provocá-la, ignorando completamente o resto de sua sanidade Lua passou os braços por dentro de sua blusa sentindo sua pele queimar sob seu toque. O rapaz arfou a apertando ainda mais contra seu corpo rígido, queria senti-lá, toca-lá ali mesmo, inalando seu doce perfume de flores silvestres e mel a albina entrou em êxtase ao sentir Ezarel morder seu lóbulo da orelha esquerda descendo aos beijos seu pescoço descoberto até a base do ombro.

Ambos começaram a esquentar rapidamente e antes que pudessem perceber o rapaz já a prensava contra a parede sentindo uma estranha sensação lhe invadir o meio das pernas, seu coração saltou dentro do peito. Não era um bom sinal.

- É melhor eu preparar a foqueira antes que... Antes que você resfrie. - Lua se afastou cobrindo-se novamente com sua capa, pôr mais que ainda estivesse ofegante e encalorada não conseguiu impedir a sonolência que chegará. - Durma um pouco, humana. Te acordarei daqui a algumas horas, temos muito trabalho pela frente.

- Tudo bem, obrigada. - murmurou antes de tombar a cabeça para o lado ignorando todo e qualquer pensamento que viesse lhe estragar o sono. Queria pelo menos pôr alguns instantes pensar que tudo estava bem.

***

- Hey escrava, acorde! - a garota grunhiu resmungando baixinho enquanto sentia ser balançada levemente pelos ombros, a contragosto abriu os olhos percebendo Ezarel a olhando com seriedade, onde estava mesmo? - Finalmente, pensei que havia morrido.

- O quê aconteceu? Por que me acordou? - bocejou esfregando os olhos.

- A chuva parou. - virando-se percebeu a claridade que irradiava lá fora trazendo um cheiro refrescante de orvalho e terra molhada, os raios de Sol adentravam a caverna mostrando a bela manhã que nascerá. "Espera!" - pensou Lua arregalando os olhos - "Manhã?" Compreendendo seu estado o elfo explicou: - Você simplesmente apagou, dormiu que nem uma pedra por horas e com isso já amanheceu.

- Mas era para ser apenas um cochilo!

- Agradeça pôr eu ter te acordado. - a garota arqueou uma sombrancelha, confusa. - Precisamos conversar, Lua.

Um pequeno receio desceu por sua coluna. Raramente ele a chamava pelo nome a não ser que fosse uma situação importante ou de quererimento sério. No momento sentia a certeza que era as duas coisas.

- Sobre?...

- Preciso que fique aqui até eu voltar, irei sozinho pegar a pedra Europa. - o tom seco de sua voz continha uma grande parte autoritária mas serena.

- Como é? - se levantando bruscamente a faeliana ficou diante de si como se não tivesse escutado bem, o alquimista não esboçou qualquer outra reação que não fosse serenidade. - Do que está falando? Estamos juntos nessa, não vou deixar que vá sozinho.

- Não é você quem decide. - repreendeu ele em tom neutro - Além disso estou tentando proteger você.

- EU NÃO PRECISO DA SUA PROTEÇÃO! - o grito de Lua ecoou por toda caverna fazendo Ezarel se calar imediatamente, sabia que era quase que impossível convencer a Rainha da Teimosia. 

- Eu tenho apenas um Broto de Carmesim, ou seja somente um de nós poderá pegar a pedra e respirar debaixo d'água, e essa pessoa serei eu. 

- Tem certeza que quer fazer isso? Pode ser arriscado. - a albina se aproximou tentando controlar o pânico que começava a subir pela garganta. - Pelo menos me deixe te acompanhar até o lago, não vou conseguir ficar parada sabendo que você corre perigo.

Ezarel supirou alto cedendo a derrota evidente.

- Ok, mas é bom que saiba desde já que essa missão pode ser demorada. 

- Não me importa, vou com você e quero ver me afastar. - o mesmo revirou os olhos antes de entregar a moça um pedaço de Cirela, a mesma bolacha branca de sabor de frutas vermelhas e leite que comeram na última viagem à Manzana. Terminando de mastigar o alimento Lua pediu licença prendendo discretamente seu punhal de prata na coxa, não sabia porque mais sentia um grande mal pressentimento se aproximar.

***

- Pois bem, chegamos. - comentou Ezarel permanecendo imóvel, a albina deixou escapar todo o oxigênio que continha nos pulmões a ao ver a bela paisagem que se estendia adiante, rodeado por planícies esverdeadas um extenso lago cristalino descansava a favor de qualquer imperfeição, suas águas límpidas simplesmente atraía olhares diversos fazendo os lábios da moça salivarem a procura de se saciarem com seu líquido transparente. Notando seu olhar desejoso o elfo passou o braço ao redor de sua cintura quase como se quisesse segurá-la. - Tome cuidado, é isso que esse maldito lago quer, que você se atraía a ele.

Lua balançou a cabeça tirando ao máximo que conseguia a perfeição do lago Pandora. Precisava se manter lúcida e não seria uma água que tiraria sua sanidade.

- E onde está a pedra Europa ou as sereias? - indagou olhando ao redor. Estranhamente o silêncio era tudo o que se ouvia.

- Estão no fundo, apenas nos esperando... - o sussurro do alquimista fez a mesma gelar por inteira ainda mais quando ele tirou do cinto um pequeno broto alaranjado que exalava um odor fedorento. Sabia o que isso significava. - Se eu não voltar em duas horas volte ao QG e diga a Miiko que a missão fracassou. Ela saberá o que fazer.

- Não! - exclamou a garota em negação - Tem que ter outro jeito. 

- Já conversamos sobre isso, você fica. 

- Mas e se elas te atacarem? E se algo acontecer lá embaixo? Você é lindo Ezarel, vai ser facilmente atraído com o canto delas! Por favor, se algo acontecer a você eu... - imediatamente Ezarel pôs o dedo indicador sobre seus lábios a calando gentilmente, corando com seu ato a moça deixou ser atraída pelos brilhantes olhos verdes do elfo que tanto amava. Um raro sorriso sincero surgiu em sua face retirando todo e qualquer medo que sentia. Era incrível como ele tinha o poder de irritá-la e acalmá-la quando quisesse.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo. Aliás onde está aquela humana impertinente e corajosa que sempre me deixa de orelha quente? - brincou ele traçando com o dedo as linhas de sua boca, seu toque era macio. Muito macio. - Eu vou voltar para você. É uma promessa.

No instante em que essas palavras escaparam de seus lábios o rapaz enrubesceu fortemente. Mais o que droga estava dizendo? Desde quando ficará tão romântico? Lua, ao contrário sentiu seus olhos marejarem, não por tristeza ou mágoas e sim porque sentia a esperança nascer. A esperança que tanto buscava. Sem hesitar a albina se lançou à frente roubando um breve selinho do alquimista que antes que pudesse compreender o que se passará teve sua testa colada com a da mesma. 

- Vou cobrar essa promessa. Eu te amo. - sem esperar pela resposta que não viria a faeliana se afastou dando apenas mais um breve sorriso antes de vê-lo colocar na boca o Broto de Carmesim, por mais que sentisse medo sabia que ele voltaria. Tinha que voltar. - Boa sorte.

- Eu não preciso de sorte, sou bom em tudo que faço. - usando seu melhor sarcasmo em manga o mesmo correu até o a beirada do lago se jogando para dentro dele num pulo gracioso. O coração de Lua se apertou. Era agora que começava as horas mais tensas de sua vida.

***

Segundos se tornavam uma eternidade enquanto os minutos corriam da forma mais lenta possível fazendo Lua andar de um lado para o outro inquieta. A ansiedade a corroía por dentro provocando fortes preocupações e pensamentos negativos em sua mente. Quanto tempo já se passará? O que estava acontecendo lá embaixo? Os raios solares da brilhante tarde provocavam um reflexo cintilante sobre a água fazendo-na irradiar ainda mais beleza, deveriam ser quase quatro horas e ainda nada. Logo anoiteceria. O tempo corria sem piedade.

- Por favor, volte logo... - sem aguentar o coração dolorido pela preocupação a albina caminhou em direção ao lago esperando ver alguma coisa, contudo, antes que pudesse chegar à beira um calafrio percorreu todo seu corpo a paralisando no lugar. Não podia ser. Reflexos e imagens começaram a girar em sua mente onde cada vez que tentava dar um passo em direção as águas de Pandora sentia seu corpo pesar como se não quisesse obedeçer aos seus comandos. - De novo não, por favor! - gritou se agachando enquanto levava as mãos na cabeça.

"Papai, mamãe! Socorro!"

Instantaneamente seus olhos arregalaram-se. Não podia ser.

~***~

FLASHBACK ON

- Lua, prometa que não vai muito para o fundo. - pediu a mulher de brilhantes cabelos loiros que terminava de passar o protetor solar sobre seu corpo. A menina de apenas nove anos diante de si sorriu, apertando a bóia de panda contra o pequeno corpo. 

- Eu prometo que não vou, mãe. - confirmou alegremente esperando pelo consentimento dela. Entreolhando-se rapidamente com o marido a mulher assentiu observando a filha correr em direção ao vasto mar azul. As ondas estavam fortes devido ao vento que vinha da costa oceânica e muitos banhistas saíram da água por conta disto, ainda sim por mais que fosse preocupante não podia negar o pedido da menina, ainda mais quando não visitava a praia a cerca de seis meses.

A albina de compridos cabelos cor de neve correu até a beira do mar sentindo a água gelada pinicar a sola de seus pés, seus olhos brilhavam em entusiasmo querendo mais que tudo chegar ao final do horizonte onde barcos viravam pequenas bolinhas brancas, contudo, sendo uma criança obediente segurou-se firmemente à sua bóia deixando-se levar pelo mar, era divertido sentir o Sol contra o rosto enquanto se refrescava na água salgada, de repente, sem se der conta da distância que aumentava entre si e a areia a garota não sentiu mais o chão macio sob seus pés, a correnteza se tornou mais forte a arrastando rapidamente para longe, sem ninguém que pudesse acudi-lá Lua gritou por ajuda sem obter respostas. O desespero começou a tomar conta.

- Papai, mamãe! Socorro! - sua voz não atingia nem metade do caminho. As ondas ficaram mais fortes fazendo sua bóia de panda balançar frenéticamente quase a virar, seu corpo gelou, não conseguia voltar. De repente uma onda com o dobro de seu tamanho se aproximou monstruosamente ocultando seu último grito e tudo que pode ver antes de afundar foi a onda se chocar contra si a levando para o fundo. Muito fundo.

FLASHBACK OFF

~***~

Enquanto relembrava do ocorrido de sua infância Lua sentiu seu corpo se apavorar por completo, conseguia sentir a frieza do mar a levando para o fundo num abraço gélido e firme, de sua consciência se apagando, dos fortes braços paternos que a salvaram da morte eminente. Por que justo agora? Pandora que antes parecia tão inofensiva agora tornará-se numa paisagem mortífera, ainda mais quando levará seu amado. Arregalando os olhos a mesma ouviu um estranho som preencher o ambiente em acordes finos e delicados como uma canção de ninar, a música extremamente bela ecoava por todas as direções trazendo paz e uma imensa necessidade de dormir, de repente as águas pareciam até mais refrescantes, sem conseguir perceber Lua se viu andando normalmente em direção a beira, como se estivesse sendo atraída. Por que sentia a enorme necessidade de entrar no lago? 

A música ficou mais forte misturada em diversas vozes afinadas que compunham a bela melodia envolvente. Já quase tocando a beira do lago a garota percebeu bem a tempo o que faria saindo do seu transe, sentindo o medo lhe dominar novamente Lua tapou os ouvidos já se distanciando dalí quando notou que bem adiante na água um borbulho começou a se movimentar rapidamente. Eram bolhas de ar. 

Ezarel!

Seu grito interno foi acompanhado pela onda de adrenalina que se injetou em seu corpo, elas haviam o pegado. As sereias pegaram seu Ezarel. Sem conseguir raciocinar em mais nada a faeliana retirou o punhal de prata preso à coxa e ignorando todo e qualquer índice de medo se jogou para dentro do Lago Pandora desaparecendo sobre a as águas cristalinas. Tudo que importava agora era salvar seu amado nem que precisasse morrer para isso.

***

O que o medo pode fazer com as pessoas? Uma sensação tão dominante e pesada que te toma por completo misturada a grandes quantidades de adrenalina pura, o coração prestes a explodir dentro do peito onde cada molécula se agita desgovernadamente. No momento era tudo isso que sentia. Estava morta? Onde estava o calor do Sol? Rapidamente seu oxigênio foi perdido fazendo seu pulmão implorar por mais ar, suas mãos e pés buscavam por algo para que pudessem agarrar ou se apoiar mais tudo o que conseguiam era sentir o vazio, estava frio. Muito frio. Era como se estivesse recebendo outro abraço gélido do mar. 

"Eu vou morrer" - gritou aos prantos mentalmente - "Ezarel."

Ezarel. Ezarel. Ezarel.

O doce nome ecoava em sua cabeça como som de tambores. Não conseguia nadar. Não podia salvá-lo. 

"NÃO!"

Quase como um clariamento de idéias Lua levou uma das mãos ao pescoço sentindo o colar de pérola se aquecer sob seu toque. Era sua última opção. Quase a perder a consciência a albina fechou os olhos implorando que funcionasse sobre pensamentos.

"Eu desejo trocar as minhas pernas por uma cauda. Pernas por cauda. PERNAS POR CAUDA!"

No instante nada aconteceu, porém, um estranho calor começou a preencher seu corpo em um gesto aconchegante, satisfeita com o frio que se forá Lua percebeu o calor se tornar mais quente fazendo sua pele arder como se estivesse com febre. Retorcendo-se a mesma gritou sentindo ser queimada viva, a dor era imensa e insuportável. O restante de seu oxigênio se perdeu em grandes bolhas de ar antes de um misterioso brilho azul a envolver completamente. Seu corpo ainda queimava em chamas quando suas pernas foram fundidas uma na outra provocando novas ondas de gritos internos. Jamais havia sentido tamanha dor.

Contudo, tão rápido quanto viera o fogo se forá levando consigo toda dor e o estranho brilho azul, reabrindo os olhos num puro alívio Lua tentou mover as pernas antes de percerber que no lugar delas uma linda cauda azul-esverdeada tomara conta, as barbatanas fortes e delicadas faziam suas escamas brilharam ainda mais por conta dos movimentos. Todo o terror que sentira antes se transformou em espanto. Conseguia respirar normalmente. 

De repente uma voz afinada invadiu seus ouvidos fazendo-na perceber a gravidade do momento. Estava no domínio das bruxas, mas desta vez lutaria igual por igual. Apertando o punhal fimemente quase a cortar sua palma Lua se lançou para baixo nadando o mais rápido que podia, a cauda incrivelmente forte chicoteava as águas a cortando numa velocidade surpreendente, estava determinada a tudo. 

- Estou chegando, Ezarel! - a profundidade das águas de Pandora era quase anormal e a medida que nadava o frio aumentava ainda mais. A canção insuportável das sereias ecoava por todos os quatro cantos e quando pensara que se perderia notou um vasto movimento abaixo de si, deveriam ser dez sereias ao todo e no centro, desacordado, uma figura familiar fez seu coração parar. Ezarel. As bruxas ainda cantavam cercando o elfo que nas mãos segurava uma pequena pedra vermelha, ele havia conseguido, mas elas não o deixariam partir. Uma bela sereia morena tomou a frente se aproximando do mesmo e o puxando contra si abriu um sorriso vitorioso. Era o bastante. Dominada por uma fúria incontrolável a faeliana nadou com todas as suas forças em direção à elas e empunhando o punhal se precipitou a atacar uma primeira que antes que pudesse compreender o que ocorria teve um corte feito em sua cauda. Seu grito fino fez todas se voltarem contra Lua que estranhamente não se sentiu intimidada. - Deixem-no em paz! - rugiu ameaçadoramente.

A que estava com o elfo nos braços soltou uma risada antes de emitir um som parecido com um chiado estridente. As outras assentiram lançando-se para atacar a albina que apertando a bainha da lâmina contra-atacou agradeçendo a Valkyon pelas aulas que recebera, a luta era feroz, as bruxas eram muitas mesmo assim por mais que fossem fortes não eram páreas para a raiva e o punhal da moça que avançava ousadamente contra cada uma, um corte nas caudas era tudo o que bastava. Quatro se afastaram aos gritos devido as barbatanas arrancadas, uma quinta teve sua cauda parcialmente aberta devido ao rasgo proporcionado pela faca fazendo um rastro de sangue se espalhar pelas águas. Recuando temerosas as sereias restantes nadaram rapidamente dalí, por mais que estivesse arranhada e com pequenos cortes na cauda Lua não emitiu nenhum som, apenas fulminando a morena que ao se ver sozinha reabriu o sorriso desdenhoso. Ezarel ainda continuava em seus braços, desacordado. 

"Você é forte e corajosa, minha cara." - sem mover os lábios a garota ouviu a voz dela invadir sua mente. - "Mais sabe quem eu sou? Me chamo Cassáia, A Dominadora de Mentes, se quer vêr seu amado elfo vivo é melhor não se aproximar."

Mesmo querendo avançar a moça se controlou, era a vida do alquimista que estava em jogo, apertando novamente sua lâmina provocando um pequeno corte em seus dedos devido a força que usava a albina viu a sereia sorrir com maldade beijando a face do mesmo que se tornava cada vez mais pálida.

- Ora, sua... - antes que pudesse chegar até ela Lua se curvou levando as mãos nos ouvidos deixando assim seu punhal cair afundando nas águas, pois Cassáia havia começado a cantar de um modo potente e ensurdecedor, agora sabia o porquê do "Dominadora de Mentes", sua canção praticamente estourava seus miolos trazendo um dor insuportável. 

"Não pode me vencer, humana! Diga adeus a sua vida."

Sem conseguir se mover a mesma gemeu alto fechando os olhos, encolhida. Não podia terminar assim. Não quando chegara tão longe. Pensando que tudo estava perdido a jovem se surpreendeu ao receber uma lembrança de uma aula de história que recebera na quinta série. Conseguia ouvir perfeitamente a voz de sua professora.

"Antigamente, os povos acreditavam que somente se conseguia derrotar uma sereia se cantasse melhor do que ela."

Incrédula, Cassáia notou a albina se recompor normalmente ainda de olhos fechados. Aumentando o tom de voz tentou fazer com que ela se afetasse mas estranhamente era como se estivesse num campo de força. Ao contrário de si Lua sentia uma imensa paz retirar de si toda a dor que a canção da sereia proporcionava, cantar melhor do que ela era a única opção. Se concentrando buscou na mente uma música que sua mãe cantava quando era criança, a letra falava de amor e incrivelmente fazia-a lembrar de Ezarel. 

Abrindo os lábios a jovem começou a cantar, o som de sua voz chicoteava com a de Cassáia que tentava a todo custo afetá-la, sua canção era violenta e estridente enquando a da moça era de amor e leveza que refletia todo o afeto que sentia por sua família, seus amigos e principalmente Ezarel. Os versos começaram a ecoar por todas as direções ultrapassando a potência da rival que num segundo se viu indefesa, incapaz de cantar mais forte que a moça a sereia decidiu usar seu último truque na qual sabia que a desarmaria: matar Ezarel. Percebendo que a mesma parara de cantar Lua reabriu os olhos notando que ela apertava o pescoço do elfo retirando todo e qualquer resto de oxigênio que estivesse em seus pulmões. No mesmo instante se calou.

- Para, por favor! - gritou nadando com rapidez até eles, a sereia continuou a apertar o pescoço do rapaz ignorando a súplica da albina. De repente, tomada por uma onda de pânico e ódio Lua se lançou em sua direção a empurrando para longe de Ezarel que no momento começava a afundar novamente, a albina agarrou-a pelo pescoço sentindo perder o controle de seu próprio corpo. - Queime no inferno!

Num tom gélido a garota apertou de uma vez o pescoço de Cassáia que sem conseguir afastá-la a tempo teve seu ar completamente perdido, e a última coisa que viu antes de apagar para sempre foi o par de olhos azuis a fulminá-la sem piedade onde estranhamente continham uma tonalidade azul florescente em brasas. 

(***)

Largando o corpo sem vida da sereia Lua sentiu uma imensa fraqueza tomar conta de si, o que havia feito? Sua cabeça girou tentando encaixar os fatos uns com os outros, tudo o que lembrava era de sentir ficar fora de si, como se tivesse perdido o controle do corpo. Contudo, antes que pudesse se lembrar sua atenção foi direcionada completamente para uma figura que afundava lentamente sobre as águas, seu coração pulou na garganta.

Ezarel.

Nadando com força até ele a faeliana o trouxe para si querendo se desmanchar em lágrimas, a face pálida do alquimista era composta apenas pelo vazio enquanto em suas mãos ainda continha a pedra Europa. Não! Não acabaria assim. Grunhindo em desespero Lua o segurou ainda mais forte nadando novamente para a superfície, a rapidez de sua cauda batendo contra a água fazia uma trilha de bolhas de dispersarem loucamente, nada valheria se perdesse o amor de sua vida. Determinada a garota inspirou para dentro de seus pulmões todo o ar que conseguiu, sabia que fora de Pandora não consiguiria respirar mas o risco valia a pena, impulsionando sua barbatana para cima a mesma se lançou para fora das águas assim que chegou a superfície proporcionando um pulo brusco para a margem. No mesmo instante em que sentiu seu corpo bater contra o solo gramoso seu interior começou a arder fortemente, procurando pelo ar que não vinha. 

Desesperada a garota ficou por cima de Ezarel e colando suas bocas jogou para dentro todo o ar que segurara, cada molécula de oxigênio foi empurrada para ele sem se importar se morreria sufocada. Ele era tudo o que importava. Sempre seria. Com o pulmão a se contorcer devido a falta de ar Lua caiu ao lado do mesmo sentindo o restante dos raios solares baterem contra seu rosto. 

Sorrindo satisfeita deixou-se levar pelo cansaço que a dominava ouvindo pela última vez o som do sacolejar de Ezarel que despertava. Ele estava vivo. O sacrifício estava feito.

 

 


Notas Finais


Buaaaaa que triste escrever esse final T^T
O que acharam dessa Lua versão mal? Lembrando q ela estava fora de si, será explicado mais para frente ^^

*O aviso é o seguinte: lembram que no cap passado eu avisei que teria duas surpresas? Pois bem, eu queria ter colocado aqui mas o cap ficou extenso demais por isso precisei dividi-ló, sorry :'( :'( :'( Porém, no próximo terá ambas as surpresas, PREPAREM O CORE *-*

Kiss de Prata, amo vcs <3333


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